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resumo psicologia e auto desenvolvimento

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Psicologia e Autodesenvolvimento 
Unidade 1: 
Portanto, a Psicologia não mais divagava pelo mundo da idéias, como propunha a filosofia, mas, sim, observava o comportamento humano e controlava suas variáveis em laboratórios. Com base nesses critérios começa a se delinear, basicamente, três escolas em Psicologia: 
1a Funcionalismo: inaugurada pelo americano William James, que define como objeto de estudo a consciência como elemento fundamental para a adaptação do homem ao meio. Portanto, investiga “o que os homens fazem e por que o fazem”. 
2a Estruturalismo: O termo estruturalismo foi cunhado pelo inglês Edward B. Titchner, mas foi Wundt que fundou a segunda escola em Psicologia cujo objeto de estudo também é a consciência, assim como no funcionalismo, mas sob seus aspectos estruturais, ou seja, “os estados elementares da consciência como estruturas do sistema nervoso central”. (Bock,2002.p. 42)
 3a Associacionismo: Os teóricos que representam essa abordagem concebiam o processo de aprendizagem como uma relação de associação de idéias. Teve seu início com Thorndike (1874-1949), que formulou a primeira teoria da aprendizagem na Psicologia. Formulou a “Lei do Efeito”, ou seja, todo organismo vivo tende a repetir um determinado comportamento quando recompensado ou inibí-lo se for castigado. Neste caso, a recompensa e o castigo configuram-se como efeitos do comportamento. Essas abordagens se desdobram e se modificam e no século XX a Psicologia toma corpo e se sistematiza em três escolas principais:
 • A gestalt. 
• O behaviorismo. 
• A psicanálise 
Unidade 2: 
 B E H A V I O R I S M O 
Behaviorismo, também chamado de Comportamentalismo e Psicologia Comportamental, é um termo que abrange diversas teorias da psicologia que tem como principal objeto de estudo o comportamento. 
Essa escola de psicologia foi fundada por John B. Watson baseada na crença de que os comportamentos podem ser medidos, treinados, e mudados. Behaviorismo foi estabelecido com a publicação do trabalho clássico de Watson “A psicologia como o behaviorista a vê” (1913). 
John B. Watson, considerado o “pai” do behaviorismo, disse o seguinte: 
“Deem-me uma dúzia de crianças saudáveis, bem formadas, e um ambiente para criá-las que eu próprio especificarei, e eu garanto que, tomando qualquer uma delas ao acaso, prepará-la-ei para tornar-se qualquer tipo de especialista que eu selecione – um médico, advogado, artista, comerciante e, sim, até um pedinte e ladrão, independentemente dos seus talentos, pendores, tendências, aptidões, vocações e raça de seus ancestrais”
– John Watson, Behaviorism (1930) 
O que exatamente significa o que Watson disse?
Simplificando, os behavioristas rigorosos acreditavam que todos os comportamentos foram resultado de condicionamento. Qualquer pessoa poderia ser treinada para agir de uma maneira particular dado o condicionamento correto. Essa perspectiva da psicologia teve precedentes nomes como Vladimir Mikhailovich Bechterev – o primeiro a propor uma Psicologia cuja pesquisa se baseia no comportamento, em sua Psicologia Objetiva – e Ivan Petrovich Pavlov – o fisiologista russo responsável pelo condicionamento clássico.
Condicionamento clássico é uma técnica utilizada na formação comportamental em que um estímulo que ocorre naturalmente é emparelhado com uma resposta.Em seguida, um estímulo anteriormente neutro é combinado com o estímulo de ocorrência natural. Eventualmente, o estímulo neutro anteriormente vem para evocar a resposta sem a presença do estímulo que ocorre naturalmente. Os dois elementos são então conhecidos como o estímulo condicionado e a resposta condicionada.
Tipos de Behaviorismo
Não há uma única forma de classificar os tipos de behaviorismo, mas existem divisões mais ou menos utilizadas: 
Behaviorismo clássico
O behaviorismo clássico de John B. Watson, também chamado de behaviorismo metodológico, é bem conhecido como “Psicologia S-R”, por causa da relação entre estímulo e resposta. Nessa perspectiva, a psicologia é um ramo das ciências naturais que tem como princípios a objetividade e a experimentação, e como finalidade prever e controlar o comportamento.
Watson tinha como proposta abandonar o estudo dos processos mentais, como pensamentos e sentimentos, e focar no comportamento observável. Comportamento aqui pode ser definido como qualquer mudança observável em um organismo que é consequência de algum estímulo ambiental. Na perspectiva do behaviorismo clássico, um comportamento é sempre resposta a um estímulo, visão que é superada mais tarde por outras perspectivas mesmo dentro da Psicologia comportamental.
Neobehaviorismo mediacional
Enquanto Watson utilizava como fundamento do behaviorismo metodológico o modelo SR (estímulo-resposta), Edward C. Tolman propõe um novo modelo de behaviorismo baseado no esquema S-O-R(estímulo-organismo-resposta). Entre o estímulo e a resposta, o organismo passa por eventos mediacionais, que Tolman chama de variáveis intervenientes. Tolman, ao contrário de Watson, estuda os processos mentais e chega a apresentra uma teoria de aprendizagem sustentada pelo conceito de mapas cognitivos. Por aceitar os processos mentais e propor a intencionalidade do comportamento como objeto de estudo, Tolman é considerado um precursor da psicologia cognitiva.
Clark L. Hull, assim como Tolman, defendia a ideia de variáveis mediacionais na análise do comportamento, mas enquanto Tolman trabalhava com conceitos mentalistas como memória e cognição, Hull rejeitava os conceitos cognitivistas em nome de variáveis mediacionais neurofisiológicas.
