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PROJETO DE COMUNICAÇÃO: REDES SOCIAIS COMO PLATAFORMA DE DIVULGAÇÃO DO FESTIVAL PONTO.CE

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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFANOR | WYDEN 
CURSO DE GRADUAÇÃO EM PUBLICIDADE E PROPAGANDA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MARIA ANGÉLICA CHAVES MAIA DE SANTANA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O USO DAS REDES SOCIAIS COMO PLATAFORMA DE 
DIVULGAÇÃO: ANÁLISE DO FESTIVAL PONTO.CE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FORTALEZA – CE 
2018 
 
MARIA ANGÉLICA CHAVES MAIA DE SANTANA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O USO DAS REDES SOCIAIS COMO PLATAFORMA DE 
DIVULGAÇÃO: ANÁLISE DO FESTIVAL PONTO.CE 
 
 
 
 
 
 
Projeto de pesquisa apresentado ao curso de 
Comunicação Social – Habilitação em Publicidade e 
Propaganda do Centro Universitário UniFanor | 
Wyden, a ser utilizado como diretrizes para a 
manufatura do Trabalho de Conclusão de Curso 
(TCC). 
 
Orientador: Professor Diego Marques 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FORTALEZA-CE 
2018 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 5 
2 REFERÊNCIAL TEÓRICO ............................................................................. 9 
3 METODOLOGIA .............................................................................................12 
REFERÊNCIAS .................................................................................................14 
 
RESUMO 
 
 
 
O objetivo desse projeto é fazer uma análise da divulgação online do Festival 
Ponto.CE, um dos maiores festivais independentes do Ceará. Para isso utilizarei o 
método de estudo de caso, onde vou estudar um dos eventos em que o festival se 
apropriou apenas do meio online, deixando de lado o offline, para divulgar todo o seu 
evento. O evento estudado será o Ponto.CE 10 Anos, de 2016 quando o festival 
passou por 2 partes durante o ano inteiro. 
 
Palavras-chave: Redes Sociais. Festival Ponto.CE. Meio Online. Meio Offline. 
 
