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1 2 AULA 1: PENSAMENTO FILOSÓFICO E APRENDIZAGEM 3 INTRODUÇÃO 3 CONTEÚDO 4 CONCEPÇÕES DO SENSO COMUM SOBRE APRENDIZAGEM 4 CONCEITUANDO APRENDIZAGEM 5 ENSINO E SISTEMATIZAÇÃO DA APRENDIZAGEM 7 ENSINO E EDUCAÇÃO: O PAPEL DA UNIVERSIDADE 8 TEORIAS DA APRENDIZAGEM 9 INFLUÊNCIA DA FILOSOFIA NA APRENDIZAGEM 10 TEORIAS E ESCOLAS NO CAMPO DA APRENDIZAGEM 12 ATIVIDADE PROPOSTA 14 REFERÊNCIAS 15 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 16 CHAVES DE RESPOSTA 22 ATIVIDADE PROPOSTA 22 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 22 3 Introdução Nesta aula, estudaremos as origens do pensamento filosófico e o conceito de aprendizagem, bem como sua implicação no Ensino Superior. Para darmos início à discussão sobre o processo de aprendizagem e a construção do conhecimento, é importante entender a relação entre essa noção e outros conceitos, tais como os de Psicologia, ciência, senso comum, aprendizagem, educação etc. Afinal, essas concepções estão imersas no cotidiano de professores e alunos. Por fim, destacaremos o papel da universidade – instituição que relaciona, constantemente, a ciência com a vida em sociedade. Objetivos 1. Definir conceitos relacionados ao processo de aprendizagem; 2. Estabelecer as relações entre as origens do pensamento filosófico e as teorias da aprendizagem. 4 Conteúdo Concepções do senso comum sobre aprendizagem Antes de iniciarmos este estudo, você saberia responder o que é APRENDIZAGEM? Normalmente, em nosso cotidiano, associamos esse termo à mudança de um estado de conhecimento para outro, quando há um ganho quantitativo de informação. Essa é a visão baseada no senso comum1. No entanto, para a Psicologia2, a aprendizagem não é algo tão simples de se compreender e definir. Vamos nos ater à compexidade dessa concepção... Digamos que você receba uma punição, um castigo ou ingira alguma substância – como um medicamento, por exemplo – e esteja emocionalmente abalado. Nesse caso, seu comportamento pode se modificar, sem que, com isso, afirmemos que houve aprendizagem. Da mesma forma, repetir listas de pronomes, poesias, fórmulas matemáticas e textos completos não implica aprender/entender seu sentido ou obter conhecimento acerca desses conteúdos. 1 Senso comum De acordo com Bock, Furtado e Teixeira (2008), trata-se do conhecimento acumulado no cotidiano, de caráter intuitivo, espontâneo, que é obtido por tentativas de acertos e de erros, e passa de geração para geração, com status de verdade, sem questionamentos sobre sua utilidade e veracidade. 2 Psicologia De acordo com Lefrançois (2012, p. 3), trata-se da “[...] ciência que estuda o comportamento e o pensamento humanos, aquela que busca saber como a experiência: Afeta o pensamento e a ação; Explora os papéis da biologia e da hereditariedade; Examina a consciência e os sonhos; Acompanha a transformação de crianças em adultos; Investiga as influências sociais”. Basicamente, essa área do conhecimento tenta explicar como as pessoas pensam, agem e sentem. 5 Muitas vezes, somos obrigados a decorar determinados assuntos sem que tenhamos a noção completa de sua serventia em nosso dia a dia, em nossa realidade, no contexto em que nos encontramos. Isso certamente já deve ter acontecido com você em algum momento de sua vida. Quantas vezes você memorizou um conteúdo para fazer uma prova? Lembra-se, ainda, desse tema? Provavelmente, não! Nenhuma dessas ações – de memorização ou decodificação de significados – contempla a conceituação de aprendizagem. Mas, então, que aspectos estão por trás dessa definição? Vamos descobri-los a seguir! Conceituando aprendizagem O conceito de aprendizagem toma como base as mudanças efetivas ou potenciais de comportamento que perduram por um tempo relativamente longo. De acordo com Lefrançois (2012, p. 6), essas transformações: “[...] resultam da experiência, mas não são causadas por cansaço, maturação, drogas, lesões ou doença”. 