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AUDITORIA P/ ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS) PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO www.pontodosconcursos.com.br 1 Olá, amigos. Considerando que está sendo elaborado o edital do concurso público para a área tributação do município de Belo Horizonte, cujo prazo final de apresentação pela comissão organizadora é 30 de janeiro de 2011, entendemos pertinente e oportuno que os candidatos iniciem logo sua preparação para este concurso. Assim, preparamos este curso de auditoria, tomando como base os conteúdos cobrados nos concursos para Fiscal de Tributos do Rio (ISS Rio), bem recente, e Fiscal de Tributos de São Paulo (ISS São Paulo). Antes, como de praxe, cabe fazer uma breve apresentação pessoal. Meu nome é Marcelo Chaves Aragão e sou formado em Administração pela Universidade Federal Fluminense – UFF, tendo cursado Administração Pública na Fundação Getúlio Vargas – FGV, do Rio de Janeiro e Auditoria Interna e Controle Governamental no Instituto Serzedello Corrêa – ISC/TCU, em Brasília. Possuo experiência de 10 anos de trabalho no setor privado, nas áreas administrativa e financeira de empresas, e de aproximadamente 19 anos no setor público, na área de controle e auditoria governamental. Durante 14 anos fui Analista de Finanças e Controle do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal - SCI, onde exerci várias funções de direção na Secretaria Federal de Controle Interno e na Controladoria-Geral da União. Há 5 anos sou Auditor Federal de Controle Externo no Tribunal de Contas da União. No Tribunal, exerci a função de Assessor do Secretário Geral de Controle Externo e atualmente estou coordenando o projeto “Controle Externo do Mercosul”, no gabinete de um dos ministros do TCU. Sou instrutor formado pela ESAF e pelo ISC/TCU e coordenei a disciplina auditoria em cursos de formação e de progressão da carreira de finanças e controle na ESAF. Em 2006 iniciei a trajetória de professor da disciplina auditoria pública e privada em cursos preparatórios para concursos públicos. Tenho lecionado também em várias instituições de ensino, em cursos de treinamento profissional e de pós- graduação. Com relação à auditoria fiscal e contábil, destaco que já ministrei aqui no Ponto cursos específicos para os concursos do ICMS Rio (FGV) e São Paulo (FCC), ICMS de Santa Catarina (FEPESE) e ISS Rio (ESAF). Durante o 2º semestre de 2009, estive em sala de aula em vários estados da federação, contribuindo com a AUDITORIA P/ ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS) PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO www.pontodosconcursos.com.br 2 preparação de candidatos para o concurso de Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil e atualmente estou ministrando aulas em Brasília para o concurso de Auditor Tributário do DF. CONTEÚDO E METODOLOGIA DO CURSO Quanto ao formato, o curso será completo com teoria e exercícios. Serão solucionadas questões de concursos anteriores, com ênfase para provas recentemente elaboradas pelas principais bancas examinadoras do país: ESAF, FCC, CESPE e FGV. O curso será ministrado em 7 aulas semanais, contando-se esta aula demonstrativa, divididas por assunto, da seguinte forma: AULA CONTEÚDO Aula 0 (demonstrativa) Amostragem em Auditoria: Amostragem Estatística. Tipos de Amostragem. Tamanho da Amostra. Risco de Amostragem. Seleção da Amostra. Avaliação do Resultado do Teste. Aula 1 Aspectos Gerais. Normas de Auditoria. Ética Profissional, Responsabilidade Legal, Objetivo, Controle de Qualidade. Auditoria Interna Versus Auditoria Externa. Conceito, Objetivos, Responsabilidades, Funções, Atribuições. Aula 2 Desenvolvimento do Plano de Auditoria. Estratégia de Auditoria, Sistema de Informações, Controle Interno, Risco de Auditoria. Amostragem em Auditoria (complemento). Aula 3 Testes de Auditoria: Substantivos, de Observância, Revisão Analítica. Procedimentos de Auditoria: Inspeção, Observação, Investigação, Confirmação, Cálculo, Procedimentos Analíticos. Tipos de Teste em Áreas Específicas das Demonstrações Contábeis: Caixa e Bancos, Clientes, Estoques, Investimentos, Imobilizado, Fornecedores, Advogados, Seguros, Folha de Pagamentos. Aula 4 Carta de Responsabilidade da Administração: objetivo, conteúdo. Uso do Trabalho de Outros Profissionais: outro Auditor Independente, Auditor Interno, Especialista de Outra Área. Eventos Subsequentes. Aula 5 Erros e Fraudes em Auditoria. Presunção de Omissão de Receita. Saldo Credor da Conta Caixa. Ativos Ocultos e Fictícios. Passivos Ocultos e Fictícios. Demais fraudes fiscais. Aula 6 Relatório e Parecer de Auditoria. Tipos de Parecer, Estrutura, Elementos. AUDITORIA P/ ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS) PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO www.pontodosconcursos.com.br 3 Portanto, vale notar que o conteúdo deste curso compreende praticamente todos os temas previstos nos editais dos concursos para o ISS São Paulo, a Receita Federal e o ISS Rio. Um tema acrescido é a “Presunção de Omissão de Receita”, afeto à auditoria fiscal-tributária, por vezes cobrado em concursos para a área de tributação. Caso algum aluno interessado tenha participado do nosso curso para o ISS Rio, esclarecemos que a diferença deste curso para o anterior, reside em pequenos acréscimos de conteúdo e da inclusão de novas questões comentadas, em virtude de concursos mais recentes, inclusive do próprio ISS Rio, e da necessidade de explorarmos questões das principais bancas, pois ainda não há a definição da banca organizadora do concurso para o ISS BH. Ao final da aula, registrarei as questões abordadas sem os comentários, para aqueles que preferem solucionar as questões e depois conferir o gabarito comentado. Uma dúvida frequente dos alunos é se as novas normas brasileiras de auditoria independente das demonstrações contábeis serão cobradas no concurso. A tendência das bancas tem sido a de não cobrar, até porque as normas são recentes e somente de adoção obrigatória para demonstrações que se findam a partir de 30 de dezembro de 2010. Além disso, a doutrina ainda contempla as normas antigas. De qualquer forma, quando estiver abordando um assunto e entender relevante para a prova e oportuno farei uma análise comparativa entre as disposições contidas nas normas antigas (NBC T 11) e nas novas normas publicadas pelo CFC (NBC T A). Feitas as apresentações necessárias, iniciaremos o nosso curso com um assunto de extrema relevância para os auditores e dos mais cobrados pelas bancas, que é a amostragem aplicada à auditoria. Por exemplo, no concurso para Auditor da Receita Federal (2009), a ESAF elaborou duas questões sobre amostragem e no recente concurso para ISS Rio (2010), uma das cinco questões de auditoria também foi sobre amostragem. Portanto, bastante atenção. Em caso de dúvida, use o fórum das aulas para formular perguntas. AMOSTRAGEM EM AUDITORIA – CONCEITOS INICIAIS AUDITORIA P/ ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS) PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO www.pontodosconcursos.com.br 4 A amostragem é um processo ou técnica de trabalho utilizado em auditoria, tanto pela auditoria interna como pela auditoria externa, que consiste em formular conclusões sobre um todo, denominado de população ou universo, a partir da análise de uma parte desse todo, denominada de amostra. As normas de auditoria em geral permitem a aplicação dos procedimentos de auditoria sobre amostras ao disporem que a evidência procurada deve ser suficiente, não impondo a totalidade da mesma. Evidência é o conjunto de informações ou de provas que o auditor tem que obter para opinar com segurança sobre o objeto da auditoria. Em auditoria das demonstrações contábeis, o auditor tem que obter evidência suficiente e apropriada que lhe ofereça uma base razoável para emitir opinião, mediante relatório, sobreessas demonstrações financeiras. Por quê o auditor utiliza a amostragem em auditoria? Existem dois importantes argumentos favoráveis à utilização da amostragem em auditoria. O primeiro é quanto à dificuldade de procurar analisar as provas relativas a todos os elementos de uma população, quando o seu universo seja tão grande, sendo impossível proceder ao seu exame integral. O segundo argumento diz respeito à relação custo-benefício da auditoria, na medida em que analisar todos os elementos de prova levaria a um custo de auditoria muito grande não justificado pela melhoria objetiva nas conclusões finais do trabalho, manifestadas no parecer final emitido. Existe uma pergunta muito freqüente em sala de aula por parte dos alunos: A amostragem é obrigatória para o auditor? A resposta é negativa. As normas estabelecem que a amostragem é facultativa para o auditor. Nada impediria que o auditor analisasse todos os elementos de um universo, sempre que isso for possível, em função dos argumentos apontados anteriormente, e o auditor considere necessário e adequado. Por outro lado, em função da natureza do trabalho ou da conta e da área que está sendo auditada, o auditor pode ser obrigado a analisar integralmente os itens da população. Por exemplo, veremos em nosso curso que o exame das operações que afetam o patrimônio líquido deve ser integral, pelo pequeno número de operações e pela sua relevância. AUDITORIA P/ ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS) PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO www.pontodosconcursos.com.br 5 Pelo exposto, pode-se afirmar que a utilização da amostragem é uma questão de julgamento profissional, em função da forma mais eficiente de obter prova/evidência em auditoria nas circunstâncias particulares de cada trabalho. Feitas estas considerações iniciais, devemos agora definir concretamente