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Projeto de Ensino em História

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SUMÁRIO
31	INTRODUÇÃO	�
42	DESENVOLVIMENTO	�
42.1	JUSTIFICATIVA	�
42.2	REFERENCIAL TEÓRICO	�
42.3	SÉRIE / ANO PARA O QUAL O PROJETO SE DESTINA	�
42.4	OBJETIVO	�
42.5	PROBLEMATIZAÇÃO	�
42.6	O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO	�
42.7	TEMPO PARA REALIZAÇÃO DO PROJETO	�
42.8	RECURSOS HUMANOS E MATERIAIS	�
52.9	AVALIAÇÃO	�
6REFERÊNCIAS	�
7ANEXOS	�
8ANEXO A – Título do anexo	�
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INTRODUÇÃO
Esse Projeto tem como objetivo destacar os aspectos culturais relacionados A Herança da Civilização do Açucar que permanece até hoje bastante forte em certas áreas, como na religião, na música, nos folguedos populares, a cachaça, o melaço, o artesanato e a gastronomia bem como a sua inserção enquanto patrimônio histórico-cultural na sociedade alagoana. Os antigos engenhos de Alagoas estão aqui considerados enquanto importantes fundadores e difusores de manifestações culturais alagoanas. 
Entre os diversos âmbitos da sociedade alagoana, a cultura popular foi um dos que recebeu forte influência do complexo açucareiro. Talvez esta seja o exemplo mais vasto de como a sociedade do açúcar se expandiu para além de suas fronteiras rurais e temporais frutos de um encontro muito especial, o das tradições portuguesas, indígenas e africanas.
Desde a sua colonização, no século XVI, a terra alagoana foi palco de intensos conflitos entre os colonizadores portugueses e os indígenas nativos, principalmente da nação Caeté, e entre aqueles e os escravos refugiados em quilombos como o de Palmares, localizado nas serras alagoanas. Com o tempo, as lutas foram dando lugar ao sincretismo, forjando em solo alagoano uma das culturas regionais brasileiras mais ricas e diversificadas. A cultura alagoana através de seus empolgantes e tradicionais folguedos, como as festas da Chegança, do Fandango, do Pastoril, das Baianas e, principalmente, a festa do Guerreiro, a mais original de Alagoas. Misturando ritmos e danças que aproveitam as influências das culturas portuguesa, negra e indígena, esses folguedos celebram datas religiosas e festivas como o Natal e o Dia dos Santos Reis, mantendo vivas histórias e tradições que remontam os primeiros séculos da cristandade. 
cultura alagoana através de seus empolgantes e tradicionais folguedos, como as festas da Chegança, do Fandango, do Pastoril, das Baianas e, principalmente, a festa do Guerreiro, a mais original de Alagoas. Misturando ritmos e danças que aproveitam as influências das culturas portuguesa, negra e indígena, esses folguedos celebram datas religiosas e festivas como o Natal e o Dia dos Santos Reis, mantendo vivas histórias e tradições que remontam os primeiros séculos da cristandade
 . 
2. DESENVOLVIMENTO
 2.1 JUSTIFICATIVA
 O projeto sobre a Herança Cultural da Civilização do Açúcar tem o objetivo de promover a percepção dos alunos sobre a contribuição da memória na compreensão da história e suas abordagens, o projeto buscou valorizar o que temos de mais importante na nossa historia local, a nossa cultura, por mais que o período áureo dessa civilização esteja alguns séculos distante da sociedade alagoana contemporânea, estes complexos produtivos exercem influência ainda hoje em diversas práticas da mesma. A riqueza cultural produzida na epoca dos engenhos é hoje motivo de vários estudos, entre antropólogos, historiadores, sociólogos, arquitetos, etc. 
Nesse projeto vamos trabalhar a herança cultural açucareira como: os folguedos, a cachaça, o melaço, o artesanato, as religioes, e a gastronomia bem como a sua inserção enquanto patrimônio histórico-cultural na sociedade alagoana. Os antigos engenhos de Alagoas estão aqui considerados enquanto importantes fundadores e difusores de manifestações culturais alagoanas. 
