PODER JUDICIÁRIO ESTRUTURA

Prévia do material em texto

7
teoria geral do processo
PODER JUDICIÁRIO – corresponde o exercício da função jurisdicional
Art. 92 a 126 da CF/88 – determina os órgãos integrantes do Poder Judiciário
Art. 125 caput da CF – cabe aos Estados-membros, por meio das respectivas constituições e leis de organização judiciária dispor sobre a organização judiciária estadual, obedecendo aos princípios e regras da lei maior.
As normas ditadas pelos Estados devem observância ao art. 93 da CF e a LC 35/79 que trata sobre o Estatuto da Magistratura.
O Poder Judiciário além da função jurisdicional detém função legislativa haja vista a elaboração de regimentos internos pelos tribunais e administrativa como a realização de concursos para cargos da magistratura ou de auxiliares da justiça. A esse conjunto de funções do Poder Judiciário, dá-se o nome de atividade judiciária.
No intuito de preservar o objetivo e a missão constitucional do Poder Judiciário, bem como prevenir desvios de conduta e reprimir atos ilícitos, foi idealizado o controle externo do Poder Judiciário, realizado pelo Conselho Nacional de Justiça – CNJ, instituído pela Emenda Constitucional 45/2004. 
Dos órgãos não-jurisdicionais:
Conselho Nacional de Justiça: Órgão de controle do Poder Judiciário, considerado um órgão estranho ao Poder Judiciário. Tem competência para controlar a atividade administrativa e financeira do Poder Judiciário, pelo cumprimento dos deveres funcionais dos juízes – Com sede na capital do país e atuação nacional, sendo formado por 15 membros (mandato de 02 anos, admitida uma recondução): Presidente do STF, um Ministro do STJ, um Ministro do TST, um desembargador de TJ, um juiz estadual; um juiz de TRF, um juiz federal, um juiz de TRT, um juiz do trabalho, um membro do MP da União; um membro do MP Estadual; dois advogados e dois cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada (um indicado pela Câmara e outro pelo Senado) Art. 103-B da CF/88. A doutrina informa que o CNJ tem ultrapassado suas atribuições, afrontando a CF, aposentando compulsoriamente os juízes. 
Ouvidorias de Justiça: recebe reclamações e denúncias de qualquer interessado contra membros ou órgãos do Poder Judiciário, ou contra seus auxiliares, representando o CNJ (é órgão fiscalizatório) – Art. 103-B, §7º da CF/88
Escolas da Magistratura (Art. 93, IV da CF/88): consiste nos cursos oficiais de aperfeiçoamento, preparação e promoção dos magistrados, constituindo etapa obrigatória para a vitaliciedade 
Independência do Poder Judiciário: O PJ não depende de nenhum outro poder para ratificar suas atribuições; nem tampouco os juízes possuem qualquer subordinação hierárquica no desempenho de suas atividades funcionais.
Garantia do Judiciário: 
Auto organização, inclusive financeira e auto regulamentação, no exercício de suas atividades normativas e administrativas (arts. 96 e 99 da CF/88)
Órgãos (jurisdicionais) do Poder Judiciário art. 92 da CF – Destes órgãos, o único que não se ocupa da função jurisdicional é o CNJ que possui função administrativa de regulamentar.
I – o Supremo Tribunal Federal
I – A – o Conselho Nacional de Justiça (exceção – órgão estranho ao Poder Judiciário)
II – o Superior Tribunal de Justiça
II – A – o Tribunal Superior do Trabalho
III – os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais
IV – os Tribunais e Juízes do Trabalho
V – os Tribunais e Juízes Eleitorais
VI – os Tribunais e Juízes Militares
VII – os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios
Características dos órgãos do Poder Judiciário:
O Supremo Tribunal Federal (STF) – arts. 101 a 103 CF. É o guardião da CF e responsável pelo controle de constitucionalidade das leis. É o órgão de cúpula do Poder Judiciário, cabendo-lhe proferir a última palavra nas causas que lhe são submetidas. Possui sede na Capital Federal e competência que se estende sobre todo território nacional, bem como competência originária e recursal. Composto por 11 Ministros – escolhidos dentre cidadãos com mais de 35 e menos de 65 anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada – a doutrina faz crítica alegando não ser levado em conta tal critério de notável saber jurídico. Os ministros são nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal.