6 Trata-se, portanto, de um processo que só podemos observar a partir de suas evidências. Tais mudanças – potenciais ou não – de comportamento nem sempre são aparentes, mas referem-se à capacidade de fazer algo. Vejamos um exemplo: “Em um experimento clássico, Buxton (1940) manteve, por várias noites, ratos em grandes labirintos. Havia caixas na entrada e na saída (sem alimento). Após algumas noites no labirinto, não havia evidência de que os ratos tinham aprendido algo. Mais tarde, Buxton colocou uma pequena porção de comida nas caixas de saída e posicionou os ratos nas caixas de entrada. Mais da metade deles correu direto para as caixas de saída sem cometer nenhum erro! Isso indicou que os ratos tinham aprendido bastante durante as primeiras noites no labirinto. No entanto, era uma aprendizagem mais latente do que efetiva, ou seja, ela não ficou evidente no desempenho até que houve uma mudança nas disposições – no caso, na motivação para atravessar o labirinto”. Fonte: Lefrançois, 2012, p. 6. Essa é a típica aprendizagem que decorre da experiência. O resultado foi a aquisição de conhecimento mediado pela vivência de uma situação específica! 7 Ensino e sistematização da aprendizagem Até este momento, conseguimos definir a noção de aprendizagem, mas existem outros conceitos que envolvem essa ideia, tais como os de ensino e educação. Vejamos como eles se inter-relacionam, começando pelo primeiro. Você já deve ter ouvido a expressão popular “Eu aprendo com a vida!”. Facilmente, afirmamos que aprendemos em diversos locais – seja junto de nossa família, seja em encontros religiosos, no ambiente de trabalho ou, até mesmo, através de um grupo de amigos. Mas quais seriam as diferenças entre a aprendizagem que ocorre nesses espaços informais e aquela que acontece nas escolas, nas universidades ou nos centros de ensino? É possível traçarmos uma linha de raciocínio nesse sentido... A primeira distinção entre as aprendizagens formal e informal refere-se ao tipo de saber priorizado nos contextos a que nos referimos. Nos espaços educativos, enfatizamos o conhecimento científico3. A segunda nos remete à forma/organização dos temas a serem aprendidos, ou seja, à sistematização do conteúdo e do ambiente em que é desenvolvido. Nesse caso, os assuntos tratados devem tanto provocar situações que 3 Conhecimento científico Diferente do senso comum, o saber originado da ciência implica uma atividade reflexiva – motivo pelo qual é explorado nos espaços organizados e sistematizados para provocar situações de aprendizagem. De acordo com Bock, Furtado e Teixeira, (2008, p. 20), trata-se do: “[...] conjunto de conhecimentos sobre fatos ou aspectos da realidade – que chamamos de objeto de estudo –, expresso por meio de linguagem precisa e rigorosa. Esses conhecimentos devem ser obtidos de maneira programada, sistemática e controlada, para que se permita a verificação de sua validade”. 8 possam gerar mudanças efetivas quanto criar necessidades no público-alvo: os alunos. Em outras palavras, é preciso motivar o estudante nesses espaços e incentivar o educador ao ato de ensinar, de instruir e orientar, que pode estar aliado ou não ao processo de aprendizagem. Partindo dessa premissa, Becker (2012) afirma: O ensino é o exercícioda docência por excelência. Ensino e educação: o papel da universidade Defendemos, aqui, que o ato de ensinar não pode se opor ao ato e ao desejo de aprender. Ensino e aprendizagem devem andar juntos, valorizando a ação do sujeito como responsável por seu aprendizado e a constituição de sua identidade no meio social. No caso do Ensino Superior, a universidade é, hoje, uma das mais importantes instituições que mediam essa relação do indivíduo com a sociedade. De acordo com Bock, Furtado e Teixeira (2008), é esse espaço educativo que: Transmite cultura; Reproduz modelos de comportamento e de valores morais; Favorece a troca de padrões do cotidiano por outros pertencentes ao grupo ao qual o aluno almeja fazer parte. 