Como já foi colocado, a sociedade que se formou dentro dos engenhos alagoanos, e se expandiu para além deste, foi caracterizada principalmente pelas determinações do senhor de engenho e pelas influências dos escravos. O setor econômico acompanhou também o desenvolvimento tecnológico do engenho passando do banguê até ser transformado em usina. O senhor de engenho possuía influência não somente em sua propriedade, mas também nos núcleos urbanos, sobretudo na política, interferindo nas decisões tomadas, visando principalmente o benefício da produção agrícola. Algumas vezes estes patriarcas podiam levar resistência até mesmo contra decisões da Coroa portuguesa, caso julgassem prejudicar seus negócios
Segundo Diegues Junior, a história de Alagoas é singular. Os engenhos banguês, que permearam a cultura canavieira durante quatro séculos, evoluíram e se transformaram nas modernas usinas de açúcar que hoje convidam você para uma visitação. Os folguedos e o artesanato diferenciado, como a renda filé, heranças culturais do Brasil Colônia, podem ser vivenciados pelos visitantes em diversas localidades deste estado. 
É muito importante que os alunos saibam que cultura açucareira teve outrora e na sociedade alagoana de hoje diz respeito à formação de cada indivíduo que dela pertence, contribuindo para a formação dos laços de identidade entre o alagoano e suas referências históricas. A importancia desse projeto para os alunos do 7º ano e que eles tenha o sentido de pertença, já que apesar de tantos séculos ainda preservamos muito da época do Braisil colonial, como Jogos como a capoeira, danças como a taieira e o coco de roda, cantigas, comidas típicas as renda. A muitos dos alunos tem os pais que trabalham no corte de cana, infelizmente ainda vivemos da monocultura da cana.
A construção de identidades pessoais e sociais está relacionada à memória, já que tanto no plano individual quanto no coletivo ela permite que cada geração estabeleça vínculos com as gerações anteriores. Os indivíduos, assim como as sociedades, procuram preservar o passado como um guia que serve de orientação para enfrentar as incertezas do presente e do futuro. O ensino de história local apresenta-se como um ponto de partida para a aprendizagem histórica, pela possibilidade de trabalhar com a realidade mais próxima das relações sociais que se estabelecem entre educador / educando / sociedade e o meio em que vivem e atuam. Nessa perspectiva, o ensino-aprendizagem da História Local configura-se como um espaço-tempo de reflexão crítica acerca da realidade social e, sobretudo, referência para o processo de construção das identidades destes sujeitos e de seus grupos de pertença. 
Hoje a civilização do açucar já virou roteiro turístico, com visitas a antigos engenhos e vivenciando a culinaria da época, assim como a cachaça e o melado. A forma como o cultivo da cana se desenvolveu no decurso da história causou sérios danos ambientais, como a devastação desmedida da mata atlântica, a destruição da matéria orgânica do solo em decorrência de queimadas para sua limpeza, gerando erosões, o que ainda vem provocando assoreamento mananciais, além de eliminação de micro-organismos do solo. 
Além de um histórico de degradação ambiental, a sociedade canavieira, em seu princípio escravista, tem uma história de opressão, sofrimento, patriarcalismo, despotismo, exclusão social e violência. Como resultado, pode-se afirmar, com base nas palavras de Carvalho (2013), que a 
herança do período açucareiro assim se traduz: 
[...] um frágil processo de industrialização, uma urbanização gerada não pela atração das oportunidades nas pequenas e médias cidades, mas pela inviabilização da vida do homem do campo, indicadores de desenvolvimento humano comparáveis às regiões mais subdesenvolvidas do planeta e um atraso político que gravou, no imaginário nacional, o estado de Alagoas como a pátria de todos os desmandos.
