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Virologia Veterinaria

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27/03/2018 
1 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ 
SETOR PALOTINA 
 
 
 
Módulo: 
Virologia 
https://www.youtube.com/watch?v=Emz_iKvZ9v
4 
 
11 minutos 
Classificação dos seres vivos 
Haeckel (1894) 
Três reinos 
Whittaker (1959) 
Cinco Reinos 
Woese (1977) 
Seis reinos 
Woese (1990) 
Três domínios 
Protista 
Monera 
Eubacteria Bacteria 
Archaebacteria Archae 
Protista Protista 
Eukarya Plantae 
Fungi Fungi 
Plantae Plantae 
Animalia Animalia Animalia 
Archaea (do grego: antigo, velho[1]; 
em português: arquea[2][3], arquéia[4], arqueiaAO 
1990, arquaia[4]) é a designação de um dos domínios 
de seres vivos, morfologicamente semelhantes 
às bactérias mas genética e bioquímicamente tão 
distintas destas como doseucariotas. Conhecidas 
principalmente por habitar ambientes considerados 
extremos (sendo muitas das arqueias extremófilas) 
comofontes hidrotermais, lagos ou mares muito 
salinos, pântanos (onde produzem metano) e 
ambientes ricos em gás sulfídrico e com 
altastemperaturas, as arqueias são ubíquas no nosso 
planeta, fazendo inclusive parte do microbioma 
humano[5]. 
A separação entre os domínios Bacteria e 
Archaea deu-se na década de 1970, quando o 
microbiólogo Carl Woese (1928-2012) 
verificou que ao comparar as sequências 
de RNA ribossómico de várias espécies era 
possível separá-las em três grupos distintos. 
Apesar do nome (Archaea em grego significa 
―antigo‖), este não significa que as Archaeas sejam 
mais semelhantes aos organismos primitivos do que 
as Bactérias ou os Eucariotas. Woese decidiu atribuir 
o nome Archaea a este domínio para fazer sobressair a 
sua natureza mais primitiva relativamente aos 
Eucariotas [6]. 
Na realidade, é possível concluir que as arqueas são muito similares com as 
bactérias, mas foram diferenciadas graças aos componentes tecnológicos que 
permitiram melhor análise molecular. 
Além da diferença na composição da parede celular, certamente a diferença 
mais significante é na própria organização e na atuação dos genes. 
Isso porque as últimas pesquisas na área chegaram à conclusão de que os genes 
das arqueas estão muito mais próximos dos genes dos seres eucariontes do que 
das próprias bactérias. 
No que se refere ao formato das arqueobactérias, elas podem ser encontradas 
em forma de bastão, forma esférica, achatada, espiralada ou em qualquer outro 
formato irregular. Tanto as arqueas de bastões como os irregulares são capazes 
de formar colônias. 
 
Além disso, as arqueias possuem uma membrana celular com lípidos compostos 
de uma associação de glicerol-éter, enquanto que os das bactérias e eucariotas 
são compostos de glicerol-éster. Além disso, o grupo glicerol ao qual a cadeia 
hidrofóbica se encontra ligada tem estereoquímica diferente nas arqueias, 
comparativamente às bactérias e aos eucariotas. Também ao contrário das 
bactérias, as arqueias não possuem uma parede celular de peptidoglicanos. 
Apenas um grupo relativamente pequeno de arqueias possui uma parede celular 
composta por um polissacarídeo (pseudomureína); a maior parte das arqueias 
possui antes uma estrutura proteica para-cristalina chamada de S-layer 
("superfície S") [12]. Finalmente, o flagelo das arqueias é diferente em 
composição e desenvolvimento do das bactérias, tendo sido inclusivamente 
chamado de arcaelo (do original archaellum) para evidenciar as diferenças 
relativamente ao flagelo bacteriano[13]. 
O reino Archaea contém os filos 
Korarchaeota 
Crenarchaeota 
Euryarchaeota 
Nanoarchaeota 
Thaumarchaeota (anteriormente considerados "Crenarchaeota mesófilos") 
'Aigarchaeota' 
 
 Eubactérias 
 Maioria das bactérias de importância médica, agrícola, industrial, etc. 
 
 Arquéias (arquebactérias, arqueobactérias) 
 Células procarióticas que também apresentam características próprias 
 Não apresentam peptideoglicano em suas paredes celulares 
 Bactérias metanogênicas (produtoras de gás), hipertermófilas (fendas de 
vulcões) e halófilas (Mar Morto) extremas 
 Exemplos: 
 Thermus aquaticus 
 Pyrococcus sp. 
 Enzimas ativas acima de 100°C: amilases, galactosidases e pululanases 
 Processamento de alimentos em altas temperaturas: leite. 
CLASSIFICAÇÃO ATUAL DOS ORGANISMOS (WOESE) 
 
 
 Divisão em 3 Domínios: 
 
 Bacteria ou Eubacteria: bactérias verdadeiras 
 
 Archaea: bactérias primitivas 
 
 Eucarya: fungos, protozoários, animais, plantas 
Procariotos 
Eucariotos 
Archaea (do grego: antigo, velho[1]; 
em português: arquea[2][3], arquéia[4], arqueiaAO 
1990, arquaia[4]) é a designação de um dos domínios 
de seres vivos, morfologicamente semelhantes 
às bactérias mas genética e bioquímicamente tão 
distintas destas como doseucariotas. Conhecidas 
principalmente por habitar ambientes considerados 
extremos (sendo muitas das arqueias extremófilas) 
comofontes hidrotermais, lagos ou mares muito 
salinos, pântanos (onde produzem metano) e 
ambientes ricos em gás sulfídrico e com 
altastemperaturas, as arqueias são ubíquas no nosso 
planeta, fazendo inclusive parte do microbioma 
humano[5]. 
A separação entre os domínios Bacteria e 
Archaea deu-se na década de 1970, quando o 
microbiólogo Carl Woese (1928-2012) 
verificou que ao comparar as sequências 
de RNA ribossómico de várias espécies era 
possível separá-las em três grupos distintos. 
Apesar do nome (Archaea em grego significa 
―antigo‖), este não significa que as Archaeas sejam 
mais semelhantes aos organismos primitivos do que 
as Bactérias ou os Eucariotas. Woese decidiu atribuir 
o nome Archaea a este domínio para fazer sobressair a 
sua natureza mais primitiva relativamente aos 
Eucariotas [6]. 
Baseado em aspectos evolutivos 
Apesar de sua complexidade e variedade, todas as células vivas 
podem ser classificadas em dois 
grupos, procarióticas e eucarióticas, com base em certas 
características funcionais e estruturais. 
Em geral, os procariotos são estruturalmente mais simples e menores que os 
eucariotos. O DNA 
(material genético) dos procariotos é arranjado em um cromossomo simples e 
circular, não sendo 
circundado por uma membrana; o DNA dos eucariotos é encontrado em 
cromossomos múltiplos 
em um núcleo circundado por uma membrana. Procariotos não possuem 
organelas revestidas por 
membranas, as quais são estruturas celulares especializadas que possuem 
funções específicas. Diferenças 
adicionais são discutidas brevemente. 
Plantas e animais são inteiramente compostos de células eucarióticas. No 
mundo microbiano, as 
bactérias e as arquibactérias são procariotos. Outros micro-organismos 
celulares – fungos (leveduras 
e bolores), protozoários e algas – são eucariotos. 
 
Os humanos exploram as diferenças entre 
bactérias (procariotos) e células humanas (eucariotos) para se proteger de 
doenças. Por 
exemplo, certas drogas matam ou inibem bactérias sem causar dano às células 
humanas, e moléculas químicas nas superfícies das bactérias estimulam o 
corpo a montar a resposta defensiva para eliminá-las. 
Os vírus, como elementos acelulares, não se encaixam em qualquer 
classificação organizacional das células vivas. Eles são partículas genéticas 
que se replicam, mas são incapazes de promover as atividades 
químicas usuais das células vivas. Os vírus serão discutidos no Capítulo 
13. Neste capítulo, vamos nos concentrar em células procarióticas 
e eucarióticas. 
Arqueobactérias 
- Parede celular de composição variada 
 Pseudomureínaoutras variações polissacarídicas 
 
- Camada S 
 parede mais frequente (proteínas e glicoproteínas) 
 estrutura paracristalina organizada em simetria 
A Thermotoga marítima (Tm) é uma bactéria que 
vive em temperaturas na faixa dos 65 até 90°C 
Um hipertermófilo é um organismo que sobrevive 
em temperaturas extremamente altas, acima de 60°C 
 
 
Extremamente parecidas com as bactérias, 
as cianobactérias são 
também procariontes. São 
todas autótrofas fotossintetizantes, mas 
suas células não possuem cloroplastos. 
A clorofila, do tipo a, fica dispersa pelo 
hialoplasma e em lamelas fotossintetizantes, 
que são ramificações da membrana 
plasmática. 
Arquéias (arquebactérias, arqueobactérias) 
Células procarióticas que também apresentam 
características de células eucarióticas e 
características próprias 
Não apresentam peptideoglicano em suas paredes 
celulares 
Filogeneticamente são um grupo (domínio ou supra-
reino) à parte 
Bactérias metanogênicas, hipertermófilas e 
halófilas extremas 
Exemplos: 
Thermus aquaticus 
Pyrococcus spp. 
Enzimas ativas acima de 100°C: amilases, 
galactosidases e pululanases 
Processamento de alimentos em altas 
temperaturas: leite e soro com baixo teor de 
lactose 
Células que possuem núcleo = 
células eucarióticas ou 
eucariotos; 
 
Do grego, eu = verdadeiro ou 
real; 
 
Karion = núcleo. 
 
 
As células que não tem núcleo = 
procariotos 
 
Do grego, pro = anterior 
 
Karion = núcleo. 
 
