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Apostila Aula 04

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O CPC-2015: PROCESSO DE CONHECIMENTO 1 
Aula 4: O Processo Justo. Contraditório participativo .................................................................. 2 
Introdução ............................................................................................................................. 2 
Conteúdo ................................................................................................................................ 3 
Contextualização ............................................................................................................... 3 
O princípio do contraditório ............................................................................................ 4 
Princípio do contraditório: simetria de posições subjetivas ..................................... 6 
Princípio do contraditório: garantia essencial ............................................................. 6 
Análise do papel do juiz ................................................................................................... 7 
Simétrica paridade ............................................................................................................. 9 
Procedimento legal, previsível e flexível ....................................................................... 9 
Tutela coletiva .................................................................................................................. 11 
Princípio político da participação democrática ......................................................... 11 
Revalorização do contraditório ..................................................................................... 13 
Corte Europeia ................................................................................................................. 13 
Artigo 8º da Convenção Americana ............................................................................ 16 
Artigo 9º do NCPC ........................................................................................................... 16 
Artigo 10º do CPC/2015 e o Artigo 128 CPC/73 ......................................................... 17 
Conclusões sobre o CPC/2015 ...................................................................................... 19 
Atividade proposta .......................................................................................................... 21 
Referências........................................................................................................................... 22 
Exercícios de fixação ......................................................................................................... 25 
Chaves de resposta ..................................................................................................................... 32 
Aula 4 ..................................................................................................................................... 32 
Exercícios de fixação ....................................................................................................... 32 
 
 
 O CPC-2015: PROCESSO DE CONHECIMENTO 2 
Introdução 
Nesta aula vamos revisitar a noção do contraditório para, então, apresentar a 
sua nova concepção, que vai muito além do binômio informação mais 
possibilidade de manifestação. 
 
O contraditório, na contemporaneidade, é visto, principalmente, como direito de 
não ser surpreendido, de se manifestar sobre todos os fatos e fundamentos 
jurídicos e, principalmente, de ver todos os seus argumentos examinados pelo 
julgador. 
 
Objetivo: 
1. Analisar o contraditório na concepção da doutrina contemporânea brasileira; 
2. Compreender mais sobre as novas regras do contraditório no texto do NCPC. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 O CPC-2015: PROCESSO DE CONHECIMENTO 3 
Conteúdo 
Contextualização 
Como vimos na aula passada, hoje os Princípios são vistos como verdadeiras 
garantias ínsitas ao estabelecimento válido da relação processual. 
 
Leonardo Greco (2006) apresenta uma excelente sistematização dessas 
garantias. O autor parte do gênero (garantias fundamentais), que pode assumir 
a forma de garantias individuais e estruturais. 
 
Garantias individuais 
A.1. Acesso amplo à Justiça por todos os cidadãos; 
A.2. Imparcialidade do juiz; 
A.3. Ampla defesa; 
A.4. Direitos do pobre; 
A.5. Juiz natural; 
A.6. Inércia; 
A.7. Contraditório; 
A.8. Oralidade; 
A.9. Coisa julgada; 
A.10. Renúncia à tutela jurisdicional. 
 
Garantias estruturais 
B.1. Impessoalidade da jurisdição; 
B.2. Permanência da jurisdição; 
B.3. Independência dos juízes; 
B.4. Motivação das decisões; 
B.5. Igualdade concreta; 
B.6. Inexistência de obstáculos ilegítimos; 
B.7. Efetividade qualitativa; 
B.8. Procedimento legal, flexível e previsível; 
B.9. Publicidade; 
B.10. Legalidade estrita no exercício do poder de coerção; 
 
 O CPC-2015: PROCESSO DE CONHECIMENTO 4 
B.11. Prazo razoável; 
B.12. Duplo grau de jurisdição; 
B.13. Respeito à dignidade humana. 
 
Nesse contexto, ganha especial relevância a ideia do contraditório. Acompanhe 
mais detalhes a seguir. 
 
O princípio do contraditório 
Previsto no Artigo 5º, LV, CF/88 e nos Artigos 9º e 10º do CPC/2015, o referido 
princípio é tão importante no direito processual a ponto de renomados 
doutrinadores como Elio Fazzalari (1996) e Cândido Rangel Dinamarco 
(2001) afirmarem que: 
 
“Sem contraditório não há processo”. 
 