Entre os diversos âmbitos da sociedade alagoana, a cultura foi um dos que recebeu forte influência do complexo açucareiro. Talvez esta seja o exemplo mais vasto de como a sociedadedo açúcar se expandiu para além de suas fronteiras rurais e temporais. A partir da casa-grande têm-se os bordados que foram trazidos pelas portuguesas, as vestimentas das sinhás, a culinária farta, rica em compotas de caju, goiaba, jaca, etc. A religiosidade, sobretudo a fé católica, representada pelas inúmeras capelas, que muitas vezes eram ligadas a própria casa-grande, também foi símbolo das manifestações culturais do engenho. A partir da senzala foram difundas manifestações africanas que se misturaram à cultura portuguesa colonizadora de tal forma que se tornaram, posteriormente, parte inerente da população alagoana. Jogos como a capoeira, danças como a taieira e o coco de roda, cantigas, comidas típicas, foram sendo incorporados pelos alagoanos chegando ao ponto de serem indissociáveis.
O coco nasceu do samba africano dançado nos terreiros da casa-grande (...). É certo que este samba africano se foi misturando com outras danças; não só choque étnico, mas também choque cultural fez com que nascesse daí o coco alagoano, que, embora conhecido no Nordeste, é particularmente das Alagoas. (...) O coco é encontrado ainda hoje muito vivo e sempre original em Viçosa. Dos engenhos viçosenses têm saído alguns dos melhores cantadores de como (...). (DIÉGUES Jr., 2002, p. 275).
A cultura negra interferiu muito na formação religiosa da sociedade da época. Ainda que fossem proibidas, as manifestações do candomblé conseguiram resistir e se perpetuar pelo tempo, alcançado adeptos variados. O culto aos orixás pode ser visto ainda hoje, nas praias alagoanas durante o dia de Iemanjá, por exemplo. A dinâmica desenvolvida no engenho alagoano proporcionou ainda a difusão de muitas outras manifestações culturais, tais como a poesia popular, o conto de lendas e superstições, o uso da medicina natural, as festas tradicionais, entre outras. Os engenhos chegaram a inspirar muitos artistas e escritores alagoanos que buscaram em seus espaços inspiração para pinturas, músicas poesias e prosas, dentre as quais cabe destacar a rica obra de José Lins do Rego que, apesar de ter nascido na Paraíba, passou muito tempo de sua vida em Alagoas. 
O patrimônio cultural de uma sociedade deve ser abraçado pela mesma e difundido para as gerações futuras de modo a contribuir para a construção uma identidade forte e proporcionar a sensação de que toda essa cultura faz parte de cada indivíduo, pertence a todos e a cada um.
O Estudo de História Local e Regional nem sempre teve importância no mundo acadêmico, apenas a partir do final década de 1980, surgem trabalhos mais sistematizados relacionados ao tema. Isso só foi possível graças a uma nova concepção metodológica que surgiu na França em 1929, denominada de Nova História. A partir desta nova abordagem historiográfica, passou a existir uma diversificação no conceito de fonte histórica, bem como uma dinamização no objeto de estudo do pesquisador, como cita a historiadora baiana Ana Maria Carvalho de Oliveira:
(...) A Nova Historia, em suas diversas expressões, contribuiu para renovação e ampliação do conhecimento histórico e dos olhares da história, na medida em que foram diversificados os objetos, os problemas e as fontes. A História Regional constitui uma das possibilidades de investigação e de interpretação histórica. (...) Através da História Regional busca-se aflorar o específico, o próprio, o particular. (Oliveira, p. 15, 2003)
O ensino de História Local ganha significado e importância no ensino fundamental, exatamente pela possibilidade de introduzir a formação de um raciocínio de história que contemple não só indivíduo, mas a coletividade, apresentadas as relações sociais que ali se estabelecem na realidade mais próxima. A História Local possibilita a compreensão do entorno do aluno, identificando passado e presente nos vários espaços de convivência. Essa temática permite que o professor parta das histórias individuais e dos grupos, inserindo o aluno em contextos mais amplos.
Assim, a forma de abordagem da História Local é diferente da tradicional, que ao ser apresentada nos livros didáticos de forma pronta e acabada, torna o educando um ser passivo diante do saber e distante do processo histórico. E nesta linha de pensamento, afirma a historiadora Circe Bittencour: 
 (...) que o ensino de História deve efetivamente superar a abordagem informativa, conteudista, tradicional, desinteressante e não significativa- para professores e alunos- e que uma das possibilidades para esta superação é sua problematização a partir do que está próximo, do que é familiar e natural aos alunos. Esse pressuposto é válido e aplicável desde os anos iniciais do ensino fundamental, quando é necessário haver uma abordagem e desenvolvimento importante das noções de tempo e espaço, juntamente com o início da problematização, da compreensão e explicação histórica e o contato com documento. (Circe Bittencourt, Ensino de História: Fundamentos e Métodos, p. 12). 