Tolman adotava a abordagem dualista watsoniana, enxergando o indivíduo como dividido entre corpo e mente; Hull adota uma posição monista, onde o organismo é puramente neurofisiológico.
O behaviorismo radical de Skinner
Como resposta às correntes internalistas da psicologia comportamental e inspirado pelo behaviorismo filosófico, Burrhus F. Skinner publica, em 1953, o livro Ciencia e comportamento humano, marcando o início do behaviorismo radical.
O behaviorismo radical teve seu desenvolvimento como uma filosofia da ciência comportamento humano. A parte experimental constituiria a Análise Experimental do Comportamento, enquanto a Análise Aplicada do Comportamento refere-se às aplicações práticas.
Skinner era um antimentalista, ou seja, rejeitava como causas do comportamento entidades mentais como cognição, id, ego e superego, inconsciente coletivo etc. Skinnner não nega a existência dos processos mentais, mas nega que eles são as causas do comportamento. O behaviorismo radical se opõe ao behaviorismo metodológico de Watson, que acreditava na existência de processos mentais, e ao neobehaviorismo mediacional, que dava relevância científica a variáveis mediacionais. Segundo a visão monista de Skinner o ser humano é uma entidade única, e não é dividido entre corpo e mente.
Skinner explica utiliza para explicar o comportamento o condicionamento operante e a seleção por consequências.
O condicionamento operante (por vezes referido como condicionamento instrumental) é um método de aprendizagem que ocorre através de reforços e punições para o comportamento. Através de condicionamento operante, uma associação é feita entre um comportamento e uma consequência para esse comportamento. Quando um resultado desejável segue uma ação, o comportamento torna-se mais provável de ocorrer de novo no futuro. Respostas seguidas de efeitos adversos, por outro lado, tornam-se menos prováveis de acontecer novamente no futuro.
O esquema então seria Sd-R-Sr. Sd representa o estímulo discriminativo, aumentando a probabilidade de ocorrência de uma resposta R. Após a resposta segue o estímulo reforçador Sr, que pode ser um reforço ou uma punição.
O reforço aumenta a probabilidade de que o comportamento ocorra novamente.
A punição diminui a probabilidade de que o comportamento ocorra novamente.
No reforço positivo e na punição positiva estímulos são adicionados
Nreforço negativo na puniçãonegativa estímulos são retirados.
Há três níveis de seleção dos comportamentos:
Nível filogenético: aspectos biológicos da espécie e da hereditariedade do indivíduo;
Nível ontogenético: toda a história de vida do indivíduo;
Nível cultural: aspectos culturais que influenciam a conduta humana.
O ser humano opera no ambiente, provocando modificações nele, que por sua vez age sobre o sujeito, modificando seus padrões comportamentais.
O reforço pode ser positivo, quando aumenta a probabilidade da repetição e emissão da resposta que o produz. Assim, o fato de receber a água favorecerá a repetição do comportamento de acionar a alavanca. Ou o reforço pode ser negativo, quando aumenta a probabilidade de emissão da resposta que o remove e, nesse caso, permite a supressão de algo indesejável. 
Extinção: é um procedimento no qual uma resposta deixa abruptamente de ser reforçada. Como conseqüência, a resposta diminuiria de freqüência e até mesmo poderá deixar de ser emitida. (BOCK, 2002,p.52) Punição: é outro procedimento importante que envolve a conseqüenciação de uma resposta quando há apresentação de um estímulo aversivo ou a remoção de um reforçador positivo presente. 
Como vimos, as teorias comportamentalistas clássicas compartilham de pelo menos três características: 1) buscam uma objetividade impecável; 
2) explicam o comportamento em termos moleculares, isto é, de associações estímulo-resposta elementares, não de comportamentos molares, globais, talvez mais difíceis de abordar; 
3) fazem poucas referências às intenções do comportamento, exceto no que se refere a necessidades e impulsos específicos. 
Críticas ao Behaviorismo
Muitos críticos argumentam que o behaviorismo é uma abordagem unidimensional para a compreensão do comportamento humano. Freud, por exemplo, sentiu que o behaviorismo falhou ao não contabilizar pensamentos da mente inconsciente, sentimentos e desejos que exercem uma influência sobre as ações das pessoas. Outros pensadores como Carl Rogers e outros psicólogos humanistas acreditavam que o behaviorismo era muito rígido e limitado, sem levar em consideração coisas como o livre arbítrio.
É importante destacar que a famosa crítica “behaviorismo não conseidera sentimentos”, assim como várias outras, é válida ao se falar do behaviorismo metodológico de Watson, mas desconsidera o Behaviorismo Radical de Skinner – que considera os “comportamentos encobertos”. Sobre o livre-arbítrio… bem, essa é uma longa discussão pra outra hora.
Vantagens do Behaviorismo
Um dos principais benefícios do behaviorismo é que ele permitiu que aos pesquisadores investigar o comportamento observável de forma científica e sistemática.
Técnicas terapêuticas eficazes, tais como uma intensa intervenção comportamental, a análise do comportamento, sistemas de fichas e treinamento por tentativas são todos enraizados no behaviorismo. Essas abordagens são frequentemente muito úteis na mudança de comportamentos desajustados ou nocivos em crianças e adultos.
A psicologia comportamental, ou behaviorismo, continua bem viva e bem mais presente na nossa vida do que costumamos perceber.