 
Atenção 
 Divergem, contudo, os dois doutrinadores supracitados, porque 
enquanto Cândido Dinamarco (2001) entende que processo é 
todo procedimento em contraditório animado por uma relação 
jurídica processual, Elio Fazzalari (1996) rejeita a teoria do 
processo como relação jurídica (Bülow), afirmando que basta 
haver o procedimento em contraditório para que haja processo. 
 
Esse princípio impõe que, ao longo do procedimento, seja observado verdadeiro 
diálogo, com participação das partes, que é a garantia de não apenas ter 
ciência de todos os atos processuais, mas de ser ouvido, possibilitando a 
influência na decisão. 
 
 
 O CPC-2015: PROCESSO DE CONHECIMENTO 5 
Desse modo, permite que as partes, assim como eventuais interessados, 
participem ativamente da formação do convencimento do juiz, influindo, por 
conseguinte, no resultado do processo. Trata-se do binômio: 
 
a) Informação – a regra é ser informado dos atos do juiz e da contraparte. 
b) Possibilidade de Manifestação – abertura de prazo para se pronunciar 
quanto ao alegado pela contraparte. 
 
Leonardo Greco (2005) analisa com profundidade o princípio do contraditório e 
ressalta a importância da dialética processual através da plena participação dos 
interessados na construção do debate e na busca da melhor solução. 
 
Para que isso ocorra, observa que o juiz deverá abandonar a posição 
burocrática que se afigura limitada em apenas receber as informações, para 
adotar uma postura mais ativa, favorecendo o diálogo entre as partes, 
interagindo com elas. Assim poderá estruturar melhor as bases de sua decisão, 
com mais elementos, tornando-a mais eficaz. 
 
 
Atenção 
 É possível afirmar que o contraditório é indissociável do princípio 
da igualdade, eis que a garantia da possibilidade de manifestação 
em todas as fases deverá ser assegurada de igual modo aos 
litigantes na dinâmica processual, refletindo a busca pela 
almejada efetividade da prestação jurisdicional, que contempla a 
paridade de armas como um dos pilares da ampla defesa. 
A garantia do contraditório confere maior confiabilidade ao 
resultado final, como fruto do chamado "processo justo". O 
resultado dessa cognição exauriente será mais satisfatórioaos 
que receberão a solução impositiva e corresponderá ao 
cumprimento das garantias constitucionais do processo. 
 
 
 O CPC-2015: PROCESSO DE CONHECIMENTO 6 
Princípio do contraditório: simetria de posições subjetivas 
De acordo com Humberto Theodoro Júnior (2012) o princípio do 
contraditório "garante uma simetria de posições subjetivas" que dispõe às 
partes o diálogo necessário para oferecer ao juiz elementos que contribuam na 
busca da verdade real, durante a fase de cognição e formação do conteúdo 
decisório, afastando a participação em aspecto meramente formal ou aparente 
em apenas contrapor as alegações opostas. 
 
 
Atenção 
 A concepção atual do contraditório moderno abrange a 
participação ativa e influente das partes em todas as fases do 
processo, reduzindo as possibilidades de surpresa na decisão 
judicial por fundamentos que não puderam ser previamente 
conhecidos e que diferem daqueles suscitados pelas partes. 
 
Deverá o juiz provocar debate sobre todas as questões que irão compor sua 
decisão, incluindo as que deve conhecer de ofício, bem como os fundamentos, 
submetendo todas as possibilidades em esgotar a discussão do tema aos 
principais interessados no desfecho da lide. 
Essa comparticipação consistirá na "democratização do sistema de aplicação da 
tutela" através do debate processual na busca da melhor aplicação normativa 
ao caso concreto (THEODORO JUNIOR, 2012, p. 270-271). 
 
Princípio do contraditório: garantia essencial 
Também Alvaro de Oliveira (2009) destaca o princípio do contraditório como 
um atributo inerente a todos os momentos relevantes do processo, 
ultrapassando as barreiras da formalidade e firmando-se como garantia 
essencial na proteção dos direitos individuais. 
 
