Prévia do material em texto
MECÂNICA DO FLUIDOS APLICADA Escoamentos Externos “O estudo de escoamentos externos é de particular importância para a engenharia aeronáutica, na análise do escoamento do ar em torno dos vários componentes de uma aeronave”. Escoamentos Externos Introdução � Escoamentos externos também são observados: � No escoamento de um fluido em torno das pás de turbinas; � Em torno de automóveis, edificações , estádios esportivos, pilares de pontes; No projeto de submarinos, previsão de segmentação de rios,� No projeto de submarinos, previsão de segmentação de rios, glóbulos vermelhos no sangue , etc. Introdução � Os escoamentos externos podem ser divididos de acordo com os números de Reynolds: A- Baixo número de Reynolds (Re<5) :Escoamento deslizante ou escorregamento de Stokes. Raramente ocorre na engenharia (escoamento em torno de gotículas de pulverização e glóbulos vermelhos do sangue).vermelhos do sangue). B- Alto número de Reynolds (Re>1000): � Escoamentos imersos incompressiveis. Ex.: automóveis, helicópteros, submarinos, aeronaves. � Escoamentos de liquidos que envolvem superficies livres. Ex.: navios ou pilar de uma ponte. � Escoamentos compressíveis envolvendo objetos em altas velocidades (V>100 m/s) , tais como aviões, mísseis e projéteis. Introdução � Exemplos de escoamentos imersos incompressíveis com alto número de Reynolds. (a) Escoamento próximo a um contorno sólido. (b) Escoamento entre duas pás de turbina. (c ) Escoamento em torno de um automóvel. (d) Escoamento próximo a uma superfície livre. Introdução � Escoamentos imersos incompressíveis com alto número de Reynolds se dividem em duas categorias: Escoamento em torno de corpos rombudos. Escoamento em torno de corpos rombudos. de corpos rombudos. Escoamento em torno de corpos carenados. de corpos rombudos. Forças de Arrasto e Sustentação Ao passar pelo corpo, o fluido provocará nele o aparecimento de uma força resultante (FR). Esta força, supondo o escoamento bidimensional, poderá ser decomposta em duas componentes: Forças de Arrasto e Sustentação � Força de arrasto (FA): força que o escoamento exerce sobre o corpo em sua própria direção. � Força de sustentação (FS): atua na direção normal do escoamento. Forças de Arrasto e Sustentação � Forca de Arrasto (FA) e Forca de Sustentação (FS) são apresentados na forma adimensional pelos coeficientes de arrasto (CA) e sustentação (CS). FC A= FC S= Onde A é a área e V a velocidade. Aerofólios → a área se baseia na corda (linha que conecta a borda posterior com o nariz). AV FC AA 2 2 1 ρ = AV FC SS 2 2 1 ρ = Escoamento em Corpos Imersos Coeficiente de Arrasto � Corpo rombudo: Arrasto é dominado pelo escoamento na região separada, ou seja, trata-se de arrasto de pressão. � Corpo Carenado: a região separada é desprezível; quando o escoamento na camada limite puder ser determinado, o arrasto será devido ao atrito. Escoamento em Corpos Imersos Coeficiente de Arrasto � São apresentadas as curvas do coeficiente de arrasto: Para uma esfera escoando em um tubo e Re < 0,1: Re 64 =AC Escoamento em Corpos Imersos Coeficiente de Arrasto � Os coeficientes de arrasto para cilindros de comprimento finito e cilindros elípticos são apresentados na tabela abaixo. Coeficientes de arrasto para objetos rombudos com repentinas mudanças de geometria. Exemplo 1 Um painel de sinalização quadrado, medindo 3 m x 3 m, é fixado no topo de uma haste de 18 m de altura e um diâmetro de 0,3 m. Calcule o valor aproximado da força de arrasto que a placa e a haste deve resistir para uma velocidade do vento de 30,5 m/s. Qual será o momento (torque) que tais estruturas sofrerão?