1. INTRODUÇÃO 
Este projeto de pesquisa se refere ao uso das redes sociais como principal 
plataforma de divulgação de um dos maiores festivais independentes do Ceará, o 
Ponto.CE. O festival acontece na cidade de Fortaleza há 11 anos já permeando 
fixamente o calendário oficial de festivais da cidade de Fortaleza. O início foi em 2006 
quando um grupo de amigos e donos de um dos melhores bares undergrounds da 
Praia de Iracema sentiram que o local onde realizavam os shows de rock e hardcore 
estava pequeno demais para o seu público crescente. Rafael Bandeira, Maurílio 
Fernandes e Bebeco Baldaduonis então criaram o festival Ponto.CE. A primeira edição 
aconteceu na Praça Verde do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, local mais 
próximo ao bar. Nos próximos anos o festival continuou acontecendo no Dragão do 
Mar, Arena, Centro Cultural Banco do Nordeste e voltou novamente para diversos 
espaços do CCDM. 
Em 2017 o Ponto.CE completou 11 anos de atividades e ao longo desse 
período, teve como principal objetivo movimentar e fomentar mais o cenário cultural 
na cidade de Fortaleza e no estado do Ceará com oficinas, palestras, performances, 
apresentações de dança para adultos e crianças, além de shows musicais. Inúmeros 
artistas já passaram pelos palcos do festival. A comemoração desses 11 anos contou 
com edições no interior do estado, passando por Pacatuba, Quixadá, Sobral e 
Itapipoca, edições à beira da Praia e em um dos principais equipamentos culturais do 
Estado, o centenário Theatro José de Alencar. Em março do mesmo ano, o Ponto.CE 
virou programa de rádio pela Mutante Rádio, uma Web Rádio paulista, que vai ao ar 
todo domingo online ou pelo aplicativo da própria rádio disponível nas plataformas IOS 
e Android. Setembro de 2017 também marcou a estreia do “Estúdio Ponto.CE”, um 
programa de WebTV, com apresentações de bandas ao vivo na casa de shows 
Berlinda, localizada na Praia de Iracema. Além disso, a programação de audiovisual 
preparou uma série de mini-documentários chamados “História Ponto.CE” com relatos 
das pessoas que marcaram a primeira década de história do festival. 
Ao longo de tantos anos e com a popularização das redes sociais, primeiro o 
orkut passando pelo twitter até chegar ao facebook e instagram, o festival foi deixando 
aos pouco de utilizar as redes tradicionais de divulgação ou os meios offline. Já não 
há mais cartaz sendo distribuído pela cidade e universidades, não há mais outdoors, 
nem panfleto com programação, o Ponto.CE se apoia quase que totalmente de uma 
divulgação online nas redes sociais. Seus principais meios são o site oficial1, o 
programa de webrádio através do site ou app da Mutante Rádio, programas de 
webtv no youtube, além do facebook, instagram e twitter. 
O problema desta pesquisa está na apropriação do meio online para a 
divulgação dos eventos do festival Ponto.CE. Em 2018, festivais de música que 
levantam a bandeira da independência devem completar 21 anos de histórias 
relevantes e uma boa atuação no país. Denominam-se “festivais música 
independentes” aqueles que começaram e ainda atuam fora do eixo Rio-São Paulo. 
Esses festivais, além da independência, também têm em comum o fato de 
movimentarem a economia criativa nos locais onde atuam. Não diferente e pela 
obviedade o Ponto.CE é um festival de música independente. 
Supõe-se que com o passar dos anos e o avançar das tecnologias nas redes 
sociais e seu aprimoramentos houve consideravelmente um abandono dos meios 
tradicionais utilizados para a divulgação do festival. Não se tem mais a confeccção 
tão grande de folders, cartazes, programação impressa como se tinha no início do 
festival, em 2006 ou 2010. O espaço viral das redes sociais criou um novo ciclo de 
atividades que o festival pôde explorar ao longo dos anos, é tanto que desde que 
começou a reduzir o seu material gráfico, o público continuou crescendo. É tanto 
que dados
2 informados pela direção do festival consta que no ano de 2014 o festival 
fechou a edição com 7.570 curtidas na página do facebook, 1.267 seguidores no 
twitter, 83 inscritos no youtube e com pouco menos de 1 ano de criação o instagram 
já agregava 378 seguidores. Atualmente a página tem 17.090 curtidas, no instagram 
tem 3.082 seguidores, 288 inscritos no youtube e 68.158 min de visualização em 
113 vídeos e no twitter, atualmente pouco usado pelo festival, contém 1.570, sendo 
menos desenvolvido dentre todas as suas redes sociais ativas. Ao que tudo indica 
o público continua crescente mesmo com cancelamento de 3 atrações em sua 
última edição. 
A presente pesquisa se justifica no atual cenário social e econômico, 
 
1 www.pontoce.com.br 
2 Dados analisados e apresentados pela equipe de Comunicação do Ponto.CE do período dos anos 
de 2014, 2016 e 2017. 
considerando a evolução da internet e das redes sociais, o que tem se destacado 
por sua praticidade, alta conectividade e mobilidade. Afinal nas últimas décadas a 
internet tem se transformado em um mobilizador na criação e desenvolvimento de 
um novo espaço público que propõe diversas atividades. Segundo pesquisas 
realizadas pela Amdocs3: os jovens brasileiros são mais conectados do mundo e os 
que mais utilizam as redes sociais ficando o Facebook em primeiro lugar com 94% 
de usuários, o Youtube com 85% e o WhatsApp com 84%. No início de 2018 o site 
Rock Content lançou uma pesquisa em que aborda as principais tendências e 
práticas de Social Media adotadas pelas empresas brasileiras. A pesquisa conta 
também com dados sobre o uso que os respondentes fazem das redes sociais, o 
tempo que gastam, de onde mais acessam, os dispositivos mais usados, entre 
outros dados bastante relevantes sobre as redes sociais. 
O primeiros dos pontos abordados afirma que a participação das empresasnas redes sociais é expressiva, sendo que 94,4% afirmam estar presentes. E estão 
lá por dois fatores bastante plausíveis: visibilidade e interação com o público. Nesse 
sentido Lídia Oliveira Silva (2001, p 154) afirma que “o mundo virtual das redes 
telemáticas surge como uma nova oportunidade, como possibilidade de 
comunicação aparentemente segura e sem conflitos”. O Festival Ponto.CE se 
aproveita dessa conectividade para atrair mais público nas redes sociais e assim 
divulgar todo o seu evento. O uso das redes sociais para difusão de conteúdo a 
respeito do festival, não é a única forma que eles fazem para aparecer, mas é a 
principal. Ao longo dos anos a produção de materiais gráficos foi sendo reduzida, 
resumindo-se atualmente à impressão de banners de sinalização no próprio festival 
e parceria com jornais impressos. Até mesmo a venda de ingressos físicos com todo 
um padrão gráfico foi abolido, passando a maior parte das vendas sendo online e o 
físico sendo em papel térmico (aqueles que tem vida útil reduzida). O rádio também 
é utilizado, mas apenas 10 dias antes do festival para fechar a fase de divulgação. 
No restante do período de divulgação as redes sociais se tornam de fato o principal 
 