o que se entende por amostragem em auditoria. De acordo com as normas de auditoria independente das demonstrações contábeis, tem-se o seguinte conceito para amostragem em auditoria: Amostragem em auditoria é a aplicação de procedimentos de auditoria em menos de 100% dos itens de uma população relevante para fins de auditoria, de maneira que todas as unidades de amostragem tenham a mesma chance de serem selecionadas para proporcionar uma base razoável que possibilite o auditor concluir sobre toda a população. Todavia, um aspecto muito cobrado em concurso diz respeito a certos procedimentos de auditoria aplicados na base de testes que não estão dentro da definição de amostragem, conforme estabelece a NBC T 11.11 (Resolução CFC 1.012/05). Por óbvio, os testes aplicados na totalidade da população (100%) não se qualificam como amostragem de auditoria. Por outro lado, a aplicação de procedimentos de auditoria a todos os itens dentro de uma população que tenham uma característica particular (por exemplo, todos os itens acima de um certo valor) não se qualifica como amostragem de auditoria com respeito à parcela da população examinada, nem com respeito à população como um todo. Isto porque os itens não foram selecionados, dando chance igual de seleção a todos os itens da população. Esses itens podem indicar uma tendência ou uma característica da parcela restante da população, mas não constituem, necessariamente, uma base adequada para a conclusão sobre a parcela restante da população. Portanto, muito cuidado em prova, pois se o auditor direciona os seus exames para uma parcela da população, com base nos itens de maior valor, por exemplo, isso não é amostragem em auditoria. A atenção aqui se justifica pelo fato de ser muito comum em auditoria o auditor direcionar os seus procedimentos para operações de maior materialidade. É um procedimento ou teste comum, mas não é considerado teste de amostragem. AUDITORIA P/ ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS) PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO www.pontodosconcursos.com.br 6 AMOSTRAGEM ESTATÍSTICA E AMOSTRAGEM NÃO-ESTATÍSTICA Quando o auditor define que irá utilizar a amostragem para realizar seus exames sobre uma parte da população, ele pode utilizar a amostragem estatística ou a amostragem não-estatística. É importante destacar que qualquer dos dois métodos pode proporcionar evidência/prova suficiente para o auditor, em conformidade com os objetivos específicos do mesmo. A escolha entre os dois tipos é matéria de julgamento profissional e baseia-se principalmente em considerações de custo/benefício. A amostragem estatística pode ser particularmente adequada quando a população a ser auditada é grande – em confirmação de contas a receber, por exemplo. Mas afinal, onde reside a diferença básica entre amostragem estatística e não-estatística? Em conformidade com as normas de auditoria independente do CFC, a amostragem estatística é a abordagem à amostragem que possui as seguintes características: ¾ seleção aleatória dos itens da amostra; e ¾ o uso da teoria das probabilidades para avaliar os resultados das amostras, incluindo a mensuração do risco de amostragem. A abordagem de amostragem que não tem as características acima é considerada uma amostragem não estatística. Ou seja, na amostragem não- estatística, o auditor não utiliza a teoria das probabilidades e seleciona a amostra a seu critério. É possível afirmar que a utilização da amostragem estatística apresenta as seguintes vantagens sobre a alternativa de utilização da amostragem não- estatística: ¾ facilita a determinação de uma amostra eficiente; ¾ mede a suficiência da matéria de prova; ¾ facilita a avaliação dos resultados da amostra; ¾ permite a quantificação dos riscos de amostragem. Ainda nesta aula veremos de forma aprofundada o que são os riscos de amostragem. Por enquanto, cabe destacar que o auditor, ao basear suas conclusões em amostras, incorre num risco, que é o das conclusões extrapoladas para a AUDITORIA P/ ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS) PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO www.pontodosconcursos.com.br 7 população, com base na amostra, serem diferentes das conclusões que se extrairiam caso ele examinasse a população como um todo. Esse é o chamado risco de amostragem. Estatisticamente este risco pode ser controlado e medido basta para tal aumentar ou diminuir o tamanho da amostra e o risco de amostragem diminui ou aumenta respectivamente. Vimos que a amostragem estatística oferece muitas vantagens para o auditor. Contudo, em amostragem estatística, custos substanciais podem ser exigidos para treinar auditores na utilização da estatística. O não domínio da amostragem estatística pode fazer com que o auditor prefira utilizar a amostra não-estatística. Para concluir essa parte relativa à comparação entre a amostragem estatística e a não-estatística, entendo pertinente destacar uma norma contida na NBCT 11.11 muito explorada em concurso, a saber: Amostragem estatística é aquela em que a amostra é selecionada cientificamente com a finalidade de que os resultados obtidos possam ser estendidos ao conjunto de acordo com a teoria da probabilidade ou as regras estatísticas. O emprego de amostragem estatística é recomendável quando os itens da população apresentam características homogêneas. Se há uma homogeneidade entre os elementos de uma população, isso facilitará o uso da amostragem estatística, diminuindo-se o risco de amostragem e, por consequência, o tamanho da amostra a ser examinada. TIPOS DE AMOSTRAGEM ESTATÍSTICA O auditor pode aplicar a amostragem tanto a testes de observância quanto a testes substantivos. Em testes de observância, o auditor seleciona a amostra de transações para testar o funcionamento de controles. Já em testes substantivos, o auditor seleciona a amostra de transações para verificar o correto registro ou processamento contábil ou o correto valor de umsaldo de uma conta ou classe de transações. O livro de William Boynton e outros autores (Auditoria, da Editora Atlas) trazem dois capítulos inteiramente dedicados a essas metodologias. Portanto, segundo as normas e os autores citados, quando o auditor utiliza a amostragem estatística em testes de controles, ele aplica a amostragem de atributos, cujo propósito é aferir uma taxa de desvio em uma população, ou seja, qual o percentual de erro nos controles ou de desvio em relação à norma. AUDITORIA P/ ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS) PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO www.pontodosconcursos.com.br 8 Por outro lado, quando a amostragem é aplicada em testes substantivos o auditor usa a teoria clássica de variáveis e a distribuição normal para estimar um valor monetário da população, ou seja, para verificar em que medida o valor de um saldo ou de uma classe de transações está correto e adequado. Para o concurso do ISS BH, entendemos relevante apenas saber que existem os dois métodos de amostragem estatística diferenciados para testes de controles e testes substantivos. AMOSTRAGEM PARA DESCOBERTA Existe, ainda, um outro plano de amostragem possível, a amostragem para a descoberta. Neste plano, o propósito é executar um conjunto de procedimentos somente com o intuito de auxiliar o auditor a detectar e a investigar a fraude. É utilizado em trabalhos de auditoria com finalidades especiais, diferentes da finalidade geral de emitir um parecer sobre a veracidade e adequação das demonstrações financeiras. Portanto, não é um plano utilizado em auditoria externa. QUADRO RESUMO DOS PLANOS DE AMOSTRAGEM: Abordagem de auditoria Plano ou tipo de amostragem Testes de controles ou de observância Testes substantivos Detecção de fraudes Amostragem para atributos Amostragem para variáveis Amostragem para a descoberta TIPOS DE AMOSTRAS PROBABILÍSTICAS Além dos três métodos amostragem estatística vistos anteriormente, Sergio Jund (Auditoria Contábil) nos ensina que os tipos de amostragem estatística mais utilizados, de acordo com o teste a efetuar, são: AMOSTRAGEM ALEATÓRIA SIMPLES: Trata-se de plano muito utilizado em auditoria para a obtenção de estimativas para a população. É aquela em que a seleção dos elementos a serem examinados é feita de forma aleatória simples, com base em tabelas de números aleatórios, por exemplo. Para o seu uso, normalmente a população apresenta características de homogeneidade. AUDITORIA P/ ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS) PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO www.pontodosconcursos.com.br 9 AMOSTRAGEM EXPLORATÓRIA (PARA DESCOBERTA): Este plano se aplica quando a evidência de um caso simples de divergência ou irregularidade parece exigir uma investigação profunda, como no caso de fraudes ou quebras relevantes de controles. AMOSTRAGEM POR ESTRATIFICAÇÃO: É usada quando do exame de itens cujo valor apresenta grande variedade, havendo a necessidade de estabelecer estratos de modo que a variância do valor do item seja a menor possível dentro de cada estrato. O estrato é homogêneo e a população é heterogênea. AMOSTRAGEM POR INTERVALO: Nesse caso, procede-se à seleção de itens, de maneira que haja sempre um intervalo prefixado entre cada item selecionado, sendo essencial que essa amostra seja selecionada aleatoriamente e, para isso, deve-se observar o seguinte: que seja o primeiro item dos “n” iniciais (tamanho do intervalo) escolhido aleatoriamente; que os itens na população não estejam ordenados de modo a prejudicar a aleatoriedade; que nenhum item da população tenha sido retirado do arquivo antes de iniciada a escolha. AMOSTRAGEM POR CONGLOMERADO: Nesse caso, a população a ser pesquisada é subdividida em regiões homogêneas, quanto às características a serem observadas ou testadas. Diferentemente da amostragem por estratificação, a população apresenta maior homogeneidade (quando comparados, os conglomerados são semelhantes e parecidos com a população total) e o estrato ou subconjunto é heterogêneo. FASES DO PROCESSO DE AMOSTRAGEM Em qualquer processo de amostragem, seja de natureza estatística ou não- estatística, é possível identificarmos as seguintes fases do trabalho, conforme quadro a seguir: FASE DO PLANO DE AMOSTRAGEM TAREFAS 1 - Determinar o tamanho apropriado da amostra • Definir os objetivos da auditoria; • Identificar a população e a unidade de amostragem; • Dimensionar a amostra, considerando-se o risco de amostragem, o erro tolerável e o AUDITORIA P/ ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS) PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO www.pontodosconcursos.com.br 10 erro esperado. 