Bactéria e procarioto são usadas como 
palavras sinônimas. 
Teoria celular: todos os seres vivos são 
constituídos e/ou formados por células, à 
exceção dos vírus que são classificados como 
organismos acelulares; 
 
Os membros do mundo procariotico compoem um vasto 
grupo 
heterogeneo de organismos unicelulares muito pequenos. 
Os procariotos 
incluem as bacterias e as arquibacterias. A maioria dos 
procariotos, incluindo as cianobacterias fotossintetizadoras, 
faz 
parte do grupo das bacterias. Embora as bacterias e as 
arquibacterias 
parecam similares, sua composicao quimica e diferente, 
como 
sera descrito posteriormente. As milhares de especies de 
bacterias 
sao diferenciadas por muitos fatores, incluindo morfologia 
(forma), 
composicao quimica (frequentemente detectada por 
reacoes de coloracao), 
necessidades nutricionais, atividades bioquimicas e fontes 
de energia (luz solar ou quimica). E estimado que 99% das 
bacterias 
na natureza existam na forma de biofilmes (veja as paginas 
57 e 
162). 
E OS VÍRUS? 
 
 
Os vírus são os microorganismos menores e 
mais simples que existem. São muito menores do 
que células eucariotas e procariotas e, ao contrário 
destas, possuem uma estrutura simples e estática. 
Esses agentes não possuem a maquinaria necessária 
para a produção de energia metabólica e 
para a síntese de proteínas e, por isso, necessitam 
das funções e do metabolismo celular para se 
multiplicar. Fora de uma célula viva os vírus são 
estruturas químicas. A sua atividade biológica só 
é adquirida no interior de células vivas, por isso 
são parasitas intracelulares obrigatórios. 
O genoma viral – ácido ribonucléico (RNA) 
ou desoxirribonucléico (DNA) – codifi ca apenas 
as informações necessárias para assegurar a sua 
multiplicação, empacotamento do genoma e para 
subversão de funções celulares em benefício da 
sua multiplicação. Ao contrário de células eucariotas 
e procariotas, os vírus não crescem ou se 
dividem; e sim são produzidos pela associação 
dos seus componentes pré-formados no interior 
da célula infectada. 
A palavra vírus é utilizada para designar o 
agente biológico, o microorganismo. A estrutura 
física é denominada partícula viral, partícula vírica 
ou simplesmente vírion. A nomenclatura utilizada 
para designar as diversas hierarquias da 
classifi cação taxonômica dos vírus (ordem, família, 
subfamília, gênero, espécie) será apresentada 
no Capítulo 2. No presente capítulo, a terminologia 
vernacular será utilizada. Por exemplo: o termo 
picornavírus será utilizado para referir-se aos 
membros da família Picornaviridae; os membros 
da família Orthomyxoviridae serão chamados de 
ortomixovírus. 
27/03/2018 
2 
 
 
NÃO estão incluídos em nenhum sistema de 
classificação dos seres vivos; 
 
 
ENTRETANTO, são capazes de infectar tanto 
organismos procariotos quanto eucariotos. 
Como então definimos um vírus? Originalmente, os vírus foram 
diferenciados de outros agentes infecciosos por serem muito 
pequenos (filtráveis) e por serem parasitas intracelulares obrigatórios 
– ou seja, requerem células hospedeiras vivas para se multiplicarem. 
Entretanto, essas duas propriedades são compartilhadas 
por determinadas bactérias pequenas como algumas riquétsias. Os 
vírus e as bactérias são comparados na Tabela 13.1. 
Sabe-se agora que as características que realmente distinguem 
os vírus estão relacionadas a sua organização estrutural 
simples e aos mecanismos de multiplicação. Dessa forma, os vírus 
são entidades que: 
■ Contêm um único tipo de ácido nucleico, DNA ou RNA. 
■ Contêm um invólucro proteico (às vezes recoberto por um 
envelope de lipídeos, proteínas e carboidratos) que envolve o 
ácido nucleico. 
■ Multiplicam-se no interior de células vivas utilizando a maquinaria 
de síntese celular. 
■ Induzem a síntese de estruturas especializadas na transferência 
do ácido nucleico viral para outras células. 
Os vírus possuem poucas ou mesmo nenhuma enzima própria 
para seu metabolismo. Por exemplo, não possuem enzimas para 
a síntese proteica e a geração de ATP. Os vírus devem se apossar 
da maquinaria metabólica da célula hospedeira para sua multiplicação. 
Esse fato é de considerável importância médica para o desenvolvimento 
de drogas antivirais, pois a maioria das drogas que 
interferem na multiplicação viral também pode interferir com a 
fisiologia da célula hospedeira, sendo, por isso, demasiadamente 
tóxicas para uso clínico. (As drogas antivirais são discutidas no Capítulo 
20.) 
Sputnik é um virófago, descoberto por 
pesquisadores da Universidade do Mediterrâneo, 
em Marselha.[1] 
 
Características 
Este tipo de vírus adere a outro vírus, invade a fábrica 
de vírus diminuindo e prejudicando a replicação viral. 
Ele também pode pegar informações genéticas do 
hospedeiro e de outros organismos. 
 
 
https://en.wikipedia.org/wiki/Sputnik_virophage 
 
Como definimos um vírus? 
 
Originalmente, os vírus foram diferenciados de 
outros agentes infecciosos por serem muito 
pequenos (filtráveis) e por serem parasitas 
intracelulares obrigatórios – ou seja, requerem 
células hospedeiras vivas para se multiplicar. 
Sabe-se agora que as características que 
realmente distinguem os vírus estão 
relacionadas a sua organização estrutural 
simples e aos mecanismos de 
multiplicação. 
PROCARIOTOS EUCARIOTOS 
VÍRUS 
São parasitas INTRACELULARES obrigatórios!!! 
 Bacteriófagos  Vírus de animais, humanos 
 Vírus de plantas 
 Vírus de fungos 
 Vírus de protozoários 
 
Smallpox 
Varíola 
Pólio 
Nanobactéria 
Bactéria 
Vírus 
27/03/2018 
3 
Olho nú 
MO 
ME 
Olho nú 
MO 
ME 
A primeira fotomicrografia do vírus Ebola, subtipo 
Zaire, obtida por um microscópio eletrônico, foi 
feita pelo Dr. F. A. Murphy, em 13/10/1976 
ME 
Como então definimos um vírus? Originalmente, os vírus foram 
diferenciados de outros agentes infecciosos por serem muito 
pequenos (filtráveis) e por serem parasitas intracelulares obrigatórios 
– ouseja, requerem células hospedeiras vivas para se multiplicarem. 
Entretanto, essas duas propriedades são compartilhadas 
por determinadas bactérias pequenas como algumas riquétsias. Os 
vírus e as bactérias são comparados na Tabela 13.1. 
Sabe-se agora que as características que realmente distinguem 
os vírus estão relacionadas a sua organização estrutural 
simples e aos mecanismos de multiplicação. Dessa forma, os vírus 
são entidades que: 
■ Contêm um único tipo de ácido nucleico, DNA ou RNA. 
■ Contêm um invólucro proteico (às vezes recoberto por um 
envelope de lipídeos, proteínas e carboidratos) que envolve o 
ácido nucleico. 
■ Multiplicam-se no interior de células vivas utilizando a maquinaria 
de síntese celular. 
■ Induzem a síntese de estruturas especializadas na transferência 
do ácido nucleico viral para outras células. 
Os vírus possuem poucas ou mesmo nenhuma enzima própria 
para seu metabolismo. Por exemplo, não possuem enzimas para 
a síntese proteica e a geração de ATP. Os vírus devem se apossar 
da maquinaria metabólica da célula hospedeira para sua multiplicação. 
Esse fato é de considerável importância médica para o desenvolvimento 
de drogas antivirais, pois a maioria das drogas que 
interferem na multiplicação viral também pode interferir com a 
fisiologia da célula hospedeira, sendo, por isso, demasiadamente 
tóxicas para uso clínico. (As drogas antivirais são discutidas no Capítulo 
20.) 
 
Rickettsia is a genus of nonmotile, gram-negative 
Clamidia Gram- 
A clamídia é uma doença sexualmente 
transmissível (DST) causada pela bactéria Chlamydia 
trachomatis. Afeta os órgãos 
genitaismasculinos ou femininos. Assim como 
os Vírus e as rickettsias, a clamídia é um parasita 
intracelular obrigatório. Pode produzir esporos, o 
que torna sua disseminação mais fácil. Na verdade, 
existem apenas três tipos de Chlamydia. São 
elas: Chlamydia trachomatis, Chlamydia pscittaci e 
Chlamydia pneumoniae. E todas elas causam doenças 
aos seres humanos. A espécie Trachomatis causa 
cegueira e DSTs. A espécie Pneumoniae causa 
doenças respiratórias semelhante a pneumonia 
causada por Micoplasmas. A espécie Psitaci causa 
ornitose (doença respiratória) e é transmitida pelas 
aves. [1] 
Dor local: parte inferior do abdômen, pélvis, 
testículo ou vagina 
Dor circunstancial: durante a micção ou durante 
a relação sexual 
Na virilha: corrimento vaginal anormal, 
sangramento vaginal ou secreção no pênis 
Na menstruação: menstruação irregular ou 
sangramento pela vagina 
Também comum: febre 
 
Interferons 
 Células infectadas por vírus 
frequentemente produzem interferon, que inibe a 
expansão da infecção no organismo. Interferons são 
classificados como citocinas. O interferon-α é 
atualmente a droga de escolha para tratamento de 
hepatites virais. A produção de interferons pode ser 
estimulada por um antiviral chamado imiquimode 
- tratamento verrugas genitais. 
Citocina é um termo genérico empregado para 
designar um extenso grupo de moléculas envolvidas 
na emissão de sinais entre as células durante o 
desencadeamento das respostas imunes. 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ 
SETOR PALOTINA 
 
 
 
