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Farmacologia do sistema digestório - Resumo do Goodman

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o vRESUMO PERGUNTADOS: 
 Aspectos gerais da fisiologia do TGI: 
 Defesas gástricas: 
Esfíncter esofágico inferior, bicarbonato, mucina, prostaglandinas (PGE2 e PGI2 aumentam a secreção 
de muco e inibem diretamente a secreção ácida pela cél. parietal), NO, fatores de crescimento. 
 
 Questão da aula: Qual relação entre vitamina B12, secreção ácida, proteína R e fator intrínseco? O 
mecanismo fisiológico normal de absorção da cobalamina (vitamina B12) é ativo, e ocorre através do 
íleo, sendo mediado pelo fator intrínseco (FI) gástrico. A cobalamina é liberada a partir de complexos 
protéicos por enzimas existentes no estômago, duodeno e jejuno, combinando-se rapidamente com 
uma glipoproteína salivar pertencente à família das proteínas que se ligam à cobalamina, conhecidas 
como haptocorrinas (HC). No intestino, a HC é digerida pela tripsina pancreática, e a cobalamina é 
transferida para o FI. O FI é produzido nas células parietais do fundo e corpo gástricos, sendo sua 
secreção paralela à do HCl. O FI-cobalamina passa para o íleo, onde o FI liga-se a um receptor específico 
na membrana da microvilosidade dos enterócitos, após essa interação, o receptor ligado ao complexo é 
internalizado pela célula ileal onde o FI é destruído. Desse modo, a acloridria e secreção diminuída de 
fator intrínseco pelas células parietais acarretam a deficiência de vitamina B12. 
 Questão da aula: Qual o papel das células D na secreção ácida? A acidificação do pH luminal, para 
valores < 3, estimula a secreção de somatostatina, um hormônio produzido pelas células D, no duodeno, 
que inibem a liberação de gastrina, por meio de uma alça de alça de retroalimentação negativa, 
diminuindo indiretamente a secreção gástrica ácida. 
 Farmacoterapia da acidez gástrica: 
I- Inibidores da bomba de prótons (Inibidores da bomba H+,K+-ATPase gástrica): 
 Questão do livro: Qual o mecanismo de ação desses fármacos? Inibição da produção diária ácido 
(basal ou estimulada) 
 Questão do livro: Quais são alguns exemplos de inibidores de bomba usados na doença do refluxo 
gastroesofágico? Omeprazol + S-isômero, esomeprazol, lansoprazol + R-isômero, dexlansoprazol, 
rabeprazol e pantoprazol 
 Questão do livro: Como se dá o processo de ativação desses fármacos que possibilita seu 
mecanismo de ação? Os inibidores de bomba são pró-fármacos, isto é, exigem ativação em ambiente 
ácido. Inicialmente esses fármacos sofrem absorção na circulação sistêmica, em seguida difundem-se 
para as cél. parietais pela membrana basolateral até se acumularem nos canalículos secretores de 
ácidos. Na etapa seguinte, ocorre a ativação de sulfenamida tetracíclica catalisada por H+, e essa forma 
química fica retida no canalículo, impedindo sua difusão pela membrana canalicular, possibilitando sua 
ligação a grupos sufidrila de cisteínas na bomba, na membrana apical, ocasionando a inativação 
irreversível dessa enzima. 
 Questão da aula: Porque os inibidores de bomba são muito eficientes na secreção ácida? Os 
inibidores de bomba são eficazes na supressão ácida porque independem de outros fatores 
estimuladores, bloqueando a etapa final da produção de ácido. E apesar da ½ vida muito curtas dos 
compostos, eles são muito eficazes, pois a secreção ácida só retorna quando a síntese de novas 
moléculas da bomba e sua inserção na membrana luminal. 
 Questão do livro: Porque os inibidores de bomba não são degradados pelo ácido no lúmen gástrico 
e que estratégias são adotadas para melhorar sua biodisponibilidade oral? Os fármacos apresentam 
formulações em revestimento entérico em cápsulas de gelatina (omeprazol, esomeprazol, lensoprazol), 
grânulos de revestimento entérico na forma de pó de suspensão (lansoprazol), comprimidos de 
revestimento entérico (pantoprazol, rabeprazol e omeprazol), e omeprazol em pó combinado com 
bicarbonato de sódio embalado em cápsulas e formulado em suspensão oral. Além disso, os 
comprimidos de liberação tardia e de revestimento entérico só se dissolvel em pH alcalino, e a mistura 
de omeprazol com bicarbonato neutraliza o ácido. Nos pacientes para os quais a via oral não está 
disponível, administra-se esomeprazol, pantoprazol e lansoprazol via parenteral. 
 Questão da aula: Porque administra-se o omeprazol 30 minutos antes das refeições? Como esses 
fármacos são ativados pelo pH dos canalículos, e o alimento estimulam a produção ácida, a 
administração concomitante com alimento pode reduzir a taxa de absorção dos inibidores de bomba. 
 Questão do livro: Porque alguns grupos étnicos tem mais predisposição a toxicidade e melhor 
resposta a esses fármacos em detrimento de outros tipos étnicos? Os asiáticos tem mais tendência a 
apresentar o genótipo CYP2C19, contribuindo para metabolismo lento, e sugerindo melhor eficácia e 
toxicidade desses fármacos nesse grupo. 
 
 
 Questão do livro: Porque necessita-se de 2-5 dias de tratamento com esses fármacos com dose 
única para inibição de 70% das bombas? Supressão máxima requer várias doses do fármaco pois as 
bombas e as cél parietais não estão todas ativas simultaneamente, necessitando-se de 2-5 dias de 
tratamento com dose única para inibição de 70% das bombas. Além disso, a inibição é suprimida por 24-
48h ou mais até que ocorra nova síntese. 
 Questão do livro: Porque recomenda-se a diminuição da dose desses fármacos em pacientes com 
hepatopatia grave? A doença hepática reduz consideravelmente depuração do omeprazol e lansoprazol 
 Questão do livro: Quais os efeitos adversos mais comuns decorrentes do uso desses fármacos? 
Náuseas, dor abdominal, constipação, flatulência e diarreia. 
 Questão do livro: Qual a interação medicamentosa observada entre os inibidores de bomba e a 
varfarina (esomeprazol, omeprazol, rebeprazol, lansoprazol), diazepam (esomeprazol e omeprazol) e 
ciclosporina (omeprazol e rabeprazol)? Os inibidores de bomba por serem biotransformados pelas CYP 
hepáticas, podem interferir na eliminação de outros fármacos depurados pela mesma via. 
 Questão do livro: Qual a interação medicamentosa observada entre o omeprazol e o dissulfiram, 
fenitoína, clopidogrel, imipramina, tacrina e teofilina? O omeprazol inibe a CY2C19, diminuindo a 
depuração dos dois primeiros; o omeprazol interage com o clopidogrel* inibindo sua conversão a sua 
forma anticoagulante ativa, também ao nível da CYP2C19; o omeprazol induz a CYP1A2, aumentando a 
depuração dos três últimos. 
*Essa interação não ocorre com pantoprazol, de maneira que o uso concomitante de clopidogrel com 
iBP reduz significativamente o sangramento no TGI sem aumentar efeitos adversos cardíacos. 
OBS.: A perda de acidez gástrica também compromete a biodisponibilidade do cetoconazol, esteres de 
ampicilina e sais de ferro. 
 Questão do livro: Quais algumas complicações decorrentes do uso crônico desses fármacos? O 
tratamento crônico com omeprazol diminui a absorção de vitamina B12. O uso crônico também foi 
associado a aumento de risco de fraturas ósseas e com a maior suscetibilidade a certas infecções 
(pneumonia nosocomial, infecção por Clostridium defficile adquirido na comunidade). A 
hipergastrinemia é frequente e grave, sendo observada níveis acima de > 500 ng/L em 10% dos usuários 
de omeprazol, podendo predispor à hipersecreção rebote de ácido gástrico com a interrupção do 
tratamento e também promover o crescimento de tumores gastrintestinais. 
 Questão do livro: Em que situações deve-se indicar o uso desses fármacos? DRGE; esofagite erosiva 
que é complicada ou refratária a tratamento com antagonista H2; úlceras pépticas gástricas e duodenais 
(promove a cicatrização); Azia (omeprazol de venda livre); Distúrbios secretores patológicos como a 
síndrome de Zollinger-Ellison; Prevenção da recidiva de úlceras gástricas associadas ao uso de AINES em 
pacientes com uso contínuo (lansoprazol e esomeprazol); Reduzir risco de recidiva de úlcera péptica 
duodenal associada a infecções por H.Pylori. Questão do livro: Qual a indicação terapêutica desses fármacos em crianças? São efetivos no 
tratamento da DGRE e da esofagite erosiva, apesar de necessitar de doses mais elevadas em 
comparação com indivíduos mais velhos, tendo em vista a capacidade metabólica aumentada nos mais 
jovens. 
II- Antagonistas H2: 
 Questão do livro: Qual o mecanismo de ação desses fármacos? Inibem a síntese de ácido, 
competindo irreversivelmente com a histamina pela ligação ao receptor H2 na membrana basolateral. A 
ranitidina e nizatidina também aumentam motilidade TGI. 
 Questão do livro: Qual sãos os exemplos de fármacos? Cimetidina, ranitidina, famotidina e 
nizatidina. Apesar da menor potencia em comparação com os inibidores de bomba, conseguem reduzir 
a secreção em ~70%, até 24h. 
 Questão do livro: Qual a explicação para a eficácia desses fármacos na supressão da secreção ácida 
noturna? Esses antagonistas inibem predominantemente a secreção de ácido basal, e como o 
determinante mais importante na cicatrização de úlceras duodenais consiste no nível de acidez noturna, 
a administração desses fármacos a noite é adequada na maioria dos casos. 
 Questão do livro: Quais as apresentações farmacológicas dessas drogas? Administração oral, e 
também há aquelas para uso intravenoso e intramuscular (cimetidina, ranitidina e famotidina), que 
podem ser empregados quando as vias oral ou nasogástrica não podem ser empregadas, daí adotar 
aplicações intermitentes ou por infusão intravenosa contínua, que proporciona melhor controle do pH 
gástrico, apesar de não ser comprovadamente mais eficaz na prevenção de sangramentos em paciente 
críticos. 
 