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) – arts. 104 e 105 CF. Responsável por promover a defesa da lei federal infraconstitucional e unificador da intepretação do direito, quando haja interpretações divergentes entre os Tribunais de Justiça ou dos Tribunais Regionais Federais, mas não só isso. Composto por 33 Ministros, no mínimo, entre 35 e 65 anos de idade, nomeados pelo Presidente da República com aprovação do Senado Federal, possui sede na Capital Federal e competência que se estende sobre todo território nacional, bem como competência originária (art. 105 CF) e recursal. Junto ao STF, funciona como órgão de superposição, já que julga recursos interpostos em processos advindos das esferas estadual e federal.
Os Tribunais Regionais Federais (TRF’s) – Órgãos de segundo grau da Justiça Federal, superpostos aos juízes federais. Composto por no mínimo 07 juízes, escolhidos dentre juízes, com mais de 5 anos de carreira, mediante promoção, assegurada também a participação de advogados e membros do MP Federal, nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais de 30 e menos de 65 anos de idade, todos com mais de 10 anos na profissão ou na carreira. Tem competência originária e recursal (art. 108, I e II da CF/88). Precipuamente tem a função de julgar em grau de recurso as causas decididas pelos juízes federais e estaduais no exercício da competência federal da área de sua jurisdição (como ocorre nos casos de ações que envolvem a previdência em comarcas que não contam com seções da Justiça Federal). A jurisdição dos TRF’s são limitadas por região, atualmente são 05: Brasília (sede), Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, e Recife.
Os Juízes Federais (juízos) são órgãos de primeiro grau da Justiça Federal, cada Estado bem como o Distrito Federal, constitui uma Seção Judiciária que tem por sede a respectiva capital. A competência está prevista no artigo 109 da CF, sobressaindo a de processar e julgar as causas em que a União, a entidade autárquica e empresa pública forem partes. A Justiça Federal conta ainda com Juizados Especiais Federais e Turmas Recursais, e também com Tribunais do Júri para o julgamento de crimes dolosos contra a vida. 
A competência do Tribunal do Júri no âmbito da Justiça Federal envolve: o processo e julgamento de crime doloso contra a vida praticado contra funcionário público federal no exercício da função ou em virtude dela; o processo e julgamento de funcionário público federal que comete crime doloso contra a vida no exercício da função ou em razão dela; o processo e julgamento de crime doloso contra a vida ocorrido a bordo de navio ou aeronave, ressalvada a competência da Justiça Militar; e o processo e julgamento de crime doloso contra a vida envolvendo a disputa sobre direitos indígenas.
A Justiça do Trabalho é estruturada com órgãos de primeiro grau que são as Varas do Trabalho; de segundo grau que são os Tribunais Regionais do Trabalho; e de instância superior que é o Tribunal Superior do Trabalho. 
Às varas do trabalho (Juízes do Trabalho) compete processar e julgar as ações oriundas da relação de trabalho. Nas comarcas não abrangidas pela jurisdição da Justiça do Trabalho, a sua competência pode ser atribuída ao juiz de direito com recurso para o Tribunal da Regional do Trabalho.
Os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se de no mínimo 07 juízes nomeados pelo Presidente da República, dentre brasileiros com mais de 30 e menos de 65 anos de idade, assegurando também a participação nesses tribunais de advogados e membros do MP do Trabalho com mais de 10 anos de atividade (art. 115, I e II da CF/88)
O Tribunal Superior do Trabalho (TST) – arts. 111 a 111-A da CF. É órgão de superposição da Justiça Trabalhista e julga osrecursos interpostos em causas que já estejam exauridas nas instâncias inferiores. Compõe-se de 27 Ministros, escolhidos dentre brasileiros com mais de 30 e menos de 65 anos de idade, com notável saber jurídico e reputação ilibada, nomeados pelo Presidente da República, após a aprovação pelo Senado Federal, sendo um quinto dentre advogados e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de 10 anos de atividade, e os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos da magistratura de carreira possui sede na Capital Federal e competência que se estende sobre todo território nacional. 
A Justiça Eleitoral – tem estrutura mais ampla que a demais justiças, atuando em primeiro grau os juízes eleitorais e juntas eleitorais; em segundo grau os Tribunais Regionais Eleitorais; e em instância superior o Tribunal Superior Eleitoral.
Toda a estrutura organizacional é composta de membros integrantes de outros órgãos judiciários, pelo que não existe concurso para ingresso na carreira de magistrado eleitoral, pois quem exerce as funções de Juiz Eleitoral é o juiz de direito estadual da comarca, sendo a sua função temporária.
