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síntese A brincadeira e suas implicações nos processos de aprendizagem e de desenvolvimento

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Artigo: A brincadeira e suas implicações nos processos de aprendizagem e de desenvolvimento. Autores: Scheila Tatiana Duarte Cordazzo e Mauro Luis Vieira.
O referido artigo foi elaborado por meio de pesquisa em livros, dissertações de mestrado e teses de doutorado, onde os autores buscaram identificar as contribuições que a brincadeira pode oferecer à aprendizagem e ao desenvolvimento infantil.
Através do apontamento de diversos pesquisadores apresentados, como Vygotsky, Leontiev, Kishimoto, Bomtempo, etc., ficou evidente que existem distintas definições para os termos brincadeira, jogo e brinquedo. 
Dentro os teóricos apresentados, os autores destacaram Vygotsky, Leontiev, Elkonin, Brougère, Dias Facci e Biscoli como parte dos que centram seus estudos sobre a brincadeira como uma representação da realidade histórica, social e cultural onde a criança está inserida. Neste paradigma, o brinquedo acaba exercendo uma função social que simboliza conceitos vigentes no contexto da criança. Como exemplo, foi citada a boneca Barbie, que reverbera o padrão ocidental atual referente à beleza feminina. 
Em contrapartida, há uma perspectiva onde a investigação do brincar visa identificar as características e influências comportamentais e desenvolvimentais da brincadeira, embora não discordem do paradigma social, cultural e histórico. Nesta perspectiva, foram destacados Negrine, Friedmann, Bomtempo, Kishimoto e Dohme, que conceituam a brincadeira é uma experiência livre e espontânea das crianças, possuindo o fim em si mesma e cuja finalidade exclusiva é o prazer, diferente do jogo, que possui regras e um objetivo claro a ser alcançado (a vitória). Neste sentido, o brinquedo é visto como um suporte para a brincadeira, e sua função será de acordo com a criatividade da criança. Como exemplo, foi citado o cabo de vassoura sendo utilizado como um cavalo.
Em sua pesquisa, os autores adotaram a segunda perspectiva, e conceituaram jogo como sinônimo de brincadeira, uma vez que os sujeitos voltam a jogar independente de terem alcançado a vitória, ou seja, pelo simples prazer de brincar.
Os autores defendem que por meio da brincadeira as crianças são levadas, ainda que sem intenção, a desenvolver habilidades motoras, cognitivas, sociais, comunicativas. Além disso, conseguem administrar e extravasar suas emoções, medos e desejos e, também, trabalhar as relações interpessoais. Por estas razões, consideram enriquecedora a utilização de brincadeiras no ambiente escolar como um recurso aos docentes, em vez de apenas nos curtos intervalos onde as crianças são obrigadas a lanchar e brincar ao mesmo tempo e têm o brincar interrompido para voltarem a “aprender”.
Entretanto, ao investigar sobre a prática lúdica nas escolas, observaram que há diversos impedimentos inviabilizando a inserção destas atividades no currículo escolar, até mesmo na educação infantil, onde é possível percebê-las com mais frequência. Os autores destacaram, além da falta de espaço e de recursos, a falta qualificação dos professores, que costumam identificar a brincadeira livre como desconectada do desenvolvimento educacional infantil.

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