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Gabarito AP2 Patrimonio Cultural

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 
Centro de Ciências Humanas e Sociais – CCH 
Licenciatura em História - EAD 
UNIRIO/CEDERJ 
 
SEGUNDA AVALIAÇÃO PRESENCIAL 2018-1 
DISCIPLINA: PATRIMÔNIO CULTURAL 
COORDENAÇÃO: MÁRCIA CHUVA 
GABARITO 
 
 
QUESTÃO 1 (total: 5,0) 
O conceito de “valor excepcional universal” é central para a determinação do 
patrimônio mundial pela Unesco. 
a) Indique a Convenção da Unesco que trata do assunto e o ano da sua criação. 
(1,0) 
b) Apresente a participação brasileira na referida Convenção, de acordo com o 
material didático. (2,0) 
c) Analise a relação entre a categoria “patrimônio mundial”, e a expansão do 
turismo, apoiando-se no material didático e no artigo de Leila Bianchi Aguiar O 
IPHAN e o desenvolvimento turístico nos conjunto urbanos preservados. (2,0) 
Resposta: 
A partir da segunda metade do século XX, novas leituras passaram a 
ser observadas no campo do patrimônio. A Carta de Veneza (1964) já 
destacava a preocupação com a definição de responsabilidades de 
proteção, de obras consideradas monumentais que fossem “testemunho 
vivo das tradições seculares” ou “portadoras de mensagem espiritual do 
passado”. No entanto é a Convenção de 1972 que apresenta disposições 
de um sistema que se entende eficaz na proteção do “patrimônio cultural e 
natural de valor universal excepcional”. Diferentemente das convenções e 
cartas anteriores, esta apontava para critérios que buscavam definir os 
bens como representantes únicos de tempos pretéritos, de diferentes 
momentos da história da humanidade, reforçando o caráter único, 
excepcional e insubstituível. 
O fortalecimento do diálogo da UNESCO com o Brasil, no tocante ao 
patrimônio cultural e turismo, se faz a partir dos anos 60 do século XX. 
Nesta aproximação o turismo é articulado aos bens culturais e suas 
relações com o desenvolvimento econômico da nação e não apenas ao 
patrimônio edificado ou natural, mas também às tradições e manifestações 
culturais. Leila Aguiar destaca que a avaliação do sucesso desta relação 
entre o turismo e a preservação esbarra nos limites do interesse do lucro 
dos envolvidos. Uma vez que não há mais a perspectiva de lucro, os 
empreendimentos e investimentos para a região se dissipam também. A 
autora demonstra como o turismo esteve associado aos discursos de 
defesa do patrimônio cultural no Brasil. O turismo foi entendido como um 
aliado no pensar as ações de preservação, sem perder de vista o 
desenvolvimento e a capacidade de gerar recursos às comunidades 
envolvidas. O documento que ficou conhecido como Normas de Quito 
chama a atenção, especialmente no que toca os países em 
desenvolvimento, para a necessidade de assistência por parte da 
UNESCO, por meio do envio de técnicos que ajudassem os governos na 
elaboração de programas que vinculassem a proteção dos patrimônios 
com o turismo, percebidos como essenciais para a promoção do 
desenvolvimento econômico associado à cultura. 
 
QUESTÃO 2 (total: 5,0) 
“O museu é uma instituição a serviço da sociedade, da qual ele é parte 
integrante”. Partindo dessa afirmativa e com base no material didático, 
faça uma redação com o seguinte roteiro: 
a) Relacione a afirmativa com a Mesa Redonda de Santiago do Chile, 
ocorrida em 1972. (1,0) 
b) Destaque o papel desse evento no campo dos estudos museológicos. 
(1,0) 
c) Apresente as principais ideias em combate naquele contexto. (1,5) 
d) Defina o conceito de Museu Integral, então delineado. (1,5) 
Resposta: 
A concepção de museu variou ao longo tempo. A palavra museu vem 
do termo grego mouseion, templo da musas, local onde se cultivavam as 
artes e as ciências, derivando para o termo latino museum. Já em sua forma 
moderna, e sob influência direta dos acontecimentos da Revolução 
Francesa, os museus relacionam-se às ações para o fortalecimento dos 
Estados Nacionais, no sentido de narrar histórias que servissem à 
legitimação das elites nacionais. Outra característica dos museus vincula-o à 
tradição de guarda de objeto, relacionada a concepções iluministas de 
conhecimento. 
Seria somente no século XX, a partir da década de 1970 (inclusive sob 
a forte influência do movimento de maio de 1968), quando crescem as 
críticas ao caráter elitista e eurocêntrico dos museus, que vão surgir novas 
perspectivas. Esse processo terminou por resultar em uma reavaliação 
global do papel dos museus na sociedade. Neste contexto, são propostas 
novas narrativas que aproximem os museus do público. E houve mesmo 
uma verdadeira revisão do papel dos museus na sociedade. Hoje ele é 
entendido de uma forma muito mais ampliada e a serviço da valorização de 
múltiplas identidades, configurando a ideia de Museu Integral. 
A concepção de Museu Integral está explicitada, dentre outros, no 
texto produzido na Mesa Redonda de Santiago do Chile, em 1972. Neste, 
uma nova relação entre museus e sociedade é defendida. Esta proposta 
está diretamente relacionada às críticas que os movimentos sociais faziam e 
intensificaram a partir do maio de 68. Os museus tradicionais 
representavam, para esses grupos contestadores, toda uma visão da 
sociedade e do passado marcados por uma caduca ideologia do progresso, 
por uma visão eurocêntrica do mundo e cega à diversidade social e cultural 
da humanidade. O momento de produção do documento – a década de 
1970 - foi justamente o da tentativa dos museus de reagir a essas críticas, 
buscando superar as limitações e o ranço que ainda persistia na maior parte 
das instituições museológicas. Embora defendam a permanência da 
instituição Museu, há neste momento a defesa de uma revisão ampla do 
papel dos museus na sociedade.

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