(torque) que tais estruturas sofrerão? Sustentação e Arrasto em Aerofólios � Aerofólio → corpo carenado projetado para reduzir o gradiente de pressão e assim evitar a separação. Portanto, sem a separação, o arrasto ocorre principalmente devido a tensão de cisalhamento na parede, que resulta das forcas de viscosidade na camada limite. Sustentação e Arrasto em Aerofólios � Camada limite é muito delgada, a sustentação sobre um aerofólio pode ser aproximada pela integração da distribuição de pressão, como fornecida pela solução do escoamento não viscoso. Entretanto, trabalharemos apenas com os resultados empíricos. � Coeficientes de arrasto para aerofólios → usa-se uma área projetada maior, ou seja, a área plana (que é a corda c) multiplicada pelo comprimento L do aerofólio. Assim: cLV FC AA 2 2 1 ρ = cLV FC SS 2 2 1 ρ = Sustentação e Arrasto em Aerofólios � Coeficientes de sustentação e arrasto para um aerofólio típico: Sustentação e Arrasto em Aerofólios � Para aerofólio com projeto especial, CA pode ser tão baixo quanto 0,0035, porém CSmáximo é aproximadamente 1,5. � Na condição de cruzeiro, CS é cerca de 0,3, correspondendo a um ângulo de ataque de aproximadamente 2°, longe da condição de estol (cerca de 16°)estol (cerca de 16°) Sustentação e Arrasto em Aerofólios � Para o cálculo da sustentação em aviões, é utilizado o comprimento efetivo da asa, ou a envergadura, considerada a distancia de ponta a ponta. � Uma velocidade menor resulta em economia de combustível, aindaUma velocidade menor resulta em economia de combustível, ainda que o aeroplano opere por mais tempo, pois o consumo depende da potência necessária e esta é igual a FA . V; portanto, o consumo de combustível depende do cubo da velocidade . Comentário sobre o tamanho finito de um aerofólio � Devido à alta pressão na parte inferior e à baixa pressão na parte superior do aerofólio, surge um vórtice de ponta nas extremidades do aerofólio. Os vórtices distribuídos se juntam em dois grandes vórtices posteriores, os vórtices de fuga. � Os vórtices de fuga podem ser vistos como duas riscas brancas de� Os vórtices de fuga podem ser vistos como duas riscas brancas de vapor d`água atrás de um avião a grande altitude, persistindo por até 15 km. Os vórtices de fuga podem fazer com que aviões de pequeno porte entrem em parafuso Projetos de Asas � Formato da asa → ar que passe por cima apresenta uma maior velocidade. Isso ocorre pois a parte de cima é curva, aumentando-se assim a distancia percorrida pelo ar e consequentemente sua velocidade. � Efeito Venturi → sabe-se que onde a velocidade do ar (fluido) for� Efeito Venturi → sabe-se que onde a velocidade do ar (fluido) for maior (parte de cima da asa), a pressão deve ser menor; onde a velocidade do ar é menor (parte debaixo da asa) a pressão deve ser maior. Projetos de Asas � Diferença de pressão → resulta na forca de sustentação do avião. Quando a forca de sustentação do avião atinge valor maior que o da forca peso ele decola e se mantém no ar. Turbulência � Estol (stall) ou perda de sustentação → é um termo utilizado em aviação e aerodinâmica que indica a separação do fluxo de ar da asa, resultando em perda total de sustentação. Uma aeronave em situação de estol, esta caindo. Indica também a perda de velocidade e, consequentemente, de altitude, de um corpo aerodinâmico (ave oue, consequentemente, de altitude, de um corpo aerodinâmico (ave ou avião), devido a diminuição da forca de sustentação. Terminologias Região Separada→ região onde o escoamento é recirculante Esteira→ região com deficiência de velocidade que se expande devido a difusão. Carenamento → corresponde a dar um formato afunilado ao corpo, isto é, atribuir-lhe uma característica fluido dinâmica por alguma alteração do perfil. Quando um corpo e carenado, sua área superficial aumenta, eliminando a maior parte do arrastode pressão, mas aumentando o arrasto de atrito na superfície. Camada limite → é uma camada fina anexa ao contorno, no qual os efeitos da viscosidadeCamada limite → é uma camada fina anexa ao contorno, no qual os efeitos da viscosidade estão concentrados. Corda→ uma linha conectando a borda posterior com o nariz. Separação→ para corpos rombudo de Reynolds alto, e inevitável. Exemplo 2 Nas condições de estado de vôo constante (condições de cruzeiro) a sustentação (Fs) deve ser igual ao peso da aeronave (W). Velocidade mínima de vôo ? Exemplo 3 Um avião leve pesa 10000 N, sua envergadura mede 12 m,sua corda mede 1,8 m e é prevista uma carga de 2000 N.Calcule : (a) a velocidade de decolagem, para um angulo de ataque de 8 ⁰ . (b) a velocidade de estol do aerofólio convencional. (c) a potencia requerida pelo aerofólio durante o percurso de cruzeiro (c) a potencia requerida pelo aerofólio durante o percurso de cruzeiro a 50 m/s.