Estrutura, Taxonomia e 
Características dos Vírus 
Profa. Dra. Vânia Cristina Desoti 
Os vírus são muito pequenos para serem vistos ao microscópio óptico e não se 
multiplicam fora de 
suas células hospedeiras. Por isso, embora as doenças causadas por vírus não 
sejam uma novidade, 
as partículas virais não puderam ser estudadas até o século XX. Em 1886, o 
químico holandês Adolf 
Mayer demonstrou que a doença do mosaico do tabaco (DMT) era transmissível 
de uma planta 
doente para uma planta sadia. Em 1892, em uma tentativa de isolar a causa da 
DMT, o bacteriologista 
russo Dimitri Iwanowiski filtrou a seiva de plantas doentes em filtros de 
porcelana construídos 
para reter bactérias. Ele esperava encontrar o micróbio preso ao filtro. Ao 
contrário, constatou que 
o agente infeccioso havia passado através dos diminutos poros do filtro. Quando 
ele injetou o fluido 
filtrado em plantas sadias, elas contraíram a doença. A primeira doença humana 
associada com um 
agente filtrável foi a febre amarela. 
Os avanços nas técnicas de biologia molecular nos anos de 1980 e 1990 
permitiram a identificação 
de vários novos vírus, incluindo o vírus da imunodeficiência humana (HIV) e o 
coronavírus 
associado à sindrome respiratória aguda severa (SARS). O vírus israelense da 
paralisia 
aguda tornou-se uma preocupação em 2006, quando dizimou cerca de 
90% das abelhas polinizadoras em algumas colmeias norte-americanas. Esse 
novo vírus foi identificado pela primeira vez em Israel, em 2002, e parece 
circular nos Estados Unidos desde então. Doenças humanas causadas 
por esses vírus serão discutidas na Parte Quatro. Neste capítulo, iremos 
estudar a biologia dos vírus. 
Histórico das doenças transmitidas por 
vírus 
 Aumento da densidade demográfica levou à disseminação das doenças 
virais; 
 1680: visualização de bactéria ao microscópio 
 1869: descoberta do DNA 
 Adolf Mayer (1876) determinou que o mosaico do tabaco era 
transmissível; 
 Dimitri Ivanowsky (1892) determinou uma partícula infecciosa filtrável 
(sugeriu que fosse uma toxina; bactéria desconhecida); 
 Martin Beijerinck (1898) partícula filtrável não era bactéria (fluído vivo 
contagioso) – introduziu o termo vírus; 
 Felix d’Herelle (1915) descobriu o bacteriófago – Pai da virologia; 
 Stanley (1935) isolou o vírus do mosaico do tabaco; 
 Microscópio eletrônico (1940) observação dos vírus – mosaico do 
tabaco. 
 
Características gerais dos vírus 
OBJETIVO DO APRENDIZADO 
13-1 Diferenciar um vírus de uma bactéria. 
Cerca de cem anos atrás, os pesquisadores não poderiam imaginar 
a existência de partículas submicroscópicas, descrevendo então 
estes agentes infecciosos como um fluido contagioso – do latim, 
contagium vivum fluidum. Já em 1930, os cientistas começaram a 
utilizar a palavra virus, que no latim significa veneno, para descrever 
estes agentes filtráveis. Todavia, a natureza dos vírus permaneceu 
obscura até 1935, quando Wendell Stanley, um químico 
norte-americano, isolou o vírus do mosaico do tabaco, tornando 
possível, pela primeira vez, o desenvolvimento de estudos químicos 
e estruturais com um vírus purificado. A invenção do microscópio 
eletrônico, aproximadamente na mesma época, possibilitou 
sua visualização. 
A questão de os vírus serem organismos vivos ou não tem uma 
resposta ambígua. A vida pode ser definida como um conjunto 
complexo de processos resultantes da ação de proteínas codificadas 
por ácidos nucleicos. Os ácidos nucleicos das células vivas estão em 
atividade o tempo todo. Como são inertes fora das células vivas, os 
vírus não são considerados organismos vivos. No entanto, quando 
um vírus penetra uma célula hospedeira, o ácido nucleico viral 
torna-se ativo, ocorrendo a multiplicação viral. Sob esse ponto de 
vista, os vírus estão vivos quando se multiplicam dentro da célula 
hospedeira. Do ponto de vista clínico, os vírus podem ser considerados 
vivos por serem capazes de causar infecção e doença, assim 
como bactérias, fungos e protozoários patogênicos. Dependendo 
do ponto de vista, um vírus pode ser considerado um agregado 
excepcionalmente complexo de elementos químicos ou um micro- 
-organismo muito simples. 
Como então definimos um vírus? Originalmente, os vírus foram 
diferenciados de outros agentes infecciosospor serem muito 
pequenos (filtráveis) e por serem parasitas intracelulares obrigatórios 
– ou seja, requerem células hospedeiras vivas para se multiplicarem. 
Entretanto, essas duas propriedades são compartilhadas 
por determinadas bactérias pequenas como algumas riquétsias. Os 
vírus e as bactérias são comparados na Tabela 13.1. 
Sabe-se agora que as características que realmente distinguem 
os vírus estão relacionadas a sua organização estrutural 
simples e aos mecanismos de multiplicação. Dessa forma, os vírus 
são entidades que: 
■ Contêm um único tipo de ácido nucleico, DNA ou RNA. 
■ Contêm um invólucro proteico (às vezes recoberto por um 
envelope de lipídeos, proteínas e carboidratos) que envolve o 
ácido nucleico. 
■ Multiplicam-se no interior de células vivas utilizando a maquinaria 
de síntese celular. 
■ Induzem a síntese de estruturas especializadas na transferência 
do ácido nucleico viral para outras células. 
Os vírus possuem poucas ou mesmo nenhuma enzima própria 
para seu metabolismo. Por exemplo, não possuem enzimas para 
a síntese proteica e a geração de ATP. Os vírus devem se apossar 
da maquinaria metabólica da célula hospedeira para sua multiplicação. 
Esse fato é de considerável importância médica para o desenvolvimento 
de drogas antivirais, pois a maioria das drogas que 
interferem na multiplicação viral também pode interferir com a 
fisiologia da célula hospedeira, sendo, por isso, demasiadamente 
tóxicas para uso clínico. (As drogas antivirais são discutidas no Capítulo 
20.) 
Os vírus são muito pequenos para serem vistos ao microscópio óptico e não se 
multiplicam fora de 
suas células hospedeiras. Por isso, embora as doenças causadas por vírus não 
sejam uma novidade, 
as partículas virais não puderam ser estudadas até o século XX. Em 1886, o 
químico holandês Adolf 
Mayer demonstrou que a doença do mosaico do tabaco (DMT) era transmissível 
de uma planta 
doente para uma planta sadia. 
 
Em 1892, em uma tentativa de isolar a causa da DMT, o bacteriologista 
russo Dimitri Iwanowiski filtrou a seiva de plantas doentes em filtros de 
porcelana construídos para reter bactérias. Ele esperava encontrar o micróbio 
preso ao filtro. Ao contrário, constatou que 
o agente infeccioso havia passado através dos diminutos poros do filtro. Quando 
ele injetou o fluido 
filtrado em plantas sadias, elas contraíram a doença. 
 
A primeira doença humana associada com um 
agente filtrável foi a febre amarela. 
Os avanços nas técnicas de biologia molecular nos anos de 1980 e 1990 
permitiram a identificação 
de vários novos vírus, incluindo o vírus da imunodeficiência humana (HIV) e o 
coronavírus 
associado à sindrome respiratória aguda severa (SARS). O vírus israelense da 
paralisia 
aguda tornou-se uma preocupação em 2006, quando dizimou cerca de 
90% das abelhas polinizadoras em algumas colmeias norte-americanas. Esse 
novo vírus foi identificado pela primeira vez em Israel, em 2002, e parece 
circular nos Estados Unidos desde então. Doenças humanas causadas 
por esses vírus serão discutidas na Parte Quatro. Neste capítulo, iremos 
estudar a biologia dos vírus. 
 
Cerca de cem anos atrás, os pesquisadores não poderiam imaginar 
a existência de partículas submicroscópicas, descrevendo então 
estes agentes infecciosos como um fluido contagioso – do latim, 
contagium vivum fluidum. Já em 1930, os cientistas começaram a 
utilizar a palavra virus, que no latim significa veneno, para descrever 
estes agentes filtráveis. Todavia, a natureza dos vírus permaneceu 
obscura até 1935, quando Wendell Stanley, um químico 
norte-americano, isolou o vírus do mosaico do tabaco, tornando 
possível, pela primeira vez, o desenvolvimento de estudos químicos 
e estruturais com um vírus purificado. A invenção do microscópio 
eletrônico, aproximadamente na mesma época, possibilitou 
sua visualização. 
 
Vírus x Doenças humanas 
 Doenças descritas desde a antiguidade; 
 Mesopotâmia = Leis que responsabilizavam os donos de animais “raivosos”; 
 Hieróglifos egípcios mostram pessoas com sequelas de poliomielite; 
 Faraó Ramsés V tinha varíola (A múmia de Ramsés V indica que este deve ter falecido de varíola devido à lesões 
encontradas em sua face, o que deve ter sido o motivo de sua morte); 
 Tripulações dos navios comerciais África-Europa morriam de febre amarela; 
 Outras doenças: Caxumba, Influenza. 
Vírus x Doenças em plantas 
 Manchas na folha do tabaco; 
1876 – natureza infecciosa do fluido das plantas 
doentes; 
 
Anos seguintes: 
Filtração do fluido – fluidum vivum 
contagiosum; 
Diluição do fluido – manutenção da infecção; 
Vírus = veneno (latim) – não cultivável; 
1935 – Isolamento do vírus do mosaico do 
tabaco 
 
Densidade 
Demográfica, densidade populacional ou 
população relativa é a medida expressada pela relação 
entre a população e a superfície do território, 
geralmente aplicada a seres humanos, mas também 
em outros seres vivos (comumente, animais). É 
geralmente expressada em habitantes por quilômetro 
quadrado. 
Félix d'Herelle (25 de abril de 1873 — 22 de 
fevereiro 1949) foi um microbiólogo franco-
canadense, o co-descobridor 
dos bacteriófagos (vírus que infectam bactérias) e fez 
experiências sobre a possibilidade de fagoterapia. 
Fagoterapia é o estudo dos bacteriófagos (fagos), 
que é um tipo de vírus que infecta as bactérias, e suas 
aplicações na cura das doenças. 
A técnica consiste em inocular no paciente estes 
bacteriófagos (fagos), que acabam matando as 
bactérias causadoras de doenças. A fagoterapia caiu 
no esquecimento devido ao sucesso dos antibióticos e 
à falta de um meio de purificar os fagos. Segundo 
matéria da revista MegaCurioso, a vantagem desta 
técnica sobre os antibióticos é que, embora os 
antibióticos funcionem indiscriminadamente, 
matando tanto a bactérias causadoras de doenças 
quanto as saudáveis, cada tipo de bacteriófago é 
precisamente direcionado a um tipo muito específico 
de bactérias[1]. 
A desvantagem é que, se um médico não sabe 
exatamente quais espécies de bactérias infectou um 
paciente, ele deve criar um coquetel de muitos tipos 
diferentes de bacteriófagos para garantir a eficácia[1]. 
Staley; Suas pesquisas sobre vírus causadores da 
doença mosaica nas plantas do tabaco levaram ao 
isolamento da proteína nucléica que destaca a 
atividade do vírus do mosaico do tabaco. O vírus 
parecia agir como um químico inanimado, mas 
apresentou evidências de ser um organismo vivo e 
em crescimento. 
http://desafios.ipea.gov.br/index.php?option=com
_content&view=article&id=3260&catid=28&Itemi
d=39 
 