2 – Selecionar ou identificar a amostra • Assegurar a representatividade da amostra; • Escolher o método de seleção da amostra. 3 – Aplicar os procedimentos de auditoria apropriados aos itens selecionados • Executar os procedimentos de auditoria julgados próprios face ao tipo de teste e à natureza das evidências em causa. 4 – Avaliar os resultados da amostra • Analisar os erros na amostra; • Projetar os erros encontrados para a população; • Reavaliar o risco de amostragem; • Concluir a avaliação. PLANEJAMENTO E DETERMINAÇÃO DO TAMANHO APROPRIADO DA AMOSTRA: Atenção, pois este assunto é um dos mais cobrados em concurso! Ao planejar e determinar a amostra de auditoria, o auditor deve levar em consideração os seguintes aspectos: 1) os objetivos específicos da auditoria : No planejamento da amostra de auditoria, o auditor deve considerar os objetivos específicos a serem atingidos e os procedimentos de auditoria que têm maior probabilidade de atingir esses objetivos. No caso de executar testes de observância sobre os procedimentos de compra em uma entidade, o auditor está interessado em aspectos como, por exemplo, se houve aprovação apropriada e verificação aritmética de uma fatura. Por outro lado, ao executar procedimentos de comprovação sobre faturas processadas durante o período, o auditor está interessado em aspectos relacionados com os valores monetários dessas faturas e se esses valores foram, apropriadamente, refletidos nas Demonstrações Contábeis. 2) a população da qual o auditor deseja extrair a amostra: A população é a totalidade dos dados do qual o auditor deseja tirar a amostra para chegar a uma conclusão. O auditor precisa determinar se a população da qual a amostra vai ser extraída é apropriada para o objetivo de auditoria específico. Se o objetivo do auditor for testar a existência de superavaliação de contas a receber, a população pode ser definida como a listagem de contas a receber. AUDITORIA P/ ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS) PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO www.pontodosconcursos.com.br 11 Por outro lado, se o objetivo for testar a existência de sub-avaliação de contas a pagar, a população não deve ser a listagem de contas a pagar, mas, sim, pagamentos subseqüentes, faturas não-pagas, extratos de fornecedores, relatórios de recebimentos de mercadorias ou outras populações que forneceriam evidência de auditoria de que as contas a pagar estariam sub-avaliadas. : 3) a estratificação da população Para auxiliar no planejamento eficiente e eficaz da amostra, pode ser apropriado usar estratificação, que é o processo de dividir uma população em sub- populações, cada qual contendo um grupo de unidades de amostragem com características homogêneas ou similares. A estratificação permite que o auditor dirija esforços de auditoria para os itens que contenham maior potencial de erro, por exemplo, os itens de maior valor que compõem o saldo de contas a receber, para detectar distorções relevantes por avaliação a maior. Além disso, a estratificação pode resultar em amostra com tamanho menor.: 4) o tamanho da amostra Ao determinar o tamanho da amostra, o auditor deve considerar o risco de amostragem, bem como os erros toleráveis e os esperados. 5) o risco da amostragem: O risco de amostragem surge da possibilidade de que a conclusão do auditor, com base em uma amostra, possa ser diferente da conclusão que seria alcançada se toda a população estivesse sujeita ao mesmo procedimento de auditoria. O auditor está sujeito ao risco de amostragem nos testes de observância (risco de subavaliação e superavaliação da confiabilidade) e testes substantivos (risco de rejeição incorreta e aceitação incorreta). O tamanho da amostra é afetado pelo nível do risco de amostragem que o auditor está disposto a aceitar dos resultados da amostra. Quanto mais baixo o risco que o auditor estiver disposto a aceitar, maior deve ser o tamanho da amostra. : 6) o erro tolerável Erro tolerável é o erro máximo na população que o auditor está disposto a aceitar e, ainda assim, concluir que o resultado da amostra atingiu o objetivo da auditoria. O erro tolerável é considerado durante o estágio de planejamento e, para os testes substantivos, está relacionado com o julgamento do auditor sobre relevância. Quanto menor o erro tolerável, maior deve ser o tamanho da amostra. AUDITORIA P/ ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS) PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO www.pontodosconcursos.com.br 12 : 7) o erro esperado Se o auditor espera que a população contenha erro, é necessário examinar uma amostra maior do que quando não se espera erro, para concluir que o erro real da população não excede o erro tolerável planejado. Tamanhos menores de amostra justificam-se quando se espera que a população esteja isenta de erros. Ao determinar o erro esperado em uma população, o auditor deve considerar aspectos como, por exemplo, os níveis de erros identificados em auditorias anteriores, mudança nos procedimentos da entidade e evidência obtida na aplicação de outros procedimentos de auditoria. Portanto, quando o auditor planeja a amostra, ele considera os seguintes aspectos: objetivos específicos da auditoria, população, estratificação da população, tamanho da amostra, risco de amostragem, erro ou desvio tolerável e erro ou desvio esperado. TAMANHO DA AMOSTRA E RISCO DE AMOSTRAGEM O tamanho da amostra está associado ao risco de amostragem. Esse risco existe tanto em testes de controle quanto em testes substantivos. Assim, quanto menor o risco de amostragem a ser aceito pelo auditor, maior deverá ser o tamanho da amostra e vice-versa. É uma relação inversa. Além do risco de amostragem, que decorre do processo amostral e do tamanho da amostra, o trabalho de auditoria comporta, ainda, outros riscos não associados com a amostragem, como o risco de erro humano, como, por exemplo, a falha no reconhecimento de erros em documentos, a aplicação de procedimentos de auditoria não-adequados, a incorreta interpretação dos resultados da amostragem etc. Todavia, o risco mais preocupante no processo e que irá definir o tamanho da amostra é o risco de amostragem. Podemos fazer a seguinte afirmação: Quanto maior for o risco de existirem distorções relevantes nas demonstrações contábeis, menor deverá ser o risco de amostragem a ser aceito pelo auditor e, por consequência, maior será o tamanho da amostra a ser selecionada e examinada pelo auditor. AUDITORIA P/ ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS) PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO www.pontodosconcursos.com.br 13 O auditor está sujeito ao risco de amostragem nos testes de observância (risco de subavaliação e superavaliação da confiabilidade) e testes substantivos (risco de rejeição incorreta e aceitação incorreta). Nos testes de controles (de observância): O risco de avaliação do risco de controle em nível baixo demais (ou risco de superavaliação da confiabilidade): é o risco da amostra suportar o risco avaliado no planejamento, quando a realidade dos controles internos, se conhecida, não seria considerada adequada para suportar a avaliação. Em outras palavras, o auditor pode chegar à conclusão de que os controles são adequados, quando, na realidade, não são; O risco de avaliação do risco de controle em nível alto demais (ou risco de subavaliação da confiabilidade): é o risco da amostra não suportar o nível de risco avaliado no planejamento, quando a realidade dos controles internos, se conhecida, seria considerada adequada para suportar a avaliação quando do planejamento. Em outras palavras, o auditor pode chegar à conclusão de que os controles não são adequados, quando, na realidade, são. Nos testes substantivos (de comprovação dos saldos e transações): O risco de aceitação incorreta: o risco de que, embora o resultado da amostra dê suporte à conclusão de que o saldo de uma conta ou classe de transações registrados não estão relevantemente distorcidos, estão, de fato, relevantemente distorcidos; O risco de rejeição incorreta: o risco de que, embora o resultado da amostra dê suporte à conclusão de uma conta ou classe de transações registradas estejam relevantemente distorcidos, não estão, de fato, relevantemente distorcidos. Observação: Como vimos anteriormente, a NBCT 11.11 estabelecia que o tamanho da amostra é afetado pelo risco de amostragem, pelo erro tolerável e o erro esperado. Já a NBC TA 530 (norma atualmente em vigor) é mais abrangente que a anterior, apresentando um Apêndice que demonstra mais fatores que possuem efeito sobre o tamanho da amostra, como segue: AUDITORIA P/ ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS) PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO www.pontodosconcursos.com.br 14 FATOR EFEITO NO TAMANHO DA AMOSTRA 1. Aumento na avaliação do risco de distorção relevante do auditor Aumento Quanto mais alta a avaliação do risco de distorção relevante do auditor, maior deve ser o tamanho da amostra. Portanto, para reduzir o risco de auditoria a um nível baixo aceitável, o auditor precisa de um risco baixo de detecção e pode confiar mais em procedimentos substantivos. Quanto mais evidência de auditoria for obtida com os testes de detalhes (ou seja, quanto mais baixo for o risco de detecção), maior precisa ser o tamanho da amostra. 