 
 Questão do livro: Que fatores interferem na farmacocinética desses fármacos? O uso concomitante 
com alimento aumenta sua absorção, ao passo que emprego com antiácido, diminui esse processo. 
Apenas uma pequena porcentagem desses fármacos liga-se à proteínas plasmáticas, e pequenas 
quantidades sofrem biotransformação hepática. 
 Questão do livro: Por que é importante reduzir os níveis desses fármacos em pacientes com 
depuração de creatinina diminuída? Os rins excretam esses fármacos e seus metabólitos (filtração e 
secreção), além disso, nem a hemodiálise e nem a diálise removem quantidades significativas desses 
fármacos. 
 Questão do livro: Quais os principais efeitos adversos do uso desses fármacos? Em comparação 
com os inibidores de bomba, os antagonistas no geral são bem tolerados, apresentando efeitos 
adversos mínimos como cefaleia, sonolência, fadiga, dor muscular, e constipação. Há relatos de 
associação com discrasias hematológicas (trombocitopenia). 
 Questão do livro: Quais os efeitos do uso de altas doses de cimetidina por tempo prolongado? A 
cimetidina diminui ligação de testosterona nos seus receptores e também inibem a CYP que metaboliza 
estradiol, podendo levar a efeitos como a galactorreia, na mulher, e ginecomastia, redução de contagem 
de espermatozoides e impotência, em homens. 
 Questão do livro: Por que ter cautela ao administrar esses medicamentos em grávidas? Esses 
fármacos atravessam a barreira placentária sendo também excretados pelo leite materno, apesar de 
não existirem registros de teratogenicidade associados. 
 Questão do livro: Quanto a interação medicamentosa com fármacos metabolizados pelas CYP, 
como é a ordem de segurança para o uso desses fármacos? A cimetidina inibe as CYP podendo 
aumentar os níveis dos fármacos substratos dessas enzimas, a ranitidina, interage com menos afinidade 
com as CYP hepáticas, tendo interferência mínima no metabolismo hepático de outros fármacos. A 
famotidina e a nizatidina não demonstram nenhuma interação pela inibição das CYP hepáticas. 
 Questão do livro: Em que situações clínicas devem-se empregar esses fármacos? Cicatrização de 
ulcera péptica duodenal e gástrica, tratamento de DRGE não complicada, e evitar ulceras de estresse. 
 Questão do livro: Qual a implicação da administração contínua desses medicamentos no que diz 
respeito à tolerância farmacológica ao seu uso? A tolerância ao uso dos antagonistas de H2 pode 
desenvolver-se após 3 dias do tratamento e pode ser resistente ao aumento da dose da medicação, 
levando a redução do efeito terapêutico. Isso pode resultar da hipergastrinemia secundária para 
estimular a secreção de histamina das células ECL. Em comparação com os inibidores de bomba, que 
apesar de terem elevação mais acentuada da gastrina endógena, não causam esse fenômeno, pois o 
local de ação é distal à ação da histamina sobre a liberação ácida. No entanto, efeitos rebote podem ser 
observados quando ambas as classes são interrompidas, direcionando uma estratégia de redução 
gradual do medicamento ou substituição por outros fármacos (antiácidos) nos pacientes de risco. 
III- Análogos de Prostaglandinas: Misoprostrol (análogo de PGE1) 
 Questão do livro: Como é a ação fisiológica dos prostanóides PGE2 e PGI2 nas células parietais? 
Essas prostaglandinas se ligam aos receptores EP3 estimulando a via Gi, diminuindo o AMPc intracelular 
e consequentemente a secreção ácida. Além disso, a PGE2 também evita lesão gástrica por meio de 
efeitos citoprotetores, ao estimular a secreção de mucina e bicarbonato e o aumento do fluxo 
sanguíneo da mucosa. 
 Questão do livro: Qual a relação entre o emprego de misoprostol e a correção dos efeitos do uso 
de AINES? Os AINEs inibem a síntese de prostaglandinas por meio da inibição da COX, de maneira que 
os análogos da prostaglandina, como o misoprostol, são utilizados para reduzir a lesão da mucosa 
induzida por aqueles fármacos. 
 Questão do livro: Quais as características farmacocinéticas do fármaco? É um prófarmaco, cujo 
metabólito ácido ativo é formado a partir da desesterificação rápida e extensa, que ocorre em parte nas 
células parietais. Os alimentos e os antiácidos reduzem a taxa de absorção do fármaco, resultando em 
atraso e diminuição das concentração plasmáticas máximas do metabólito ativo. O ácido livre é 
eliminado pela urina. A diminuição da secreção ácida induzida pelo misoprostol é dose dependente, 
sendo que o esquema posológico habitual de 100-200ug, via oral, inibe a secreção ácida basal em até 
85-95%, ou mesmo a secreção ácida em resposta ao alimento de 75 a 85%. 
 Questão do livro: Quais os principais efeitos adversos do seu uso? Cerca de 30% dos pacientes 
tratados com esse fármaco apresentam diarreia, com ou sem dor e cólicas. A diarreia está relacionada 
com a dose, iniciando nas 2 primeiras semanas após a introdução do fármaco, desaparecendo 
espontaneamente em 1 semana, sendo que os casos mais graves exigem suspensão do fármaco. 
 
 
 Questão do livro: Em que situações não se deve administrar-lo? O emprego desse fármaco deve ser 
evitado na doença inflamatória intestinal, e está contra-indicado durante a gravidez, pois aumenta a 
contratilidade uterina. 
 Questão do livro: Quais os usos terapêuticos do fármaco? Prevenção de lesões da mucosa induzidas 
por AINEs, e também é usado na profilaxia da úlcera. 
IV- Sucralfato (octassulfato de sacarose + Al(OH)3) 
 Questão do livro: Qual o mecanismo de ação do fármaco? Por ser um polissacarídeo sulfatado, esse 
fármaco, na presença de meio ácido, sofre extensa ligação cruzada, produzindo um polímero viscoso e 
pegajoso, que adere às células epiteliais e às crateras das úlceras durante até 6h, inibindo a hidrólise de 
proteínas da mucosa pela pepsina. Além disso, o sucralfato tem outros efeitos citoprotetores, como: 
estimulação da produção local de prostaglandinas e fator de crescimento epidérmico. 
 Questão do livro: Apesar da diminuição do uso de sucralfato no tratamento da doença ácido-
péptica, em que situação e por qual motivo o emprego de sucralfato teria vantagem sobre os 
inibidores da bomba de prótons (iBPs) e os antagonistas de receptores H2 (ARH2s)? O emprego dos 
iBPs e dos ARH2s promove o aumento do pH gástrico, uma condiçãoque pode constituir fator no 
desenvolvimento da pneumonia hospitalar em pacientes criticamente doentes, de maneira que o 
sucralfato seria vantajoso nessa situação pois não altera o pH da secreção. Além disso, este fármaco tem 
sido utilizado em afecções associadas à inflamação e ulceração da mucosa, que podem ser irresponsivos 
à diminuição da secreção ácida, como por exemplo, a mucosite oral e gastropatia por refluxo de bile. 
 Questão do livro: Quais as particularidades do uso desse fármaco? Por ser um medicamento 
ativado por ácido, deve ser tomado com estômago vazio, 1h antes das refeições. Além disso, deve-se 
evitar o uso de antiácidos em até 30 min após a administração de sucralfato 
 Questão da aula: Quais os efeitos adversos e as interações medicamentosas mais frequentes 
decorrente do seu uso? O efeito mais comum é a constipação. O uso de sucralfato deve ser evitado em 
pacientes com insuficiência renal, sob risco de sobrecarga de alumínio, pois pode haver uma pequena 
absorção desse metal, de maneira que o uso de antiácidos que contém alumínio devem ser evitados em 
combinação naqueles tipos de pacientes. Devido a formação de camada mucosa viscosa no estômago, o 
sucralfato pode inibir a absorção de outros fármacos, incluindo fenitoína, digoxina, cimetidina, 
cetoconazol, e fluoroquinolonas, de maneira que é recomendado o uso de sucralfato pelo menos 2h 
após a administração de outros fármacos. 
V- Antiácidos: 
 Questão do livro: Os antiácidos continuam sendo utilizados pelos pacientes por uma variedade de 
indicações, apesar dessa desses fármacos estarem sendo substituídos por medicamentos mais 
eficazes e convenientes. Desse modo estabeleça um paralelo entre os fatores que determinam a 
eficiência e escolha do antiácido e os efeitos adversos que sua administração pode acarretar? O 
CaCO3 proporciona neutralização rápida e eficaz do H+ gástrico, dependendo do tamanho da partícula e 
da estrutura do cristal, porém o cálcio pode induzir a secreção ácida rebote, levando a necessidade de 
administração frequente. Por outro lado, o NaHCO3, por sua elevada hidrossolubilidade proporciona 
maior absorção pelo estômago, apesar de que as cargas álcali e de sódio representarem risco para 
pacientes com IC ou IR. No entanto, a liberação do CO2 a partir de ambos os tipos de antiácidos pode 
causar eructação (arroto), náuseas, distensão abdominal e flatulência. O magaldrato (complexo 
aluminato hidroximagnésico) tem vantagem no uso, por ser convertido no estômago, pela ação do ácido 
gástrico, em MgOH2 e AlOH3, que são produtos pouco absorvidos, exercendo assim efeito antiácido 
sustentado, o que possibilita uma capacidade de neutralização equilibrada e mantida, por serem de 
ação rápida e lenta, respectivamente, de maneira que o Mg2+ exerce ação oposta aos efeitos adversos 
do Al3+, como relaxamento do músculo gástrico, produzindo esvaziamento gástrico tardio e 
constipação. No entanto, nem sempre esse equilíbrio dessa administração com combinação fixa é 
obtido na prática. 
 Questão do livro: Quais as principais indicações de uso dos antiácidos? Na prática, são utilizados 
para o alívio de sintomas. Para o tratamento de úlceras não complicadas, faz-se a administração VO, 1 e 
3 h após as refeições e ao deitar, o que fornece aproximadamente 120 mEq de uma combinação de Mg-
Al por dose. Em casos de sintomas mais graves ou refluxo não controlado, pode-se administra-los a cada 
30-60 minutos. 
 Questão do livro: Qual a apresentação farmacológica mais adequada para seu uso? Em geral, 
devem ser administrados na forma de suspensão, que tem maior capacidade de neutralização do que as 
formas em pó ou comprimidos, sendo que estes últimos devem ser totalmente mastigados para 
obtenção de efeito máximo. 
 