9 Nesse contexto, aplica-se o conceito de educação: “[...] processo de desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral do ser humano” (HOLANDA, 2010). Em outras palavras, trata-se do processo de aquisição de conhecimento que se deve basear em conceitos pertinentes àquele que se desenvolve: o aluno. Por isso, considerando tal definição, a universidade não pode ser uma instituição isolada da sociedade tampouco segregar os estudantes desse meio. Pelo contrário: ela se constitui como um importante local de troca, de obtenção de informação, em que o grau de cultura adquirido é atestado não só pelo diploma mas também pela qualidade da atuação profissional de seus egressos. Teorias da aprendizagem Agora que já definimos conceitos importantes, vamos compreender como as teorias4 da aprendizagem foram formuladas ao longo da história. Tais vertentes teóricas buscam explicar não só a noção de aprendizagem em si mas também POR QUE e COMO o indivíduo aprende, na tentativa de entender o comportamento humano e suas mudanças. Seu objetivo é prever e planejar situações que possam provocar ou potencializar a capacidade de aprendizado do sujeito, além de descobrir regularidades e esclarecer de que forma são contruídas. 4 Teorias De acordo com Moreira (1999, p. 12), teoria é a: “[...] tentativa humana de sistematizar uma área de conhecimento, uma maneira particular de ver as coisas, de explicar e prever observações, de resolver problemas”. 10 De acordo com Marcondes (2008), o surgimento dessas teorias está associado à criação da Filosofia, na Grécia antiga, por volta do século VI a.C., com Tales de Mileto. Foi a partir do pensamento filosófico e da problemática em torno do saber científico que elas começaram a ser traçadas. Vamos entender melhor, a seguir, a influência dessa área do conhecimento na criação das teorias da aprendizagem. Influência da Filosofia na aprendizagem O nascimento da Filosofia é marcado pelo desejo de rompimento com o pensamento mítico5, que fundamentava a origem do mundo em aspectos sobrenaturais. Por expressar grande insatisfação com os mitos sobre o real, o pensamento filosófico passou a basear suas teorias a respeito da fonte da vida no naturalismo6 – pautado na ciência. Conforme aponta Marcondes (2008), no período inicial de desenvolvimento do método científico – conhecido como Pré-Socrático –, a grande preocupação era a formulação de doutrinas sobre a realidade natural. 5 Pensamento mítico De acordo com Marcondes (2008, p. 20), trata-se da: “[...] forma pela qual um povo explica aspectos essenciais da realidade em que vive – a origem do mundo, o funcionamento da natureza e dos processos naturais e as origens deste povo, bem como seus valores básicos [...]. Um dos elementos centrais do pensamento mítico e de sua forma de explicar a realidade é o apelo ao sobrenatural, ao mistério, ao sagrado e à magia”. 6 Naturalismo Na Filosofia, trata-se da única forma efetiva de investigar a realidade. De acordo com a visão dos naturalistas, os fenômenos e as hipóteses descritas como sobrenaturais não existem. Todos podem ser estudados pela mente humana através de métodos científicos. Portanto, qualquer fato denominado como tal inexiste ou, simplesmente, equivale a algo natural. Adaptado de: <http://www.notapositiva.com/pt/trbestsup/psicologia/antropologia/naturalismo.htm>. 