De acordo com a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB)- Lei nº 9.394/96 – no seu artigo 26, enfatiza que a parte diversificada dos currículos do ensino fundamental e médio deve observar as características regionais e locais da sociedade e da cultura, o que abre espaço para a construção de uma proposta de ensino de História Local voltada para a divulgação do acervo cultural dos municípios e estados (8 Lei nº 9.394/96, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional). 
Inicialmente, o território alagoano constituía a parte sul da Capitania de Pernambuco, só vindo a conquistar sua autonomia em 1817, como punição imposta por D. João VI aos pernambucanos pela chamada "Revolução Pernambucana", movimento separatista. 
A História de Alagoas é a história pela posse da terra. Doadas as sesmarias, os novos proprietários procuraram logo fazer a derrubada das matas e plantar cana-de-açúcar, surgindo os engenhos banguês que sustentaram a economia alagoana durante quatro séculos, até serem substituídos pelas usinas.
O escritor Manoel Diegues Júnior, em seu livro O Banguê das Alagoas, faz um relato apaixonado dessa atividade que iniciou o processo de desenvolvimento socioeconómico e cultural da Comarca, Capitania e Província de Alagoas. Mostra os costumes e tradições, a religiosidade, o domínio político, o folclore saído dos engenhos, enfim, um estudo de sociologia rural, que deveria ser lido por todos aqueles que realmente se interessam pela História desse povo bom, trabalhador, honesto e hospitaleiro, que é o alagoano.
A partir da casa-grande têm-se os bordados que foram trazidos pelas portuguesas, as vestimentas das sinhás, a culinária farta, rica em compotas de caju, goiaba, jaca, etc. A religiosidade, sobretudo a fé católica, representada pelas inúmeras capelas, também foi símbolo das manifestações culturais do engenho. 
 Fontes - gravura de Frans Post, feita para o mapa de George Marcgraf.
A partir da senzala foram difundas manifestações africanas que se misturaram à cultura portuguesa colonizadora de tal forma que se tornaram, posteriormente, parte inerente da população alagoana. A cultura negra interferiu também na formação religiosa da sociedade da época. Ainda que fossem proibidas, as manifestações do candomblé conseguiram resistir e se perpetuar pelo tempo, alcançado adeptos variados. O culto aos orixás pode ser visto ainda hoje, nas praias alagoanas durante o dia de Iemanjá, por exemplo. 
A dinâmica desenvolvida no engenho alagoano proporcionou ainda a difusão de muitas outras manifestações culturais, tais como a poesia popular, o conto de lendas e superstições, o uso da medicina natural, as festas tradicionais, entre outras. 
2.2 REFERENCIAL TEÓRICO
 Cada civilização tem a sua cultura definida, no caso dos antigos engenhos de Alagoas, o ambiente produzido pelas casas-grandes, senzalas bem como a vasta natureza no entorno das propriedades, proporcionou o surgimento de uma cultura bastante peculiar, que marcou a sociedade alagoana em diversosaspectos e diferentes períodos, chegando sob a forma de referencias até os dias atuais. 
O engenho de açúcar foi o suporte da expansão colonizadora e o responsável pela constituição dos primeiros núcleos povoadores que deram origem às atuais cidades alagoanas. 
Desbravando o território, as primeiras bandeiras que o exploraram, assentam na construção de engenhos os fundamentos da colonização. Saem deles os núcleos de povoamento, expandindo-se em blocos, às vezes, dispersos, pela disseminação dos engenhos. A seguir o desenvolvimento da cultura da cana-de-açúcar adensa a população que vive, ou que vegeta, em derredor da exploração do açúcar. Não só do açúcar; do próprio homem também (DIÉGUES JÚNIOR, 2002, p. 25).