2. Aumento no uso de outros procedimentos substantivos direcionados à mesma afirmação Redução Quanto mais o auditor confia em outros procedimentos substantivos (testes de detalhes ou procedimentos analíticos substantivos) para reduzir a um nível aceitável o risco de detecção relacionado com uma população em particular, menos segurança o auditor precisa da amostragem e, portanto, menor pode ser o tamanho da amostra. 3. Aumento no nível de segurança desejado pelo auditor de que uma distorção tolerável não é excedida pela distorção real na população Aumento Quanto maior o nível de segurança de que o auditor precisa de que os resultados da amostra sejam de fato indicativos do valor real de distorção na população, excedido pela distorção real na população, maior o tamanho da amostra precisa ser. 4. Aumento na distorção tolerável Redução Quanto menor for a distorção tolerável, maior o tamanho da amostra precisa ser. 5. Aumento no valor da Aumento Quanto maior for o valor da distorção que o auditor espera encontrar na população, AUDITORIA P/ ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS) PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO www.pontodosconcursos.com.br 15 distorção que o auditor espera encontrar na população maior deve ser o tamanho da amostra para se fazer uma estimativa razoável do valor real de distorção na população. 6. Estratificação da população, quando apropriado Redução Quando houver uma faixa ampla (variabilidade) no tamanho monetário dositens da população, pode ser útil estratificar a população. Quando a população pode ser adequadamente estratificada, o conjunto de tamanhos de amostra dos estratos geralmente será menor do que o tamanho da amostra que seria necessário para alcançar certo nível de risco de amostragem se uma amostra tivesse sido retirada de toda a população. 7. Quantidade de unidades de amostragem na população Efeito negligenciável Para populações grandes, o tamanho real da população tem pouco efeito, se houver, no tamanho da amostra. Assim, para pequenas populações, a amostragem de auditoria não é geralmente tão eficiente quanto os meios alternativos para obter evidência de auditoria apropriada e suficiente. (Entretanto, ao usar a amostragem de unidade monetária, um aumento no valor monetário da população aumenta o tamanho da amostra, a menos que isso seja compensado por um aumento proporcional na materialidade para as demonstrações contábeis como um todo e, se aplicável, nível ou níveis de materialidade para classes específicas de operações, saldos de contas e divulgações). SELEÇÃO DA AMOSTRA Depois de planejado e determinado o tamanho da amostra, passa-se ao processo de seleção da amostra. AUDITORIA P/ ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS) PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO www.pontodosconcursos.com.br 16 Embora existam diversos métodos de seleção, as normas de auditoria definem três métodos básicos de seleção da amostra: seleção aleatória, seleção sistemática e seleção casual. Todavia, a norma atualmente em vigor (NBC TA 530) aponta os seguintes métodos de seleção, que decorrem dos três já mencionados: Seleção aleatória (aplicada por meio de geradores de números aleatórios como, por exemplo, tabelas de números aleatórios). Seleção sistemática, em que a quantidade de unidades de amostragem na população é dividida pelo tamanho da amostra para dar um intervalo de amostragem como, por exemplo, 50, e após determinar um ponto de início dentro das primeiras 50, toda 50ª unidade de amostragem seguinte é selecionada. Embora o ponto de início possa ser determinado ao acaso, é mais provável que a amostra seja realmente aleatória se ela for determinada pelo uso de um gerador computadorizado de números aleatórios ou de tabelas de números aleatórios. Ao usar uma seleção sistemática, o auditor precisaria determinar que as unidades de amostragem da população não estão estruturadas de modo que o intervalo de amostragem corresponda a um padrão em particular da população. Amostragem de unidade monetária é um tipo de seleção com base em valores, na qual o tamanho, a seleção e a avaliação da amostra resultam em uma conclusão em valores monetários. Seleção ao acaso (ou casual), na qual o auditor seleciona a amostra sem seguir uma técnica estruturada, de acordo com o seu julgamento e sua experiência profissional. Embora nenhuma técnica estruturada seja usada, o auditor, ainda assim, evitaria qualquer tendenciosidade ou previsibilidade consciente (por exemplo, evitar itens difíceis de localizar ou escolher ou evitar sempre os primeiros ou os últimos lançamentos de uma página) e, desse modo, procuraria se assegurar de que todos os itens da população têm uma mesma chance de seleção. A seleção ao acaso não é apropriada quando se usar a amostragem estatística. Seleção de bloco envolve a seleção de um ou mais blocos de itens contíguos da população. A seleção de bloco geralmente não pode ser usada em amostragem de auditoria porque a maioria das populações está estruturada de modo que esses itens em sequência AUDITORIA P/ ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS) PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO www.pontodosconcursos.com.br 17 podem ter características semelhantes entre si, mas características diferentes de outros itens de outros lugares da população. Embora, em algumas circunstâncias, possa ser apropriado que um procedimento de auditoria examine um bloco de itens, ela raramente seria uma técnica de seleção de amostra apropriada quando o auditor pretende obter inferências válidas sobre toda a população com base na amostra. A tabela a seguir demonstra os métodos de seleção de amostras em amostragem probabilística e não-probabilística: Amostragem probabilística Amostragem não-probabilística • Seleção aleatória • Seleção sistemática • Seleção estratificada • Seleção por unidade monetária • Seleção dirigida ou por julgamento • Seleção ao acaso ou casual • Seleção por bloco Nesta aula de apresentação não abordaremos a sequência completa do processo relativo ao plano amostral, ou seja, ainda precisamos comentar as fases de aplicação dos procedimentos de auditoria sobre a amostra e de avaliação do resultado do teste, que serão detalhadas na aula 2 deste curso. RESUMO DOS PRINCIPAIS CONCEITOS ENVOLVENDO AMOSTRAGEM EM AUDITORIA: Amostragem em auditoria: é a aplicação de procedimentos de auditoria em menos de 100% dos itens de uma população relevante para fins de auditoria, de maneira que todas as unidades de amostragem tenham a mesma chance de serem selecionadas para proporcionar uma base razoável que possibilite o auditor concluir sobre toda a população Amostragem estatística: é a abordagem à amostragem com as seguintes características: (a) seleção aleatória dos itens da amostra; e (b) o uso da teoria das probabilidades para avaliar os resultados das amostras, incluindo a mensuração do risco de amostragem. População: é o conjunto completo de dados sobre o qual a amostra é selecionada e sobre o qual o auditor deseja concluir. Amostra: é uma parte da população objeto da auditoria, sobre a qual serão aplicados os procedimentos de auditoria. AUDITORIA P/ ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS) PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO www.pontodosconcursos.com.br 18 Unidade de amostragem: é cada um dos itens individuais que constituem uma população. Estratificação: é o processo de dividir uma população em subpopulações, cada uma sendo um grupo de unidades de amostragem com características semelhantes (geralmente valor monetário). Risco de amostragem: é o risco de que a conclusão do auditor, com base em amostra, pudesse ser diferente se toda a população fosse sujeita ao mesmo procedimento de auditoria. Erro tolerável: erro ou distorção tolerável é um valor monetário definido pelo auditor para obter um nível apropriado de segurança de que esse valor monetário não seja excedido pela distorção real na população Erro esperado: é quanto o auditor espera encontrar de erro em uma população, em função de trabalhos anteriores. Taxa de desvio esperada: é a taxa de desvio dos procedimentos de controles internos previstos, definida pelo auditor para obter um nível apropriado de segurança de que essa taxa de desvio não seja excedida pela taxa real de desvio na população. Anomalia: é a distorção ou o desvio que é comprovadamente não representativo de distorção ou desvio em uma população. A seguir, para que vocês percebam como esses assuntos são cobrados pelas bancas, vamos solucionar algumas questões de concursos recentes sobre amostragem, sem prejuízo da solução de algumas questões de nossa autoria. 