BACTÉRIAS 
medindo cerca de 0,2 a 1,5 μm de comprimento 
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4 
INTRODUÇÃO À VIROLOGIA 
 
Folha de Tabaco 
 
sadia doente 
INTRODUÇÃO À VIROLOGIA 
Vírus do 
mosaico do 
tabaco 
Origem 
Teoria da evolução retrógrada 
Descendentes de parasitas intracelulares obrigatórios que perderam sua independência 
metabólica, mantendo a identidade genética apenas; 
 
Não explica a inexistência de formas intermediárias entre parasitas intracelulares e os 
vírus. 
Teoria da origem celular 
Descendentes de RNAm ou plasmídeos que teriam adquirido um envelope proteico de 
proteção, tornando-se independentes. 
 
Não explica a independência dos RNAm e a origem dos viróides (moléculas de RNA 
infecciosas desprovidas de capsídeo) 
Ao observar essas duas teorias vale 
ressaltar que a teoria da evolução 
retrograda não explica a ausência de 
formas evolutivas intermediarias e a 
teoria da origem celular deixa falha a 
explicação do mecanismo de 
independência de RNAm e a 
existência deviróides. 
 Viróides: pequenas moléculas de RNA circular, não associadas a 
proteínas, que conseguem replicar seu genoma 
independentemente. Associam-se à histonas presentes nos 
nucléolos das células hospedeiras. Fito patógeno. 
 
 
 Virusóides: pequenas moléculas de RNA circular , com 
capsídeo formado por um vírus helper, que também o auxilia a 
replicar seu genoma. Encontrados apenas em plantas até o 
momento 
 Príons: compostos apenas por proteínas, sem a presença de ác. nucleicos, 
resistentes à inativação por processos físicos e químicos. Em contato com 
proteínas saudáveis, conseguem torná-las doentes, causando, desta forma, 
encefalopatias espongiformes em humanos e animais. 
Exemplo de forma 
Intermediária: micoplasma. 
comum às bactérias diminutas 
do gên. Mycoplasma, Gram-
negativas, imóveis, sem 
parede celular verdadeira e 
que não formam esporos. 
M. 
pneumoniae causa infecções 
respiratórias. 
RNAm: responsável pela transferência de 
informações do ADN (ou DNA) até ao 
local de síntese de proteínas na célula. 
vírus, entidades 
acelulares algumas vezes consideradas a fronteira 
entre seres vivos 
e não vivos 
Vírus 
Os vírus (Figura 1.1e) são muito diferentes dos outros grupos microbianos 
mencionados aqui. Eles são tão pequenos que a maioria 
pode ser vista apenas com o auxílio de um microscópio eletrônico, 
sendo também acelulares (não são células). A partícula viral é muito 
simples estruturalmente, contendo um núcleo formado somente 
por um tipo de ácido nucleico, DNA ou RNA. Esse núcleo é circundado 
por um envoltório proteico. Algumas vezes, o envoltório é 
revestido por uma camada adicional, uma membrana lipídica chamada 
de envelope. Todas as células vivas têm RNA e DNA, podem 
conduzir reações químicas e se reproduzir como unidades autossuficientes. 
Os vírus só podem se reproduzir usando a maquinaria celular 
de outros organismos. Dessa forma, os vírus são considerados 
vivos quando estão multiplicando dentro das células hospedeiras 
que infectam. Nesse sentido, os vírus são parasitas de outras formas 
de vida. Por outro lado, os vírus não são considerados como seres 
vivos porque, fora dos organismos hospedeiros, eles ficam inertes. 
(Os vírus serão discutidos em detalhes no Capítulo 13.) 
Aspectos gerais 
 Vírus = veneno (latim); 
 
 O que é um vírus? 
 
Agente infeccioso - parasita intracelular obrigatório; 
 
 Vivo ou morto? 
 
Não possuem metabolismo próprio, sendo compostos basicamente por material 
genético e proteínas 
 
 Ativo ou inativo!!! 
Características gerais dos vírus 
A questão de os vírus serem organismos vivos ou não tem uma 
resposta ambígua. A vida pode ser definida como um conjunto 
complexo de processos resultantes da ação de proteínas codificadas 
por ácidos nucleicos. Os ácidos nucleicos das células vivas estão em 
atividade o tempo todo. Como são inertes fora das células vivas, os 
vírus não são considerados organismos vivos. No entanto, quando 
um vírus penetra uma célula hospedeira, o ácido nucleico viral 
torna-se ativo, ocorrendo a multiplicação viral. Sob esse ponto de 
vista, os vírus estão vivos quando se multiplicam dentro da célula 
hospedeira. Do ponto de vista clínico, os vírus podem ser considerados 
vivos por serem capazes de causar infecção e doença, assim 
como bactérias, fungos e protozoários patogênicos. Dependendo 
do ponto de vista, um vírus pode ser considerado um agregado 
excepcionalmente complexo de elementos químicos ou um micro- 
-organismo muito simples. 
Como então definimos um vírus? Originalmente, os vírus foram 
diferenciados de outros agentes infecciosos por serem muito 
pequenos (filtráveis) e por serem parasitas intracelulares obrigatórios 
– ou seja, requerem células hospedeiras vivas para se multiplicarem. 
Entretanto, essas duas propriedades são compartilhadas 
por determinadas bactérias pequenas como algumas riquétsias. 
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5 
 Apenas um tipo de ácido nucleico; 
 
 Não possuem metabolismo próprio; 
 
 Apresentam um envoltório proteico chamado capsídeo; 
 
 Vírion: partícula viral completa e infecciosa (capsídeo + ác. 
nucleico); 
 
 Pode conter um envelope lipoproteico ao redor do capsídeo; 
 
 Fora da célula viva permanece inerte. 
Vírus 
Os vírus (Figura 1.1e) são muito diferentes dos outros grupos microbianos 
mencionados aqui. Eles são tão pequenos que a maioria 
pode ser vista apenas com o auxílio de um microscópio eletrônico, 
sendo também acelulares (não são células). A partícula viral é muito 
simples estruturalmente, contendo um núcleo formado somente 
por um tipo de ácido nucleico, DNA ou RNA. Esse núcleo é circundado 
por um envoltório proteico. Algumas vezes, o envoltório é 
revestido por uma camada adicional, uma membrana lipídica chamada 
de envelope. Todas as células vivas têm RNA e DNA, podem 
conduzir reações químicas e se reproduzir como unidades autossuficientes. 
Os vírus só podem se reproduzir usando a maquinaria celular 
de outros organismos. Dessa forma, os vírus são considerados 
vivos quando estão multiplicando dentro das células hospedeiras 
que infectam. Nesse sentido, os vírus são parasitas de outras formas 
de vida. Por outro lado, os vírus não são considerados como seres 
vivos porque, fora dos organismos hospedeiros, eles ficam inertes. 
(Os vírus serão discutidos em detalhes no Capítulo 13.) 
Os 
vírus e as bactérias são comparados na Tabela 13.1. 
Sabe-se agora que as características que realmente distinguem 
os vírus estão relacionadas a sua organização estrutural 
simples e aos mecanismos de multiplicação. Dessa forma, os vírus 
são entidades que: 
■ Contêm um único tipo de ácido nucleico, DNA ou RNA. 
■ Contêm um invólucro proteico (às vezes recoberto por um 
envelope de lipídeos, proteínas e carboidratos) que envolve o 
ácido nucleico. 
■ Multiplicam-se no interior de células vivas utilizando a maquinaria 
de síntese celular. 
■ Induzem a síntese de estruturas especializadas na transferência 
do ácido nucleico viral para outras células. 
Os vírus possuem poucas ou mesmo nenhuma enzima própria 
para seu metabolismo. Por exemplo, não possuem enzimas para 
a síntese proteica e a geração de ATP. Os vírus devem se apossar 
da maquinaria metabólica da célula hospedeira para sua multiplicação. 
Esse fato é de considerável importância médica para o desenvolvimento 
de drogas antivirais, pois a maioria das drogas que 
interferem na multiplicação viral também pode interferir com a 
fisiologia da célula hospedeira, sendo, por isso, demasiadamente 
tóxicas para uso clínico. (As drogas antivirais são discutidas no Capítulo 
20.) 
Aspectos gerais 
Em geral, os vírus só apresentam um tipo de material 
genético - DNA ou RNA (a exceção 
dos citomegalovírus que tem DNA e um RNAm), 
que podem ser duplos ou simples, linear ou circular, 
segmentado ou não. 
 