11 Após esse momento marcado pela discussão sobre a procedência dos fenômenos da natureza, dois filósofos se destacaram e trouxeram contribuições importantes para a questão da aprendizagem. São eles: Sócrates Sócrates (469 a.C. - 399 a.C.) inaugurou a Filosofia Clássica e inseriu a problemática ético-política como questão fundamental para a sociedade da época. Platão Platão (428 a.C. - 347 a.C.) trouxe a discussão sobre o conhecimento e sobre a metodologia de acesso ao saber. Para ele, a Filosofia teria essencialmente uma função crítica e o objetivo de superar o senso comum. Essa superação nos permitiria entender COMO é possível, através de métodolos criteriosos e reflexivos, obter tal acesso. Foi esse filósofo que elaborou a teoria do conhecimento, que pressupõe a possibilidade de elaborar outros matizes teóricos sobre a realidade. De acordo com Lefrançois (2012), a influência desses teóricos – principalmente a de Paltão – foi tão significativa que, a partir dela, estabelecemos as regras básicas do método científico atual: 12 1. Realizar perguntas claras e passíveis de respostas; 2. Fazer um levantamento de hipóteses que possam ser testadas; 3. Coletar observações relevantes capazes de negar ou confirmar as hipóteses criadas; 4. Aplicar a testagem propriamente dita; 5. Desenvolver conclusões. Atenção As teorias que foram – e são – elaboradas até hoje fundamentam-se nesses cinco requisitos. No entanto, ao tentar compreender o comportamento humano e as transformações provocadas pelas experiências vividas pelo sujeito, cada um tentará explicar o processo de aprendizagem a partir da forma como concebe e define o homem. Teorias e escolas no campo da aprendizagem Finalmente, após o período de discussões acerca das noções que envolviam o conhecimento, as teorias da aprendizagem 7 foram produzidas, acompanhadas da criação da Psicologia Científica. Essa conquista diferenciou a nova ciência da Filosofia e impulsionou estudiosos e pesquisadores à produção de conhecimento. Rapidamente, 7 Teorias da aprendizagem De acordo com Bock, Furtado e Teixeira (2008) e Lefrançois (2012), as teorias da aprendizagem têm sua origem marcada pela criação, em 1879, de um laboratório psicológico em Leipzig, na Alemanha, por Wilhelm Wundt – médico, filósofo e psicólogo que influenciou o desenvolvimento da Psicologia como ciência, tornando-se um dos fundadores da moderna psicologia experimental. Adaptado de: <http://caminhodapsicologia.webnode.com.pt/wundt/>. 13 houve um crescimento de investigações na área, um aumento da diversidade de temas de estudo e a expansão econômica de diversos países – principalmente os Estados Unidos. As novas formas de ver o mundo e os objetos a seu redor favoreceu o surgimento das Escolas de Psicologia, que forneceram conteúdo para as primeiras teorias da aprendizagem. Vamos conhecer, a seguir, aquelas que são difundidas até hoje... Atualmente, muitas teorias e escolas foram sendo criadas, de onde podemos extrair diversas contribuições importantes para a compreensão do campo da aprendizagem.São algumas delas: Escola associacionista Para este grupo, a aprendizagem ocorria por associação de ideias, e a produção de conhecimento devia pautar-se na utilidade do saber para a vida do sujeito. A partir desta escola, foram elaboradas as teorias sobre o condicionamento humano. Escola estruturalista Este grupo se preocupava com as estruturas de funcionamento do sistema nervoso central e a compreensão dos estados elementares da consciência. Trata-se da escola fundada por Wilhelm Wundt, que deu origem ao gestaltismo8 – assunto sobre o qual discutiremos mais adiante, na aula seguinte. 8 Gestaltismo De acordo com Bock, Furtado e Teixeira (2008), trata-se de um sistema teórico, criado na Europa, que surge como negação e tentativa de superação da fragmentação das ações e dos processos humanos – aquele que postula a necessidade de compreensão do homem como uma totalidade. Seus teóricos buscaram construir uma psicologia que levasse em consideração as formas da percepção, procurando apreender como as pessoas compreendem seu entorno. 