G E S T A L T 
 Outra escola em Psicologia de grande importância é a Gestalt. Segundo Moreira (1999, p.35-36): “Trata-se de uma orientação psicológica que se ocupa muito mais de variáveis intervenientes do tipo cognições e intenções, dos chamados processos mentais superiores (percepção, resolução de problemas por insight, tomada de decisões, processamento de informação, compreensão)”.
 Segundo Bock (2002,p. 59) “A Psicologia da Gestalt é uma das tendências teóricas mais coerentes e coesas da história da Psicologia”.
De origem alemã o termo “gestalt” é de difícil tradução para o português, podendo se aproximar do conceito de configuração, organização, ou ainda, forma. Entretanto, esses correspondentes da língua portuguesa não expressam a sua complexidade e, portanto, optou-se por manter o termo alemão. A idéia central nessa perspectiva é de que o ser humano tende a perceber a realidade que o envolve como um todo organizado, ou seja, como gestalts. Assim, o todo é mais do que a soma de várias partes que o compõem, mas o todo é uma nova realidade. 
Assim como o Behaviorismo, o gestaltismo, originário da Alemanha, nasce em oposição ao movimento do estruturalismo. Lembra-se? Segundo eles, compreender a consciência apenas em seus aspectos estruturais a destituía do que havia de mais significativo nela. Por isso, como destaca Moreira (1999, p.45) “A Psicologia da gestalt é, às vezes, chamada de fenomenológica, pois se ocupa do fenômeno ‘o que é dado’, i.e., do evento mental intacto, sem dividi-lo para fins de análise.” Seus precursores foram: Max Wertheimer (1880-1943), Wolfgang Köhler (1887-1967) e Kurt Koffka(1886-1941). Eles buscavam compreender os processos psicológicos da percepção e sensação. Apesar de terem o mesmo objeto de estudo que os behavioristas, o comportamento, os gestaltistas se opunham aos behavioristas, pois com base em seus estudos afirmavam que entre os estímulos do meio e as respostas do indivíduo existe o processo de percepção, ou seja, a forma como nos comportamos está vinculada à percepção que temos dos estímulos provocados pelo meio. 
Por isso, os gestaltistas definem dois tipos de meio:
 • geográfico: que é o meio físico, objetivo. 
• comportamental: que é a realidade subjetiva particular resultante da interpretação que fazemos do meio, através da percepção.
 A Gestalt, por meio do estudo da percepção, busca compreender o comportamento humano, pois, segundo eles, a maneira como percebemos o mundo exterior irá desencadear nossas atitudes. 
Portanto, propõem o conceito de “boa forma”: Tudo que é percebido tende a assumir a melhor forma possível. A boa forma significa: simplicidade, simetria, harmonia, concisão. Assim, é possível afirmar que os eventos psicológicos tendem a ser significativos, completos e simples. Subordinados a este princípio central da gestalt estão outros princípios que dele derivam: 
1o. princípio da similaridade: itens semelhantes tendem a ser agrupados na percepção; 
2o. princípio da proximidade: itens que estão próximos tendem a ser agrupados no campo perceptivo; 
3o. princípio do fechamento: é a tendência de completar um padrão, as partes ausentes em uma figura, de modo a facilitar sua compreensão. 
 As contribuições de Kurt Lewin Algumas obras, como Moreira(1999), incluem Lewim como gestaltista, sobretudo, porque trabalhou durante dez anos com os fundadores dessa corrente em Berlim. Entretanto, Bock (2002) afirma que “não podemos considerar Lewim como um gestaltista, já que ele acaba seguindo um outro rumo”. Lewim parte da teoria da gestalt para construir um conhecimento novo e genuíno, quando elabora sua “teoria de campo”. 
Ele descreve o conceito de campo psicológico que caracteriza-se pela totalidade dos fatos coexistentes na relação do indivíduo com o meio ambiente, que incluem não só a percepção, como haviam definido os gestaltistas, como também a personalidade, as emoções, a história de vida na qual estão envolvidas e que representam o “espaço vital” do indivíduo naquele momento. Outro conceito desenvolvido por Lewim foi o de campo social, a partir do qual afirma que o grupo forma uma gestalt, ou seja, não é tão somente a soma de seus membros, mas a configuração (identidade) que aquele conjunto forma, resultante dos processos que ali ocorrem. Suas contribuições estão presentes na Psicologia até os dias de hoje, sobretudo na área dos estudos dos grupos. 
P S I C A N A L I S E 
Não é possível compreender a psicanálise sem estabelecer uma interlocução com a trajetória de vida de seu “criador”: Sigmund Freud (1856- 1939). Freud nasceu no dia 6 de maio de 1856 em Freiberg, Moravia. Era o mais velho dos oito filhos do terceiro casamento de Jacob Freud. 
De origem humilde, formou-se médico em Viena, em 1882. Com a ajuda de uma bolsa de estudos, foi à Itália, onde conheceu e tornou-se amigo de Josef Breuer. Casou-se, em setembrode 1886, com Martha Bernays. Nos três anos seguintes à sua formatura, trabalhou no Hospital Geral de Viena para sustentar-se, o que dificultou sua carreira de pesquisador. Praticou medicina e neurologia até que uma bolsa o levou a Paris onde se tornou aluno do médico Charcot.
 Incansável, retoma suas pesquisas, em direção à compreensão do universo subjetivo humano. Em 1887 conheceu Wilhelm Fliess, médico judeu berlinense, com o qual trocou correspondências de caráter pessoal e científico, onde iniciou sua auto-análise. A princípio Freud utilizava os meios terapêuticos disponíveis e aceitos na época como massagens, hidroterapia e eletroterapia. Constatando que esses métodos não davam resultados satisfatórios, começou a utilizar a hipnose. Aos poucos foi percebendo que também a hipnose não era suficiente para resolver os conflitos internos de seus pacientes, pois os sintomas desapareciam, mas suas causas permaneciam o que provocava o surgimento de novos sintomas. Assim, substituiu a hipnose pela catarse e posteriormente inventou o método da livre associação e, finalmente, a psico-análise.