Em Alagoas, esse conjunto de referências persiste tanto sob a forma imaterial, através dos saberes, como material. O espaço físico dos antigos engenhos, hoje fazendas de gado, plantações de cana ou propriedades das modernas usinas, conservam diversos elementos correspondentes ao antigo modo de produção do açúcar. É possível encontrar ainda algumas capelas e casas-grandes, solitárias nas paisagens de plantações ou pastos. Poucos possuem ainda a edificação da fábrica, embora adaptada a outros usos. Em alguns locais permanece somente o nome engenho.
O projeto tem como bases teóricas autores que escrevem e escreveram sobre as temáticas relacionadas ao Projeto de Ensino da Herança Cultural da Civilização do Açucar em Alagoas. 
O escritor Manoel Diegues Júnior, em seu livro O Banguê das Alagoas, faz um relato apaixonado dessa atividade que iniciou o processo de desenvolvimento socioeconómico e cultural da Comarca, Capitania e Província de Alagoas. Mostra os costumes e tradições, a religiosidade, o domínio político, o folclore saído dos engenhos, enfim, um estudo de sociologia rural, que deveria ser lido por todos aqueles que realmente se interessam pela História desse povo bom, trabalhador, honesto e hospitaleiro, que é o alagoano. 
 O pesquisador Diégues Júnior, justifica essa questão, ao descrever a vida nas fazendas de gado e engenhos, que desenvolveram o modelo de família patriarcal, na qual as relações com a parentela, os agregados e os escravos favoreceram o cruzamento das três etnias. Além disso, havia o fato de que tais localidades estavam situadas nas regiões em que a comunicação com os centros urbanos, geralmente, apresentava-se difícil e demorada. Isso facilitou a penetração de manifestações orais, cantorias realizadas por duplas de repentistas que saíam sertão a dentro, cantando de improviso sobre os mais variados temas para platéias sempre atentas. Facilitando, também, a manifestação escrita dos cordéis em versos, que discorriam sobre muitos assuntos, entre eles, as próprias pelejas e discussões dos repentistas, histórias de amor, de cangaceiros, de milagres, mas sempre preocupados em trazerem as últimas notícias. (DIÉGUES JÚNIOR,1977).
Não é sem razão que um de seus mais famosos intelectuais, o antropólogo e historiador Manuel Diégues Júnior, afirmou que a história de Alagoas é a história do açúcar. 
Segundo a antropóloga Fátima Quintas (QUINTAS, 2007, 96, 101-103), a casagrande preservou-se, culturalmente em nossa sociedade, sob diversos aspectos culturais. O casamento entre famílias foi estimulado, de modo a aumentar o caráter endogâmico das relações conjugais, onde se visava impedir a dispersão dos bens e conservar a limpeza do sangue de origem nobre ou pretensamente nobre dos seus habitantes. Ainda de acordo com Quintas, o império da casa-grande media-se, não raramente, pela extravagância das solenidades, ocorridas no seu interior, que funcionavam como termômetros indicadores do prestígio social do seu senhor, junto aos outros familiares, aliados políticos e agregados.
 Gilberto Freyre, ao tratar das influências culturais positivas recebidas dos negros africanos, foi revolucionário para sua época, uma época ainda marcada por um pensamento pseudocientífico do século XIX que pregava a pureza, o aperfeiçoamento, o branqueamento, ou, em suma,a europeização da raça, como a única possibilidade de um porvir grandioso para o país, como a única possibilidade de até mesmo se constituir uma nacionalidade brasileira. Este era um debate sempre presente, por exemplo, em todo o discurso imigrantista do final do século. Gilberto
Casa Grande & Senzala (2006) e Manifesto Regionalista(1996), foram objetos de leitura estrutural, na busca de compreender e interpretar as ideias do pensador pernambucano. Pode-se afirmar que se obteve como resultado alcançado a compreensão da existência de uma representação simbólica da região Nordeste no Brasil nas duas obras de Gilberto Freyre, nas quais, necessariamente, há a presença de práticas culturais africanas e afrodescendentes, como danças, influências na linguagem e na culinária.Compreende-se que para a existência desta representação simbólica de região é imprescindível a presença destas características culturais herdadas.