O citomegalovírus, também conhecido como 
CMV, é um vírus da mesma família da herpes, 
que pode causar sintomas como febre, dor de 
garganta e inchaço na barriga. ... No entanto, quando 
a mulher é infectada durante a gestação, o 
vírus pode causarproblemas como microcefalia e 
surdez no bebê. 
PROPRIEDADES GERAIS VÍRUS 
 
• NÃO são visíveis em microscópio óptico devido ao diminuto 
tamanho; 
 
• NÃO podem ser cultivados em meios artificiais como as bactérias e 
os fungos; 
 
• INCAPAZ de se replicar fora da célula viva; 
 
• NÃO possuem maquinaria própria para produção de energia e 
síntese de proteínas. 
Aspectos gerais 
Vírus 
 
Os vírus são muito pequenos para serem vistos com 
um microscópio de luz - eles só podemser vistos 
com microscópios eletrônicos. Vírus variam em 
tamanho muito: o maior é mimivirus que é tão 
grande como algumas bactérias, mas a maioria são 
muito menores do que isso. Para os vírus menores, 
centenas de milhares deles podem caber dentro de 
uma célula - isso é pequeno! 
Um primeiro estudo, também publicado pela 
"Science" em 2003, passou a desafiar essa 
característica dos vírus. O artigo mostrou a nova 
família "mimivírus", maior que outros micro-
organismos, como algumas bactérias, e que pode 
transportar mais de 2,5 mil genes. Na época, alguns 
cientistas passaram a questionar a árvore da vida e 
defender que os vírus gigantes poderiam ser um 
quarto domínio da vida -- além do Eubacteria, 
Archaea e Eukaria. 
De acordo com a "Science", os klosneuvirus se 
destacam porque os seus genomas são mais 
semelhantes aos das células do que qualquer outro 
tipo de vírus. As células, por exemplo, conseguem 
juntar proteínas de 20 tipos de aminoácidos, com 
uma enzima para cada ação. Outros vírus gigantes 
descobertos desde 2003 conseguem genes para sete 
variedades de enzimas; os klosneuvirus têm genes 
para todos os 20 tipos. 
 PROPRIEDADES GERAIS VÍRUS 
 Mimivirus Megavirus 
 
 
Esses vírus podem ser visualizados sob microscopia óptica 
O Megavirus chilensis é uma espécie 
de vírus descoberta no litoral do Chile e que, até 
meados de 2011, acreditava-se ser o vírus com maior 
quantidade de material genético, contando com 
6,5% mais material do que o código genético do 
recordista anterior, o Mimivirus, isolado em 2003 
Propriedades gerais 
 Tamanho: 20-1000 nm 
Tamanho dos vírus 
O tamanho viral é determinado com o auxílio da 
microscopia eletrônica. 
 
Vírus diferentes variam consideravelmente em 
tamanho. 
Apesar de a maioria deles ser um pouco menor que 
as bactérias, 
alguns dos maiores vírus (como o vírus da vaccínia) 
são praticamente 
do mesmo tamanho de algumas bactérias pequenas 
(como 
micoplasmas, riquétsias e clamídias). O 
comprimento dos vírus 
varia de cerca de 20 a 1.000 nm. A Figura 13.1 
ilustra o tamanho 
comparativo de alguns vírus e bactérias. 
 
Setas indicando vírus HIV sendo liberados de um linfócito. 
O vírus da catapora (do gênero Varicellovirus) 
também pode 
existir em estado latente. A catapora (varicela) é uma 
doença de 
pele, geralmente contraída na infância. Os vírus 
chegam à pele 
através do sangue. A partir do sangue, podem atingir 
os nervos 
onde permanecem latentes. Mudanças na resposta 
imune (células 
T) podem, mais tarde, ativar os vírus latentes, 
levando ao desenvolvimento 
do herpes zoster. Os exantemas causados pelo herpes 
zoster aparecem na pele ao longo do nervo em que o 
vírus estava 
latente. O herpes zoster ocorre em 10 a 20% das 
pessoas que tiveram 
varicela. 
27/03/2018 
6 
Espectro de hospedeiros 
Variedade de células hospedeiras que o vírus pode infectar! 
Vírus 
Infectam todas as formas de 
vida na Terra 
Vegetais 
Animais Bactérias 
Protozoários Fungos 
Espectro de hospedeiros 
O espectro de hospedeiros de um vírus consiste na variedade de 
células hospedeiras que o vírus pode infectar. Existem vírus que infectam 
invertebrados, vertebrados, plantas, protistas, fungos e bactérias. 
No entanto, a maioria é capaz de infectar tipos específicos de 
células de uma única espécie de hospedeiro. Em raras exceções, os 
vírus cruzam barreiras de espécies, expandindo assim seu espectro 
de hospedeiros. Um exemplo é descrito no quadro ao lado. 
Neste capítulo iremos nos preocupar principalmente com os vírus 
que infectam seres humanos e bactérias. 
 
Os vírus que infectam bactérias 
são denominados bacteriófagos ou fagos. 
 
O espectro de hospedeiros de um vírus é determinado pela 
exigência viral quanto à sua ligação específica à célula hospedeira 
e pela disponibilidade de fatores celulares do hospedeiro em 
potencial necessários para a multiplicação viral. Para que ocorra 
a infecção da célula hospedeira, a superfície externa do vírus 
deve interagir quimicamente com receptores específicos presentes 
na superfície celular. Os dois componentes complementares são 
unidos por ligações fracas, como ligações de hidrogênio. A combinação 
de muitos sítios de ligação e receptores resulta em uma 
forte associação entre a célula hospedeira e o vírus. Para alguns 
bacteriófagos, o receptor faz parte da parede da célula hospedeira; 
em outros casos, faz parte das fímbrias ou dos flagelos. No caso de 
vírus animais, os receptores estão na membrana plasmática das 
células hospedeiras. 
A possibilidade de utilização dos vírus para tratamento de 
doenças é intrigante por causa de seu estreito espectro de hospedeiros 
e sua capacidade de matar as células hospedeiras. A ideia de 
uma fagoterapia, utilizando bacteriófagos para tratar infecções bacterianas, 
já existe há cerca de 100 anos. Avanços recentes no entendimento 
das interações vírus-hospedeiro têm possibilitado novos 
estudos no campo da fagoterapia. 
Infecções virais induzidas experimentalmente em pacientes 
com câncer durante a década de 1920 sugeriram que os vírus 
podem ter atividades antitumorais. Estes vírus destruidores de 
tumor, ou oncolíticos, podem seletivamente infectar e matar células 
tumorais ou induzir uma resposta imune contra essas células. 
Alguns vírus infectam de forma natural as células tumorais 
e outros podem ser modificados geneticamente para infectá-las. 
Atualmente, vários estudos estão em andamento para determinar 
o mecanismo de ação dos vírus oncolíticos e a segurança do uso 
da terapia viral. 
 
A maioria é capaz de infectar tipos 
específicos de células de uma única espécie 
de hospedeiro. 
O espectro de hospedeiros de um vírus é determinado pela 
exigência viral quanto à sua ligação específica à célula hospedeira 
e pela disponibilidade de fatores celulares do hospedeiro em 
potencial necessários para a multiplicação viral. Para que ocorra 
a infecção da célula hospedeira, a superfície externa do vírus 
deve interagir quimicamente com receptores específicos presentes 
na superfície celular. Os dois componentes complementares são 
unidos por ligações fracas, como ligações de hidrogênio. A combinação 
de muitos sítios de ligação e receptores resulta em uma 
forte associação entre a célula hospedeira e o vírus. Para alguns 
bacteriófagos, o receptor faz parte da parede da célula hospedeira; 
em outros casos, faz parte das fímbrias ou dos flagelos. No caso de 
vírus animais, os receptores estão na membrana plasmática das 
células hospedeiras. 
A possibilidade de utilização dos vírus para tratamento de 
doenças é intrigante por causa de seu estreito espectro de hospedeiros 
e sua capacidade de matar as células hospedeiras. A ideia de 
uma fagoterapia, utilizando bacteriófagos para tratar infecções bacterianas, já 
existe há cerca de 100 anos. Avanços recentes no entendimento 
das interações vírus-hospedeiro têm possibilitado novos 
estudos no campo da fagoterapia. 
Infecções virais induzidas experimentalmente em pacientes 
com câncer durante a década de 1920 sugeriram que os vírus 
podem ter atividades antitumorais. Estes vírus destruidores de 
tumor, ou oncolíticos, podem seletivamente infectar e matar células 
tumorais ou induzir uma resposta imune contra essas células. 
Alguns vírus infectam de forma natural as células tumorais 
e outros podem ser modificados geneticamente para infectá-las. 
Atualmente, vários estudos estão em andamento para determinar 
o mecanismo de ação dos vírus oncolíticos e a segurançado uso 
da terapia viral. 
Espectro de hospedeiros 
- Determinado pela exigência viral; 
 
 
- Pela disponibilidade de fatores celulares do hospedeiro 
necessários para a multiplicação viral; 
 
 
- Infecção da célula hospedeira: a superfície externa do 
vírus deve interagir com receptores presentes na 
superfície celular. 
 