 Em 04 de novembro de 1899, escreve o livro “Interpretação dos Sonhos” publicado em 1900. Que, para muitos, é o marco histórico na literatura psicanalítica. Fundou em 1902 a Sociedade Psicológica das Quartas-Feiras, primeiro centro de estudos de psicanálise. O médico Eugen Bleuler, chefe da clínica do Hospital Burghölzli de Zurique, iniciou a aplicação do método psicanalítico no tratamento das psicoses. Em 3 de março de 1907 Carl Gustav Jung, assistente de Bleuler, foi conhecer Freud em Viena. Em 1909, em companhia de Jung e de Sandor Ferenzi, a convite de Stanley Hall, Freud pronunciou cinco conferências na Clark University de Worcester, Massachusetts, EUA, publicadas com o título de Cinco lições de psicanálise. 
E, logo a Psicanálise se tornaria conhecida em todo o mundo. Freud consegue agregar a sua volta muitos amigos e colaboradores, como Adolf Adler, Carl Gustav Jung, para citar alguns, mas desde 1910 começaram algumas dissidências e posteriormente as cisões. Em fevereiro de 1923 foi descoberto um tumor maligno no lado direito do palato. Em decorrência dessa enfermidade, Freud sofreu ao todo 33 cirurgias. Tinha dificuldade para falar, mas mantinha contato com seus interlocutores e mantinha suas atividades de rotina. Em março de 1938, por ocasião da invasão da Áustria pela Alemanha, Freud e sua família deixaram Viena indo exilar-se em Londres. Redigiu nesse país seu último texto, Moisés e o monoteísmo. Para além de um jargão popular, suas idéias e seus ideais invadem o simbolismo do nosso dia-a-dia. 
Mas de que maneira estudar o inconsciente, se não está em categorias observáveis como determina a ciência moderna e experimental? Se, para a psicanálise, “o que no sujeito é verdadeiro ele não sabe e o que ele sabe não é a sua verdade”(JAPIASSU, 1989, apud: JOBIM, 2005) A resposta está nos signos lingüísticos na palavra a partir da qual o sujeito representa o mundo. Não aquela palavra coerente, despida das contradições, que proclamavam os psicólogos do comportamento, mas, ao contrário, aquela que insiste em se ocultar, entretanto, escapa e tropeça na forma dos chistes, dos sonhos, do esquecido, do que é dito no não dito. Como destaca Jobim (2005, p.57): O objetivo da psicanálise melhor se define por permitir que o sujeito humano assuma a sua história biográfica e cultural, a qual é construída na e pela palavra dirigida ao outro.(…) e é por isso que a psicanálise não elimina o sujeito. Muito controvertida e criticada, por se distanciar da Psicologia convencional, não podemos negar o valor da psicanálise para a compreensão do ser humano até hoje. Portanto, vamos conhecer alguns de seus conceitos fundamentais. A primeira teoria que desenvolve sobre a estrutura do aparelho psíquico foi apresentada pela primeira vez, no livro de 1900, intitulado “A interpretação dos sonhos”, onde descreve a existência de três instâncias psíquicas: 
Inconsciente: que se refere à zona do nosso psiquismo onde se encontra o “conjunto dos conteúdos não-presentes no campo atual da consciência”. No inconsciente podem estar conteúdos que já estiveram presentes no consciente e foram reprimidos - processo psíquico que visa ocultar da consciência conteúdos(idéias ou representações) dolorosos ou conteúdos originariamente inconscientes, os instintos, do termo alemão trieb - que segundo Teles (2003, p.47) talvez fosse melhor traduzido por “impulso”.
 Pré-consciente: refere-se à zona onde estão armazenados conteúdos acessíveis à consciência, ou seja, são conteúdos que não estão na consciência, mas que poderão estar no momento seguinte caso sejam requisitados. 
Consciente: é a instância psíquica que recebe as informações do meio exterior e interior. Segundo Freud apenas uma pequena parte da atividade psíquica é consciente, como a ponta de um iceberg. 
A segunda teoria do aparelho psíquico remodela a anterior e introduz os seguintes conceitos: 
Id: corresponde a zona inconsciente e engloba os impulsos primários. É regido pelo princípio do prazer, traduzido pela busca humana pela felicidade, pela satisfação de seus impulsos. O seu contraponto é o princípio da realidade, em que, segundo Freud(1997, p.24), a cultura se impõe aos sujeitos de tal modo que, “[…]um homem pense ser feliz, simplesmente porque escapou à infelicidade ou sobreviveu ao sofrimento[…]”, nesse caso, o princípio da realidade traduz-se pela satisfação pelo simples afastamento do sofrimento.
 Ego: suas funções principais são: resolver problemas, pensar, planejar e proteger a si mesmo. É a instância psíquica mais em contato com o mundo exterior e tem a responsabilidade de administrar os impulsos vindos do Id e os limites impostos socialmente e incorporados no superego. 
Superego: parte inconsciente do aparelho psíquico que representa a interiorização das normas, dos padrões culturais, da moral, é a censura. 
