Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNICEUB – Centro Universitário de Brasília Graduação em Engenharia Civil Disciplina: Hidrologia Aplicada Bacia hidrográfica – continuação - Prof.: Wendy F. Ataide Brasília, 28 de fevereiro de 2018 ➢ É definida por um curso d’água, um ponto ou seção transversal desse curso d’água (exutório) e por informações do relevo. ➢ Com as informações do relevo é possível identificar os divisores de água. ➢ O divisor de água é uma linha imaginária sobre o relevo que divide o escoamento das águas da chuva. Bacia hidrográfica Todas as pessoas vivem em uma bacia hidrográfica Bacias hidrográficas não conhecem limites Bacias hidrográficas não conhecem limites Nosso ambiente, nossa economia, nossa sociedade, todos dependemos da “saúde” da bacia hidrográfica. CaringForOurWatersheds.com ▪ É capaz de explicar o comportamento da bacia em termos de resposta às chuvas. ▪ Se todas as demais variáveis forem iguais, as bacias de formato mais alongado têm resposta mais lenta às chuvas do que bacias de formato menos alongado. Forma da bacia hidrográfica São Francisco Outras: Tietê; Paranapanema; Tocantins. Exemplos: Alongadas Forma da bacia hidrográfica Taquari Antas - RS Rio Itajaí - SC Exemplos: Circular Forma da bacia hidrográfica Foram definidos índices ou coeficientes para quantificar a forma da bacia, ou seu grau de alongamento (ou compacidade). a) Coeficiente de compacidade, Kc; b) Fator de forma de Horton; c) Fator de forma de I-PAI-WÚ. Forma da bacia hidrográfica a) Coeficiente de compacidade - Kc Forma da bacia hidrográfica a) Coeficiente de compacidade - Kc Forma da bacia hidrográfica A = área da bacia a) Coeficiente de compacidade - Kc Forma da bacia hidrográfica 𝐾𝑐 = 0,28. 𝑃 𝐴 Kc = 1,00 – 1,25 - bacia com alta propensão a grandes enchentes (semelhante a um círculo); Kc = 1,25 – 1,50 - bacia com tendência mediana a grandes enchentes; e Kc > 1,50 - bacia não sujeita a grandes enchentes. Quanto mais semelhante a um círculo for uma bacia, maior será a sua capacidade de proporcionar grandes cheias. b) Fator de forma de Horton - Kf Relação entre a largura média da bacia (Lm) e o seu comprimento axial (L). L Forma da bacia hidrográfica 𝐾𝑓 = 𝐿𝑚 𝐿 b) Fator de forma de Horton - Kf ▪ O comprimento axial da bacia (L) é medido seguindo-se o curso d'água mais longo desde a foz, passando pela cabeceira mais distante da bacia, até o divisor de águas. ▪ A largura média da bacia (Lm) é obtida dividindo-se a área da bacia (A) pelo comprimento axial da bacia (L) L Forma da bacia hidrográfica 𝐾𝑓 = 𝐿𝑚 𝐿 b) Fator de forma de Horton - Kf Forma da bacia hidrográfica 𝐾𝑓 = 𝐿𝑚 𝐿 = 𝐴 𝐿 𝐿 𝐾𝑓 = 𝐴 𝐿2 A = área da bacia L = comprimento axial Kf = 1,00 – 0,75 - sujeito a enchentes; Kf = 0,75 – 0,50 - tendência mediana; e Kf < 0,50 - não sujeito a enchentes c) Fator de forma de I-PAI-WÚ (F) Razão entre o comprimento axial da bacia (L) e o comprimento axial de uma bacia circular de mesma área (L’ = diâmetro). Forma da bacia hidrográfica 𝐹 = 𝐿 𝐿′ c) Fator de forma de I-PAI-WÚ (F) Forma da bacia hidrográfica 𝐹 = 𝐿 𝐿′ = 𝐿 2. 𝑟 𝐴 = 𝜋. 𝑟2 ⇒ 𝑟 = 𝐴 𝜋 𝐹 = 𝐿 2. 𝐴 𝜋 c) Fator de forma de I-PAI-WÚ Quanto mais estreita for a bacia, maior o valor de F. Quanto maior o F, menor a susceptibilidade a picos de enchentes. Forma da bacia hidrográfica 𝐹 = 𝐿 2. 𝐴 𝜋 c) Fator de forma de I-PAI-WÚ Forma da bacia hidrográfica 𝐹 = 𝐿 2. 