 
 Questão do livro: Em que condições os antiácidos podem representar um agravo à saúde do 
paciente tendo em vista a variação do seu grau de absorção? Os antiácidos com Al3+, Mg2+ e Ca2+ são 
menos absorvidos, que aqueles que contem NaHCO3, no entanto, o acúmulo modesto de Al3+ em 
pacientes com insuficiência renal pode contribuir para encefalopatia, osteoporose e miopatia proximal. 
Além disso, cerca de 15% do Ca2+ administrado VO são absorvidos, levando a hipercalcemia transitória, 
que pode representar um problema em pacientes com uremia. 
 Questão do livro: Por que o uso de antiácidos interfere na administração de outros fármacos? Além 
de alterarem o pH gástrico, a maioria dos antiácidos aumenta o pH urinário em uma unidade, de 
maneira que isso altera as taxas de dissolução e absorção, disponibilidade e eliminação renal de 
fármacos como os hormônios tireoidianos, alopurinol e imidazois. Os antiácidos com Al3+ e Mg2+ 
também são responsáveis por quelar outros fármacos no TGI, formando complexos insolúveis que não 
sofrem absorção. A maioria das interações podem ser evitadas, caso se administre os antiácidos 2h 
antes ou depois da ingestão de outros fármacos, como aqueles destinados a absorção sistêmica. 
OUTROS 
FÁRMACOS 
MECANISMO DE AÇÃO E USOS TERAPEUTICOS 
Pirenzepina e 
telenzepina 
Antagonistas muscarinicos dos receptores M1 dos gânglios intramurais  redução da 
secreção basal de ácido (tratamento de ulcera péptica) 
OBS.: Muitos efeitos adversos (discrasias sanguíneas) 
Rebamipida 
Aumenta a produção de PGI2 e PGE2 na mucosa + remoção de ROS (tratamento de 
ulcera péptica na Ásia) 
Ecabete Aumenta a produção de PGE2 e PGI2 (tratamento da úlcera péptica no Japão) 
Carbenoxolona 
Altera a composição e quantidade de mucina (tratamento da ulcera péptica na 
Europa) 
OBS: Produz hipopotassemia e hipertensão devido ativação excessiva dos receptores 
de mineralocorticoides. 
Compostos de 
bismuto 
Promovem produção de mucina e de bicarbonato + efeito antibacteriano (uso em 
pacientes com ulcera péptica, além de prescritos com antibióticos para erradicar H. 
pylori, e prevenir recidivas de ulceras) 
 
 Distúrbios ácido-pépticos específicos e estratégias terapêuticas: 
I- DRGE (Doença do refluxo gastroesofágico): 
 
 Questão do livro: Por que o uso dos inibidores de bomba se sobrepõe ao emprego dos 
antagonistas dos receptores de H2 no tratamento da DRGE? Os inibidores de bomba além de 
promoverem a resolução completa dos sintomas, apresentam uma maior porcentagem de cura da 
esofagite, pois promovem maior taxa de elevação do pH gástrico acima de 4, do que os antagonistas H2, 
alcançando-se assim maior eficácia na obtenção das duas metas. Além disso, as estenoses respondem 
de maneira mais satisfatória ao uso de inibidores de bomba. No entanto, a metaplasia de barret parece 
ser uma das complicações refratárias ao tratamento não apenas com os inibidores de bomba, mas 
também com a cirurgia antirrefluxo, que não regridem a complicação e nem diminuem a incidência de 
tumores. 
 Questão do livro: Como se dá a abordagem terapêutica para DRGE? A DRGE é um distúrbio crônico 
e necessita de tratamento de longa duração. Além disso, os esquemas de dose são baseados de acordo 
com o nível de gravidade da doença do paciente, sendo que a dose ideal é determinada com base no 
controle sintomático. Alguns pacientes com sintomas leves podem ser tratados com doses noturnas de 
antagonistas H2, mas é habitual a administração do fármaco 2 vezes/dia. O uso de antiácidos é 
recomendado apenas para os pacientes com episódios leves e infrequentes de pirose. Desse modo, em 
pacientes no estágio I, caracterizados por pirose esporádica não complicada, frequente na presença de 
fator precipitante, no qual esse sintoma não constitui a queixa principal, e apresentem esses quadros 
menos de 2-3 vezes por semana, sem sintomas adicionais recomenda-se MEV (dieta, mudanças de 
posição, diminuição da massa corporal), além de antiácidos e/ou antagonistas H2. Para pacientes em 
estágio II, com sintomas frequentes, com ou sem esofagite, com mais de 2-3 episódios por semana, otratamento clínico é o emprego de inibidores da bomba. E para os pacientes em estágio III, com 
sintomas inexoráveis e crônicos, para os quais sem terapia há recidiva imediata, e complicações 
(PIROSE E REGURGITAÇÃO 
GASTROESOFÁGICA) DRGE 
ESOFAGITE EROSIVA GRAVE + 
ESTENOSE + METAPLASIA DE 
BARRET 
RISCO DE 
ADENOCARCINOMA 
 
 
esofágicas (estenose, metaplasia de Barrett), recomenda-se inibidor de bomba 1 ou 2 vezes/dia. Alguns 
especialistas recomendam a abordagem de “redução gradual”, na qual procura-se manter a remissão 
dos sintomas diminuindo a dose do inibidor de bomba ou substituindo-o por antagonista H2. Outros 
recomendam tratamento intermitente “de demanda” com inibidores de bomba para alivio dos sintomas 
em pacientes responsivos inicialmente, mas que persistem com os sintomas. 
 Questão do livro: Qual a implicação do fenômeno da secreção noturna de ácido na abordagem 
terapêutica da DRGE? Em pacientes com sintomas graves ou manifestações extraintestinais de DRGE, a 
administração de inibidor de bomba 2 vezes/dia, apesar de levar a acloridria, apesar de que 66% ou 
mais dos indivíduos continuam produzindo ácido, principalmente a noite, o que acaba sendo o 
responsável pelos sintomas refratários. Desse modo, para esses pacientes com sintomas persistentes, 
apesar do uso de inibidor 2 vezes/dia, adiciona-se um antagonista de H2 a noite, e embora essa 
estratégia, possa suprimir ainda mais a secreção ácida, esse efeito é de curta duração, em virtude do 
desenvolvimento de tolerância. 
 Questão do livro: Como é o tratamento das manifestações extraintestinais da DRGE? Para 
pacientes cujo refluxo ácido foi implicado em sintomas como dor torácica não cardíaca, asma, laringite, 
tosse crônica, administra-se os inibidores de bomba em doses mais elevadas e por períodos mais longos. 
 Questão do livro: Como é o esquema terapêutico para a DRGE na gravidez? Na gravidez, 30-50% 
das mulheres tem DRGE, o que pode contribuir para as náuseas desse período. Em geral, a maioria das 
drogas para tratamento contra DRGE está na categoria B do FDA (exceto, omeprazol – categoria C). Os 
fármacos de primeira escolha são sucralfato ou antiácidos, para os casos leves de DRGE em grávidas. Na 
persistência dos sintomas, podem ser utilizados antagonistas H2 (ranitidina). Os inibidores de bomba 
(lansoprazol) são empregados em gestantes com sintomas refratários ou com DRGE complicada. 
II- Doença ulcerosa péptica: 
 Questão do livro: Qual a relação entre a infecção por H. pylori e o mecanismo de inibição da 
secreção ácida exercido pela somatostatina? Os pacientes infectados por H. pylori apresentam 
diminuição das células D, levando ao comprometimento da produção de SST, e com o decorrer do 
tempo, à consequente redução do efeito inibitório desse hormônio, resultando em excessiva secreção 
ácida e redução da produção duodenal de bicarbonato. 
 Questão do livro: Qual a influencia de fármacos exógenos, como os AINES (a exemplo do AAS) para 
a predisposição ao desenvolvimento da úlcera ácido-péptica? Estes fármacos inibem, de maneira 
inespecífica, as enzimas COX-1 e COX-2, que é responsável pela conversão de ácido araquidônico em 
prostaglandinas (PGE2 e PGI2), as quais representam fatores de proteção da mucosa gástrica contra o 
efeito direto da secreção ácida e de outros agentes indutores diretos de lesão da mucosa, como o 
etanol, por exemplo. 
 Questão do livro: Quais são as recomendações terapêuticas para a doença ulcerosa péptica? Os 
inibidores de bomba (lansoprazol, omeprazol e rabeprazol) aliviam os sintomas das úlceras pépticas 
duodenais, além de promoverem cicatrização mais rápida, mas também são utilizados para ulceras 
gástricas, e são empregados apenas para tratamento de úlcera ativa, sendo que os dois primeiros 
reduzem risco dos AINE’s. Os antagonistas H2 (cimetidina, famotidina e nizatidina/ranitidina) também 
são fármacos eficazes para tratamento de úlcera ativa, e podem ser empregados para tratamento de 
manutenção, no entanto, administram-se a metade das doses da abordagem terapêutica inicial. Os 
análogos de prostaglandinas também podem fazer parte do esquema, apenas para o tratamento de 
úlceras ativas, além da prevenção de lesão associada ao uso de AINE’s, sendo que, de todos os 
fármacos, apenas o misoprostol reduz diretamente o risco de complicações da úlcera, como por 
exemplo, perfuração, hemorragia ou obstrução. 
 Questão do livro: Qual é o tratamento preferencial para pacientes com úlceras hemorrágicas 
agudas? Pantoprazol ou lansoprazol via intravenosa, sendo que o benefício da supressão máxima da 
secreção ácida nesse contexto consiste em apressar a cicatrização da úlcera subjacente, além do que um 
pH gástrico elevado, aumenta a formação de coágulo e retarda a dissolução. 
 Questão do livro: Em que situações indicam-se a erradicação da infecção por H.pylori? A 
erradicação da bactéria é uma estratégia padrão em pacientes com úlceras gástrica e duodenal, de 
maneira que, pretende-se eliminar quase por completo o risco de recidiva da lesão, caso os pacientes 
não estejam fazendo uso de AINE’s. Além disso, adota-se essa estratégia no tratamento dos linfomas 
gástricos de MALT, que podem regredir significativamente após esse tratamento. 
 Questão do livro: Quais os parâmetros a serem considerados para o estabelecimento do 
tratamento da infecção por H. pylori? O esquema ideal deve alcançar pelo menos 80% de taxa de cura. 
Além disso, deve-se considerar que antibioticoterapia única é ineficaz na erradicação da bactéria e 
 