Quando nascemos, segundo Freud, o que existe é apenas o id, e, portanto, o que importa é a satisfação plena dos impulsos mais primários, mas na medida em que entramos em contato com o mundo exterior, gradualmente o ego vai se constituindo e assumindo a função da preservação do indivíduo, por meio de sua adaptação à realidade. Em decorrência disso, o ego desvia-se do princípio do prazer e o substitui pelo princípio da realidade. >>> Já o superego se origina do Complexo de Édipo 
Ao descobrir que havia se casado com a própria mãe Édipo fura seus próprios olhos. O que motivou Édipo a furar seus próprios olhos? A culpa. É a expressão do superego. 
Os mecanismos de defesa: 
São os recursos que usamos para “distorcer” a percepção de uma realidade provocadora de sofrimento ou desorganização psíquica. São mecanismos realizados pelo ego, mas são inconscientes, portanto, não dependem da vontade do indivíduo. Os mecanismos de defesa são: 
Recalque: é a supressão de parte da realidade o que deforma a percepção do todo. Por exemplo: uma pessoa recebe o diagnóstico médico de que é portadora de uma doença crônica, mas suprime a informação de que tem pouco tempo de vida. 
Formação reativa: é o mecanismo em que o indivíduo adota uma atitude diametralmente oposta à um desejo. Por exemplo, superproteção dos pais. regressão: o indivíduo, diante de uma situação desorganizadora, retorna a estados mais primitivos do desenvolvimento. Por exemplo: a criança volta a chupar dedo após o nascimento de um irmão. 
Projeção: o indivíduo projeta algo de si no outro, mas não é capaz de reconhecer em si mesmo tal característica. Por exemplo: o indivíduo é capaz de criticar no outro a intolerância e o preconceito, mas não é capaz de perceber o quanto essa característica está presente nele mesmo.
 Racionalização: neste caso, o indivíduo constrói uma argumentação lógica para justificar estados distorcidos da realidade. Por exemplo: a guerra. 
Outra contribuição importante de Freud, diz respeito às relações infantis e suas interferências na vida futura do indivíduo. Segundo Freud, a infância é umperíodo complexo permeado por conflitos, portanto, não se trata de um período harmônico e tranqüilo. Ao afirmar a complexidade da infância, Freud contribui para um novo olhar sobre esta fase da vida e, sobretudo, um maior cuidado e atenção quanto aos sentimentos, emoções e experiências primárias do ser humano. Propõe o processo de desenvolvimento psicossexual do indivíduo. 
Para compreendermos o desenvolvimento psicossexual proposto por Freud, precisamos conhecer alguns de seus aspectos: 
* a função sexual existe desde o início da vida; portanto, postula a existência da sexualidade infantil; 
* o período de desenvolvimento da sexualidade é longo e complexo até chegar a fase adulta; 
*a libido é a energia, dos instintos sexuais; 
* segundo Freud, a libido esta localizada em diferentes partes do corpo identificadas como zonas erógenas. 
Assim define as seguintes fases do desenvolvimento sexual: 
• fase oral: nesta fase a zona erógena é a boca.
 • fase anal: zona erógena é o ânus. 
• fase fálica: a zona erógena é o órgão sexual.
 • fase de latência: não há uma zona erógena nesta fase. A energia vital está voltada para os aspectos intelectuais. 
• fase genital: a libido está localizada nos órgãos sexuais. 
Unidade 3: 
COMO O ORGANISMO HUMANO CRESCE? 
Como destaca Newcombe (1999,p.24), podemos definir desenvolvimento como: (...) as mudanças que ocorrem ao longo de tempo de maneira ordenada e relativamente duradoura e afetam as estruturas físicas e neurológicas, os processos de pensamento as emoções, as formas de interação social e muitos outros fatores. O estudo do desenvolvimento humano tem como objetivos principais: · compreender as mudanças que aparentemente são universais. Por exemplo, a maioria das crianças falam em torno de 1 ano. · explicar as diferenças individuais. Por exemplo: Por que algumas pessoas são mais tolerantes, ao passo que outras são mais irritadiças, umas mais introvertidas outras mais extrovertidas, etc.? · Compreender de que forma o contexto social influencia o desenvolvimento. 
A EPISTEMOLOGIA GENÉTICA DE JEAN PIAGET 
O foco de seus estudos é o processo de desenvolvimento cognitivo humano; portanto, visa investigar como as pessoas constroem conhecimento.
Segundo ele, o conhecimento não está no sujeito nem no objeto, mas decorre das interações entre um e outro. Por isso, sua teoria é considerada interacionista. O desenvolvimento humano, portanto, é o desenvolvimento mental e orgânico em interação com o meio. 
Para Piaget a evolução da inteligência está orientada sempre num sentido que é universal independentemente de fatores culturais, posição social, sexo, etc. Por isso, é uma condição biológica que garante a sobrevivência humana na medida em que é uma forma equilibrada a que tendem todas as estruturas (Piaget, 1977). Assim, o processo de equilibração envolve os seguintes aspectos: 
· o pensamento cresce a partir de ações e não de palavras. 
· o conhecimento tem de ser descoberto pelas crianças e não “dado”a elas.
· as crianças aprendem melhor a partir de experiências concretas. Ou seja, Piaget enfatiza o desafio(criação de necessidades) e a experiência(ação sobre o meio). 
Operações mentais são ações diferentes das físicas e motoras, ou seja, se caracterizam pela possibilidade de classificar, seriar, conservar (medidas, distância, tempo, espaço, quantidade de matéria, peso, correspondência termo a termo). Piaget define alguns fatores que influenciam o desenvolvimento:
 · hereditariedade: o indivíduo herda estruturas biológicas e o potencial para desenvolver-se.
 · maturação: é o amadurecimento do indivíduo que torna possível determinado padrão de comportamento.