Freyre foi o primeiro a escrever com todas as letras que a nossa miscigenação racial e cultural era um trunfo que tínhamos. Já naqueles contatos entre as amas-de-leite e os nhonhôs brancos, contatos nos quais, segundo Freyre, havia ternura e uma relação quase de mãe para filho, também havia um começo de influência do negro sobre o branco. 
 Gilberto Freyre é enfático em dizer que um dos seus objetivos é retificar a idéia de que através da ama-de-leite o menino da casa-grande só tivesse recebido da senzala influências ruins, como doenças e superstições africanas. Para Freyre, “os germes de doenças, recebeu-os muitas vezes; e outras os transmitiu; mas recebeu também nos afagos da mucama a revelação de uma bondade porventura maior que a dos brancos; de uma ternura como não a conhecem igual os europeus; o contágio de um misticismo quente, voluptuoso, de que se tem enriquecido a sensibilidade, a imaginação, a religiosidade dos brasileiros”.
 Nas afirmações acima há uma interessante e inusitada inversão: o europeu aparece sendo humanizado pelo escravo africano, que é mais bondoso e mais terno que seu senhor e o enriquece com seu contato. 
Esta é uma passagem central para a compreensão do pensamento de Gilberto Freyre. Ele de fato acreditava que o branco recebeu e muito do negro na do que poderíamos considerar como sendo a sua subjetivida, além é claro de ter recebido em termos econômicos.
 Na busca das raízes da formação nacional, Gilberto Freyre afirma a especificidade da sociedade brasileira, dizendo:
…nem essas origens nitidamente portuguesas ou hispânicas, nem suas raízes católico-latinas fizeram do Brasil simples e pura extensão da Europa (...) E isto pelo fato universalmente conhecido de que a Espanha e Portugal, embora convencionalmente estados europeus, não foram nunca ortodoxos em todas as suas qualidades, experiências e condições de vida européias ou cristãs - antes, por muitos e importantes aspectos, parecendo um misto de Europa e África, de cristianismo e maometismo (Freyre,1947, pp.4142).
As fontes
 A gravura de Frans Post, feita para o mapa de George Marcgraf.
 mostra uma fazenda de cana-de-açúcar. No centro, vê-se o engenho, propriamente dito, isto é, a moenda onde a cana era moída para extração do caldo. Uma grande roda d’água junto ao rio é a força motriz para o funcionamento da moenda.
 Um escravo leva à cabeça um cesto com o bagaço da cana moída. A cana é transportada até a moenda por carros puxados por bois. À esquerda da moenda, estão os fornos alimentados por lenha que aquecem as caldeiras que cozinham o caldo de cana até se tornar um melaço. Ao fundo, à esquerda, está a casa-grande em cuja sacada há um homem que conversa com outro, abaixo, montado a cavalo. À esquerda da casa-grande, uma construção baixa e longa, possivelmente a senzala; à frente da entrada, um grupo de negros que parecem cantarou dançar; dois deles seguram instrumentos de percussão. Em primeiro plano, um grupo chega à fazenda: um homem montado a cavalo segue à frente, atrás dele, uma escrava leva um enorme cesto à cabeça. Dois negros carregam alguém na rede, possivelmente uma mulher, protegida por uma tapeçaria com franjas.
��
Notas musicais e letras do Reisado.
Fonte: Folguedos e Danças de Alagoas (Rocha, 1984	
2.3 SÉRIE / ANO PARA O QUAL O PROJETO SE DESTINA
7º ano, de acordo com o curriculo da serié
2.4 OBJETIVOs
geral
O objetivo do projeto de ensino de historia HERANÇA CULTURAL DA CIVILIZAÇÃO DO AÇÚCAR NO ESTADO DE ALAGOAS, 
 Visa levar os educandos a um processo ativo de conhecimento, apropriação e valorização da sua herança cultural, capacitando-o para uma utilização sustentável destes bens e possibilitando uma maior compreensão do ambiente sóciocultural e histórico no qual ele está inserido
.
ESPECIFÍCOS:
Potencializar os educandos um sentido de identidade. Ter uma consciência das origens permite que, possam compartilhar valores, costumes, idéias etc.