3 AMDOCS: Líder de mercado em software e serviços para provedores de serviços no setor de 
comunicações, mídia e entretenimento, a Amdocs tem mais de 30 anos assegurando o sucesso dos 
prestadores de serviços e abraçando seus maiores desafios. A empresa global combina 
exclusivamente BSS, OSS e soluções de controle de rede e otimização de soluções para integrar em 
tempo real o dispositivo à rede, removendo barreiras tradicionais ao serviço e convergência de sistema 
e possibilitando melhores experiências aos clientes. Os prestadores de serviços em todo o mundo 
contam com Amdocs para simplificar e personalizar a experiência do cliente e melhorar a eficiência 
operacional. 
meio e a principal plataforma de divulgação. 
Outro fator que justifica a presente pesquisa está nos benefícios causados 
pelo uso das redes sociais onde se busca principalmente a divulgação da marca 
Ponto.CE, afinal o festival chegou a ter programação em durante 12 meses 
ininterruptos com shows no interior do Ceará, eventos à beira do mar, evento com 
arrecadação de alimentos doados para famílias carentes da periferia da capital. A 
página oficial do festival serve para dar um direcionamento às demais redes sociais 
do evento, como o canal do youtube que abriga dois programas atuais: a web série 
“Histórias Ponto.CE” e o programa semanal com bandas cearenses, o “Estúdio 
Ponto.CE”. 
A venda de ingressos também pode trazer o conceito de sustentabilidade 
incorporado pela organização. Desde que passou de um festival gratuito, para ser 
pago os produtores optam pela venda online de ingressos, o que permite que o 
participante apresente o ingresso via aplicativo. Isso reduz a necessidade de 
imprimir o ingresso em casa, evitando gastos e desperdício de papel, reforçando o 
conceito de se utilizar de mais uma ferramenta online para a divulgação. 
Em 2004, Chris Anderson escreveu um artigo para a revista Wired em que 
citava uma teoria que anos mais tarde ainda estaria bastante atual. A Teoria da 
Cauda Longa (The Long Tail) fala da transformação do mercado de massa para um 
mercado fragmentado por inúmeros nichos. Essa teoria é utilizada por empresas que 
utilizam a internet para alavancar as suas vendas. 
OBJETIVOS 
Objetivos Gerais: 
• Compreender as relações entre redes sociais e divulgação de eventos; 
• Investigar como é aplicado o marketing digital na divulgação de eventos; 
• Entender se há como sobreviver apenas no meio online sem utilizar o meio offline. 
Objetivos Específicos: 
• Investigar a estratégia de divulgação do festival Ponto.CE; 
• Investigar o envolvimento do público na divulgação do festival Ponto.CE no meio 
online, através dos compartilhamentos, curtidas e comentários gerados na 
página do facebook e instagram; 
• Analisar a página oficial e eventos no facebook, Instagram, vídeos no youtube, 
dentre outras mídias. 
• Analisar os resultados extraídos dessas redes sociais utilizadas pelo festival 
Ponto.CE. 
REFERENCIAL TEÓRICO 
 Na Cibercultura existem diversas pesquisas a respeito de sua atuação na 
sociedade, mas o fato é que ela resulta da união entre a sociabilidade 
contemporânea e as novas tecnologias de base micro-eletrônica. Nascida nos anos 
50, com a informática e a cibernética, teve seu auge nos anos 70 e na década de 90 
teve o chamado boom da internet. A cibercultura é um termo utilizado na definição 
dos agenciamentos sociais das comunidades no espaço eletrônico virtual. 
A cibercultura é a relação entre as tecnologias de comunicação, 
informação e a cultura, emergentes a partir da convergência 
informatização/telecomunicação na década de 1970. Trata-se de uma 
nova relação entre tecnologias e a sociabilidade, configurando a cultura 
contemporânea (Lemos, 2002). 
 A internet como a conhecemos hoje tem um papel maior do que sempre se 
propôs a ser, uma rede de pesquisa de informação. Atualmente ela tem o papel de 
servir como rede de partilha e encontro, ela aproxima quem está longe, quem tem os 
mesmos interesses. Segundo Lídia Oliveira Silva (2001): “A internet é um espaço de 
espaços onde o público e o privado, o local e o global, o material e o virtual coabitam, 
o que conduz à geração de novas sociabilidades e reorganização das sociabilidades 
tradicionais”. Levy (1999) ainda fala que “é virtual toda entidade ‘desterritorializada’, 
capaz de gerar diversas manifestações concretas em diferentes momentos e locais 
determinados, sem contudo estar ela mesma presa a um lugar ou tempo em 
particular. 
 Ao criar um evento no facebook e avisar aos seus seguidores, o festival está 
criando uma forma de desterritorializar o assunto ali abordado. Por exemplo, se o 
evento traz para Fortaleza uma banda internacional que fará um único show no 
Nordeste e pessoas do Norte ficam sabendo disso através do evento criado pela 
página, estas pessoas esão se reunindo a outras residentes na cidade ou não em 