 
promove resistência bacteriana; a administração de inibidor de bomba ou de antagonistas H2 aumenta 
eficácia dos esquemas antibióticos com claritromicina ou amoxicilina; um esquema de tratamento que 
dura 10 a 14 dias parece ser melhor que os esquemas curtos; a baixa adesão do paciente pode estar 
associada à incidência de efeitos adversos em até 50% dos esquemas tríplices, ou inconveniência do uso 
de 3 ou 4 fármacos várias vezes ao dia; e por ultimo, a resistência associada à claritromicina (mutações 
que impedem a ligação do antibiótico aos ribossomos da bactéria) e ao metronidazol (várias adaptações 
da bactéria) aponta que deve-se utilizar amoxicilina no lugar dessa última, de maneira que em áreas 
com alta frequência de resistência aos dois antibióticos, um esquema quádruplo é eficaz. 
 Questão do livro: Quais os esquemas terapêuticos empregados para a eliminação da H.pylori? Há 
os seguintes esquemas: tratamento tríplice por 14 dias com inibidor de bomba (omeprazol, lanzoprazol, 
rabeprazol, pantoprazol ou esomeprazol) + claritromicina + metronidazol ou amoxicilina 2 vezes/dia, 
sendo que a amoxicilina ou metronidazol podem ser substituídos por tetraciclina; tratamento quádruplo 
por 14 dias, de acordo um esquema A – inibidor de bomba (omeprazol, lanzoprazol, rabeprazol, 
pantoprazol ou esomeprazol), 2 vezes/ dia + metronidazol 3 vezes/dia + subsalicilato de bismuto e 
tetraciclina 4 vezes/dia –, ou de acordo com esquema B – antagonista do receptor H2 (cimetidina, 
famotidina, nizatidina ou ranitidina) 2 vezes/dia e subsalicilato de bismuto + metronidazol + tetraciclina 
4 vezes/dia –. 
 Questão do livro: Como proceder em casos de úlceras relacionadas com AINE’s? Se possível o uso 
de AINEs deve ser suspenso em pacientes com úlceras, caso haja necessidade de uso contínuo, deve-se 
substituir por um inibidor COX-2 seletivo, embora não elimine as chances de formação de ulcera e 
associação com efeitos cardiovasculares. Nesses casos de necessidade de uso contínuo de AINEs, a 
cicatrização de úlceras é possível com a administração de supressores da secreção ácida (inibidores de 
bomba com 80 – 90% de taxa de cicatrização de úlceras ativas) em doses mais elevada se por período 
mais longo do que esquemas padrões. Os inibidores de bomba também são empregados na prevenção 
de recidivas das úlceras gástricas e duodenais em caso deadministração contínua de AINEs. 
 Questão do livro: Quais as condutas farmacoterapêuticas para pacientes com úlceras de estresse? 
Esse tipo de úlcera surge em contexto de doença profunda ou de traumatismo, cuja etiologia difere 
daquela de outras úlceras, envolvendo presença de ácido e isquemia da mucosa. Administram-se nesses 
casos, os antagonistas H2, via intravenosa, a fim de reduzir a incidência de hemorragia GI. Em um 
contexto de maior risco de pneumonia secundária à colonização gástrica por bactérias em meio alcalino, 
o sucralfato proporciona uma profilaxia razoável contra o sangramento, sem aumentar o risco de 
pneumonia por aspiração. 
 Questão da aula: O que é a síndrome de Zollinger-Ellison (SZE)? Esta síndrome é caracterizada pela 
presença de gastrinomas pancreáticos ou duodenais que estimulam a secreção de grandes quantidades 
de ácido, algumas vezes no contexto da neoplasia endócrina múltipla tipo I. A gastrina estimula a 
secreção ácida por meio e receptores nas células parietais, e induzindo a liberação de histamina por 
parte das células ECS além disso exerce fator trófico sobre as células epiteliais. A hipergastrinemia de 
longa duração resulta em secreção extremamente aumentada de ácidos gástrico, por meio da 
estimulação das células parietais, quanto de uma maior quantidade de massa de células. O maior débito 
de ácido gástrico resulta em diátese ulcerosa péptica, esofagite erosiva e diarreia. Nesses pacientes, 
essa hipersecreção ácida pode levar a uma ulceração gastroduodenal grave e outras consequências de 
hipercloridria não controlada. Os inibidores de bomba constituem os fármacos de escolha para o 
tratamento dessa síndrome, sendo administrados em doses duas vezes mais elevadas que as utilizadas 
nas úlceras pépticas. 
 Tratamento dos distúrbios da motilidade intestinal e do fluxo de H2O; 
antieméticos; fármacos usados nas doenças biliares e pancreáticas: 
 Aspectos gerais da geração e regulação da atividade do TGI: 
- O neurotransmissor primário dos neurônios motores excitatórios é a acetilcolina (ACh), embora as 
taquicininas liberadas concomitantemente tenham sua função. O neurotransmissor principal dos 
neurônios motores inibitórios parece ser o óxido nítrico (NO). 
- Células enterocromafins liberam 5-HT (serotonina) para iniciar reflexos intestinais (peristalse) atuando 
localmente nos neurônios entéricos por meio dos receptores 5-HT1p e 5-HT4. A liberação excessiva 
provoca vômitos por ação do 5-HT em terminações vagais no intestino delgado proximal. 
 Distúrbios da função da motilidade intestinal: 
 Questão do livro: Quais são alguns distúrbios típicos da motilidade? Os distúrbios típicos incluem 
acalasia do esôfago (redução do relaxamento do esfíncter esofágico inferior associado a anormalidade 
da peristalse do esôfago, resultando em disfagia e regurgitação), gastroparesia (demora do 
 