 · meio: são os estímulos, situações provocadoras, capazes de alterar os padrões do comportamento por meio das experiências vividas. 
Piaget divide o desenvolvimento humano em quatro estágios: 
1o estágio: sensório-motor: (0 a mais ou menos 2 anos)): caracteriza-se pela exploração do mundo externo através dos sentidos e da ação motora/ movimentos. * não há capacidade de abstração; * atividade intelectual: de natureza sensório-motora; * estimulação ambiental como essencial à progressão intelectual de estágio para estágio. 
2o estagio pré-operacional (mais ou menos 2 a 6 anos) * desenvolvimento da capacidade simbólica – a criança não depende unicamente de suas sensações e de seus movimentos. * distingue um significador (imagem, palavra ou símbolo) daquilo que ele significa (o objeto ausente) – o significado 
3o – estágio das operações concretas (7 a mais ou menos 11 anos) * a criança demonstra que já possui uma organização assimilativa rica e integrada, funcionando em equilíbrio com um mecanismo de acomodação. * as operações fazem parte de um conjunto de atos interrelacionados: operações lógicas de adição, subtração, multiplicação, classificação, operações envolvendo quantidade, tempo, mensuração, espaço 
4o - estágio das operações formais (mais ou menos 12 anos): a criança e o adolescente são capazes de resolver problemas a respeito de todas as relações possíveis entre eventos: * já é capaz de pensar em termos abstratos, e formular hipóteses, e testá-las sistematicamente. * pode utilizar o método experimental da ciência. * reflete nas preocupações do adolescente com problemas abstratos de valores, ideologias, preocupações com o futuro. 
A PSICOLOGIA SÓCIO-HISTÓRICA DE VYGOTSKY
 A Psicologia do desenvolvimento na perspectiva sócio-histórica foi inaugurada por Lev Semenovich Vigotsky (1896 – 1934). 
Em 1925, Vygotsky fundou o laboratório de Psicologia para crianças com deficiência. 
ndou o laboratório de Psicologia para crianças com deficiência. Desenvolveu uma abordagem singular sobre o desenvolvimento humano, pois afirma a importância da condição histórica e social para a construção do mundo psíquico; portanto, não compreende os mecanismos do desenvolvimento como uma evolução orientada em um sentido que é universal, nem tão pouco podem ser vistas apenas como o resultado da maturação do organismo como propõe Piaget. Para Vygotsky tais mecanismos são de origem e natureza social. A inovação de Vygotsky reside justamente no fato de investigar a questão da formação mental por meio de características eminentemente humanas: o uso de signos e instrumentos, ou seja, signo é algo que representa uma outra coisa. Segundo Vygotsky(apud Moreira: 1999, p.110) (…) os processos mentais superiores – pensamento, linguagem, comportamento volitivo – têm origem em processos sociais; o desenvolvimento cognitivo do ser humano não pode ser entendido sem referência ao meio social. (…)o desenvolvimento cognitivo é a conversão das relações sociais em funções mentais. Mas afinal como isso acontece? Bem, para Vygotsky a resposta está nas “mediações”, que quer dizer, a reconstrução interna de uma operação externa – atividades e comportamentos sócio-históricos por meio dos signos, representação simbólica, domínio exclusivamente humano. 
Vygotsky elabora o conceito de zona de desenvolvimento proximal: O desenvolvimento real é tudo aquilo que o indivíduo é capaz de fazer, sem precisar da ajuda de outras pessoas. O desenvolvimento potencial é tudo aquilo que poderá vir a fazer, mas que ainda não faz. A zona de desenvolvimento proximal é uma área intermediária, onde estão situadas as ações que o indivíduo não é capaz de realizar sozinho, mas que com o auxílio de uma pessoa mais experiente poderá realizá-las.
Unidade 4:
Segundo a Associação Brasileira de Psicomotricidade, fundada em 1980, a psicomotricidade é a ciência que tem como objeto de estudo o homem através do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo. Portanto, é uma aproximação entre os aspectos psicológicos e motores do organismo e envolve as experiências vividas pelo indivíduo. Nesse sentido, afasta-se da perspectiva de “treinamento físico”, do movimento com um fim em si mesmo. Segundo Defontaine(apud OLIVEIRA, 1996,p.36): O homem não é exclusivamente um ser motor ou vir a ser homem não é exclusivamente um ser psíquico ouum querer fazer. 
O homem é psicomotor, isto é, sincronização de ter, do ser, do querer, do poder, ser e fazer. Ainda quanto ao conceito de psicomotricidade, Ajuriaguerra(1980, p.210) afirma que: “É pela motricidade e pela visão que a criança descobre o mundo dos objetos e é manipulando-os que ela redescobre o mundo(...)” Portanto, segundo Oliveira(1996, p.59) 
O desenvolvimento de uma criança é o resultado da interação com os objetos de seu meio, com as pessoas com quem convive e com o mundo onde estabelece relações afetivas e emocionais. Todo ser tem seu mundo construído com base em suas próprias experiências corporais. Sendo assim, o corpo é objeto central no estudo da psicomotricidade.