1) (ICMS RS/2009/FUNDATEC) O auditor interno, ao determinar a extensão de um teste de auditoria ou método de seleção de itens a serem testados, pode A) empregar técnicas de amostragem estatística. B) determinar o uso dos testes de probabilidades. C) utilizar técnicas de seleção aleatória baseado em fatos já ocorridos anteriormente na empresa e em comparação a outras empresas do mesmo segmento econômico. D) utilizar técnicas se seleção sistemática, baseada em sua experiência profissional. E) empregar técnicas de seleção casual, a critério da empresa auditada. AUDITORIAP/ ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS) PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO www.pontodosconcursos.com.br 19 Solução: Como vimos, o uso da amostragem em auditoria, seja ela estatística ou não-estatística, é uma faculdade para o auditor. Ele pode, por exemplo, dependendo das circunstâncias, examinar a integridade das operações de uma determinada conta, ou seja, 100% dos elementos da população (censo), ou até direcionar os seus exames para elementos que tenham uma determinada característica, como, por exemplo, somente examinar elementos ou operações acima de um determinado valor. Portanto, a alternativa “A” está correta e satisfaz o enunciado da questão. O auditor pode empregar técnicas de amostragem estatística. A alternativa “B” apresenta uma redação confusa, indicando que o auditor poderá determinar o uso dos testes de probabilidades. A norma estabelece que, ao determinar a extensão de um teste de auditoria ou método de seleção de itens a serem testados, o auditor pode empregar técnicas de amostragem e essas técnicas poderão considerar ou não a teoria das probabilidades. As alternativas “C”, “D” e “E” referem-se aos métodos de seleção dos elementos que irão compor a amostra e ser examinada. A alternativa “C” está incorreta, pois corresponde à seleção casual, em que o auditor se baseia em sua experiência profissional, considerando fatos já ocorridos anteriormente na empresa e em comparação a outras empresas do mesmo segmento econômico. A alternativa “D” também apresenta incorreção, uma vez que a seleção aleatória é aquela em que todos os itens da população ou do estrato identificado têm igual chance de seleção, utilizando-se, por exemplo, tabelas de números aleatórios que determinarão quais os números dos itens a serem selecionados dentro do total da população. A forma de seleção que leva em consideração a experiência do auditor é a casual. Por fim, a alternativa “E” apresenta erro, pois o emprego das técnicas de amostragem e de seleção da amostra é definido pelo auditor e não a critério da empresa auditada. Se a empresa auditada definisse o critério, estaria prejudicada ou afetada a independência do auditor. 2) (TCM-RJ/2008/FGV) Tendo em vista a exigüidade do tempo ou visando minimizar os custos, é comum, na atividade de auditoria, o uso de técnicas de amostragem estatística e não-estatística. Nesse diapasão, uma das maiores preocupações do auditor reside na obtenção de uma amostra representativa, qual seja aquela que apresenta as mesmas características da população. Assim, ao AUDITORIA P/ ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS) PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO www.pontodosconcursos.com.br 20 selecionar uma amostra, deverá levar em consideração os seguintes itens (aspectos), de acordo com o CFC (Resolução 1.012 de 2005): (A) tamanho da população, erro tolerável e erro esperado (estatístico e não- estatístico). (B) risco de amostragem, estratificação e testes substantivos. (C) tamanho da amostra, controle interno e estratificação. (D) objetivos específicos da auditoria, erro tolerável e erro esperado. (E) testes substantivos, erro esperado e testes de observância. Solução: Quando da prova do TCM RIO, estava em vigor a Resolução 1.012, de 2005, que tratava da amostragem aplicada em auditoria independente das demonstrações contábeis. Conforme a citada Resolução do CFC, ao planejar e determinar a amostra de auditoria, o auditor deve levar em consideração os seguintes aspectos: a) os objetivos específicos da auditoria; b) a população da qual o auditor deseja extrair a amostra; c) a estratificação da população; d) o tamanho da amostra; e) o risco da amostragem; f) o erro tolerável; e g) o erro esperado. Portanto, a alternativa correta é a “D”. Os demais itens destacam fatores ou aspectos que não são apontados pela norma como condições a serem consideradas pelo auditor ao determinar a amostra de auditoria, como, por exemplo, os testes de observância ou substantivos. Cabe ressaltar que a amostragem será aplicada tanto a testes de observância como a testes substantivos. Mais adiante veremos uma questão que trata das metodologias de amostragem distintas para testes de controles e testes substantivos. Note-se, por fim, que na alternativa “A”, o correto seria tamanho da amostra e não da população. 3) (AUDITOR DA RECEITA FEDERAL/2009/ESAF) O auditor, ao realizar o processo de escolha da amostra, deve considerar: I. que cada item que compõe a amostra é conhecido como unidade de amostragem; II. que estratificação é o processo de dividir a população em sub-populações, cada qual contendo um grupo de unidades de amostragem com características homogêneas ou similares; III. na determinação do tamanho da amostra, o risco de amostragem, sem considerar os erros esperados. a) Somente a I é verdadeira. b) Somente a II é verdadeira. c) I e III são verdadeiras. d) Todas são falsas. e) Todas são verdadeiras. AUDITORIA P/ ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS) PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO www.pontodosconcursos.com.br 21 Solução: Essa questão, relativamente simples, constou da prova para Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil, recentemente aplicada. Examinaremos, a seguir, cada uma das afirmações da questão: Afirmativa I - cada item que compõe a população é conhecido como unidade de amostragem. Portanto, afirmativa falsa; Afirmativa II - estratificação é o processo de dividir a população em sub- populações, cada qual contendo um grupo de unidades de amostragem com características homogêneas ou similares. O auditor opta por dividir a população em sub-conjuntos homogêneos, para extrair uma amostra menor e mais representativa da população. Afirmativa verdadeira; e Afirmativa III - na determinação do tamanho da amostra, o auditor considera o risco de amostragem, bem como os erros toleráveis e os erros esperados. Alternativa falsa. Assim, a alternativa correta e que satisfaz o enunciado da questão é a “b”. 4) Assinale a alternativa incorreta com relação à amostragem aplicada à auditoria. A) quando uma amostra for estratificada, cada unidade de amostragem deverá pertencer, exclusivamente, a um estrato. B) o erro tolerável é um dos aspectos a ser considerado no planejamento e na determinação da amostra de auditoria. Quanto menor o erro tolerável, maior deve ser o tamanho da amostra. C) os procedimentos da amostragem por julgamento são largamente difundidos, ainda que possam ser considerados teoricamente falhos, por determinadas razões, entre as quais inclui-se a impossibilidade de os auditores estimarem quantitativamente o risco que assumem. D) o emprego da amostragem estatística é recomendável quando os itens da população apresentam características heterogêneas. E) risco de amostragem relaciona-se com a possibilidade de que uma amostra adequadamente coletada não seja representativa da população, levando o auditor a uma conclusão sobre os controles ou saldos de contas diferente da que ele chegaria se examinasse toda a população. Na execução de testes substantivos, o risco de amostragem classifica-se em risco de aceitação incorreta e risco de rejeição incorreta. Solução: A amostragem estratificada consiste basicamente em segmentar a população em estratos, que se caracterizam por possuir características homogêneas. Em auditoria contábil, é muito comum o auditor dividir a população em faixas de valores. Uma das exigências em amostragem por estratificação, é que cada unidade AUDITORIA P/ ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS) PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO www.pontodosconcursos.com.br 22 de amostragem deverá pertencer, exclusivamente, a um estrato. A alternativa “A” está correta. Vimos que o erro tolerável é um fator que influencia no tamanho da amostra. Quanto menor o erro que o auditor está disposto a tolerar, maior deveráser o tamanho da amostra. A alternativa “B” está correta. Os procedimentos da amostragem por julgamento, ou seja, não-estatística, são largamente difundidos, ainda que possam ser considerados teoricamente falhos, por determinadas razões, entre as quais inclui-se a impossibilidade de os auditores estimarem quantitativamente o risco que assumem. Em amostragem não- estatística, o auditor também está sujeito a algum risco de amostragem. A diferença é que o auditor não utiliza as leis das probabilidades para controlar o risco de amostragem, o que ocorre apenas quando amostragem estatística é utilizada. A alternativa “C” também está correta. O emprego da amostragem estatística é recomendável quando os itens da população apresentam características homogêneas. A alternativa “D” é a incorreta. O risco de amostragem relaciona-se com a possibilidade de que uma amostra adequadamente coletada não seja representativa da população, levando o auditor a uma conclusão sobre os controles ou saldos de contas diferente da que ele chegaria se examinasse toda a população. Na execução de testes substantivos, os seguintes tipos de riscos de amostragem podem ocorrer: O risco de aceitação incorreta – é o risco de que a amostra dê suporte à conclusão de que o saldo de uma conta não contém erro ou irregularidade relevante, quando de fato contém. O risco de rejeição incorreta - é o risco de que a amostra dê suporte à conclusão de que o saldo de uma conta contém erro ou irregularidade relevante, quando de fato não contém. Portanto, a alternativa “E” está correta. 