A Junta Eleitoral (ou Junta Apuradora) é também órgão de primeira instância e será constituída apenas 60 dias antes da eleição, extinguindo-se após o término dos trabalhos de apuração dos votos. Por essa razão, é órgão transitório da Justiça Eleitoral. As Juntas são compostas de um juiz de direito, que é o seu Presidente, e pode ou não ser o titular da Zona Eleitoral, e de 2 ou 4 cidadãos de notória idoneidade (perceba que, diferente do Tribunal Superior e dos Tribunais Regionais, o Código Eleitoral não exige que o membro da Junta seja advogado). Esses cidadãos são nomeados pelo Presidente do Tribunal Regional Eleitoral depois de indicados pelo juiz eleitoral. São funções da Junta, de acordo como artigo 40 do Código Eleitoral: Apurar, no prazo de 10 dias, as eleições realizadas nas zonas eleitorais sob a sua jurisdição; Resolver as impugnações e demais incidentes verificados durante os trabalhos da contagem e da apuração; Expedir os boletins de apuração mencionados no Art. 179; Expedir diploma aos eleitos para cargos municipais.
A organização e competência dos juízes eleitorais e das juntas eleitorais são objeto de lei complementar (art. 121 da CF/88) 
Os Tribunais Regionais Eleitorais são os órgãos de segundo grau da Justiça Eleitoral, havendo um em cada Estado e no Distrito Federal. É composto por 07 membros.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – art.119, tem sede na Capital Federal e jurisdição sobre todo o território nacional. É composto de no mínimo 7 Ministros. Suas decisões são irrecorríveis, salvo se contrariarem a Constituição ou se denegatórias de mandado de segurança ou habeas corpus. 
 A Justiça Militar da União – composta de juízes e tribunais militares, instituídos em lei, sendo seus órgãos de primeiro grau os Conselhos Permanentes de Justiça, nas Auditorias (do Exército, da Marinha e da Aeronáutica), além dos Conselhos Especiais de Justiça para determinados julgamentos, cuja competência se restringe ao processo e julgamento de crimes militares definidos em lei, que dispõe também sobre a sua organização e funcionamento (art. 124 da CF).
O Superior Tribunal Militar (STM) – Regulado pelo art. 123 d CF, compõe-se de 15 ministros, nomeados pelo Presidente da República depois de aprovada a indicação pelo Senado Federal.
Ainda não foram criados tribunais de segunda instância no âmbito da Justiça Militar da União, funcionando o Superior Tribunal de Justiça como órgão de segundo grau.
Os integrantes das Forças Auxiliares (Polícia Militar, Bombeiros) são julgados pela Justiça Estadual (Auditoria da Justiça Militar ou órgão equivalente, dependendo da organização judiciária de cada Estado). Importante frisar que é de competência do júri quando a vítima for civil. 
A CF dispõe sobre a possibilidade de criação da Justiça Militar Estadual. Existe apenas em Minas Gerais, São Paulo e no Rio Grande do Sul.
A Justiça Estadual e a do Distrito Federal são estruturadas com a observância dos preceitos constitucionais (CF, art. 125) que são, na verdade, diretrizes e limitações de observância obrigatória, sob pena de ofensa à Constituição. A Justiça Estadual é composta pelos juízes de Direito (que atuam na primeira instância) e pelos chamados desembargadores, que atuam nos tribunais de Justiça (segunda instância), além dos juizados especiais cíveis e criminais. A ela cabe processar e julgar qualquer causa que não esteja sujeita à competência de outro órgão jurisdicional (Justiça Federal, do Trabalho, Eleitoral e Militar), o que representa o maior volume de litígios no Brasil.
Os Tribunais de Justiça são os órgãos de segundo grau da Justiça Estadual e do Distrito Federal; têm sua estrutura e competência estabelecidas na Constituição Federal, nas Constituições Estaduais, Lei Orgânica do Distrito Federal, e nas respectivas Leis de Organização Judiciária; tem sede na Capital; jurisdição sobre todo o território da unidade federada; e composição variada de Estado para Estado, respeitado o quinto constitucional, reservado aos advogados e membros do Ministério Público. 
Quinto constitucional e o provimento de cargos dos órgãos superiores.
 CRFB/88, Art. 94: Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal e Territórios será composto de membros, do Ministério Público, com mais de dez anos de carreira, e de advogados de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes.
Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal formará lista tríplice, enviando-a ao Poder Executivo, que, nos vinte dias subseqüentes, escolherá um de seus integrantes para nomeação.
Fontes: Wambier e Talamini, Fábio Monerat, J.E. Carreira Alvim
teoria geral do processo | Profa. Julliana Valentim de Souza Amorim