Mas, evoluindo nos estudos sobre a psicomotricidade, é possível identificar as contribuições de Henri Wallon, um dos pioneiros no estudo da psicomotricidade em uma perspectiva única, compreendendo aspectos afetivos, intelectuais e sociais. Segundo ele, o movimento, a princípio, conduz ao pensamento. Essa transição do ato motor ao mental é acompanhada pela evolução das condutas imitativas. Wallon acredita que a imitação é 
uma forma de atividade que revela, incontestavelmente, as origens motoras do ato mental. Se inicialmente a psicomotricidade assume um caráter reeducativo com o avanço de estudos, como os de Wallon, Piaget, Ajuriaguerra, entre outros, inaugura-se uma perspectiva tanto mais educativa, considerando que, como destaca Costa(2001,p.27) “para que a criança assuma sua corporeidade dentro de uma realidade que possibilite a livre expressão de um sujeito pensante e evite as distorções no processo de sua evolução.” Portanto, a psicomotricidade é, então, uma técnica que se dirige pelo exercício do corpo e do movimento, considerando o ser em sua totalidade. Os exercícios psicomotores não são um fim em si mesmos, mas um meio para atingir a integração do sujeito num meio físico e social, assim o corpo é o instrumento de mediação entre o mundo exterior e o mundo interior. A educação psicomotora deve seguir a seguinte direção: · do global para o específico. · do concreto para o abstrato. Respeitar essa direção significa contribuir para o desenvolvimento saudável, construído sobre bases fortes e seguras. 
O DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR
 Segundo Lê Boulch apud Oliveira (1996, s/p) o corpo se desenvolve em fases: 
1a fase: corpo vivido(até 3 anos): é a fase da exploração do espaço. Ainda não possui uma representação do próprio corpo. Sua experiência é prática e não representativa. Esta fase termina quando a criança é capaz de formar a primeira imagem de seu próprio EU. 
2a fase: corpo percebido(3 anos a 6 anos): esta fase caracterizase pela capacidade de deslocar a atenção do meio para si próprio, para a tomada de consciência, corresponde à organização do esquema corporal. A criança é capaz de representar-se no tempo e espaço, assimila conceitos de: em cima/embaixo, antes/depois, etc. 
3o fase: corpo representado(6 anos a 12 anos): a imagem do corpo representado permite que a criança seja capaz de programar, planejar, organizar e combinar diversas ações no campo mental, a esta capacidade psicomotora Lê Boulch denominou imagem de corpo operatório. 
Unidade 5:
Hipocratés, famoso grego do século V a.C., conhecido como o pai da medicina, elaborou uma das primeiras sistematizações teóricas para explicar a personalidade. Formulou a Teoria dos Humores, em que estabelece uma relação entre os humores corporais - substância líquida, como, por exemplo, a bílis, sangue, esperma - com os temperamentos e estabelece 4 tipos de temperamentos: 1. tipo sanguíneo: pessoas que apresentam este tipo de temperamento são cheias de energia, dinâmicas e o humor corporal dominante é o sangue vermelho. 2. tipo melancólico: são pessoas que tendem à depressão, à tristeza. O humor predominante, neste caso, é a bílis negra. 3. tipo colérico: neste tipo, estão incluídas as pessoas agressivas, intolerantes e o humor predominante neste tipo de temperamento é a bílis amarela. 4. tipo fleumático: são pessoas que não demonstram suas emoções, são contidas e o humor neste caso é o fleuma.
A controvérsia entre as concepções teóricas sobre a origem da personalidade está viva até a atualidade. Alguns teóricos descartam qualquer possibilidade de influência do meio sobre o desenvolvimento e funcionamento da personalidade e atribuem à estrutura genética a explicação de todas as características da personalidade humana. Ao passo que outros, acompanhando a linha teórica de Rousseau, afirmam que é a sociedade que forma ou mesmo deforma a personalidade da pessoa. Buscando uma interseção, um meio termo entre as duas abordagens, podemos considerar a totalidade do ser humano como ser multideterminado que conjuga vários elementos para sua constituição. Podemos, então, pensar em duas naturezas que se combinam para formar a pessoa tal como é: 
• natureza biológica – tendo por base nossa natural submissão ao reino animal e nossa submissão também às leis da biologia, da genética e dos instintos. Assim sendo, os genes herdados se apresentam como possibilidades variáveis de desenvolvimento em contato com o meio e não como certeza de desenvolvimento. 
• natureza existencial – suprabiológica conferindo à personalidade elementos que vão para além da genética ou das leis biológicas referentes a nossa espécie. Nesse aspecto, a pessoa deve ser considerada em sua singularidade, que se distingue de todos os outros indivíduos de sua espécie, traduz uma combinação única das múltiplas dimensões da existência humana. 
Personalidade é a organização dinâmica dos traços no interior do “eu”, formados a partir dos genes particulares que herdamos, das existências singulares que suportamos e das percepções individuais que temos do mundo, capazes de tornar cada indivíduo único em sua maneira de ser e de desempenhar o seu papel social.
Podemos afirmar, então, que se trata de elementos, característicos da natureza humana, capazes de nos diferenciar de todos os outros seres da natureza. Por outro lado, podemos afirmar também, que cada indivíduo expressa esses traços de uma maneira única, particular. Portanto, o ser humano caracteriza-se por essa multidirecionalidade, ou seja, é único e múltiplo, é individual e coletivo ao mesmo tempo. 
HERANÇA OU APRENDIZAGEM, AFINAL, DE ONDE VEM A PERSONALIDADE? 
Essa é uma discussão antiga, mas, pelo que vimos, está longe de seu desfecho. Para compreendê-la melhor, vamos tomar emprestados alguns conceitos da biologia para entender essa diferença. Lembra-se da formula: FENÓTIPO = GENÓTIPO + AMBIENTE? 
O Fenótipo é o estado em que se apresenta o indivíduo em um dado momento: é o “aqui e agora”. Deve ser compreendido como o somatório entre a carga genética do indivíduo, ou seja, o Genótipo e as influências do meio sobre o desenvolvimento do ser na fórmula acima designado: ambiente. Assim, podemos considerar que a personalidade é composta tanto de elementos constitucionais, indicados pelo nosso genótipo, quanto por elementos ambientais, cujo resultado será o fenótipo. 