 
esvaziamento gástrico), formas miopática e neuropática da dismotilidade intestinal, e síndrome do 
cólon irritável e dor torácica não cardíaca. Para a maioria desses distúrbios o tratamento é sintomático e 
empírico. 
 Agentes procinéticos e outros estimuladores da contratilidade GI: 
 Questão do livro: Porque os agentes procinéticos tem vantagem sobre a administração de 
fármacos colinérgicos mais antigos ou inibidores da acetilcolinesterase na abordagem para o 
tratamento dos distúrbios da motilidade? Os agonistas muscarínicos ou inibidores da fosfodiesterase 
apesar de estimularem a ação da acetilcolina, liberada pelos neurônios motores primários do plexo 
mioentérico, representando o mediador imediato principal da contratilidade muscular, acabam 
acentuando as contrações de forma descoordenada, produzindo pouca ou nenhuma atividade 
propulsora efetiva. Por outro lado, os fármacos prócinéticos estimulam a motilidade coordenada e 
favorecem o transito do bolo alimentar, atuando antes da ACh, nos locais receptores do próprio 
neurônio motor, ou ainda mais indiretamente nos neurônios ou células não neuronais situados uma ou 
duas posições distantes dele. Além disso, esses fármacos estimulam a liberação do neurotransmissor 
excitatório na junção neuromuscular, sem interferir no padrão e no ritmo fisiológico normal da 
motilidade, conservando a coordenação das atividades dos diversos segmentos intestinais. 
 Antagonistas dos receptores de dopamina (metoclopramida e domperidona): 
 Questão do livro: Quais os efeitos produzidos pela dopamina na motilidade gastrintestinal? A 
dopamina (DA) atua nos receptores D2 dos neurônios motores mioentéricos, ao longo do TGI, 
produzindo efeitos inibitórios na motilidade, como a reduções das pressões do esfíncter esofágico 
inferior e intragástricas, sendo que estes efeitos resultam aparentemente da supressão da liberação da 
ACh pelos neurônios motores mioentéricos. 
 Questão do livro: Qual o mecanismo de ação dessa classe de fármacos? Esses fármacos 
antagonizam o efeito inibidor exercido pela DA nos neurônios, sendo eficazes procinéticos, além de 
aliviarem náuseas e vômitos por meio do antagonismo aos receptores dopaminérgicos na zona de 
gatilho dos quimiorreceptores. 
 Questão do livro: Qual o mecanismo de ação da metoclopramida? Agonismo dos receptores 5-HT4, 
antagonismo vagal e central dos receptores 5-HT3, sensibilização dos receptores muscarínicos dos 
músculos lisos e antagonismo dos receptores da DA. Seus efeitos se limitam em grande parte ao trato 
digestivo superior, onde aumenta tônus do esfíncter esofágico inferior e estimula contrações do antro e 
do intestino delgado. 
 Questão do livro: Quais as principais características farmacocinéticas da metoclopramida? Rápida 
absorção depois da administração oral, sofre sulfatação e conjugação com glicuronídeos hepáticos e 
excreção principalmente pela urina. 
 Questão do livro: Quais as principais indicações do uso da metoclopramida? Aliviar náuseas e 
vômitos que acompanham as síndromes da dismotilidade do TGI, sendo essa sua maior utilidade; 
Pacientes sintomáticos com gastroparesia, levando à melhora branda a moderada no esvaziamento 
gástrico; A forma injetável é utilizada como coadjuvante na intubação intestinal ou radiografia 
contrastada do TGI; Alívio sintomático da esofagite associada à DRGE, apesar do uso raro para esta 
finalidade; Tratamento de soluços persistentes, apesar da eficácia questionável nesses casos. 
 Questão do livro: Quais as principais indicações do uso da metoclopramida? Aliviar náuseas e 
vômitos que acompanham as síndromes da dismotilidade do TGI, sendo essa sua maior utilidade (nos 
pacientes com náuseas intensas pode-se administrar o fármaco por via intramuscular ou intravenosa; 
como profilaxia dos vômitos induzidos pela quimioterapia, o fármaco pode ser administrado em infusão 
lenta antes da sessão); Pacientes sintomáticos com gastroparesia, levando à melhora branda a 
moderada no esvaziamento gástrico; A forma injetável é utilizada como coadjuvante na intubação 
intestinal ou radiografia contrastada do TGI; Alívio sintomático da esofagite associada à DRGE, apesar do 
uso raro para esta finalidade; Tratamento de soluços persistentes, apesar da eficácia questionável 
nesses casos. 
 Questão do livro: Quais as principais efeitos adversos manifestos pelo uso da metoclopramida? 
Reações extrapiramidais, que ocorrem principalmente em crianças e adultos jovens, com as doses mais 
elevadas. A distonia (logo depois das injeções intravenosas) e os sintomas parkinsonianos (podem 
começar várias semanas depois do início do tratamento), em geral são responsivos ao tratamento com 
anticolinérgicos ou anti-histamínicos e são reversíveis com a interrupção do uso do fármaco. O 
tratamento crônico pode acarretar discinesia tardia, que pode ser reversível. Além disso, pode acarretar 
galactorréia, que é incomum na prática. Há ainda relatos de metemoglobinemia em recém-nascidos 
prematuros e a termo tratados com esse fármaco. Questão do livro: Qual o mecanismo de ação da domperidona? Antagonismo dos receptores D2, 
sem afetar outros receptores, e mostra atividade procinética em doses de 10-20 mg 3 vezes/dia. E não 
parece ter efeito nenhum na motilidade do TGI baixo. 
 Questão do livro: Quais os principais efeitos adversos da domperidona? Apesar de não atravessar a 
barreira hematoencefálica, esse fármaco exerce efeitos nas estruturas sem essa barreira, como os 
centros que controlam os vômitos, a temperatura e a secreção de prolactina (PRL). 
 Moduladores dos receptores de serotonina (5-HT): 
 Questão do livro: Quais os efeitos produzidos pela 5-HT na motilidade gastrintestinal? A 5-HT 
desencadeia o reflexo peristáltico por meio da estimulação dos neurônios sensoriais do plexo 
mioentérico (via receptores 5-HT1p E 5-HT4), bem como dos neurônios sensoriais vagais e espinais 
extrínsecos (via receptores 5-HT3). A estimulação dos neurônios aferentes intrínsecos da submucosa 
ativa reflexos secretomotores que resultam na secreção epitelial. Os receptores da 5-HT estão presentes 
em outros neurônios do SNE, onde podem exercer efeitos estimuladores (5-HT3 e 5-HT4) ou inibidores 
(5-HT1a). Além disso, a liberação de 5-HT estimula a secreção de outros neurotransmissores, como 
estimulo dos receptores 5-HT1 do fundo gástrico levando à liberação de NO, reduzindo o tônus 
muscular liso, ao passo que a estimulação dos receptores 5HT-4 dos neurônios motores excitatórios 
aumenta a liberação de ACh na junção neuromuscular, enquanto os receptores 5-HT3 e 5-HT4 facilitam 
a sinalização interneuronal. 
 Questão do livro: O que explica o efeito adverso comum de diarreia associada ao uso dos 
inibidores seletivos da receptação de serotonina (ISRS)? A receptação da serotonina pelos neurônios e 
células epiteliais ao longo do TGI é mediada pelo mesmo transportador de recaptação dos neurônios 
serotoninérgicos do SNC, desse modo, como o ISRS bloqueia essa recaptação, a serotonina passa a agir 
por mais tempo provocando seus efeitos estimulatórios na motilidade. 
 Questão do livro: Qual o mecanismo de ação da cisaprida? Estimular receptores 5-HT4 e aumentar 
a atividade da adenilciclase dentro de neurônios, e também tem propriedades antagonistas fracas para 
os receptores 5-HT3 e pode estimular diretamente os músculos lisos. 
 Questão do livro: Quais os efeitos adversos e as interações medicamentosas da cisaprida que 
restringiram seu uso? Tem potencial em causar arritmias cardíacas graves, incluindo taquicardia e 
fibrilação ventriculares e torsades de pointes, que decorrem do prolongamento de QT por meio de 
interação com as subunidades formadoras dos poros do canal de K+ HERG, que são responsáveis pela 
corrente retificadora tardia rápida de K+, a qual é importante para a repolarização normal dos 
ventrículos. Essas arritmias são mais comumente observados quando associa-se o uso de cisaprida com 
outros compostos que inibem CYP3A4, sendo que essas associações inibem o metabolismo da cisaprida 
e resultam em concentrações plasmáticas elevadas. Desse modo, a cisaprida está contraindicada para 
pacientes com historia de QT prolongado, insuficiência renal, arritmias ventriculares, cardiopatia 
isquêmica, ICC, insuficiência respiratória, distúrbios eletrolíticos não corrigidos, ou pacientes que 
estiverem usando fármacos que prolongam QT. 
 Questão do livro: Quais os grupos de pacientes para os quais a cisaprida pode ser conseguida por 
programa experimental de acesso limitado? Pacientes com DRGE, gastroparesia, pseudo-obstrução, 
constipação crônica grave refratária e intolerância neonatal a alimentação enteral que são irresponsivos 
a todas as outras modalidades de tratamento e passaram por investigação diagnóstica do EEG. 
 Questão do livro: Qual o mecanismo de ação da prucaloprida? Agonista específico de receptores 5-
HT4, que facilita a neutransmissão colinérgica, atuando em toda extensão do intestino, aumentando 
transito oral-fecal e o transito colonico sem afetar o esvaziamento gástrico em voluntários normais. 
 Questão do livro: Quais são algumas das indicações do uso de prucaloprida? Para pacientes com 
constipação idiopática crônica, melhorando o transito colônico e a frequência de evacuações, e sua 
administração resulta em normalização significativa dos hábitos intestinais incluindo aumento da 
frequência e da consistência das fezes. Esse fármaco também é utilizado para mulheres com 
constipação crônica nas quais os laxantes falharam em produzir o devido alívio. 
 Motilídeos: 
 Questão do livro: Qual o papel da motilina no TGI? É um hormônio peptídico encontrado nas células 
M e em algumas células enterocromafins, tendo ação contrátil potente no TGI alto. O receptores da 
motilina estão presentes nas células musculares lisas e neurônios entéricos. 
 Questão do livro: Por que se utiliza a eritromicina como agente estimulante da motilidade do TGI? 
Esse fármaco mimetiza os efeitos da motilina, que são mais pronunciados com doses mais altas, sendo 
que a eritromicina em doses baixas também atua pela facilitação colinérgica. A eritromicina aumenta a 
pressão esofágica distal e estimula a contratilidade do estômago e do intestino delgado. 
 
 
 Questão do livro: Quais os usos terapêuticos da eritromicina como agente procinético? Pacientes 
com gastroparesia diabética, melhorando o esvaziamento gástrico. As contrações gástricas estimuladas 
muitas vezes podem ser intensas e provocar o esvaziamento de alimentos relativamente indigeridos 
para o intestino delgado, esse efeito pode representar uma vantagem ao eliminar do estomago os 
resíduos indigeríveis (tubos plásticos ou benzoares). Além disso, emprega-se esse fármaco em pacientes 
com dismotilidade do intestino delgado, observada na esclerodermia, íleo paralítico ou pseudo-
obstrução. 
 Questão do livro: Quais os motivos que têm limitado o uso da eritromicina como agente 
procinético? Dessensibilização dos receptores de motilina e seus efeitos indesejáveis. Além disso, os 
riscos de intoxicação, colite pseudomembranosa e a indução de cepas bacterianas resistentes também 
limitam o uso desse fármaco em situações agudas ou para situações onde o paciente é resistente a 
outras medicações. 
 Questão do livro: Quais os efeitos desejáveis da sincalida? Este fármaco por ser um peptídeo da 
CCK, estimula a vesícula biliar e/ou pâncreas e também pode ser usado para acelerar o trânsito do bário 
pelo intestino delgado em abordagens diagnósticas nestes órgãos. 
 Questão do livro: Quais são os efeitos adversos do uso da sincalida? Náuseas, dor abdominal e 
tonturas. Além disso, preocupa-se com o uso deste fármaco relacionado com a expulsão de pequenos 
cálculos no ducto biliar ou cístico. 
 Questão do livro: Quais são outros fármacos que também podem ser utilizados para estimular a 
motilidade TGI? Dexloxiglumida (antagonista do receptor CCK1) que pode melhorar esvaziamento 
gástrico, e útil no tratamento da gastroparesia e da síndrome do intestino irritável com predomínio da 
constipação, também pode ter uso na intolerância alimentar. Acetato de octreotida (análogo de SST) 
também tem sido utilizado em pacientes com dismotilidade intestinal. Clonidina também pode ser eficaz 
nos pacientes com gastroparesia. 
 Questão do livro: Quais são os exemplos de fármacos, sob investigação, para emprego na DRGE 
que suprimem os relaxamentos transitórios do esfíncter esofágico inferior? Desloxiglumida 
(antagonista CCK1), baclofeno (antagonista GABA) e inibidores da síntese de NO. 
 Questão do livro: Qual a ação dos relaxantes da musculatura lisa no tratamento de distúrbios da 
motilidade como a acalasia? Nitratos orgânicos e antagonistas do canal de Ca2+ proporcionam alívio 
temporário e parcial dos sintomas associados aos distúrbios da motilidade no qual o esfíncter esofágico 
inferior não relaxa e provoca obstrução funcional à passagem alimentar e dificuldadede deglutição. 
Outra abordagem terapêutica recente, é a administração local da toxina botulínica dentro do esfíncter, 
produzindo inibição da liberação de ACh pelas terminações nervosas, e pode causar paralisia parcial da 
musculatura do esfíncter, com melhoras significativas dos sintomas e do esvaziamento gástrico. Esse 
efeito da toxina desaparece em poucos meses, exigindo repetidas aplicações, ainda há risco de difusão 
da toxina com grave risco à vida do paciente, daí as preparações dessa droga ser mais usada em idosos e 
naqueles pacientes que possuem outros riscos para dilatação pneumática. 
 Laxantes, catárticos e tratamento contra constipação: 
 Questão do livro: Como se dá a abordagem terapêutica inicial e a introdução de fármacos no 
tratamento de constipação? Este distúrbio pode ser corrigido a partir de uma dieta rica em fibras, 
ingestão adequada de líquidos, hábitos intestinais e treinamentos apropriados. Quando a constipação é 
causada por fármacos pode ser corrigida pelo uso de outras substancias ou ajustes de dose. Caso as 
medidas não farmacológicas forem eficazes, suplementam-se com fármacos formadores do bolo fecal e 
laxantes osmóticos. 
 Questão do livro: Quais as consequências maléficas decorrentes do uso de laxantes estimulantes 
em pacientes com constipação? Além de perpetuar a dependência do fármaco, leva à perda excessiva 
de água e eletrólitos, e se essa depleção de volume for grave, o paciente pode ter aldosteronismo 
secundário. Há ainda relatos de esteatorreia, enteropatia com perda proteica e hipoalbuminemia e 
osteomalacia decorrente de perda excessiva de cálcio nas fezes. 
 Questão do livro: Em que outras situações além do tratamento da constipação, o uso de laxantes 
podem ser empregados? Administração antes de procedimentos cirúrgicos, radiológicos e 
endoscópicos. 
 Questão do livro: Apesar do emprego usual como sinônimos, qual a diferença entre laxação e 
catarse? Laxação corresponde à evacuação do material fecal formado no reto ao passo que a catarse é a 
evacuação do material fecal não formado, geralmente, na forma líquida, de todo o intestino grosso. Os 
fármacos usados mais comumente produzem laxação, mas alguns são realmente catárticos que 
funcionam como laxantes em doses baixas. 
 