Ajudar os alunos na compreensão de suas próprias raízes culturais e da herança comum.. É necessário colocar esta herança em seu contexto preciso. 
Refletir sobre a importância da herança cultural da civilização do açucar no processo de formação da sociedade colonial;
2.5 PROBLEMATIZAÇÃO
 Diante desse contexto, têm sido levantadas questões a respeito da nossa civilização em relação à prática educativa e a assimilação dos conteúdos pelos alunos.
 É relevante dentro da comunidade escolar a problemática em relação ao preconceito a cultura afrodescendente. Isso surgiu de um debate sobre a religião dos afrodescendentes que aconteceu no dia 8 de dezembro de 2015. “ TOLERÂNCIA. Católicos e afrorreligiosos celebram a data com missas e rituais de candomblé em Maceió”
 “No sincretismo religioso, Iemanjá corresponde a Nossa Senhora dos Navegantes, Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora das Candeias e Nossa Senhora da Piedade, a Virgem Maria. Mais de 400 terreiros de umbanda e candomblé, as duas correntes da religião de matriz africana, vão ocupar a orla de Maceió para, mais uma vez, homenagear Iemanjá. os afrorreligiosos enfrentaram um embate com um grupo de evangélicos que, mesmo sem vinculação com qualquer igreja, insistia em realizar caminhada e culto na mesma área da praia. A polêmica chegou ao Ministério Público Estadual (MPE)”, http://gazetaweb.globo.com/gazetadealagoas/noticia.php?c=278212 porque tantos preconceitos? 
 Neste contexto, existe necessidade dos saberem da nossa colonização, que viemos de uma miscigenação, que todos somos negros, todos somos brancos e que todos somos indio, e aprender a respeitar e preservar a nossa cultura. Um dos grandes problemas que enfrentamos hoje é a falta de politicas pulbricas culturais, os nossos folguedos estão se acabando por falta de apoio cultural, porque o governo não dar apoio aos nosos saberes popular?
 Um dos maiores sabreres são as nossas rendas e bordados, porque as rendas e bordados que não se popularizou estão se acabando? 
Porque muitos sabres popular estão se perdendo notempo?
2.6 O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO
 A fim de atingirmos os objetivos propostos neste projeto, traçamos métodos que utilizaremos como subsídios para a realização do mesmo. .
O trabalho foi dividido em algumas importantes etapas que se complementam e permitem, desta maneira, uma maior interação e inteligibilidade entre os educandos. Sendo assim, as atividades foram dividas nas seguintes etapas: pesquisas documentais e bibliográficas; entrevistas realizadas com pessoas ligadas à alguma atividade que pudessem agregar algum tipo de conhecimento, a esse trabalho (artesãos, moradores antigos, pesquisadores, professores e jovens), que pudessem contribuir com a cultura herdadada civilização do açucar como; folguedos, culinaria, religião
Visitas a (antigos engenhos açucareiros, povoados, Igrejas seculares, ensaios dos folguedos, alambique de cachaça).
 Etapa final que consistiu na realização de palestras e oficinas sobre o tema. Portanto, o trabalho de educação cultural atuou no sentido de estimular a construção de um novo olhar sobre esses bens imaterial, por parte dos educandos, a partir da percepção que eles mesmos construíram sobre a importância de se preservá-los para as futuras gerações. Nessa perspectiva de trabalho, ao longo das oficinas e palestras se fez uso de métodos de ensino que estimulassem a participação educandos do 7º ano. No decorrer dos trabalhos, os participantes eram estimulados a refletir sobre as variadas culturas que herdamos desse patrimônio cultural, Alagoas tem uma grandeza cultural que herdamos e preservamos. a respeito das várias significações socioculturais que estes bens poderiam vim a ter, de acordo com o tipo de olhar.. E, para que isso se efetivasse, eram aplicadas algumas dinâmicas, de acordo com os educandos presente.
Desenvolvimento das oficinas do patrimonio cultural, fizemos uso de uma metodologia de trabalho que pudesse contribuir para a identificação e a catalogação desse patrimonio remanescente do período colonial no estado de Alagoas. foi mapeados de bens culturais característicos do período estudado, ainda existentes na localidade. Buscou-se identificar quais as principais transformações e mudanças sofridas por aqueles bens ao longo do tempo. Assim como, relacioná-los a uma função socioeconômica no tempo e espaço que pudessem hierarquizá-los no contexto social da época em que foram concebidos. Desta forma, os bens culturais objeto desse trabalho.