busca de uma mesma oportunidade de ver os seus idolos. Nesse evento, mesmo 
que a pessoa confirme presença e não vá ela está ali por um interesse em comum 
com outras pessoas de diferentes localizades, ou seja, várias pessoas com o mesmo 
objetivo estão coabitando um mesmo local mesmo que em cidades diferentes. 
 Assim, chegamos ao conceito de interatividade, um termo de grande 
repercussão na mídia atual, ou melhor, é a palavra da moda. E dependendo do seu 
uso pode ter vários significados para os meios de comunicação: pode ser a 
característica de um programa de televisão no qual o espectador deve ligar para o 
programa e conversa ao vivo com o apresentador, a exemplo disso são os programas 
do Silvio Santos; pode ser a característica um programa de rádio que se utiliza da 
mesmo forma de interação com seus espectadores; ou pode ser uma forma de troca 
de mensagens através dos aplicativos de celular, emails e afins. Para Primo (1999) 
e Moraes (1999) interação que dizer uma “ação entre entes”, ou seja, a junção das 
palavras ‘inter’ e ‘ação’ significa ‘ação entre’. 
 Lemos (2001) preocupa-se em classificar em classificar o conceito de 
interatividade em duas partes: Interação social que diz respeito as interações do 
homem para o homem e a Interação técnica, que é aquela interação entre o homem 
e a parte técnica, entredida como uma interação tecnosocial. Além disso ele ainda 
vai subdividir a interção técnica em mais duas: Em Analógica-mecânica e Eletrônico-
digital. Essa última permite que o homem interaja com a máquina e também com o 
conteúdo disseminadopor ela. O que percebe-se quanto às publicações do festival 
em busca de divulgar sua programação por meio das redes sociais, quando fazem 
enquetes com o público perguntando quais bandas devem vir à proxima edição e etc. 
 Já Henry Jenkins (2009) aborda um conteúdo novo chamado de Cultura da 
Convergência, onde fala que as velhas e novas mídias se colidem, onde a mídia 
corporativa e a mídia alternativa se cruzam. Na cultura da Convergência o poder do 
produtor de mídia e o do consumidor interagem de maneira imprevisíveis. Ele nos 
apresenta tres conceitos importantes: A convergência dos meios de comunicação 
refere-se aos fluxos de conteúdos que passam através de multiplos suportes 
midáticos. 
Convergência é uma palavra que consegue definir transformações 
tecnológicas, mercadológicas, culturais e sociais, dependendo de quem 
está falando e do que imaginam estar falando. No mundo da 
convergência das mídias, toda história importante é contada, toda marca 
é vendida e todo consumidor é cortejado por múltiplos suportes de mídia. 
(Jenkins, 2009) 
 O segundo conceito é de Cultura Participativa, onde produtores e consumidores 
de mídia são considerados como participantes interagindo igualitariamente dentro de 
um novo conjunto de regras. E o terceiro é a Inteligência Coletiva, expressão utilizada 
por Pierre Levy, nela observa-se que a convergência ocorre dentro de nós mesmo a 
partir do que consumimos e ocorre também dentro de interações sociais, afinal 
consumimos muita informação no nosso dia-a-dia e não podemos armazenar tudo 
sozinhos é preciso que haja troca de informações com outras pessoas. 
 Richard Dennison4 complementa esse conceito apontado acima dizendo que “A 
mídia sociais é participação”. É o que acontece com as redes socais do Ponto.CE, 
como não temos cartazes e folders circulando, muitas das informações são vista por 
um, curtida e compartilhada e a partir daí re-compartilhada, atingindo mais e mais 
pessoas. Um vai convidando o outro, que convida outro e assim um evento criado 
num dia, pode chegar a 20 participantes ou 12 mil, todos interagindo e conversando 
entre si sobre o que pode ser a atração da edição ou quem não pode vir. 
 Dito isso, é possível perceber que as redes sociais tem um poder incrível que 
vai muito além da difusão de informação e da participação, as redes sociais estão 
servindo como redes econômicas. Ou seja, estamos passando por uma 
transformação de mercado de massa. Chris Anderson, idealizador da Teoria da 
Cauda Longa (The Long Tail), afirma que: 
A teoria da Cauda Longa diz que nossa cultura e economia estão 
mudando do foco de um relativo pequeno número de ‘hits’ (produtos que 
vendem muito no grande mercado) no topo da curva de demanda, para 
um grande número de nichos na cauda. Como o custo de produção e 
distribuição caiu, especialmente nas transações online, agora é menos 
necessário massificar produtos em um único formato e tamanho para 
consumidores. Em uma era sem problema de espaço nas prateleiras e 
sem gargalos de distribuição, produtos e serviços segmentados podem 
ser economicamente tão atrativos quanto produtos de massa. 
Essa teoria é utilizada por empresas que utilizam a internet para alavancar as suas 
vendas. Afinal é muito mais oneroso manter, por exemplo, a venda de ingressos em 
 