 
 Questão do livro: Qual o mecanismo de ação comum aos laxantes osmóticos e estimulantes? 
Aumentam a atividade da NO sintetase, que estimula a síntese de NO, o qual estimula a secreção 
intestinal e inibe contrações segmentares do cólon, levando à laxação. Além disso, esses fármacos 
também aumentam a atividade do fator de ativação plaquetária (PAF) no intestino, que é um mediador 
pró-inflamatório fosfolipídico que estimula a secreção colônica e a motilidade GI. 
 Fibras dietéticas e suplemento – fármacos ativos no lúmen intestinal; colóides 
hidrofílicos formadores de bolo fecal; amolecimento das fezes, 1-3 dias (farelos de cereais, 
preparações de psílio, metilcelulose, policarbofila cálcica): 
 Questão do livro: O volume, consistência e hidratação das fezes dependem do teor de fibras da 
dieta, no entanto as bactérias do cólon fermentam as fibras em graus variáveis, reduzindo assim a 
quantidade de água nas fezes, impactando no efeito final satisfatório nas evacuações. Quais seriam 
outros dois efeitos importantes desse processo de fermentação? O principal efeito desejável da 
ingestão de fibras é atrair água e aumentar o volume das fezes, que são resultados mais efetivos quando 
há menos fermentação das fibras. O processo de fermentação contribui para a formação de ácidos 
graxos de cadeias curtas que atuam como fatores tróficos no epitélio intestinal, e também podem 
exercer efeito procinético. Além disso, esse processo induz o aumento da contagem de bactérias, que 
podem contribuir para a ampliação do volume fecal. No geral, as fibras insolúveis e pouco fermentáveis 
(lignina – fibra do tipo não polissacarídeo) são mais eficazes para aumentar o volume fecal e o transito 
intestinal. As frutas e os vegetais, contem mais pectinas e hemiceluloses (fibras do tipo polissacarídeos 
não celulose), que são mais facilmente fermentáveis e tem boa hidrossolubilidade, exercendo menos 
efeitos no transito intestinal. A casca do psílio é um mucilóide hidrofílico que sofre fermentação no 
intestino grosso e aumenta massa bacteriana do cólon. A metilcelulose e a policarbofila cálcica são 
pouco fermentáveis, absorvem água e aumentam o volume fecal. 
 Questão do livro: Em que situações o uso de fibras dietéticas está contraindicado? As fibras estão 
contraindicadas para pacientes com sintomas obstrutivos e naqueles com megacólon ou megarreto. Os 
laxantes de volume que não tem acúcares podem ter aspartamo são contraindicados para pacientes 
com fenilcetonúria. As preparações com policarbofila cálcica liberam Ca2+ no TGI, portanto devem ser 
evitadas nos pacientes que precisam limitar a ingestão de cálcio ou que usam tetraciclina. 
 Questão do livro: Quais os efeitos adversos da ingestão de fibras dietéticas? A distensão abdominal 
(timpanismo), talvez devido à fermentação colônica, apesar de diminuir com o tempo. Há relatos de 
reações alérgicas ao psílio. 
 Agentes osmoticamente ativos – fármacos ativos no lúmen intestinal; laxantes 
osmóticos; evacuação líquida, 1-3 h (fosfatos de sódio, sulfato de magnésio, leite de magnésia, 
citrato de magnésio): 
I- Laxantes salinos: 
 Questão do livro: Quais os mecanismos envolvidos na ação catártica desses fármacos? Provocam 
retenção de água mediada osmoticamente, e em seguida, aumentam a peristalse, além de produzirem 
mediadores inflamatórios que também estimulam a peristalse. Os laxantes com magnésio podem 
estimular a liberação de CCK, resultando em acúmulo de líquidos e eletrólitos no lumen, aumentando 
assim a motilidade intestinal. 
 Questão do livro: Qual o motivo da administração de sais de fosfato em doses mais elevadas em 
comparação com os compostos a base de magnésio para produzir efeitos catárticos? Os sais de fosfato 
são mais bem absorvidos que os outros compostos, desse modo, tem pouca ação direta no lúmen, se 
não forem administrados em doses maiores. 
 Questão do livro: Em que condições clínicas os fosfatos orais devem ser evitados? A fim de diminuir 
prováveis nefropatias agudas, devem ser evitados em pacientes sob risco, como idosos, pacientes com 
patologias intestinais ou disfunções renais, pacientes sobre tratamento com iECA, bloqueadores dos 
receptores de angiotensina ou AINEs, sendo que o regime de dose deve ser fracionado uniformemente, 
sendo a primeira dose na noite previa ao exame, e a segunda 3-5h antes do exame. Além disso, as 
preparações com magnésio e fosfato devem ser evitadas ou com administração cautelosa em pacientes 
com insuficiência renal, doença cardíaca ou distúrbios eletrolíticos pré-existentes, assim como nos 
pacientes sob o uso de diuréticos. 
 Questão do livro: Quais os riscos da administração de mais de 45mL de fosfato de sódio VO, 
conforme prescrição para preparação intestinal? O pacientes pode ter distúrbios eletrolíticos que os 
tornam suscetíveis a sinais e sintomas de desidratação, insuficiência renal, acidose metabólica e tetania 
associada à hipocalcemia, podendo vir a óbito. 
II- Açúcares e álcoois indigeríveis: 
 
 
 Qual o mecanismo de ação desses fármacos? Por serem açúcares não absorvíveis, resistentes à ação 
das dissacaridases intestinais (lactulose), esses fármacos ao serem hidrolisados no intestino grosso, em 
ácidos graxos de cadeia curta, estimulam a motilidade colônica propulsora ao atraírem osmoticamente a 
água para o lúmen. 
 Questão do livro: Em que condições clínicas esses fármacos são eficazes? O sorbitol e a lactulose 
são eficazes no tratamento da constipação causada por opióides e pela vincristina, constipação dos 
pacientes idosos, além da constipação crônica idiopática. A lactulose também é utilizada paratratar a 
encefalopatia hepática em pacientes com doença hepática grave, visto que esses indivíduos tem menor 
capacidade de decompor amônia formada no intestino grosso, onde ela é produzida pelo metabolismo 
bacteriano da ureia fecal; O processo de hidrólise desse fármaco em ácidos graxos de cadeia curta é 
acompanhado da redução do pH intraluminal resultando em retenção da amônia por sua conversão em 
íon amônio polar, reduzindo assim o nível de amônia circulante. 
 Questão do livro: Quais são alguns efeitos adversos comuns da administração desses fármacos? 
Desconforto e distensão abdominal e flatulência são comuns nos primeiros dias, mas diminuem com o 
decorrer do tratamento. 
 Questão do livro: Em que situações clínicas esses fármacos são utilizados? O sorbitol e a lactulose 
são eficazes no tratamento da constipação causada por opióides e pela vincristina, constipação dos 
pacientes idosos, além da constipação crônica idiopática. 
 Questão do livro: Quais as vantagens do emprego de soluções de polietilenoglicol (PEG) para 
limpeza de cólon antes de procedimentos radiológicos, cirúrgicos e endoscópicos, em relação ao 
fosfato de sódio? As soluções aquosas de PEG com eletrólitos provocam catarse eficaz, quando 
administradas em grande volume, pois o PEG não é bem absorvido, além de ser altamente osmótico, 
ficando retido para exercer sua ação no lúmen. 
 Questão do livro: Por que as preparações de PEG com eletrólitos exercem pouca ou nenhuma 
interferência no balanço iônico? As preparações com eletrólitos contem mistura isotônica (sulfato de 
sódio, bicarbonato de sódio, cloreto de sódio e cloreto de potássio) a fim de assegurar a maior retenção 
líquida, decorrente da atividade osmótica, havendo pouca ou nenhuma transferência iônica. No 
entanto, os PEG (sem eletrólitos) estão sendo utilizados em doses menores para tratamento de 
constipações em casos difíceis, no entanto a administração de volumes maiores pode provocar desvios 
iônicos 
 Questão do livro: Quais os efeitos indesejáveis da administração de volumes maiores de soluções 
de PEG, principalmente daquelas que não contém eletrólitos? Como na maioria dos outros laxantes, o 
uso prolongado, frequente ou excessivo pode causar dependência ou distúrbios eletrolíticos. 
 Agentes umectantes e emolientes fecais – fármacos ativos no lúmen intestinal; 
amolecimento das fezes, 1-3 dias (surfactantes: docusatos, poloxâmeros, lactulose; emolientes: 
docusato, óleo mineral): 
I- Umectantes: 
 Questão do livro: Quais os mecanismos de ação dos sais de docusato (surfactantes aniônicos)? 
Esses fármacos reduzem a tensão superficial das fezes, possibilitando mistura de substâncias aquosas e 
gosdurosas, amolecendo as fezes e facilitando a evacuação. No entanto, também estimulam a secreção 
de liquido e eletrólitos intestinal, via aumento do AMPc na mucosa, além de alterarem a permeabilidade 
da mucosa. Apesar do uso generalizado, tem eficácia questionável no tratamento da constipação. 
II- Emolientes: 
 Questão do livro: Quais os efeitos adversos do óleo mineral que impedem sua utilização 
prolongada? Apesar de ser indigerível, e absorvido apenas em pequenas quantidades, além de penetrar 
e amaciar as fezes, podendo interferir na reabsorção de água, o óleo mineral também interfere na 
absorção de substancias lipossolúveis (vitaminas), provocam reações de corpo estranho na mucosa 
intestinal e em outros tecidos, podendo haver a eliminação do óleo mineral pelo esfíncter anal. Algumas 
complicações como pneumonite lipóidica decorrente da aspiração também podem ocorrer. 
 Agentes estimulantes (irritantes inespecíficos) – com efeitos na secreção de líquidos 
e na motilidade; fezes moles ou semilíquidas, 6-8h (derivados do difenilmetano – bisacodil –; 
derivados de antraquinona – sena e cáscara-sagrada –); evacuação líquida 1-3h (óleo de rícino): 
I- Derivados do difenilmetano: 
 Questão do livro: Qual o mecanismo de ação dos laxantes estimulantes? Esses fármacos provocam 
inflamação branda e limitada no intestino delgado e grosso, promovendo acúmulo de água e eletrólitos, 
o que estimula a motilidade intestinal. Esses laxantes promovem a inativação da via PG’s-AMPc e do NO-
GMPc, produção do PAF, e talvez inibição da Na+K+-ATPase 
 