5) (AFTE RN/2005/ESAF) Dadas as tabelas fornecidas a seguir, responder à questão abaixo. Tabela I: 5% de risco de Avaliação do Risco de Controle em Nível Baixo Taxa aceitável de desvios Taxa Esperada de desvio da 2% 3% 4% 5% 6% AUDITORIA P/ ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS) PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO www.pontodosconcursos.com.br 23 população 0,00 151 101 76 61 51 0,50 159 119 95 80 1,00 158 95 80 1,50 126 105 2,00 90 Tabela II: 10% de risco de Avaliação do Risco de Controle em Nível Baixo Taxa aceitável de desvios Taxa Esperada de desvio da população 2% 3% 4% 5% 6% 0,00 116 78 59 47 40 0,50 196 131 98 79 66 1,00 178 98 79 66 1,50 134 107 66 2,00 200 134 90 2,50 160 112 3,00 132 Ao analisar a área de Contas a Receber, constata-se um risco de avaliação de 10%. No ano anterior a empresa de auditoria constatou desvio de 4% e a taxa esperada do desvio da população do ano foi de 1,0%. Determine o tamanho da amostra a ser utilizada. A) 200 B) 107 C) 158 D) 178 E) 98 Solução: Esta questão que constou da prova de ICMS/RN foi muito interessante, pois se refere à aplicação de tabelas para definição de tamanhos de amostras. Vimos que, para determinar o tamanho da amostra para cada controle a ser testado, o auditor precisa especificar um valor numérico para cada fator a seguir: • Risco de avaliar o risco de controle em muito baixo (risco de amostragem). • Taxa aceitável de desvios. • Taxa esperada de desvios da população. O auditor pode utilizar uma tabela para determinar o tamanho da amostra. Notem que a questão apresenta duas tabelas: A Tabela I, para um risco de AUDITORIA P/ ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS) PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO www.pontodosconcursos.com.br 24 amostragem de 5% e a Tabela II, para um risco de 10%. Para usar as tabelas é necessário: • Escolher a tabela que corresponde ao nível especificado de risco de amostragem. • Localizar a coluna referente ao nível especificado da taxa aceitável de desvios. • Localizar a linha que contém a taxa esperada de desvios da população. • Ler o tamanho da amostra, na interseção da coluna e linha determinadas nos passos dois e três. Portanto, como o enunciado aponta que o risco de amostragem (avaliação) é de 10%, a tabela a ser utilizada é a II. Resta identificar as taxas de desvios tolerável e esperada. De acordo como o enunciado, no ano anterior, a empresa de auditoria constatou desvio de 4%, sendo esta, portanto, a taxa de desvio tolerável. Também o enunciado informa que a taxa de desvio esperada é de 1%. Assim, após identificação dos elementos (risco de amostragem, taxa aceitável de desvio e esperada de desvio, basta verificar a interseção da linha com a coluna na tabela, que aponta o tamanho da amostra. No caso, são 98 elementos que comporão a amostra dos controles a serem testados, conforme pode ser observado a seguir: Tabela II: 10% de risco de Avaliação do Risco de Controle em Nível Baixo Taxa aceitável de desvios Taxa Esperada de desvio da população 2% 3% 4% 5% 6% 0,00 116 78 59 47 40 0,50 196 131 98 79 66 1,00 178 98 79 66 134 107 66 1,50 2,00 200 134 90 2,50 160 112 3,00 132 6) (ICMS/RIO/2007/FGV) Avalie as afirmativas a seguir: I. A amostragem de atributos é um teste de controle. II. A amostragem de variáveis é um teste substantivo. AUDITORIA P/ ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS) PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO www.pontodosconcursos.com.br 25 III. A amostragem de atributos visa a estimar um total monetário de uma população ou o valor monetário de erros em uma população. IV. A amostragem de variáveis visa a estimar a taxa de desvios em uma população. Assinale: (A) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. (B) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. (C) se somente as afirmativas II e IV estiverem corretas. (D) se somente as afirmativas III e IV estiverem corretas. (E) se todas as afirmativas estiverem corretas. Solução: Recordando, o auditor pode utilizar amostragem para obter informações sobre muitas características diferentes de uma população. Contudo, a maioria das amostras leva a uma estimativa de (1) uma taxa de desvios ou de (2) um valor monetário. Quando a amostragem estatística é utilizada, essas técnicas de amostragem são identificadas como amostragem de atributos e amostragem de variáveis. A amostragem de atributos é um tipo de teste de controles cuja finalidade é estimar uma taxa de desvios em uma população. O objetivo global de testes de controles é avaliar a eficácia do desenho e da operação dos controles internos. Um ou mais planos de amostragem de atributos podem ser desenhados para avaliar a eficácia de controles relacionados com determinada classe de transações. O auditor seleciona atributos que se relacionam com a eficácia do controle que está sendo testado, como por exemplo, aprovação do departamento de crédito antes de os produtos vendidos serem expedidos. Depois, seleciona a amostra de transações de vendas a serem testadas mediante uma tabela que leva em consideração o risco de amostragem, a taxa aceitável de desvios e a taxa esperada de desvios da população e aplica os procedimentos sobre as operações selecionadas com o intuito de verificar quantas operações de vendas não foram devidamente aprovadas (taxa de desvios ou de falhas). A amostragem de variáveis é um teste substantivo cuja finalidade é estimar um total monetário de uma população ou o valor monetário de erros em uma população. A abordagem clássica de variáveis utiliza a teoria da distribuição normal para avaliar características de uma população, com base nos resultados de uma amostra dela extraída. Essa abordagem é útil para o auditor quando o objetivo de auditoria relaciona-se com possíveis sub ou superavaliações de um saldo de conta. AUDITORIA P/ ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS) PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO www.pontodosconcursos.com.br 26 Voltando à solução da questão, pelo exposto, vê-se que as afirmativas I e II estão corretas, posto que vinculam adequadamente as técnicas de amostragem aos tipos de testes. Já as afirmativas III eIV estão incorretas, pois inverteram as finalidades das técnicas e testes. Assim, a alternativa “A” é a correta. 7) (TCE-AM/2008/FCC) Ao utilizar o método de amostragem estatística em substituição ao não-estatístico para a seleção de base de dados, o auditor está reduzindo a possibilidade de risco de (A) controle decorrente da utilização de critérios aleatórios. (B) detecção por não utilizar critérios probabilísticos e não-probabilísticos conjuntamente. (C) seleção originada do direcionamento da amostra para uma escolha conduzida. (D) informação devido à falta de critério na seleção pelo método não-estatístico. (E) amostragem decorrente da não utilização das leis de probabilidades. Solução: O risco de amostragem surge da possibilidade de que a conclusão do auditor, com base em uma amostra, possa ser diferente da conclusão que seria alcançada se toda a população estivesse sujeita ao mesmo procedimento de auditoria. Quando o auditor utiliza a amostragem estatística, baseando-se em fundamentos matemáticos, ele pode trabalhar com amostras de tamanho reduzido, mas em níveis de significância e confiabilidade adequados para assegurar a precisão desejada. Já na amostragem não-estatística, o tamanho da amostra é estabelecido sem nenhuma base de sustentação técnica. Portanto, ao utilizar o método de amostragem estatística em substituição ao não-estatístico para a seleção de base de dados, o auditor está reduzindo a possibilidade de risco de amostragem decorrente da não utilização das leis de probabilidades. A alternativa “E” é a correta. 8) (ICMS/RIO/2008/FGV) De acordo com o CFC, amostragem estatística é aquela em que a amostra é selecionada cientificamente para que os resultados obtidos possam ser estendidos ao conjunto, de acordo com a teoria da probabilidade ou as regras estatísticas. O emprego de amostragem estatística é recomendável quando os itens da população apresentam características homogêneas. Amostragem não-estatística (por julgamento) é aquela em que a amostra é determinada pelo auditor utilizando sua experiência, critério e conhecimento da entidade. Nesse diapasão, é importante reconhecer que certos procedimentos de auditoria aplicados na base de testes não estão dentro da definição de amostragem. AUDITORIA P/ ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS) PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO www.pontodosconcursos.com.br 27 Os testes aplicados na totalidade da população não se qualificam como amostragem de auditoria. Em relação à amostragem, o CFC estabelece, considerando em especial a Resolução . Assinale-a. 1.012, o disposto nas alternativas a seguir, à exceção de uma (A) Com relação ao aspecto “objetivos específicos”, considerado na determinação da amostra, o CFC destaca que, no planejamento da amostra de auditoria, o auditor deve considerar os procedimentos de auditoria que têm maior probabilidade de atingir esses objetivos. (B) Uma das maiores preocupações do auditor é que a amostra seja representativa, ou seja, tenha as mesmas características da população. Isso é essencial a fim de que as conclusões alcançadas para a amostra possam ser extrapoladas para toda a população. (C) Na seleção de amostra devem ser documentados e considerados pelo auditor o grau de confiança depositado sobre o sistema de controles internos das contas, a base e a fonte de seleção e o número de itens selecionados. (D) Tendo executado, em cada item da amostra, os procedimentos de auditoria apropriados, o auditor deve analisar qualquer erro detectado na amostra, extrapolar os erros encontrados na amostra para a população e reavaliar o risco de amostragem. (E) Quando o erro projetado exceder o erro tolerável, o auditor deve reconsiderar sua avaliação anterior do risco de amostragem e, se esse risco for aceitável, considerar a possibilidade de ampliar o procedimento de auditoria ou executar procedimentos de auditoria alternativos. Solução: A questão trata das normas e procedimentos sobre amostragem aplicada à auditoria independente das demonstrações contábeis (NBC