A partir do século XIX, alguns estudos sobre a personalidade tentavam estabelecer um modelo classificatório que a agrupasse em tipos. Vamos conhecer algumas teorias da personalidade: 
CARL GUSTAV JUNG Psicólogo suíço, foi discípulo e posteriormente dissidente de Freud, propõe a classificação em dois tipos:
 1. introvertido: predominam os interesses subjetivos. A energia dos introvertidos se dirige em direção a seu mundo interno, há uma tendência à introspecção. É preciso ter cuidado para que pessoas muito introvertidas não se alienem do mundo externo e voltem-se exclusivamente para seus próprios processos internos. Podemos citar como exemplo, alunos que se voltam apenas para os estudos, vivem para ler, estudar, fazer os simulados da escola e não se relacionam com os amigos, namoradas e até mesmo com a família.
 2. extrovertido: predominam os interesses objetivos e a sua energia esta focalizada nas atividades do mundo exterior. Tendem a ser mais sociais e mais conscientesdo que acontece à sua volta. É preciso ter cuidado para que não sejam dominados pelas exterioridades e, ao contrário dos introvertidos, não se alienem de seus próprios processos internos. Um bom exemplo de casos extremos de extroversão são aquelas pessoas que têm dificuldade de desenvolverem opiniões próprias e por isso acabam se apoiando quase exclusivamente nas idéias alheias. 
WILLIAM JAMES James é um expoente do funcionalismo, escola americana que fez a primeira sistematização dos conhecimentos em Psicologia e tinha como objeto de estudo a consciência. Ele se concentrou na compreensão e explicação das unidades básicas do pensamento. A personalidade, para James, emerge da interação entre os aspectos instintivos e habituais da consciência e os aspectos pessoais e volitivos. Sugere que as pessoas podem ser divididas em flexíveis: quando são mais influenciadas por idéias do que por fatos, e, no caso contrário, são consideradas teimosas. 
SIGMUND FREUD Freud, considerado o “pai da psicanálise’”, afirma que nossa formação se dá em meio a uma complexa série de conflitos e que na tentativa de administrar tais conflitos a personalidade se constrói. Para ele, o ser humano é multidimensional, compreendendo aspectos biológicos, psicológicos e sociais e que seria impulsionado a satisfazer seus “impulsos” mais elementares, que na maior parte se encontram ocultos. Portanto, a partir de seus estudos, afirma que a vida psíquica ultrapassa os limites da consciência. Portanto, as experiências vividas na infância serão determinantes para a formação da personalidade do indivíduo e, dependendo da intensidade e da forma como se apresentam, podem provocar a desintegração da personalidade. 
WILHEM REICH Wilhem Reich, médico e psicanalista austríaco, desenvolveu a teoria polêmica: a BIOENERGÉTICA.
Reich procurou mostrar as relações existentes entre a expressão corporal e o psiquismo ou o funcionamento mental. E apontou a existência de “couraças” (tensões deslocadas para a musculatura – como as frustrações, dor, insegurança, etc.) que impedem o pleno deslocamento da energia orgânica, o que provoca a diminuição do campo bioenergético .
Reich desenvolveu um conceito de personalidade baseando-se neste princípio, ou seja, no pressuposto de que corpo e mente são dois aspectos de um mesmo fenômeno, portanto, impossível de serem separados. Segundo ele, o núcleo biológico de cada indivíduo é o SELF, mas por causa das couraças a maioria das pessoas não está em contato com o seu próprio “Self”, dificultando ou distorcendo sua autoconsciência. Somente quando o indivíduo rompe com esses bloqueios que é possível reconhecerse e identificar seus verdadeiros impulsos e necessidades. 
CARL ROGERS Importante representante do movimento humanista na Psicologia, Roger é considerado, por muitos autores, como o teórico do SELF. Embora reconheça a unidade existente entre corpo e mente, ao contrário de Reich, não imprime relevância ao corpo e foca seus estudos no processo de tomada de consciência. O que é central em sua teoria é a experiência, o vivenciar, portanto seus objetos de estudos são os processos psicológicos fundamentais, como sentir, pensar, decidir. Mas para compreendermos Roger é importante compreendermos seu conceito de SELF. Segundo Rogers o Self é uma gestalt, ou seja, um conjunto organizado de fatores multideterminados, um modo singular de perceber a realidade que envolve o indivíduo, como um todo organizado. Assim, o todo é mais do que a soma de várias partes que o compõem, mas o todo é uma nova realidade. Portanto, o Self não é uma entidade estável, imutável e não representa apenas um processo de acúmulo de aprendizagens lineares e sucessivas, ao contrário, é dinâmico, mutável, em conseqüência das mudanças ocorridas e das experiências vividas. Por esse motivo, podemos dizer que trata-se de uma perspectiva do “vir a ser”, pois acredita no potencial humano, na autodeterminação para o crescimento e desenvolvimento. 
Portanto, a personalidade que funciona em sua plenitude é aquela que está em constante processo de mutação. A partir do conceito de Self, Rogers desenvolve o conceito de Self Ideal, isto é, o conjunto de características pessoais que o indivíduo gostaria de ter, como gostaria de ser. Trata-se também de uma estrutura móvel e variável. Quando existe uma distância muito grande entre o Self e o Self Ideal pode provocar sofrimento, decorrente da insatisfação pessoal e isso pode se transformar em um obstáculo para o crescimento pessoal.

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