14 Escolas interacionista e construtivista Estes grupos estavam preocupados, basicamente, em descobrir COMO os seres se desenvolviam para, por conseguinte, identificar COMO aprendiam. As informações sobre o desenvolvimento humano lhes permitiram observar e interpretar melhor o comportamento do indivíduo bem como suas formas de aprendizagem. Na próxima aula, apresentaremos, mais detalhadamente, as contribuições desses grupos para o campo da aprendizagem. Atividade proposta Algumas pesquisas sobre práticas pedagógicas realizadas em escolas e universidades apresentam dados positivos em termos de interesse e entusiasmo pela aprendizagem por parte de alunos jovens e adultos. Esses estudantes respondem prontamente às perguntas de professores, oferecem-se para realizar atividades em sala de aula, realizam tarefas propostas etc. O fato de tais educandos demonstrarem gosto pelas aulas e valorizarem as experiências vivenciadas podem apontar para a necessidade de pensarmos em várias maneiras de ensinar. Considerando essas questões, indique de que forma as teorias estudadas podem auxiliar a atuação docente, refletindo sobre o desafio atual do processo de ensino e aprendizagem. 15 Aprenda mais Para saber mais sobre os tópicos estudados nesta aula: Assista ao curta-metragem Mestrado da vida; Leia o texto Aprendizagem humana: ciência e teoria – In: Lefrançois, 2008. cap. 1. Referências BECKER, F. Educação e construção do conhecimento. Porto Alegre: Artmed, 2001. BOCK, A. M. B.; FURTADO, O.; TEIXEIRA, M. L. T. Psicologias: uma introdução ao estudo da Psicologia. São Paulo: Saraiva, 2008. LEFRANÇOIS, G. R. Teorias da aprendizagem. São Paulo: Cencage Tearming, 2008. MARCONDES, D. Iniciação à história da Filosofia: dos Pré-Socráticos a Wittgenstein. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008. HOLANDA, A. B. de H. F. Minidicionário Aurélio da língua portuguesa. Curitiba: Positivo, 2010. MOREIRA, M. A. Teorias da aprendizagem. São Paulo: EPU, 1999. 16 Exercícios de fixação Questão 1 Refletindo sobre o conhecimento da realidade e os tipos de saberes que existem, analise as frases a seguir: I. O conhecimento utilizado no nosso cotidiano é intuitivo, espontâneo, obtido por tentativas de acertos e de erros. II. A ciência abstrai a realidade para negá-la e construir a única forma do conhecimento verdadeiro: o saber científico. III. A ciência compõe-se de uma atividade eminentemente reflexiva e de um conjunto de conhecimentos sobre fatos ou aspectos da realidade – expresso por meio de uma linguagem precisa e rigorosa. Entre as afirmativas anteriores, está(ão) CORRETA(S): a) I e II b) II e III c) I e III d) I, II e III e) Somente I Questão 2 Com base nos conceitos de senso comum e de conhecimento científico, relacione as colunas a seguir: 1 - Senso comum ( ) Acrítico 2 - Conhecimento científico ( ) Assistemático ( ) Sistemático ( ) Superficial ( ) Objetivo 17 Questão 3 Sabemos que o conceito de aprendizagem não se relaciona à repetição de ideias e de comportamentos. Essa concepção nos obriga a elaborar novas práticas educativas. Partindo desse princípio, é CORRETO afirmar que, atualmente, no Ensino Superior: a) Os conteúdos informativos e técnicos devem ser priorizados. b) O papel do professor é ensinar apenas os conceitos teóricos de cada disciplina isoladamente. c) As universidades representam centros teóricos de formação de especialistas, nos quais os educadores têm de ensinar práticas cotidianas de cada profissão. d) Os centros universitários precisam favorecer uma boa formação teórico-prática, facilitando o acesso às novas tecnologias, a aprendizagem efetiva e o futuro profissional dos alunos. Questão 4 O trabalho docente requer do professor – particularmente quanto à natureza do conteúdo ensinado – a escolha de métodos que provoquem uma relação efetiva entre o ensino e a aprendizagem. Sobre a forma e a organização do tema a ser tratado no espaço acadêmico, podemos afirmar que: a) Para assumir uma posição dominante em sala, o professor precisa se valer de aulas baseadas no diálogo. b) As aulas têm de incentivar tanto estudantes quanto educadores, associando o ato de ensinar ao processo de aprendizagem. c) As aulas devem-se restringir a uma exposição dialogada, pois essa é a única possibilidade de favorecer as colocações dos alunos e a organização do conteúdo. d) N.R.A. 18 Questão 5 Ao longo de sua história, as instituições escolares foram se transformando. Acompanhadas por mudanças culturais, políticas e sociais, essas entidades sofreram modificações em termos de identidade, de função e de objetivos educativos. No caso do Ensino Superior, não é diferente. Por isso, é CORRETO afirmar que: a) A universidade é um local de impedimento das trocas de padrões do cotidiano com o espaço acadêmico. b) A universidade não pode ser vista como local de transmissão de cultura das classes menos favorecidas. c) A universidade é um espaço de práticas sociais e históricas importante para o crescimento das sociedades. d) N.R.A. Questão 6 Platão elaborou a teoria do conhecimento, que pressupõe a possibilidade de desenvolver concepções sobre a realidade. Os pensamentos desse teórico se refletem, até os dias de hoje, em estudos que envolvem o saber. Como vimos ao longo desta aula, foi a partir de sua influência que estabelecemos as regras básicas da metodologia científica, dentre as quais estão: I. Realizar muitas perguntas, visando ao maior número de respostas possíveis; II. Fazer um levantamento de hipóteses; III. Coletar observações relevantes capazes de negar ou confirmar as hipóteses criadas. 19 Entre os itens anteriores, estão CORRETOS: a) I, II e III b) I e II c) I e III d) II e III e) N.R.A. Questão 7 Analise a seguinte situação... Ao ser questionada sobre as possibilidades de fracasso por parte de seus alunos, certa professora afirma: “Esses jovens não aprendem porque não prestam atenção às aulas!” A fala dessa docente aponta uma visão muito comum entre os educadores – aquela que: a) Inclui, na avaliação do professor, fatores sociais eculturais. b) Implica uma visão ampliada do processo de ensino e aprendizagem. c) Valoriza o papel do professor no processo de ensino e aprendizagem. d) Associa, indevidamente, o processo de aprendizagem às condições exclusivas dos alunos. 20 Questão 8 As teorias da aprendizagem foram formuladas ao longo da história, buscando explicar a aprendizagem em si e, também, POR QUE e COMO aprendemos. Entre seus objetivos, estão: a) Previsão e controle. b) Organização e controle. c) Previsão e planejamento. d) Organização, previsão e controle. Questão 9 A criação da Psicologia Científica favoreceu a organização de teorias da aprendizagem diferentes da Filosofia e impulsionou estudiosos e pesquisadores à produção de conhecimentos, aumentando a diversidade de temas investigados. Uma das escolas que surgem nesse momento, principalmente nos Estados Unidos, cujas bases defendem o saber prático, denomina-se: a) Estruturalista b) Associacionista c) Construtivista d) Interacionista 21 Questão 10 Para construir relações positivas em sala de aula, o educador precisa conhecer as teorias de aprendizagem. No que diz respeito à prática educativa, é INCORRETO afirmar que tais vieses teóricos: a) Melhoram a qualidade da relação entre professor e aluno no processo de ensino e aprendizagem. b) Colaboram, de forma mecânica, para que o docente compreenda as relações estabelecidas em sala de aula. c) Possibilitam mudanças de atitudes que podem aumentar o sucesso dos alunos no espaço escolar ou acadêmico. d) Contribuem para evitar que o educador, muitas vezes, reproduza as relações de coação que aumentam a dificuldade de aprendizagem e, por consequência, os índices de evasão e reprovação – sejam estes escolares ou universitários. 