 
 O CPC-2015: PROCESSO DE CONHECIMENTO 7 
Para além da apresentação das questões controvertidas na realização do direito 
de defesa, a parte pretenderá convencer o juiz, amparando ao máximo a 
cognição, o que evidencia o necessário caráter dialético do direito processual. 
 
 
Atenção 
 Reforça-se a necessidade de uma nova postura do magistrado, 
que não se resume à análise dos fatos para dizer o direito, mas 
que considera a fundamentação jurídica feita pelas partes. 
Caso sejam ignoradas as argumentações de direito material e 
processual, afasta-se a visão do principal interessado na decisão 
final. 
Por essa razão, Alvaro de Oliveira destaca que "A expectativa de 
sucesso final na causa evidência, na verdade, o interesse 
primordial da parte em dar conhecimento ao tribunal da norma 
jurídica a ser aplicada, segundo sua visão particular" (Op. cit., p. 
12). 
 
Análise do papel do juiz 
Em consonância com esse entendimento, ao analisar o papel fundamental do 
juiz na dinâmica processual, Daniel Mitidiero (2005) destaca a importância de 
submeter às partes todo direito que não fora por elas suscitado, mas que o 
magistrado entende aplicar-se ao caso concreto. 
 
Assim, ainda que mais essa etapa aumente o tempo que antecede a decisão 
final, firma-se necessária, em respeito aos institutos da solidariedade social e da 
cooperação previstos na Constituição. 
 
 
Atenção 
 
 O CPC-2015: PROCESSO DE CONHECIMENTO 8 
 A assertiva confronta a ideia de que a celeridade poderia justificar 
a supressão de etapas importantes à garantia do contraditório, 
dispondo que o juiz "necessariamente tem que informar às partes 
o rumo que está dando à sua decisão". 
 
Por essa razão Mitidiero também fala da necessidade da superação da prática 
jurídica que entende suficiente aos litigantes a mera ciência dos fatos e 
argumentos aduzidos pela parte contrária e a consequente oposição, com a 
apresentação de dados que não serão necessariamente considerados na 
decisão prolatada. 
 
Se o que se leva em conta se resume à analise dos fatos relatados, excluindo-
se a argumentação do direito, já não se configura a plenitude da ampla defesa, 
que deve ser exercida como garantia constitucional. 
 
 
Atenção 
 O autor reforça a ideia de que os interessados devem vislumbrar 
a real possibilidade de influenciar as decisões que serão 
proferidas e que afetarão diretamente sua esfera pessoal. Assim, 
o contraditório será algo fundamental na experiência judiciária e 
na formação das decisões (MITIDIERO, op. cit., p. 8-9). 
Importa ressaltar que o contraditório dinâmico e pleno colabora 
para afastar a arbitrariedade do Estado em impor solução 
imperiosa que não respeite as garantias individuais. É forçoso 
reconhecer que não basta que se conceda qualquer decisão: ela 
deve ser, tanto quanto possível, eficaz à realidade dos 
interessados. 
 
 
 O CPC-2015: PROCESSO DE CONHECIMENTO 9 
Simétrica paridade 
Para Aroldo Plínio Gonçalves (1992), a essência do contraditório encontra-se 
na “simétrica paridade”. Isso significa que se deve conceder a oportunidade 
de participar do procedimento a todo aquele cuja esfera jurídica possa ser 
atingida pelo resultado do processo, assegurando-lhe ainda igualdade de 
condições com os demais interessados. 
 
Maior atenção à garantia do contraditório merece nos procedimentos de 
cognição sumária, tendo em vista que o aumento da celeridade pretendida pelo 
legislador tende a restringir o alcance das garantias processuais. 
 
Procedimento legal, previsível e flexível 
Assim, Leonardo Greco (2012) aponta a necessidade de a sumarização ter 
como fundamento a lei, pois diante da possibilidade de flexibilização pelo juiz, a 
lei determinará a extensão e prazos dos atos processuais e permitirá às partes 
uma previsibilidade mínima para o exercício da ampla defesa. 
 
