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FONETICA


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1.Considerando os estudos da fonética e da fonologia, como você relacionaria os registros escritos das risadas nas línguas orais com essas ciências? Pode usar deles como exemplo, para tal relação. Lembre-se dos objetos de estudo da fonética e da fonologia e comente também sobre a influência dos sons da língua na escrita em redes sociais, o famoso “internetês”. 
Nem todo mundo usa "kkkkkkk" para expressar gargalhadas
Rir na internet é basicamente a tradução dos fonemas que compõem a interjeição do riso. Só que dependendo do país e da língua que se fala, essa 'tradução' terá uma escrita diferenciada. Quem costuma conversar com gringo nas redes sabe muito bem, portanto, que em diferentes países as risadas on-line se diferenciam.
Como há bastante diversidade neste fenômeno da internet, países como o Brasil, onde a cultura de memes e de conteúdo cômico é extremamente forte, há várias maneiras de se rir, para além do "hahahaha". Afinal, todo mundo entende o "rsrsrsrs", o "hueaheuaehuaehua", o "aspoakopoa" e, principalmente, o "kkkkkkkkkk".
Em alguns outros países, no entanto, a risada não é tradução fonética, mas siglas, como o MDR, na França, que vem de Mort de Rir (morrer de rir). Já em tailandês, a risada é "5555", uma vez que o numeral 5 é pronunciado como “ha”. No Japão, também se ri diferente nas redes: "wwwww", isso porque essa transcrição vem provavelmente do kanji 笑, que significa “risada” e é pronunciado “warai”.
BIBLIOGRAFIA
https://www.midiamax.com.br/.../16-maneiras-de-rir-na-internet-dependendo-do-pais- 
https://blogflanares.wordpress.com/2012/09/03/a-escrita-das-risadas/
Pequena síntese formulada a partir da observação interativa em ambientes de sociabilidade digital. O texto não pretende esgotar a complexidade de sentido de tais manifestações verbais-discursivas nesses espaços, mas tornar explícitas algumas percepções que tornaram-se possíveis de se capturar. O material produzido foi majoritariamente composto a partir da coleta de dados em língua portuguesa, embora apresente aproximações pontuais com a escrita da risada em outras línguas e culturas.
> Hahaha: equivale à junção e repetição dos fonemas |r| e |a|; amplamente usada, é uma das formas mais comuns de risada escrita; sequências duplas ou triplas expressam um riso leve, porém simpático; sequências mais longas dão ideia de uma gargalhada mais comprida; sugere espontaneidade ou pouca afetação do gesto de rir; em língua espanhola, tem sua forma equivalente no “jajaja” que, por sua vez, assinala a sugestão sonora dos mesmos fonemas |r| e |a| conjugados;
> Kkkkk: acredita-se seja uma forma tipicamente brasileira de risada escrita; porém, o som que deseja expressar está próximo das gargalhadas do Pato Donald que, nos gibis e desenhos animados, tinha o som de sua risada inscrito pela junção dos fonemas |c| e |a|; sequências curtas equivalem ao “hahaha”; sequências longas indicam gargalhada profunda e demorada; apesar de bastante parecida com a primeira, ‘Kkkk’ sugere algo mais jocoso e altamente hilário;
> Hehehe: é uma espécie de sorriso amarelo e quando aparece indica que a conversa pode estar enfadonha ou sem graça; remete ao som produzido pela junção dos fonemas |r| e |e|; nos papos chatos, substitui expressões vagas, como “sei…” ou “pois é…”; em geral, aparece em sequências curtas; nas sequências longas, não manifesta senão um grande esforço que alguém faz para rir de uma piada ou situação bem pouco engraçada;
> Hihihi: forma pouco utilizada e, como vocês já deveriam imaginar, verbaliza o som produzido pela junção dos fonemas |r| e |i|; sequências curtas sugerem um riso levemente malicioso ou sarcástico; um risinho cascateante e debochado, aquela risadinha sacana que você dá quando a testa da pessoa está brilhando demais na foto; em sequências longas, denota que a pessoa possivelmente sabe dar risadas malignas como a madrasta da Branca de Neve (Disney, pfvr), embora o riso desta personagem também possa ser imitado com o “hahaha”;
> Hohoho: resultante verbal da junção dos fonemas |r| e |o|, é uma forma de risada escrita cujo emprego deveria ser restrito ao Papai Noel, mas pode ser usada na época natalina em brincadeiras saudáveis com seus entes queridos; fora desta exceção, em sequências curtas ou longas, faz a pessoa que a utiliza parecer um babaca que imita o bom velhinho em algum mês do ano que que não seja dezembro;
> Hua, Hue, Huash, Hui e variações: a aglutinação ou mixagem dessas formas entre si ou com as formas já relatadas constitui formações estéticas complexas de matriz verbal-discursiva que explicitam risos ou gargalhadas algo exagerados ou mesmo  histriônicos; um equivalente seria a sequência longa de “kkkk” utilizada em caixa alta; sugere que a pessoa esteja ‘rachando os bico’ ou ‘morrendo de rir’; curiosidade: indica possível habilidade para o aprendizado das línguas orientais (ex: Hue HuiShe HoAHei: vende-se animais empalhados)
> Rs: é abreviação de “risos”, não onomatopeia de risada; não possui equivalente fonético, logo, seria incorreto pensarmos que quem escreve/ri assim esteja manifestando algum som que conjugue os fonemas |r| e |s|; contudo, uma hipótese cabível sobre sua forma sonora pode ser encontrada na risada do personagem Muttley (o Rabugento); é forma verbal blasé e impessoal de risada escrita, mas tão comum e eficaz quanto o “hahaha” ou “kkkk”; em geral, as sequências não ultrapassam três repetições, visto que a pessoa que se pretende blasé raramente dá uma gargalhada gostosa;
> (L) ou lol: equivale a “Rs”, logo, não possui correlato fonético; são, respectivamente, abreviações do inglês “laugh” (risada) e “laughing out loud” (rindo alto, rindo pra caralho); embora sugiram gargalhadas, é uma maneira pouco expressiva de manifestá-las na forma escrita; a forma “lol” também pode informar que a pessoa levantou os braços, à maneira que se faz em descidas de montanha russa;
> HSKOPASKOPSKOPAKSOAESHE e outras variações lexicais: forma incomum de risada, assim como outras variações lexicais mais inusitadas, que podem incluir D, W, Q e até mesmo o T; observou-se que usuários utulizaram tal forma para comunicarem que estavam rindo enquanto comiam farofa e acabaram engasgados em razão de tal imprudência; quando usada sem razão aparente, numa conversa comum, aponta para a possibilidade de algum distúrbio psíquico