T 11.11), aprovadas pela então vigente Resolução CFC nº 1.012/05. A alternativa “A” é correta, uma vez que o auditor, quando planeja e determina a amostra de auditoria, deve levar em consideração os objetivos específicos da auditoria e os procedimentos mais adequados a esses objetivos, em busca da melhor evidência. A alternativa “B” é correta, pois é fundamental para o sucesso da auditoria que a amostra seja representativa da população que está sendo auditada. Nesse sentido, o auditor precisa determinar se a população da qual a amostra vai ser extraída é apropriada para o objetivo de auditoria específico e se o tamanho da amostra é adequado e consistente, para que o resultado dos exames sobre os elementos da amostra possam ser extrapolados com segurança para a população como um todo. AUDITORIA P/ ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS) PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO www.pontodosconcursos.com.br 28 A alternativa “C” é correta. Apesar da Resolução do CFC não ser específica quanto à confiabilidade dos controles internos e sua influência na definição da amostra e quanto à documentação desse processo, o grau de confiança sobre os controles ou risco de controle tem influência sobre a extensão dos procedimentos e testes de auditoria e, portanto, sobre a amostra. Quanto maior a confiança sobre os controles internos, menor a extensão dos procedimentos e quantidade de evidência a ser coletada. Portanto, deve o auditor registrar em papéis de trabalho o resultado da avaliação dos controles internos, a população, os objetivos, o método de seleção da amostra e o número de elementos examinados, ou seja, o tamanho da amostra. A alternativa “D” é correta, pois o auditor aplica os procedimentos de auditoria sobre os elementos selecionados, avalia os erros encontrados e extrapola o resultado para a população como um todo. Caso o erro extrapolado para a população exceda a taxa máxima de erro aceitável (erro tolerável), o auditor deve reconsiderar sua avaliação anterior do risco de amostragem. A alternativa “E” é a incorreta, pois quando o erro projetado exceder o erro tolerável, o auditor deve reconsiderar sua avaliação anterior do risco de amostragem e, se esse risco for inaceitável, considerar a possibilidade de ampliar o procedimento de auditoria ou executar procedimentos de auditoria alternativos. Se o risco foi aceitável, o auditor não precisaria ampliar ou aplicar procedimentos alternativos. 9) (AUDITOR/CGE-PB/2008/CESPE) A normatização do exercício profissional pressupõe o estabelecimento de procedimentos e critérios para planejar e selecionar amostras de itens a serem examinados pelo auditor. A respeito do assunto, é correto afirmar que A população é o conjunto de dados selecionados para exame do auditor. B amostragem não-estatística é aquela em que o auditor seleciona itens para verificação segundo sua intuição, experiência pessoal e conhecimento da situação e da entidade. C o volume e o valor das transações são irrelevantes para definição das amostras. D estratificar uma população significa excluir previamente determinados itens para efeito de verificação pela auditoria. E cada estrato selecionado deve ter a mesma quantidade de itens selecionados. Solução: A amostragem não-probabilística é aquela em que o auditor seleciona itens para verificação segundo sua intuição, experiência pessoal e conhecimento da situação e da entidade. É também denominada de amostragem por julgamento, casual ou por cotas. Portanto, assertiva correta é a “B”. AUDITORIA P/ ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS) PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO www.pontodosconcursos.com.br 29 A assertiva A está incorreta, pois a população representa o universo a ser auditado. O conjunto de dados selecionados para exame representa a amostra.A assertiva C está incorreta, pois a amostra selecionada pelo auditor deve ter relação direta com o volume de transações realizadas pela entidade na área ou na transação objeto de exame, como também com os efeitos nas posições patrimonial e financeira da entidade e o resultado por ela obtido no período. A assertiva D está incorreta, pois estratificar é o processo de dividir uma população em sub-populações, cada qual contendo um grupo de unidades de amostragem com características homogêneas ou similares. Não significa excluir determinados itens. A assertiva E está incorreta, pois cada estrato pode ter um número variado de itens selecionados por característica semelhantes. O que não pode na estratificação é um elemento que pertença a um estrato também constar de outro, ou seja, não pode haver interseções. 10) (ANALISTA LEGISLATIVO/SENADO/2009/FGV) Ao usar métodos de amostragem estatística ou não-estatística, o auditor deve projetar e selecionar uma amostra, aplicar a essa amostra procedimentos de auditoria, e avaliar os resultados da amostra, de forma a proporcionar: (A) evidência de auditoria suficiente e apropriada. (B) achados de auditoria relevantes e adequados. (C) realização do processo da auditoria. (D) reconhecimento dos riscos de auditoria. (E) aplicação da adequada técnica de auditoria. Solução: O que se busca em auditoria são as evidências, ou seja, as informações coletadas ou provas obtidas pelos auditores para fundamentar as conclusões, opiniões e recomendações. As evidências devem ser suficientes, relevantes e confiáveis. Quando o auditor seleciona uma amostra, mediante amostragem estatística ou não, e aplica os procedimentos de auditoria sobre os elementos selecionados, ele está buscando evidência de auditoria suficiente e apropriada. A alternativa correta é a “A”. 11) (ACE/TCU/2006/ESAF) O auditor, ao determinar a amostra a ser selecionada, deve considerar: a) obrigatoriamente, métodos de amostragem estatísticos e não estatísticos de forma a garantir a avaliação de todos os itens da amostra. AUDITORIA P/ ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS) PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO www.pontodosconcursos.com.br 30 b) um número mínimo de elementos a serem testados, independente do volume da amostra. c) que a amostra deva ter uma relação direta com o volume de transações realizadas pela entidade na área ou transação objeto do exame. d) que a amostra seja selecionada conforme critérios determinados pela área auditada e o auditor. e) somente elementos selecionados por métodos estatísticos, sendo necessário evidenciar suficientemente os fatos que comprovem os itens selecionados. Solução: A assertiva “a” está errada, pois o auditor pode usar tanto métodos de amostragem estatística quanto não-estatística, para projetar e selecionar uma amostra de auditoria. A assertiva “b” está errada, uma vez que o número de elementos a serem testados dependerá do volume da amostra, que será definida em função das características da população a ser testada, grua de confiança nos controles internos e risco de amostragem que o auditor está disposto a aceitar dos resultados da amostra. A assertiva “c” é a correta, pois a amostra selecionada pelo auditoria deve ter uma relação direta com o volume de transações realizadas pela entidade na área ou transação objeto de exame, como também com os efeitos na posição patrimonial e financeira da entidade e o resultado por ela obtido. A assertiva “d” está incorreta. Os critérios devem ser determinados pelo auditor com base em vários elementos que são avaliados e considerados, tais como: volume de transações, grau de confiança nos controles internos, risco de auditoria, risco de amostragem, erro tolerável e esperado, etc. A assertiva “e” está também incorreta, pois os elementos podem ser selecionados também por métodos não-estatísticos, em função do julgamento e da experiência do auditor. 12) (ISS Rio/ESAF/2010) Avalie, se verdadeiro ou falso, os itens a seguir a respeito do uso de amostragem estatística em auditoria e assinale a opção que indica a sequência correta. I. O nível de risco que o auditor está disposto a aceitar não afeta o tamanho da amostra exigido em razão da existência de outros controles a serem utilizados; II. O auditor seleciona itens para a amostragem de forma que cada unidade de amostragem da população tenha a mesma chance de ser selecionada; AUDITORIA P/ ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS) PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO www.pontodosconcursos.com.br 31 III. Existem outros riscos não resultantes da amostragem tais como o uso de procedimentos de auditoria não apropriados; IV. Para os testes de controle, uma taxa de desvio da amostra inesperadamente alta pode levar a um aumento no risco identificado de distorção relevante. a) V, V, F, V b) F, V, V, V c) V, V, V, F d) F, F, F, V e) V, F, V, F Solução: Vamos analisar cada uma das afirmativas da questão: I - O nível de risco que o auditor está disposto a aceitar afeta sim o tamanho da amostra exigido, mesmo que existam outros controles a serem utilizados. Vimos que, quanto maior o risco de amostragem, menor será o tamanho da amostra, e vice-versa. Afirmação falsa. II – As normas de auditoria estabelecem que o auditor seleciona itens para a amostragem de forma que cada unidade de amostragem da população tenha a mesma chance de ser selecionada. Caso o auditor direcione o seu processo de escolha, eliminando essa igualdade de chance entre os elementos ou unidades de amostragem da população, ele não estará utilizando amostragem. Afirmação verdadeira. III – Existem, de fato, outros riscos não resultantes da amostragem tais como o uso de procedimentos de auditoria não apropriados e o erro na conclusão a respeito de um erro. É o risco que não decorre da amostragem (risco de não-amostragem). Afirmação verdadeira. IV - Para os testes de controle, uma taxa de desvio da amostra inesperadamente alta pode levar a um aumento no risco identificado de distorção relevante. Se a taxa encontrada de desvio (ou falha) do controle for alta, significa que o risco ou a probabilidade de acontecer uma distorção relevante ocasionada por erro ou fraude é alto. Afirmação verdadeira. Portanto, a alternativa correta é a “b”. Bom, pessoal, chegamos ao final desta breve aula demonstrativa do curso. Esclareço que voltaremos a abordar amostragem em auditoria em nossa Aula 2, conforme a programação do curso informada anteriormente. AUDITORIA P/ ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS) PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO www.pontodosconcursos.com.br 32 Esta foi uma pequena amostra de nosso curso. Espero que tenham gostado. Um abraço a todos e até a próxima aula! QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA 1) (ICMS RS/2009/FUNDATEC) O auditor interno, ao determinar a extensão de um teste de auditoria ou método de seleção de itens a serem testados, pode a) empregar técnicas de amostragem estatística. b) determinar o uso dos testes de probabilidades. c) utilizar técnicas de seleção aleatória baseado em fatos já ocorridos anteriormente na empresa e em comparação a outras empresas do mesmo segmento econômico. d) utilizar técnicas se seleção sistemática, baseada em sua experiência profissional. e) empregar técnicas de seleção casual, a critério da empresa auditada. 