 
 Questão do livro: Por que os efeitos laxantes induzidos depois da administração de uma dose oral 
de bisacodil não começam antes de passadas 6h? A ativação do bisacodil necessita da ação de 
hidrolítica de esterases endógenas existentes no intestino, fato que explica a preparação de 
comprimidos com revestimento entérico, para permitir a chegada do fármaco no intestino. As 
preparações em supositório atuam mais rapidamente. 
 Questão do livro: Quais os efeitos da administração prolongada e excessiva desse fármaco? Esse 
fármaco pode provocar disfunção atônica do cólon, portanto não deve ser utilizado por mais de 10 dias 
consecutivos. Dosagens excessivas podem causar catarse e distúrbios hidroeletrolíticos. Além disso, os 
difenilmetanos podem lesar a mucosa e desencadear resposta inflamatória. 
 Questão do livro: Qual a estratégia adotada para evitar que o bisacodil seja ativado no estômago e 
provoque irritação gástrico e cólicas? Deve-se adminstrá-lo sem mastigar ou triturar, além de evitar a 
ingestão de leite ou antiácidos na primeira hora depois do uso do bisacodil. 
 Questão do livro: Como se dá a ativação do picossulfato de sódio? É hidrolisado pelas bactérias do 
intestino grosso em sua forma ativa, atuando localmente 
 Questão do livro: Quais os efeitos adversos desse grupo de fármacos? Além de algumas doses 
indicadas serem ineficazes, em alguns casos há cólicas e secreções líquidas excessivas. 
II- Laxantes antraquinônicos: 
 Questão do livro: Quais os farmacocinéticos desses fármacos? Podem causar contrações 
migratórias colônicas gigantes e induzir a secreção de água e eletrólitos. Não são bem absorvidos pelo 
intestino delgado, e dependem da ativação no intestino grosso, daí sua ação iniciar apenas 6-12h após 
ingestão. Os compostos ativos são absorvidos em quantidades variáveis no intestino grosso e excretados 
pela bile, saliva, leite e urina. 
 Questão do livro: Quais são os efeitos adversos do uso crônico ou prolongado desses fármacos? A 
pigmentação melanótica da mucosa do cólon (menalose colônica), que é benigna e reversível após a 
interrupção do tratamento. Além disso, pode-se desenvolver o cólon catártico, detectado em mulheres 
com historia de abuso dos laxantes. 
III- Óleo ricinoléico: 
 Questão do livro: Qual o mecanismo de ação do óleo de rícino? Sob ação das lipases do intestino 
delgado, o triglicerídeo é hidrolisado em glicerol e ácido ricinoléico, composto ativo que age 
principalmente no intestino delgado, estimulando a secreção de líquidos e de eletrólitos, e acelerando o 
trânsito intestinal. Devido ao gosto desagradável, e efeitos tóxicos no epitélio intestinal e neurônios 
entéricos apresenta recomendação rara. 
 Agentes procinéticos e outros fármacos para o tratamento da constipação (irritantes 
inespecíficos) – atuam principalmente na motilidade (agonistas 5-HT4; antagonistas dos 
receptores de DA; motilídeos – eritromicina): 
 Questão do livro: Quais os mecanismos de ação de alguns fármacos utilizados como procinéticos? 
Prucaloprida (agonista 5-HT4) pode ser útil no tratamento da constipação crônica. Misoprostol (análogo 
das PGs), pois pode estimular contrações colônicas, principalmente no cólon descendente, exercendo 
finalidade terapêutica em pacientes com constipação intratável. A neurotrofina-3 (NT-3) é um fármaco 
novo que consegue regularizar a frequência, melhorar a consistência das evacuações e diminuir o 
esforço necessário. 
 Questão do livro: Qual o mecanismo de ação da lubiprostona? Este fármaco é um fármaco que atua 
localmente promovendo a secreção de líquido. É um prostanóide ativador dos canais de Cl-,possivelmente CTRF e CIC-2, que parece ligar-se aos receptores EP4 ligados a ativação da adenililciclase 
e aumenta condutância apical ao Cl-, aumentando a frequência ativando a motilidade por via reflexa. 
 Questão do livro: Quais as indicações de uso da lubiprostona? Esse fármaco foi introduzido para o 
tratamento de constipação crônica em adultos, em doses maiores, e para o tratamento da síndrome do 
intestino irritável com constipação (SII-C) na mulher adulta. 
 Questão do livro: Quais os efeitos adversos do uso lubiprostona? Náuseas, vômitos, cefaleia, 
diarreia, reações alérgicas e dispneia. 
 Questão do livro: Quais seriam as estratégias promissoras para o controle da constipação causada 
pelo uso de opióides? Uma estratégia eficaz a ser adotada seria a prevenção da constipação com um 
antagonista de receptor opióide-µ, que atuem na periferia, sem limitar a analgesia produzida por ação 
central, a metilnaltrexona foi aprovada pelo FDA para o tratamento da constipação causada pelos 
opióides, visto que ela demonstra boa eficácia na iniciação de movimentos intestinais após a injeção do 
fármaco em pacientes terminais do CA. Além disso, o alvimopan, outro antagonista opióide-µ, aumenta 
 
 
os movimentos intestinais espontâneos e ameniza outros sintomas da constipação induzida por opióides 
sem comprometer a analgesia. 
 Questão do livro: Quais as estratégias farmacológicas adotadas para prevenir o íleo pós-cirúrgico? 
Íleo pós-cirúrgico compreende a intolerância a alimentação oral e a obstrução não mecânica do 
intestino após cirurgias abdominal ou não abdominal. O alvimopan é aprovado para indicações pós-
cirúrgicas limitadas. A metilnaltrexona aumenta o transito TGI, mas não reduz o tempo de evacuação 
comparado com abordagens-padrão, sendo aprovado para o tratamento da constipação induzida por 
opioides em pacientes que recebem cuidados paliativos quando o tratamento com laxantes não é 
suficiente. O dexpantenol aumenta a síntese de ACh (principal neurotransmissor excitatório intestinal), 
sendo injetado imediatamente após grandes cirurgias abdominais para minimizar o íleo paralítico. Esse 
fármaco pode causar leve hipotensão e dispneia, além de irritação local. 
 Questão do livro: Quais as estratégias farmacológicas adotadas para prevenir o íleo pós-cirúrgico? 
Íleo pós-cirúrgico compreende a intolerância a alimentação oral e a obstrução não mecânica do 
intestino após cirurgias abdominal ou não abdominal. O alvimopan é aprovado para indicações pós-
cirúrgicas limitadas. A metilnaltrexona aumenta o transito TGI, mas não reduz o tempo de evacuação 
comparado com abordagens-padrão, sendo aprovado para o tratamento da constipação induzida por 
opioides em pacientes que recebem cuidados paliativos quando o tratamento com laxantes não é 
suficiente. O dexpantenol aumenta a síntese de ACh (principal neurotransmissor excitatório intestinal), 
sendo injetado imediatamente após grandes cirurgias abdominais para minimizar o íleo paralítico. Esse 
fármaco pode causar leve hipotensão e dispneia, além de irritação local. 
 Enemas e supositórios: 
 Questão do livro: Qual a utilidade terapêutica do uso de enemas? São empregados isoladamente 
ou como coadjuvantes dos esquemas a fim de remover do cólon distal ou reto o material sólido retido. 
Esses dispositivos, inclusive o soro fisiológico, levam a esse efeito pois provocam distensão intestinal 
estimulando o reflexo de evacuação. Alguns enemas especializados contem substancias osmoticamente 
ativas ou irritantes. 
 Questão do livro: Quais os efeitos adversos do emprego de enemas repetidos com água de 
torneira e outras soluções hipotônicas e os enemas repetidos com soluções de fosfato de sódio? Os 
primeiros podem causar hiponatremia; os últimos causam hipocalcemia, além disso, alteram o aspecto 
da mucosa retal e contribuem para nefropatia aguda por fosfato em pacientes suscetíveis. 
 Questão do livro: Qual a utilidade terapêutica glicerina neste contexto? É um fármaco que deve ser 
usado apenas via retal, em dose única diária (supositório ou enema), atuando como higroscópico e 
lubrificante, levando à retenção líquida que estimula a peristalse e geralmente provoca evacuação em 
menos de 1h. 
 Questão do livro: Quais os efeitos adversos da administração de glicerina via retal? Desconforto, 
ardência ou hiperemia local, e sangramente (mínimo), alguns supositórios tem estearato de sódio, que 
pode levar a irritação local. 
OBS.: Supositórios de bicarbonato de sódio e bitartarato de potássio quando administrados no reto 
produzem CO2 qur produz a distensão para iniciar a defecação. 
 Fármacos antidiarréicos (agonistas 5-HT4; antagonistas dos receptores de DA; motilídeos – 
eritromicina): 
 Questão do livro: Em que se baseia a terapia de reidratação oral para pacientes com doenças 
agudas e diarreia significativa somada as misturas balanceadas de glicose e eletrólitos em volumes 
proporcionais as perdas? O cotransporte de água e eletrólitos ligados aos nutrientes permanece intacto 
no intestino da maioria dos pacientes com diarreia aguda. Além disso, a absorção de sódio e de cloreto 
está relacionada com a captação de glicose pelos enterócitos, de maneira que a água é transportada na 
mesma direção. Desse modo, adotando-se esses tipos de estratégias de reposição podem evitar a 
desidratação e os distúrbios eletrolíticos. 
 Questão do livro: Qual a utilidade principal do tratamento farmacológico da diarreia? Os fármacos 
devem ser empregados apenas em casos de diarreia persistente ou significativa. Os antidiarreicos 
inespecíficos apesar de não atuarem nos mecanismo fisiopatológico responsável pela diarreia aliviam os 
sintomas em casos brandos de diarreia aguda. Esses fármacos devem ser evitados nas doenças 
diarreicas agudas causadas por agentes patogênicos, visto que podem mascarar o quadro clínico, 
aumentando assim o risco de invasão sistêmica pelos agentes infecciosos, e também podem causar 
complicações locais como o megacólon tóxico. 
I- Fármacos higroscópicos e formadores de bolo fecal: 
 