𝐴 𝜋 b) Fator de forma de Horton 𝐾𝑓 = 𝐴 𝐿2 a) Coeficiente de compacidade 𝐾𝑐 = 0,28. 𝑃 𝐴 ▪ Numa bacia estreita e longa, há menos possibilidade de ocorrência de chuvas intensas cobrindo simultaneamente toda a sua extensão. ▪ Além disso, a contribuição dos tributários (afluentes) atinge o curso d'água principal em vários pontos ao longo do seu curso, enquanto na bacia circular a concentração de todo o deflúvio se dá próxima a um único ponto. ▪ Assim, mantendo-se as outras características constantes, uma bacia estreita e longa tende a possuir menores picos de escoamento superficial do que uma bacia com forma arredondada. Forma da bacia hidrográfica Exercício 1: (Companhia Paranaense de Energia): O coeficiente de compacidade, Kc, é a relação entre o perímetro P da bacia e a circunferência de um círculo de igual área, A, de raio r. Assim, Kc = P/2πr. Sobre esse coeficiente, assinale a alternativa correta. a) O coeficiente de compacidade é um número com dimensão de metro. b) O coeficiente varia com a forma da bacia e é dependente do seu tamanho. c) Quanto mais irregular for a bacia, tanto menor será seu coeficiente de compacidade. d) No máximo, o coeficiente será igual a 1, correspondendo a uma bacia circular. e) Havendo igualdade dos demais fatores, a tendência para grandes cheias será tanto mais acentuada quanto mais próxima da unidade for o valor desse coeficiente. Forma da bacia hidrográfica hidrograma Bacias de mesma área Forma da bacia hidrográfica V a z ã o C h u v a tempo bacia circular tempo bacia alongada Exercício 2: (Técnico em Hidrologia – UFSJ) A forma da bacia é uma das características mais difíceis de serem expressas em termos quantitativos. Ela tem efeito sobre o comportamento hidrológico da bacia. Existem vários índices utilizados para se determinar a forma das bacias, procurando relacioná-las com formas geométricas conhecidas. Um deles é o Coeficiente de Compacidade (Kc). Horton (1945) propôs, e Strahler (1952) modificou um critério para hierarquizar cursos d’água. Passou a ser conhecido como ordem do curso d’água. Reflete o grau de ramificação da rede de drenagem de uma bacia. Hierarquia fluvial Sistema de Drenagem da Bacia Ordem de Strahler (1952) Um curso d’água, a partir da nascente, é de ordem 1; Quando dois cursos de ordem 1 se encontram, formam um curso de ordem 2; Quando dois cursos de ordem 2 se encontram, formam um curso de ordem 3; E assim por diante… Ordem de Strahler (1952) Os canais de 1º ordem não possuem tributários. A ordem do curso d’água é dependente da escala do mapa que está sendo utilizado. Em um mapa na escala de 1:250.000 aparecem menos detalhes da rede de drenagem do que em um mapa na escala 1:50.000 Hierarquia fluvial Sistema de Drenagem da Bacia a) Densidade da Rede de Drenagem (Dd): Expressa a relação entre o comprimento total dos cursos d’água (sejam eles efêmeros, intermitentes ou perenes) de uma bacia e a sua área total. Sistema de Drenagem da Bacia Padrões de drenagem )(Km bacia da Área (Km) rios dos oCompriment )Km / (Km Dd 2 2 a) Densidade da Rede de Drenagem (Dd): ▪ É fortemente dependente da escala do mapa. Assim, o valor de densidade de drenagem está sujeito a erros. ▪ Comparações entre bacias só podem ser realizadas se os mapas têm a mesma escala. Sistema de Drenagem da Bacia Padrões de drenagem a) Densidade da Rede de Drenagem (Dd): Sistema de Drenagem da Bacia Padrões de drenagem ▪ A densidade