Taxonomia 
Existe um número muito grande de vírus 
circulando nas diferentes espécies de seres vivos, 
desde vírus que infectam bactérias até aqueles 
que infectam organismos superiores, como os 
mamíferos e plantas. Dentre estes, existem vírus 
altamente patogênicos e outros que não causam 
doença nos seus hospedeiros, passando despercebidos. 
Atualmente, são reconhecidas mais de 
1.500 espécies de vírus, que abrangem mais de 
30.000 cepas, isoladas ou variantes. 
A classifi cação e nomenclatura dos vírus não 
seguem as regras determinadas para os demais 
microorganismos. À medida que foram sendo 
identifi cados, os vírus foram sendo agrupados de 
forma aleatória, de acordo com os aspectos considerados 
mais importantes pelos grupos que os 
identifi cavam. Nas décadas de 1950 e 1960, houve 
um grande avanço na Virologia, resultando 
na identifi cação de um grande número de novos 
vírus. Com o intuito de determinar regras básicas 
para classifi car esses vírus, vários comitês foram 
formados, o que acabou gerando uma grande 
confusão taxonômica. 
Durante o Congresso Internacional de Microbiologia, 
realizado em Moscou, em 1966, foi 
criado o Comitê Internacional para Nomenclatura 
de Vírus (ICTV). Esse comitê teve a incumbência 
de desenvolver um sistema único de classifi cação 
e nomenclatura para todos os vírus. Até hoje, o 
ICTV é o órgão que determina as regras a serem 
seguidas para a classifi cação dos vírus até o nível 
de espécie. Esse comitê se reúne periodicamente, 
com o fi m de revisar e atualizar os critérios de 
classifi cação, de modo que as novas descobertas 
biológicas e moleculares possam ser incorporadas 
aos critérios taxonômicos já existentes. Com isso, 
a classifi cação dos vírus nas diversas hierarquias 
tornou-se dinâmica e pode ser alterada à medida 
que novas informações biológicas ou moleculares 
assim o justifi quem. A classifi cação apresentada 
neste texto está de acordo com a última revisão 
do ICTV, datada de 07 de julho de 2007. 
De acordo com os vários critérios adotados, 
os vírus são classifi cados hierarquicamente em 
ordens, famílias, subfamílias, gêneros e espécies. 
O sufi xo virales é utilizado para designar a ordem. 
Para a denominação de família, utiliza-se o sufi xo 
viridae; para subfamília, utiliza-se virinae; e para 
gênero, o sufi xo virus. Por exemplo, o vírus da 
cinomose canina está classifi cado na ordem Mononegavirales, 
família Paramyxoviridae, subfamília 
Paramyxovirinae, gênero Morbillivirus e, fi nalmente, 
espécie, como vírus da cinomose canina (canine 
distemper virus, CDV). As famílias são os agrupamentos 
fundamentais dos vírus, agrupando 
agentes que possuem características estruturais, 
morfológicas, genéticas e biológicas em comum. 
Algumas famílias – a minoria – são agrupadas 
em níveis hierárquicos superiores: as ordens. Da 
mesma forma, nem todas as famílias são divididas 
em subfamílias; algumas delas apresentam 
o gênero como nível hierárquico imediatamente 
inferior, ou seja, nem todos os vírus são classifi - 
cados em todos os níveis hierárquicos possíveis, 
possuindo complexidades de classifi cação diferentes 
entre si. 
Os vírus que apresentam algumas características 
biológicas, estruturais e moleculares em 
comum são agrupados em uma mesma família. 
Por exemplo, todos os membros da família Herpesviridae 
possuem vírions grandes, com envelope 
contendo várias glicoproteínas, capsídeo 
icosaédrico, uma camada protéica – denominada 
tegumento – entre o capsídeo e o envelope. O 
genoma é composto por uma molécula de DNA 
de fi ta dupla linear. Esses vírus são capazes de 
estabelecer infecções latentes em seus hospedeiros. 
Os vírus que apresentam essas características 
(e que por isso compõem a família Herpesviridae) 
podem ser subdivididos em subfamílias, de acordo 
com algumas características que possuem em 
comum e que são diferentes dos outros vírus da 
família. Os membros da subfamília Alphaherpesvirinae 
possuem um amplo espectro de hospedeiros, 
apresentam um ciclo rápido e lítico em célu 
las de cultivo e estabelecem infecções latentes em 
neurônios sensoriais e autonômicos. Essas características 
diferem dos membros das outras subfamílias: 
Betaherpesvirinae e Gammaherpesvirinae. 
Os vírus de uma família ou de uma subfamília 
podem ser divididos em gêneros, de acordo 
com propriedades biológicas, e, principalmente, 
moleculares, como a estrutura e organização genômica: 
a subfamília Alphaherpesvirinae possui 
dois gêneros, o Simplexvirus e o Varicellovirus. 
Dentro de cada gênero se encontram as espécies, 
que são grupos de vírus muito semelhantes entre 
si (a exemplo de espécies de animais), mas que 
apresentam algumas diferenças que justifi cam a 
sua classifi cação como vírus diferentes (e também 
diferentes dos vírus do outro gênero). Por 
exemplo, no gênero Varicellovirus, encontram-se 
classifi cados os herpesvírus bovinos tipos 1 e 5 
(BoHV-1 e BoHV-5), o herpesvírus suíno (SuHV- 
1) ou vírus da doença de Aujeszky (PRV), entre 
outros. 
A classifi cação dos vírus em espécies não é 
consensual entre os virologistas. A defi nição de 
espécie aceita pelo ICTV foi estabelecida em 1991 
e diz o seguinte: ―espécie de vírus é uma classe 
‗polythetic‘1∗ de vírus que constitui uma linhagem 
replicativa e ocupa um nicho ecológico particular‖. 
Uma classe polythetic é defi nida em termos 
de um amplo grupo de critérios sendo que 
nenhum dos critérios isoladamente é necessário 
ou sufi ciente. Dessa forma, cada membro da classe 
deve possuir um número mínimo de características, 
mas nenhum dos aspectos necessita ser 
encontrado em todos os membros de uma classe. 
Assim, diferentes características podem ser usadas 
em diferentes grupos de vírus. 
A classifi cação em subespécies, cepas, variantes 
e isolados não existe de forma ofi cial, embora 
seja reconhecida a sua importância para o 
diagnóstico, para estudos biológicos e moleculares 
e também para a produção de vacinas. A seguir 
são apresentadas algumas defi nições desses 
termos. 
O termo isolado (ou amostra) refere-se a um 
vírus que foi obtido por isolamento de uma determinada 
fonte de infecção (animal infectado), 
por exemplo: o SV-299/04 é um BoHV-5 isolado 
do cérebro de um bovino que desenvolveu meningoencefalite 
no estado do Rio Grande do Sul. 
A denominação SV-299/04 foi dada pelo laboratório 
que realizou o isolamento do vírus e referese 
ao número do protocolo. Qualquer vírus que 
tenha sido isolado de material clínico e sobre o 
qual se conheça pouco, além de sua identidade, 
constitui-se em um isolado ou amostra. 
O termo cepa é utilizado para designar amostras 
de vírus que já foram bem caracterizadas e 
sobre as quais já se possui certo conhecimento. 
A denominação cepa também pode ser utilizada 
para se referir a isolados de um vírus que podem 
apresentar pequenas variações sem deixar de 
pertencer às mesmas categorias taxonômicas. Por 
exemplo, o vírus da doença de Newcastle (NDV) 
pode apresentar diferentes níveis de virulência, 
dependendo da cepa do vírus que está causando 
a doença. Existem três cepas desse vírus em 
ordem crescente de virulência: as lentogênicas, 
as mesogênicas e as velogênicas. Assim, aqueles 
isolados do vírusque apresentam alta virulência 
pertencem à cepa velogênica, os que apresentam 
virulência moderada são mesogênicos, e os de 
baixa virulência são os lentogênicos. 
Cepas de referência são cepas amplamente caracterizadas 
e reconhecidas nacional ou internacionalmente, 
que são utilizadas como referência 
para determinado vírus em testes de diagnóstico, 
pesquisa e para a produção de vacinas. Por exemplo, 
a cepa Cooper do BoHV-1 serve de referência 
para comparações de isolados desse vírus e é amplamente 
utilizada em diagnóstico e na produção 
de vacinas. 
A terminologia wild-type refere-se à cepa original 
do vírus que circula na natureza. No caso 
da existência de mutantes, o wild-type é a cepa 
que deu origem aos mutantes. Em português, 
utilizam-se os termos cepa de campo (ou vírus de 
campo), no caso dos vírus circulantes na população; 
e cepa original ou parental no caso da produção 
e/ou comparação com mutantes. Variantes 
ou mutantes são vírus que diferem do wild-type 
em alguma característica fenotípica, como, por 
exemplo, o vírus da vacina contra a doença de 
Aujeszky é um mutante de deleção que foi produzido 
a partir da cepa Bartha do herpesvírus 
suíno tipo 1 (SuHV-1). 
No uso formal, as palavras que designam 
as famílias, subfamílias e gêneros devem iniciar 
com letra maiúscula e devem ser escritas em itálico 
ou sublinhadas. O nome da espécie do vírus 
não deve iniciar com letra maiúscula (a não ser 
que este nome corresponda a um nome próprio 
de região, cidade etc.) e deve ser escrito com fonte 
normal, sem itálico. No uso formal, a hierarquia 
(táxon) deve preceder a unidade taxonômica. 
Exemplo: ―a família Parvoviridae‖; ―o gênero 
Parvovirus‖. 
No uso informal (ou vernacular) os termos 
referentes à família, subfamília, gênero e espécie 
devem ser escritos com letras minúsculas, sem 
itálico ou sublinhado. Neste caso, o sufi xo formal 
não é incluído e o nome do táxon segue o termo 
usado para defi nir a unidade taxonômica. Escreve- 
se então: ―a família dos poxvírus‖, ―o gênero 
parapoxvirus‖. O uso informal em português 
deve suprimir letras que não existam no alfabeto 
da língua portuguesa. Exemplo: para se referir de 
forma vernacular aos membros da subfamília Alphaherpesvirinae, 
deve-se escrever: ―os alfaherpesvirus‖. 
Os membros da família Orthomyxoviridae 
devem ser tratados como ―os ortomixovírus‖. 
No uso informal, o nome do táxon é, muitas 
vezes, suprimido, o que pode resultar em confusões. 
Isto se deve à raiz comum das palavras 
utilizadas para defi nir as unidades taxonômicas 
nos diferentes níveis. Dessa forma, dependendo 
do contexto, a palavra fl avivírus pode estar sendo 
usada para referir-se tanto à família Flaviviridae 
como ao gênero Flavivirus. Para evitar essa 
ambigüidade, aconselha-se o uso do táxon precedendo 
o termo usado. Exemplo: vírus do gênero 
Flavivirus. 
A nomenclatura ofi cial dos vírus utiliza 
abreviaturas, que são constituídas pelas iniciais 
do nome da espécie viral. No presente texto, serão 
utilizadas as abreviaturas derivadas da nomenclatura 
na língua inglesa, por exemplo, herpesvírus 
bovino tipo 1 (do inglês bovine herpesvirus type 
1, BoHV-1). 
No uso informal, muitos vírus podem ser 
denominados de duas ou três formas diferentes, 
de acordo com a sua denominação original e com 
a nomenclatura ofi cial preconizada pelo ICTV. 
As recomendações do ICTV são de que a sua 
nomenclatura substitua as anteriores, embora 
alguns deles continuem a ser denominados pela 
nomenclatura tradicional. Citam-se como exemplos 
o SuHV-1, que também é conhecido como 
vírus da doença de Aujeszky (ADV) ou vírus da 
pseudoraiva (PRV), e o BoHV-1, que é também 
conhecido como vírus da rinotraqueíte infecciosa 
bovina (IBRV). 
Exemplos de nomenclatura de vírus: 
a) Formal: família: Picornaviridae; gênero: 
Aphtovirus; espécie: vírus da febre aftosa (foot and 
mouth disease vírus, FMDV); 
Vernacular: ―Os aftovírus são sensíveis ao 
pH baixo [...]‖. 
b) Formal: família: Herpesviridae, subfamília: 
Alphaherpesvirinae, gênero: Alphaherpesvirus, espécie: 
herpesvírus suíno tipo 1 (vírus da doença 
de Aujezsky); 
Vernacular: ―O vírus da doença de Aujeszky 
é um alfaherpesvírus [...]‖. 
c) Formal: ordem: Mononegavirales; família: 
Paramyxoviridae; subfamília: Pneumovirinae; gênero: 
Pneumovirus, espécie: vírus sincicial respiratório 
bovino (BRSV); 
Vernacular: ―Os pneumovírus causam doença 
respiratória [...]‖. 
d) Formal: família: Flaviviridae; gênero: Flavivirus; 
espécie: vírus da febre amarela (YFV); 
Vernacular: ―O vírus da febre amarela é um 
fl avivírus transmitido por mosquitos‖. 
4 Critérios utilizados para a 
classifi cação dos vírus 
A evolução nos métodos de detecção e caracterização 
dos vírus determinou uma evolução 
nos critérios utilizados para a sua classifi cação. 
A diferenciação entre vírus e os demais microorganismos 
foi o primeiro passo na classifi cação 
dos agentes virais e essa diferença foi determinada, 
inicialmente, pela fi ltrabilidade dos vírus. 
Enquanto as bactérias eram retidas no fi ltro, os 
vírus passavam por ele, surgindo a denominação 
de agentes fi ltráveis. 
No início, as características ecológicas e de 
transmissão, sinais clínicos da doença e tropismo 
por determinado órgão ou tecido foram os 
critérios utilizados na classifi cação dos vírus. O 
desenvolvimento da microscopia eletrônica possibilitou 
a classifi cação de acordo com a morfologia 
das partículas virais. Ao longo dessa evolução, 
outras características foram sendo mais 
conhecidas e consideradas para descrever os 
vírus. Aspectos como a composição química, o 
tipo de genoma, distribuição geográfi ca, vetores, 
estabilidade e antigenicidade dos vírus foram 
adquirindo importância. Atualmente as técnicas 
de biologia molecular têm sido utilizadas para 
refi nar e detalhar a classifi cação dos vírus, especialmente 
o seqüenciamento e comparação entre 
seqüências do genoma. Estratégias de expressão 
gênica, homologia de nucleotídeos entre seqüências 
correspondentes, estrutura e funções de proteínas 
virais também foram incorporadas aos critérios 
de classifi cação dos vírus. 
De acordo com o ICTV, as seguintes características 
são atualmente levadas em consideração 
para classifi car os vírus em ordem, famílias, 
subfamílias e gêneros: tipo de ácido nucléico e 
organização do genoma, estratégia de replicação 
e estrutura do vírion. 
A classifi cação em espécies, embora não regulamentada 
pelo ICTV, segue os seguintes critérios: 
a) homologia da seqüência do genoma; 
b) hospedeiros naturais; 
c) tropismo de tecido e células; 
d) patogenicidade e citopatologia; 
e) forma de transmissão; 
f) propriedades físico-químicas; 
g) propriedades antigênicas. 
Uma outra classifi cação prática, não ofi cial, 
é regularmente usada entre os virologistas. Nesse 
caso, são levados em consideração os critérios 
epidemiológicos e/ou clínico-patológicos para 
agrupar os vírus. De acordo com esse critério, os 
vírus são classifi cados em: 
a) respiratórios: vírus que penetram no 
hospedeiro por inalação e produzem infecção e 
doença primariamente no trato respiratório. Ex: 
rinovírus, calicivírus; 
b) entéricos: vírus que penetram pela via 
oral e replicam no trato intestinal. Ex: coronavírus, 
rotavírus; 
c) arbovírus: vírus que replicam e são transmitidos 
por vetores artrópodos. Ex: vírus da encefalites 
eqüinas leste e oeste; 
d) vírus oncogênicos: vírus com potencial 
para induzir transformação celular e tumores nos 
hospedeiros. Ex: retrovírus, papilomavírus. 
5Famílias de vírus 
A seguir serão apresentadas as famílias de 
vírus que contêm patógenos de animais (Figuras 
2.1 a 2.25). Em cada gênero, serão mencionados 
os principais vírus que causam doenças em animais 
de interesse para a medicina veterinária, ou 
seja, animais de produção e animais de companhia. 
Também serão citados os principais patógenos 
humanos. Cabe ressaltar, por essa razão, que 
esta lista não se constitui na relação completa dos 
vírus de cada família. 
 Taxonomia Viral é a ciência da 
identificação, nomenclatura e classificação 
dos vírus 
 