4 Gerente sênior de Mídias Sociais da Britsh Telecom em 2010. 
locais físicos do que colocar os mesmos para vender em um site especializado em 
vendas de ingressos. O local físicos precisaria ser matido com: funcionário, energia, 
equipamentos de impressão ou ter ingressos já impressos, manter um sistema de 
controle de vendas de cada ponto de venda, etc. A venda online não precisaria ter 
nenhuma desses itens, o que torna muito mais barato e acessível a qualquer um que 
queira adquirir um ingressos. O festival Ponto.CE em 2016 adotou a venda de 
ingressos online, dando mais conforto ao seu público de poder adquirir a entreda do 
evento sem ter o custo de deslocamento, saque de dinheiro, enfrentar filas ou mesmo 
chegar ao ponto de venda e o mesmo estar fechado devido o horário comercial ter 
encerrado. 
METODOLOGIA 
 Como metodologia adotarei a netnografia como ferramenta de busca de 
informações de natureza acadêmica para a produção da minha pesquisa nas redes 
sociais do festival Ponto.CE. Como já foi falado diversas vezes nesse projeto a 
internet tem o poder de disseminar informações em qualquer ponto do planeta, afinal 
ela é canais de transmissão da informação imediato e global. Pode-se, por meio da 
internet, transferir informações de todos os tipos a qualquer hora, mas não temos 
como ter certeza de sua veracidade ou de qualidade. Porém é nela que irei me apoiar 
para concluir minha pesquisa por meio de uma etnografia na internet ou netnografia. 
 Christine Hine foi uma das primeiras pesquisadoras a verificar as interações 
sociais em comunidades virtuais problematizando a utilização do método etnográfico 
na internet. Ela passar a utilizar o termo “etnografia virtual”, nada mais é do que uma 
metodologia científica utilizada para observar comunidades presentes na web e a 
influência na vida de seus membros. A autora ainda salienta que o etnógrafo não é 
apenas mero, mas ele é um participante ativo, que compartilha algumas das 
preocupações, emoções e compromissos dos sujeitos pesquisados. Portanto o 
netnógrafo também deve seguir a mesma regram, afinal a netnografia tem sua 
origem na etnografia. 
 A etnografia virtual ou netnografia, segundo Gutierrez (2009) é um processo que 
se desenvolve a partir da ação do pesquisador, de suas escolhas dentro do contexto 
pesquisado e, por isso, não tem uma estrutura rígida, pois depende do que vem do 
campo de pesquisa. Deste modo, parte de uma visão dialética da cultura, na qual 
esta se movimenta entre as estruturas sociais e as práticas sociais dos sujeitos 
históricos. 
 Sendo assim a minha pesquisa será baseada na pesquisa e observação das 
publicações feitas nos meios do comunicação virtuais e oficiais do festival Ponto.CE: 
página no facebook, instagram, youtube, twitter e site. Irei observar as interações, 
comentários, quantidade de compartilhamentos e interações com os mesmos, 
curtidas e reações. Dentro de uma amostragem quantitativa irei investigar os dados 
obtidos e buscar entender se há dificuldades em sobreviver apenas neste meio de 
comunicação diante de tantas informações disseminadas nas redes sociais. 
 