 
 Questão do livro: Quais são as situações clínicas onde os higroscópicos e formadores de bolo fecal 
podem ser empregados como antidiarreicos? Esses fármacos atuam como géis e modificadores da 
consistência e viscosidade das fezes, gerando uma sensação de redução da fluidez das fezes. Alguns 
desses fármacos podem ligar-se às enterotoxinas bacterianas e aos sais biliares, como por exemplo, o 
caulim (silicato de alumínio hidratado) e atalpugita (dissilicato de magnésio e alumínio). 
 Questão do livro: Por meio de quais mecanismos os fármacos higroscópicos e formadores de bolo 
fecal atuam como antidiarreicos? Os coloides ou polímeros hidrofóbicos pouco fermentáveis 
(carboximetilcelulose e carbofila cálcica) absorvem água e aumentam o volume fecal, sendo úteis em 
diarréia episódica aguda e em diarreias crônicas brandas em pacientes com SII. 
 Questão do livro: Por que fármacos como o caulim e a atalpudita não podem ser administrados 
com outros medicamentos e nutrientes? Esses fármacos apresentam fixação não seletiva, por essa 
razão devem ser evitados nas primeiras 2-3h depois da ingestão de outras substâncias. 
OBS.: A mistura caulim+pectina é um remédio popular de venda livre que alivia sintomas de diarreia 
branda. 
II- Sequestradores dos ácidos biliares: 
 Questão do livro: Em que condição clínica indica-se o uso de colestiramina? Esse fármaco é 
indicado para o tratamento da diarreia provocada pelos sais biliares, em pacientes submetidos a 
ressecção do íleo distal. Nestas condições, como há interrupção parcial da circulação enterohepática 
normal dos sais biliares, ocorre um acúmulo desses sais em elevadas concentrações no intestino grosso, 
onde estimulam a secreção de água e eletrólitos. Uma preparação com resina de colestiramina pode ser 
empregada para amenizar o prurido associado à obstruçãobiliar parcial e nos distúrbios como a cirrose 
biliar primária, visto que nesses casos o excesso de sais biliares deposita-se na pele e pode causar 
irritação, e esse fármaco aumenta a excreção fecal de ácidos biliares e reduz seus níveis circulantes, e 
diminui as concentrações sistêmicas com alívio do prurido em 1-3 semanas. 
 Questão do livro: Em que situações o uso de colestiramina é contraindicado? Esse fármaco é 
indicado para o tratamento da diarreia provocada pelos sais biliares, em pacientes submetidos a 
ressecção do íleo distal. Nestas condições, como há interrupção parcial da circulação enterohepática 
normal dos sais biliares, ocorre um acúmulo desses sais em elevadas concentrações no intestino grosso, 
onde estimulam a secreção de água e eletrólitos. A colestiramina é contraindicada nas diarreias 
infecciosas porque pode retardar a eliminação do patógeno. 
III- Bismuto: 
 Questão do livro: Quais as características da farmacocinética do subsalicitato de bismuto? A 
preparação empregada como antidiarreico, é um complexo cristalino que contem salicilato e bismuto 
trivalente, em uma suspensão com magnésio e alumínio. No pH estomacal, o subsalicilato reage com 
HCl e produz ácido salicílico e oxicloreto de bismuto. 99% do bismuto passam inalterados pelo TGI, mas 
o salicilato é absorvido pelo estômago e intestino delgado (advertência com relação a síndrome de 
Reye: pois pode haver sobreposição de efeitos adversos em pacientes acometidos que utilizam outros 
salicilatos). 
 Questão do livro: Quais as indicações terapêuticas do subsalicitato de bismuto? Esse fármaco tem 
efeitos antissecretores, anti-inflamatórios e antimicrobianos, além disso aliviam as náuseas e cólicas 
abdominais. Desse modo, é utilizado na profilaxia e tratamento da diarreia do viajante, e outros tipos de 
diarreias transitória e gastroenterite aguda. Outra indicação é para o tratamento da infecção por 
H.pylori. 
 Questão do livro: Quais são alguns efeitos adversos decorrentes do uso do subsalicitato de 
bismuto? Podem causar impactação fecal em lactentes e pacientes debilitados. A produção de fezes 
escuras e a coloração negra da língua são causadas pelo sulfeto de bismuto devido reação entre o 
fármaco e os sulfetos bacterianos no TGI. 
IV- Probióticos: 
 Questão do livro: Em que condições clínicas as preparações probióticas demonstraram algum 
benefício? As preparações probióticas (preparações com cepas bacterianas não patogênicas para 
recolonizar o intestino a fim de minimizar alterações no equilíbrio e composição da microbiota comensal 
do TGI) são eficazes para diarreias agudas, diarreias associadas a antibióticos e diarreias infecciosas. 
IV- Fármacos antissecretores e supressores de motilidade: 
 Opioides: 
 Questão do livro: Qual o mecanismo de ação dos opióides que são empregados no tratamento da 
diarréia? Esses fármacos atuam via receptores µ e δ presentes nos nervos entéricos, nas células 
 
 
epiteliais e nos músculos, alterando a motilidade intestinal (receptores µ) e secreção intestinal 
(receptores δ) bem como na absorção (receptores µ e δ). 
 Questão do livro: Quais os efeitos desejáveis da loperamida que permitem seu uso como 
antidiarréico? Aumenta o tempo do transito colônico e do trajeto do alimento da boca ao ceco por ação 
nos receptores µ; Apresenta atividade antissecretora contra a toxina da cólera e algumas toxinas da E. 
coli devido ação nos receptores ligados à proteína Gi e impedir o aumento do AMPc. 
 Questão do livro: Quais são as indicações terapêuticas da loperamida para o tratamento da 
diarreia? Eficaz na diarreia do viajante seja isoladamente ou combinada com antimicrobianos 
(trimetoprima, trimetoprima-sulfametoxazol ou fluoroquinolona). No entanto se não houver melhora da 
diarreia aguda em 48h, o uso de loperamida deve ser suspenso. 
 Questão do livro: Em que situações devem-se evitar o emprego da loperamida? Não é 
recomendada em crianças com menos de 2 anos, e deve ser usada com cautela ou evitada para prevenir 
o desenvolvimento do megacólon tóxico nos pacientes com doença inflamatória intestinal ativa. 
 Questão do livro: Quais os principais efeitos adversos do uso de doses excessivas de loperamida? 
Depressão do SNC (principalmente crianças) e íleo paralítico. 
 Questão do livro: Quais as vantagens do uso da loperamida em comparação com o difenoxilato/ 
difenoxina (metabólito ativo) no tratamento da diarreia? A loperamida é um agente ativo VO, que 
atinge baixas concentrações no SNC, e não tem potencial significativo de abuso, além de ser mais eficaz 
no tratamento que o difenoxilato e difenoxina, que apesar de serem amplamente absorvidos VO, 
podem causar efeitos no SNC quando administrados em doses maiores, apresentando potencial de 
abuso/dependência, razão pela qual o difenoxilato/ difenoxina estão disponíveis em preparações com 
doses pequenas de atropina para desestimular o abuso e ingestão intencional de doses excessivas. 
 Questão do livro: Quais são alguns exemplos de outros opióides usados como antidiarreicos e qual 
o efeito da confusão dessas tinturas na prescrição e dispensação? Codeína, elixir paregórico e tintura 
de ópio que podem causar overdoses perigosas quando administradas inadequadamente. A 
racecadotrila (acetorfano), inibidor de encefalinase, reforça efeito das encefalinas no receptor opióide-
δ, inibindo a secreção intestinal sem alterar a motilidade, gerando assim efeito antidiarreico. 
 Agonistas α-adrenérgicos: 
 Questão do livro: Quais os efeitos desejáveis da clonidina para o tratamento da diarreia? Esse 
fármaco estimula a absorção, inibindo a secreção de líquidos e eletrólitos, tendo ação mediada nos 
receptores dos neurônios entéricos e enterócitos. 
 Questão do livro: Em que condições clínicas recomendam-se o uso da clonidina como 
antidiarreico? Pacientes diabéticos com diarreia crônica (administração VO ou aplicação tópica, que tem 
níveis plasmáticos mais estáveis), e na diarreia associada à abstinência de opióides. 
 Questão do livro: Quais os efeitos adversos da clonidina como antidiarreico? Hipotensão, 
depressão e sensação de fadiga, podendo limitar a dose em pacientes suscetíveis. 
 Octreotida e somatostatina (STT): 
 Questão do livro: Qual o mecanismo de ação da octreotida para obtenção do efeito antidiarreico? 
É um análogo a STT, que inibe a secreção hormonal de 5-HT, gastrina, PIV (peptídeo intestinal 
vasoativo), insulina, gastrina e secretina. 
 Questão do livro: Quais as indicações terapêuticas da octreotida para o tratamento da diarreia? Na 
diarreia secretora grave devido a tumores secretores de hormônios localizados no pâncreas e no TGI. 
Além de ser empregada diarreia secretora induzida pela quimioterapia, associada a HIV e também ao 
diabetes. Tem maior utilidade na “síndrome do dumping” observada em alguns pacientes submetidos a 
cirurgia gástrica com piloroplastia, e nesses casos a octreotida inibe a liberação dos hormônios, 
desencadeada pela passagem rápida do alimento dentro do intestino delgado. Há ainda uma preparação 
de ação prolongada em microesferas biodegradáveis aplicadas via intramuscular para o uso no 
tratamento das diarreias associadas aos tumores carcinoides e aos secretores de PIV. 
 Questão do livro: Quais os efeitos adversos da administração de octreotida como antidiarréico? 
Em curto prazo têm-se náuseas transitórias, timpanismo ou dor local. Em longo prazo pode resultar em 
cálculos biliares e hipoglicemia ou hiperglicemia. 
 Questão do livro: Qual a utilidade terapêutica octreotida e STT para controle dos sangramentos 
varicosos? Esses fármacos reduzem o fluxo sanguíneo hepático, a pressão venosa hepática em cunha e 
o fluxo sanguíneo do sistema ázigo. Além disso, contraem as arteríolas esplâncnicas por ação direta na 
musculatura lisa vascular e inibição da liberação de peptídeos vasoativos, que contribuem para a 
síndrome hiperdinâmica

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