de drenagem é maior em regiões de clima úmido do que em regiões de clima árido (solos mais permeáveis). ▪ Quanto maior a profundidade do solo e sua capacidade de infiltração, menor a densidade de drenagem. Classificação das bacias de drenagem Bacias com drenagem pobre → Dd < 0,5 km/km2 Bacias com drenagem regular → 0,5 ≤ Dd < 1,5 km/km2 Bacias com drenagem boa → 1,5 ≤ Dd < 2,5 km/km2 Baciascom drenagem muito boa → 2,5 ≤ Dd < 3,5 km/km2 Bacias excepcionalmente bem drenadas → Dd ≥ 3,5 km/km2 Sistema de Drenagem da Bacia Classificação das bacias de drenagem Sistema de Drenagem da Bacia Tipos de cursos d´água: Sistema de Drenagem da Bacia Perenes Efêmeros Tipo Lençol freático Perene Sempre acima nível do rio Efêmero Sempre abaixo nível do rio Intermitente As vezes acima, as vezes abaixo nível do rio Ocorrência Durante todo o ano No momento da chuva, ES. Somente na estação chuvosa. Sistema de Drenagem da Bacia b) Forma da rede de drenagem Sistema de Drenagem da Bacia b) Forma da rede de drenagem Sistema de Drenagem da Bacia b) Forma da rede de drenagem Sistema de Drenagem da Bacia b) Forma da rede de drenagem Representação digital de uma bacia ▪ Tradicionalmente, os estudos de hidrologia estiveram baseados em mapas topográficos para a caracterização de bacias hidrográficas. ▪ A partir da década de 70, a popularização dos computadores permitiu que fossem criadas formas de representar o relevo digitalmente, possibilitando a armazenagem e processamento de dados topográficos de uma forma prática para análises hidrológicas. Formas de representar o relevo Existem 3 formas principais de representar o relevo em um computador. ▪ Curvas de nível ▪ Triangular Irregular Network (TIN): faces triangulares inclinadas formadas a partir de 3 pontos com cotas e coordenadas conhecidas. ▪ Modelo digital de Elevação (MDE): grade ou matriz em que cada elemento contem um valor correspondente à altitude local. Formas de representar o relevo Existem 3 formas principais de representar o relevo em um computador. 1. Curvas de nível: linhas imaginárias que agrupam pontos de mesma altitude Formas de representar o relevo Existem 3 formas principais de representar o relevo em um computador. 2. Triangular Irregular Network (TIN): faces triangulares inclinadas formadas a partir de 3 pontos com cotas e coordenadas conhecidas. Formas de representar o relevo Existem 3 formas principais de representar o relevo em um computador. 3. Modelo digital de Elevação (MDE): grade ou matriz em que cada elemento contêm um valor correspondente à altitude local. As altitudes são convertidas em cores ou tons de cinza. Formas de representar o relevo Modelo digital de Elevação (MDE): é a forma mais utilizada em hidrologia. Pode ser obtido a partir da digitalização de mapas em papel, através da interpolação de dados obtidos em levantamentos topográficos de campo (GPS) ou com sensores remotos (a bordo de aviões ou satélites). A partir do MDE é possível identificar, para cada elemento da matriz, qual é a direção preferencial do escoamento. Sistema de Drenagem da Bacia Direção do escoamento • Direção de fluxo é aquela que tiver a maior declividade. • Cálculo declividade para cada uma das 8 direções possíveis. • Se todas as células tem a mesma altura estou numa região plana. • Se todas as células do entorno tem altitude maior do que a célula central estou numa depressão.
Compartilhar