 
 
REFERÊNCIAS: 
 
ANDERSON, Chris. A Teoria da Cauda Longa: do mercado de massa para o 
mercado de nicho. Tradução Afonso Celso da Cunha Serra. 5ª Ed – Rio de Janeiro, 
RJ: Elsevier, 2006. 
CASTELLS, Manuel. A galáxia Internet: reflexões sobre a Internet, os negócios e 
a sociedade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2003. 
HINE, Christine. Virtual Ethnography. London, SAGE Publications, 2000. 
GUTIERREZ, Suzana de Souza. A etnografia virtual na pesquisa de abordagem 
dialética em redes sociais on-line. Rio de Janeiro: 32ª Reunião Anual da Anped, 
2009. 
JENKINS, Henry. Cultura da Convergência. 2ª ed. Ed. Aleph, 2009 
LEMOS, André. Cibercultura, tecnologia e vida social na cultura contemporânea. 
Porto Alegre, RS: Sulina, 2002. 
LEVY, Pierre. Cibercultura. 3. ed. São Paulo: Ed. 34, 2010. 
LUE, Arthur L. Mídias Sociais nas empresas: colaboração, inovação, 
competitividade e resultados. Tradução Tarsila Cruse. Ed. Évora. 2010. 
PALACIOS, Marcos. Janelas do ciberespaço: Comunicação e cibercultura. 1ª ed. 
Porto Alegre, RS: Sulina, 2001. 
SALES, Mariana. Correio 24 Horas, Salvador, 21 Jul. 2016. Disponível em: 
<http://www.correio24horas.com.br/noticia/nid/jovens-brasileiros-sao-os-mais- 
dependentes-das-redes-sociais> Acesso em: 6 Abr 2018. 
SEGATA, Jean e RIFIOTIS, Theophilos. Políticas Etnográficas no campo da 
Cibercultura. Brasília: ABA Publicações. Joinville, RS: Ed. Letradágua, 2016. 
SILVA, Lídia Oliveira. “A internet – a geração de um novo espaço antropológico”. 
Janelas do Ciberespaço – Comunicação e Cibercultura. Org: André Lemos, Marcos 
Palacios, 1ª ed. – Porto Alegre, RS: Sulina, 2001

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