 ICTV: International Committee on Taxonomy of Virus 
 
 Vírus são organizados em níveis hierárquicos 
 
 Níveis: Ordem, Família, Subfamília, Gênero e Espécie 
 
Taxonomia 
 
Taxonomia 
 
 Comitê Internacional de Taxonomia 
de vírus (ICTV) 
 
 Morfologia: tamanho e forma do 
virion; presença de glicoproteínas 
de superfície; presença de 
envelope; simetria do capsídeo; tipo 
do ácido nucleico; estratégia de 
replicação; 
 
 Atualização trienal; 
 
 Não segue a ordem internacional de 
bionomenclatura (BioCode) 
Vírus? 
Da mesma maneira que precisamos de categorias taxonômicas para 
plantas, animais e bactérias, necessitamos de taxonomia viral para 
nos auxiliar a organizar e entender novos organismos descobertos. 
A classificação mais antiga dos vírus tem como base a sintomatologia, 
como a das doenças que afetam o sistema respiratório. Esse 
sistema é conveniente, mas não é aceitável cientificamente porque o 
mesmo vírus pode causar mais de uma doença, dependendo do tecido 
afetado. Além disso, esse sistema agrupa artificialmente vírus 
que não infectam seres humanos. 
Os virologistas começaram a tratar do problema da taxonomia 
viral em 1966, com a criação do Comitê Internacional de Taxonomia 
Viral (CITV). Desde então, o CITV tem agrupado os vírus em 
famílias com base (1) no tipo de ácido nucleico viral, (2) na estratégia 
de replicação e (3) na morfologia. O sufixo virus é usado para 
os gêneros, enquanto as famílias de vírus recebem o sufixo viridae, 
e as ordens, o sufixo ales. No uso formal, os nomes das famílias e 
dos gêneros são usados da seguinte maneira: Família Herpesviridae, 
gênero Simplexvirus, vírus do herpes humano tipo 2. 
Uma espécie viral compreende um grupo de vírus que compartilham 
a mesma informação genética e o mesmo nicho ecológico 
(espectro de hospedeiros). Epítetos específicos não são utilizados 
para os vírus. Dessa forma, as espécies virais são designadas 
por nomes descritivos vulgares, como vírus da imunodeficiência 
humana (HIV), e as subespécies (se existirem) são designadas com 
um número (HIV-1). A Tabela 13.2 apresenta um resumo para a 
classificação dos vírus que infectam seres humanos. 
NOMENCLATURA 
 Tipo de ácido nucléico 
 Estratégia de replicação 
 Morfologia 
 Tipo de transmissão/sintomas 
27/03/2018 
7 
ORDEM, FAMÍLIA, SUBFAMÍLIA, GÊNERO 
 
 tipo de ácido nucleico e organização do genoma 
 estratégia de replicação 
 estrutura do virion 
Taxonomia 
Nem todos os vírus estão classificados 
quanto à ordem e subfamília 
 
ESPÉCIE 
 
 
hospedeiros naturais 
 tropismo tecidual e celular 
 patogenicidade 
 forma de transmissão 
 propriedades físico químicas 
propriedades antigênicas 
Taxonomia 
A classifi cação em espécies, embora não 
regulamentada 
pelo ICTV, segue os seguintes critérios: 
a) homologia da seqüência do genoma; 
b) hospedeiros naturais; 
c) tropismo de tecido e células; 
d) patogenicidade e citopatologia; 
e) forma de transmissão; 
f) propriedades físico-químicas; 
g) propriedades antigênicas 
CLASSIFICAÇÃO DOS VÍRUS 
Os sistemas internacionalmente consensuais de 
classificação de vírus se baseiam na estrutura e 
composição da partícula viral (virion) (Figura 7). Em 
alguns casos o modo de replicação é também 
importante na classificação. Vírus são classificados em 
várias famílias com base nisso. 
Taxonomia 
 