22 Atividade proposta Ao longo desta aula, identificamos que as teorias da aprendizagem contribuíram para a constituição do método científico – aquele cujo fundamento é a reflexão. A partir dessa perspectiva, os alunos não reproduzem simplesmente o conteúdo aprendido, mas são incentivados a desenvolver seu pensamento sobre determinado tema. Como mediador do ensino e da relação entre o estudante e o conhecimento, o educador deve propiciar essa reflexão, instigando o educando a pensar e a elaborar suas próprias ideias. Afinal, eles precisam ser estimulados a enfrentar novos desafios por meio de pesquisas investigativas de teor reflexivo. Só não podemos nos esquecer de que é impossível apreender todo o saber em sala de aula. Exercícios de fixação Questão 1 – C Justificativa: Diferente da afirmativa II, que trata a abstração da realidade e sua negação como objetivos da ciência, as assertivas I e III descrevem, respectivamente e de forma correta, as características do senso comum e do conhecimento científico. Questão 2 – 1, 1, 2, 1, 2 Justificativa: De acordo com Bock, Furtado e Teixeira (2008), as características do senso comum incluem: acriticidade, assistematização, caráter sensitivo, superficialidade e subjetividade. Já as características do 23 conhecimento científico definem-se pelos opostos: criticidade, sistematização, profundidade e objetividade. Questão 3 – D Justificativa: O conceito de aprendizagem implica mudanças efetivas e potenciais para o grupo social no qual o sujeito está inserido. Por isso, atualmente, é preciso associar, no espaço acadêmico, teoria, prática e novas tecnologias. Questão 4 – B Justificativa: Assim como todas as etapas do processo de aprendizagem, as técnicas de ensino devem sempre associar o interesse do aluno a uma boa sistematização do conteúdo, para que os estudantes sintam-se motivados a aprender e os professores, a ensinar. Questão 5 – C Justificativa: A universidade é um espaço educativo de transmissão de cultura, reprodução e questionamento de modelos de comportamento e de valores morais. Trata-se de um ambiente que favorece trocas de padrões do cotidiano entre diversos grupos sociais. Questão 6 – D Justificativa: As perguntas que levam a uma boa investigação são claras, passíveis de resposta e de testagem. Questão 7 – D Justificativa: A fala da professora evidencia seu desconhecimento quanto ao significado da aprendizagem, que corresponde a um processo multifatorial e complexo. Não podemos analisar uma situação de sucesso ou fracasso escolar apenas sob determinado ponto de vista. 24 Questão 8 – C Justificativa: De acordo com os teóricos estudados, o objetivo das teorias da aprendizagem são prever e planejar situações que possam provocar ou potencializar a capacidade de aprendizado do sujeito, além de descobrir regularidades e esclarecer de que forma são contruídas. Questão 9 – B Justificativa: A escola associacionista valoriza a objetividade e busca compreender o comportamento humano. Seu objetivo é fugir do achismo através da cientificidade. Essa vertente teórica incentivou a compreensão dos estudos sobre os condicionamentos humano e animal. Questão 10 – B Justificativa: As teorias da aprendizagem apoiam e auxiliam os educadores a refletirem sobre a realidade – nunca a repeti-la sem questioná-la, configurando a mecanização do pensamento humano. Elas visam organizar o raciocínio de um grupo de estudiosos sobre determinado tema, e não impor condutas e comportamentos sem problematizá-los a priori. Atualizado em: 14 fev. 2014
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