2) (TCM-RJ/2008/FGV) Tendo em vista a exigüidade do tempo ou visando minimizar os custos, é comum, na atividade de auditoria, o uso de técnicas de amostragem estatística e não-estatística. Nesse diapasão, uma das maiores preocupações do auditor reside na obtenção de uma amostra representativa, qual seja aquela que apresenta as mesmas características da população. Assim, ao selecionar uma amostra, deverá levar em consideração os seguintes itens (aspectos), de acordo com o CFC (Resolução1.012 de 2005): (A) tamanho da população, erro tolerável e erro esperado (estatístico e não- estatístico). (B) risco de amostragem, estratificação e testes substantivos. (C) tamanho da amostra, controle interno e estratificação. (D) objetivos específicos da auditoria, erro tolerável e erro esperado. (E) testes substantivos, erro esperado e testes de observância. 3) (AUDITOR DA RECEITA FEDERAL/2009/ESAF) O auditor, ao realizar o processo de escolha da amostra, deve considerar: I. que cada item que compõe a amostra é conhecido como unidade de amostragem; II. que estratificação é o processo de dividir a população em sub-populações, cada qual contendo um grupo de unidades de amostragem com características homogêneas ou similares; III. na determinação do tamanho da amostra, o risco de amostragem, sem considerar os erros esperados. a) Somente a I é verdadeira. b) Somente a II é verdadeira. c) I e III são verdadeiras. d) Todas são falsas. e) Todas são verdadeiras. AUDITORIA P/ ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS) PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO www.pontodosconcursos.com.br 33 4) Assinale a alternativa incorreta com relação à amostragem aplicada à auditoria. a) quando uma amostra for estratificada, cada unidade de amostragem deverá pertencer, exclusivamente, a um estrato. b) o erro tolerável é um dos aspectos a ser considerado no planejamento e na determinação da amostra de auditoria. Quanto menor o erro tolerável, maior deve ser o tamanho da amostra. c) os procedimentos da amostragem por julgamento são largamente difundidos, ainda que possam ser considerados teoricamente falhos, por determinadas razões, entre as quais inclui-se a impossibilidade de os auditores estimarem quantitativamente o risco que assumem. d) o emprego da amostragem estatística é recomendável quando os itens da população apresentam características heterogêneas. e) risco de amostragem relaciona-se com a possibilidade de que uma amostra adequadamente coletada não seja representativa da população, levando o auditor a uma conclusão sobre os controles ou saldos de contas diferente da que ele chegaria se examinasse toda a população. Na execução de testes substantivos, o risco de amostragem classifica-se em risco de aceitação incorreta e risco de rejeição incorreta. 5) (AFTE RN/2005/ESAF) Dadas as tabelas fornecidas a seguir, responder à questão abaixo. Tabela I: 5% de risco de Avaliação do Risco de Controle em Nível Baixo Taxa aceitável de desvios Taxa Esperada de desvio da população 2% 3% 4% 5% 6% 0,00 151 101 76 61 51 0,50 159 119 95 80 1,00 158 95 80 1,50 126 105 2,00 90 Tabela II: 10% de risco de Avaliação do Risco de Controle em Nível Baixo Taxa aceitável de desvios Taxa Esperada de desvio da população 2% 3% 4% 5% 6% 0,00 116 78 59 47 40 0,50 196 131 98 79 66 AUDITORIA P/ ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS) PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO www.pontodosconcursos.com.br 34 1,00 178 98 79 66 1,50 134 107 66 2,00 200 134 90 2,50 160 112 3,00 132 Ao analisar a área de Contas a Receber, constata-se um risco de avaliação de 10%. No ano anterior a empresa de auditoria constatou desvio de 4% e a taxa esperada do desvio da população do ano foi de 1,0%. Determine o tamanho da amostra a ser utilizada. A) 200 B) 107 C) 158 D) 178 E) 98 6) (ICMS/RIO/2007/FGV) Avalie as afirmativas a seguir: I. A amostragem de atributos é um teste de controle. II. A amostragem de variáveis é um teste substantivo. III. A amostragem de atributos visa a estimar um total monetário de uma população ou o valor monetário de erros em uma população. IV. A amostragem de variáveis visa a estimar a taxa de desvios em uma população. Assinale: (A) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. (B) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. (C) se somente as afirmativas II e IV estiverem corretas. (D) se somente as afirmativas III e IV estiverem corretas. (E) se todas as afirmativas estiverem corretas. 7) (TCE-AM/2008/FCC) Ao utilizar o método de amostragem estatística em substituição ao não-estatístico para a seleção de base de dados, o auditor está reduzindo a possibilidade de risco de (A) controle decorrente da utilização de critérios aleatórios. (B) detecção por não utilizar critérios probabilísticos e não-probabilísticos conjuntamente. (C) seleção originada do direcionamento da amostra para uma escolha conduzida. (D) informação devido à falta de critério na seleção pelo método não-estatístico. (E) amostragem decorrente da não utilização das leis de probabilidades. 8) (ICMS/RIO/2008/FGV) De acordo com o CFC, amostragem estatística é aquela em que a amostra é selecionada cientificamente para que os resultados AUDITORIA P/ ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS) PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO www.pontodosconcursos.com.br 35 obtidos possam ser estendidos ao conjunto, de acordo com a teoria da probabilidade ou as regras estatísticas. O emprego de amostragem estatística é recomendável quando os itens da população apresentam características homogêneas. Amostragem não-estatística (por julgamento) é aquela em que a amostra é determinada pelo auditor utilizando sua experiência, critério e conhecimento da entidade. Nesse diapasão, é importante reconhecer que certos procedimentos de auditoria aplicados na base de testes não estão dentro da definição de amostragem. Os testes aplicados na totalidade da população não se qualificam como amostragem de auditoria. Em relação à amostragem, o CFC estabelece, considerando em especial a Resolução . Assinale-a. 1.012, o disposto nas alternativas a seguir, à exceção de uma (A) Com relação ao aspecto “objetivos específicos”, considerado na determinação da amostra, o CFC destaca que, no planejamento da amostra de auditoria, o auditor deve considerar os procedimentos de auditoria que têm maior probabilidade de atingir esses objetivos. (B) Uma das maiores preocupações do auditor é que a amostra seja representativa, ou seja, tenha as mesmas características da população. Isso é essencial a fim de que as conclusões alcançadas para a amostra possam ser extrapoladas para toda a população. (C) Na seleção de amostra devem ser documentados e considerados pelo auditor o grau de confiança depositado sobre o sistema de controles internos das contas, a base e a fonte de seleção e o número de itens selecionados. (D) Tendo executado, em cada item da amostra, os procedimentos de auditoria apropriados, o auditor deve analisar qualquer erro detectado na amostra, extrapolar os erros encontrados na amostra para a população e reavaliar o risco de amostragem. (E) Quando o erro projetado exceder o erro tolerável, o auditor deve reconsiderar sua avaliação anterior do risco de amostragem e, se esse risco for aceitável, considerar a possibilidade de ampliar o procedimento de auditoria ou executar procedimentos de auditoria alternativos. 9) (AUDITOR/CGE-PB/2008/CESPE) A normatização do exercício profissional pressupõe o estabelecimento de procedimentos e critérios para planejar e selecionar amostras de itens a serem examinados pelo auditor. A respeito do assunto, é correto afirmar que A população é o conjunto de dados selecionados para exame do auditor. B amostragem não-estatística é aquela em que o auditor seleciona itens para verificação segundo sua intuição, experiência pessoal e conhecimento da situação e da entidade. C o volume e o valor das transações são irrelevantes para definição das amostras. AUDITORIA P/ ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS) PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO www.pontodosconcursos.com.br 36 D estratificar uma população significa excluir previamente determinados itens para efeito de verificação pela auditoria. E cada estrato selecionado deve ter
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