 Aulas dinâmicas utilizando diversos materiais como jogos, cartazes, etc, procurando o melhor desempenho da turma. Uso de variadas fontes de pesquisa buscando sempre a atualização com os fatos ocorridos no mundo e não se detendo somente nos livros didáticos a fim de, professor e aluno, se tornarem pesquisadores num processo de interação e ampliação de conhecimentos. Fundação de um grupo de coco de roda, com a finalidade manter viva essa cultura de um folgueda genuinamente alagoano. Atividades culturais realizadas durante o ano letivo de acordo com os conteúdos trabalhados, onde a culminância destes se dará em exposições numa Feira Integrada.
2.7 TEMPO PARA REALIZAÇÃO DO PROJETO	
	CRONOGRAMA DO PROJETO DE ENSINO EM HISTÓRIA
	Tema:
	HERANÇA CULTURAL DA CIVILIZAÇÃO DO AÇÚCAR
	( X ) Ensino Fundamental ( ) Ensino Médio Ano Escolar: 3º ano
	Data da aula:
	Horas
	
	09-05-2018
	2h
	pesquisas documentais e bibliográficas
	16-05-2018
	2h
	Oficinas e palestras
	
23-05-2018
	
2h
	
Debate sobre o tema
	30-05-2018
	.4h
	Visita técnica, aos antigos engenhos
2.7 RECURSOS HUMANOS E MATERIAIS
Utilizamos vários recursos para este projeto. Podemos citar como 
Recursos: 
Notebook, roteiro de pesquisa ;
Data show, Vídeos, Celular;
Transporte para a visita técnica;
Recursos humanos, como: os alunos, nas pesquia com a comunidade.
2.8 AVALIAÇÃO
A avaliação deste projeto se dará por meio da promoção da reflexão a respeito do tema proposto. Os resultados alcançados por este trabalho foram satisfatórios, como enriquecedor da bagagem do conhecimento. Os educandos aprenderam um pouco mais sobre a história do estado em que vivem e identificaram maneiras de preservar essa cultura, havendo assim um enriquecimento cultural. 
REFERÊNCIAS
COSTA, Craveiro. História das Alagoas (resumo didático). Maceió: Sergasa, 1983. 178 p.
http://www.dan.unb.br/images/pdf/anuario_antropologico/Separatas1991/anuario91_manueldiegues.pdf
CARVALHO, Maria Cecília Maringoni de (Org.). Construindo o saber: metodologia cientifica, fundamentos e técnicas. 5. ed. São Paulo: Papirus, 
DÍEGUES JÚNIOR, Manuel. Literatura de Cordel. Cadernos de Folclore. 2.ed. Rio deJaneiro: v.2, 1977
ANDRADE, Manuel Correia de. A Civilização Açucareira. In.: QUINTAS, Fátima (org.). A civilização do açúcar. Recife: SEBRAE / Fundação Gilberto Freyre,
 2007. DIEGUES JR., Manuel. O Banguê nas Alagoas – Traços da influência do sistema econômico do engenho de açúcar na vida e na cultura regional. 2 ed. Maceió: EDUFAL, 2002.
 
ANEXOS
 
 
ANEXO A – Título do anexo
Sistema de Ensino Presencial Conectado
HISTORIA
LENÚCIA SANTOS DE ARAUJO
HERANÇA CULTURAL DA CIVILIZAÇÃO DO AÇUCAR 
NO ESTADO DE ALAGOAS
MACEIO
2018
LENÚCIA SANTOS DE ARAUJO
HERANÇA CULTURAL DA CIVILIZAÇÃO DO AÇUCAR 
NO ESTADO DE ALAGOAS
Projeto de Ensino apresentado à Universidade Unopar - EaD, como requisito parcial para conclusão do curso de Licenciatura em História. 
Orientador: Profa. Érica Ramos Moimaz
MACEIO
2018