Da mesma maneira que precisamos de categorias taxonômicas para 
plantas, animais e bactérias, necessitamos de taxonomia viral para 
nos auxiliar a organizar e entender novos organismos descobertos. 
A classificação mais antiga dos vírus tem como base a sintomatologia, 
como a das doenças que afetam o sistema respiratório. Esse 
sistema é conveniente, mas não é aceitável cientificamente porque o 
mesmo vírus pode causar mais de uma doença, dependendo do tecido 
afetado. Além disso, esse sistema agrupa artificialmente vírus 
que não infectam seres humanos. 
Os virologistas começaram a tratar do problema da taxonomia 
viral em 1966, com a criação do Comitê Internacional de Taxonomia 
Viral (CITV). Desde então, o CITV tem agrupado os vírus em 
famílias com base (1) no tipo de ácido nucleico viral, (2) na estratégia 
de replicação e (3) na morfologia. O sufixo virus é usado para 
os gêneros, enquanto as famílias de vírus recebem o sufixo viridae, 
e as ordens, o sufixo ales. No uso formal, os nomes das famílias e 
dos gêneros são usados da seguinte maneira: Família Herpesviridae, 
gênero Simplexvirus, vírus do herpes humano tipo 2. 
Uma espécie viral compreende um grupo de vírus que compartilham 
a mesma informação genética e o mesmo nicho ecológico 
(espectro de hospedeiros). Epítetos específicos não são utilizados 
para os vírus. Dessa forma, as espécies virais são designadas 
por nomes descritivos vulgares, como vírus da imunodeficiência 
humana (HIV), e as subespécies (se existirem) são designadas com 
um número (HIV-1). A Tabela 13.2 apresenta um resumo para a 
classificação dos vírus que infectam seres humanos. 
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Efeitos citopáticos dos vírus 
A infecção de uma célula hospedeira por um vírus animal normalmente leva a 
célula à morte. A morte pode ser causada pelo acúmulo de uma grande 
quantidade de vírus em multiplicação, pelos efeitos de proteínas virais na 
permeabilidade da membrana plasmática da célula hospedeira, ou pela inibição 
da síntese de DNA, RNA ou proteínas celulares. Os efeitos visíveis da infecção 
viral são conhecidos como efeitos citopáticos (ECPs). Aqueles efeitos 
citopáticos que resultam na morte celular são chamados de efeitos citocidas, e 
aqueles que resultam em dano celular sem que ocorra morte são chamados de 
efeitos não citocidas. Os ECPs são usados para o diagnóstico de muitas infecções 
virais. Os ECPs variam de acordo com os vírus. Uma das diferenças é o ponto 
no ciclo da infecção viral em que o efeito ocorre. Algumas infecções virais 
resultam em mudanças precoces na célula hospedeira; em outras infecções, 
essas mudanças não são visualizadas até estágios bem mais tardios. Um vírus 
pode produzir um ou mais dos 
seguintes ECPs: 
1. Em algum estágio durante sua multiplicação, os vírus citocidas interrompem 
a síntese de macromoléculas dentro da célula hospedeira. Alguns vírus, como o 
Herpes simplex virus, bloqueiam irreversivelmente a mitose. 
2. Quando um vírus citocida infecta uma célula, ele faz com que os lisossomos 
celulares liberem seu conteúdo enzimático, resultando na destruição de 
componentes intracelulares e na morte da célula. 
3. Corpúsculos de inclusão são grânulos encontrados no citoplasma ou no 
núcleo de algumas células infectadas. Esses grânulos são, muitas vezes, partes 
virais – ácidos nucleicos ou proteínas – que estão sendo montadas para for- mar 
os vírions. Esses grânulos variam em tamanho, forma e propriedades de 
coloração, de acordo com o vírus. Os corpúsculos de inclusão são 
caracterizados por sua capacidade de se corar por corantes ácidos (acidófilos)ou 
básicos (basófilos). Outros corpúsculos de inclusão surgem nos sítios de síntese 
viral anterior, mas não contêm vírus prontos ou seus componentes. Os 
corpúsculos de inclusão são importantes porque sua presença pode auxiliar na 
identificação do vírus que está causando uma infecção. Por exemplo, o vírus da 
raiva produz, na maioria dos casos, corpúsculos de inclusão (corpúsculos de 
Negri) no citoplasma de células nervosas, e sua presença no tecido cerebral de 
um animal suspeito de estar raivoso tem sido usada como ferramenta 
diagnóstica para a identificação da doença. Corpúsculos de inclusão diagnósticos 
também estão associados ao vírus do sarampo, vacínia, varicela, herpes e 
adenovírus. 
4. Eventualmente, várias células infectadas adjacentes se fundem para formar 
uma célula multinuclear muito grande, denominada sincício. Essas células 
gigantes são produzidas a partir da infecção por vários vírus que causam 
doenças, como os vírus do sarampo, da caxumba e do resfriado comum. 
5. Algumas infecções virais resultam em mudanças nas funções da célula 
hospedeira, sem mudanças visíveis nas células infectadas. Por exemplo, quando 
o vírus que causa o sarampo se liga a seu receptor celular, denominado CD46, a 
ligação impele a célula a reduzir a produção de uma substância chamada de IL-
12, o que reduz a habilidade do hospedeiro de combater a infecção. 
6. Algumas células infectadas por vírus produzem substâncias chamadas de 
interferons. A infecção viral induz a célula a sintetizar interferon, mas a proteína 
é codificada pelo DNA celular. 
7. Muitas infecções virais induzem mudanças antigênicas na superfície das 
células infectadas. Essas mudanças geram uma resposta de anticorpos do 
hospedeiro contra as células infectadas e marcam as células para destruição pelo 
sistema imune do hospedeiro. 
8. Alguns vírus induzem mudanças cromossômicas na célula hospedeira. 
Algumas infecções virais, por exemplo, resultam em danos nos cromossomos 
celulares, principalmente a ruptura desses cromossomos. Com frequência, os 
oncogenes (genes 
causadores de câncer) podem ser estimulados ou ativados por vírus. 
9. A maioria das células normais para de crescer in vitro quando se aproxima de 
outras células, um fenômeno conhecido como inibição de contato. Vírus capazes 
de causar câncer transformam as células do hospedeiro. A transformação resulta 
em células anormais, fusiformes, que não reconhecem a inibição de contato. A 
perda da inibição de contato resulta no crescimento celular descontrolado. 
Identificação viral 
A identificação de um isolado viral não é tarefa fácil. Para começar, 
os vírus só podem ser vistos com o auxílio de um microscópio 
eletrônico. Os métodos sorológicos, como o Western blotting, 
são os métodos de identificação mais comumente utilizados (veja 
a Figura 10.12, página 289). Nesses testes, o vírus é detectado e 
identificado por sua reação com anticorpos. Os anticorpos serão 
discutidos com detalhes no Capítulo 17, e alguns testes imunológicos 
para identificação viral, no Capítulo 18. A observação dos 
efeitos citopáticos, descrita no Capítulo 15 (página 441), também é 
útil para a identificação dos vírus. 
Os virologistas podem identificar e caracterizar os vírus por 
métodos moleculares modernos, como o uso de poliformismos de 
tamanho de fragmentos de restrição (RFLPs, de restriction fragment 
length polymorphisms) e da reação em cadeia da polimerase (PCR, 
de polymerase chain reaction) (Capítulo 9, página 251). A PCR foi 
utilizada para amplificação do RNA viral e identificação do vírus 
da encefalite do oeste do Nilo nos Estados Unidos, em 1999, e do 
coronavírus associado à SARS na China, em 2002. 
O nome da espécie é usualmente 
traduzido para a língua do país nativo. 
 
Neste caso utilizava-se a formatação 
regular e não iniciava-se em letra 
maiúscula. 
Exceção: representativo de nome próprio, cidade, região. 
Entenda a origem do Ebola. A doença afeta os seres 
humanos e primatas não-humanos (macacos, gorilas 
e chimpanzés). O Ebola foi identificado pela 
primeira vez em 1976, em dois surtos simultâneos: 
um em uma aldeia perto do Rio Ebola, localizado 
no norte da República Democrática do Congo 
 
Os vírus dessa família apresentam formas 
fi lamentosas, pleomórfi cas, com diâmetro de 80 
nm e extensão que pode atingir até 14.000 nm. 
Podem ser vistas formas de U, de 6 ou, ainda, formas 
circulares. O genoma consiste de uma única 
molécula de RNA linear, de cadeia simples e 
sentido negativo, compondo um nucleocapsídeo 
helicoidal. A replicação ocorre no citoplasma e o 
vírus é liberado por brotamento na membrana 
plasmática. Os vírus dessa família causam doenças 
hemorrágicas em humanos. Infecção natural 
com vírus de Marburg e a cepa Reston do vírus 
ebola também causa doença hemorrágica em 
macacos. 
Doença experimental pode ser induzida 
através de inoculação em macacos, cobaias, hamsters 
e camundongos. A manipulação desses 
vírus só é permitida em laboratórios de nível 4 de 
biosegurança. O vírus ebola é um dos vírus mais 
letais já identifi cados para humanos. A história 
natural desses vírus ainda não é bem conhecida. 
Família: Filoviridae 
Gênero: Ebolavirus 
 
A partir de 2014 os nomes das espécies segundo recomendação do ICTV, 2014, agora são 
escritos em itálico e a primeira letra é maiúscula: 
Espécie: vírus Ebola (do inglês Ebola virus) 
ublinhada com a primeira letra maiúscula. Decidiu-se que a 
nomenclatura não usaria dois nomes latinizados como é feito 
para bactérias. Até a penúltima atualização do ICTV, as 
designações de espécie não deveriam iniciar com letra 
maiúscula (somente se o nome for derivado de um lugar, um 
determinado hospedeiro com nome próprio ou do próprio 
gênero) e não deveriam ser escritas em itálico. Na 
atualização de 2014, as normas para a grafia dos nomes das 
espécies (How to write virus names, ICTV, 2014) foram 
modificadas: os nomes das espécies segundo recomendação 
do ICTV, 2014, agora são escritos em itálico e a primeira 
letra é maiúscula, por exemplo, Measles virus. Entretanto, 
esta recomendação é para a língua inglesa. Para o português, 
ainda há necessidade de padronização após discussão entre a 
comunidade de virologistas brasileiros. Sendo assim, no 
decorrer dos capítulos seguintes, ainda será utilizada a 
nomenclatura antiga. 
Taxonomia 
Exemplo de espécie: 
 
vírus da cinomose canina (do inglês Canine distemper virus, 
CDV) 
Formatação regular e sem inicial maiúscula 
 
• Traduzido para a língua portuguesa 
 
• Ainda há necessidade de padronização 
Taxonomia 
27/03/2018 
8 
 
Ordem: Mononegavirales (sufixo virales) 
 Família: Paramyxoviridae (sufixo viridae) 
 Subfamília: Paramyxovirinae (sufixo virinae) 
 Gênero: Avulavirus (sufixo virus) 
 Espécie: Newcastle disease virus (NDV) 
(vírus da doença de Newcastle) 
A doença de Newcastle é uma doença de aves viral contagiosa que afeta 
muitas espécies de aves domésticas e selvagens; é transmissível para 
humanos. [1] Foi identificado pela primeira vez em Java, na Indonésia, em 
1926 e em 1927, em Newcastle-upon-Tyne, Inglaterra (de onde obteve o 
nome). No entanto, pode ter sido prevalente já em 1898, quando uma 
doença eliminou todas as aves domésticas no noroeste da Escócia. [2] Seus 
efeitos são mais notáveis ​​nas aves domésticas devido à sua alta 
susceptibilidade e ao potencial de impactos severos de uma epizootita nas 
indústrias de aves de capoeira. É endémico para muitos países. 
 
A exposição dos seres humanos a aves infectadas (por exemplo, em plantas 
de processamento de aves) pode causar conjuntivite leve e sintomas 
semelhantes

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