Assevera também que se "as formas e os ritos não constituem fins em si 
mesmos, há um núcleo duro e indispensável de formalismo que não pode ser 
desrespeitado", isso em nome da ordem necessária à realização do devido 
processo legal em respeito às garantias fundamentais das partes que não 
poderão ser suprimidas, como ocorre em nome da celeridade e economia 
processual, mas em prejuízo da ampla defesa. Por essa razão o procedimento 
legal, previsível e flexível constitui garantia do processo (GRECO, 2012, p. 12-
13). 
 
 
Atenção 
 O excesso de formalismo também merece atenção por prejudicar 
o bom funcionamento do processo. 
Por isso Bedaque (2010) considera que a tese da relação entre 
 
 O CPC-2015: PROCESSO DE CONHECIMENTO 10 
procedimento e interesse público, quanto à observância rigorosa 
do rito sob pena de nulidade, não é convincente. Isso porque se 
há o descumprimento de uma exigência formal relacionada ao rito 
que não prejudica o contraditório e a ampla defesa ou o objetivo 
imediato da norma ou do processo, não há motivo para dar 
relevância ao vício, admitindo outras medidas que possam 
preservar os atos anteriormente praticados. 
 
Assim, o contraditório pode ser conceituado como a garantia de ciência 
bilateral dos atos e termos do processo (jurisdicional ou não), com a 
consequente possibilidade de manifestação sobre eles. 
 
Abrange a garantia de meios previstos em lei ou moralmente legítimos para a 
participação das partes no processo, viabilizando a defesa de seus interesses, a 
serem franqueados pelo juiz; bem como a participação do magistrado na 
preparação do julgamento, exercendo, ele próprio, o contraditório. Trata-se de 
direito das partes e dever do juiz (DINAMARCO, 2001). 
 
Além do mais, tal princípio deve ser visto sob dois enfoques, quais sejam: 
 
Jurídico 
Os fatos alegados e não contestados são tidos como verdadeiros, sendo 
declarada a revelia do réu. 
 
Político 
Assegura às partes a participação na formação do provimento jurisdicional,ou 
seja, é a possibilidade que o jurisdicionado possui de influir nas decisões que 
irão repercutir em sua vida. 
 
Juntamente com o princípio da isonomia, o contraditório constitui importante 
premissa democrática que com ele se relaciona de modo a garantir um efetivo 
equilíbrio entre as partes. 
 
 O CPC-2015: PROCESSO DE CONHECIMENTO 11 
Tutela coletiva 
Embora a garantia do contraditório esteja relacionada a algumas premissas 
individualistas, tais como a legitimidade ad causam, a eficácia da sentença 
(restritas às partes que figuraram no processo) e os limites subjetivos da coisa 
julgada; modernamente, tais restrições vão sendo depuradas do significado 
individualista. 
 
É o que se verifica a partir da admissão de um processo conduzido por uma 
entidade idônea e com legitimidade adequada, permitindo a produção de seus 
efeitos sobre pessoas pertencentes a um grupo ou comunidade. 
 
Tal é o fundamento da tutela coletiva através do exercício das ações coletivas 
pelo Ministério Público e outras entidades previstas em lei que atuarão no 
exclusivo interesse do grupo ou comunidade interessada, garantindo, com isso, 
a integridade do contraditório. 
 
Princípio político da participação democrática 
Para Leonardo Greco, o contraditório é consequência do princípio político da 
participação democrática e pressupõe: 
 
Audiência bilateral: Adequada e tempestiva notificação do ajuizamento da 
causa e de todos os atos processuais através de comunicações 
preferencialmente reais, bem como ampla possibilidade de impugnar e 
contrariar os atos dos demais sujeitos, de modo que nenhuma questão seja 
decidida sem essa prévia audiência das partes. 
 
Direito: Direito de apresentar alegações, propor e produzir provas, participar 
da produção das provas requeridas pelo adversário ou determinadas de ofício 
pelo juiz e exigir a adoção de todas as providências que possam ter utilidade na 
defesa dos seus interesses, de acordo com as circunstâncias da causa e as 
imposições do direito material. 
 
 O CPC-2015: PROCESSO DE CONHECIMENTO 12 
 
Congruidade dos prazos: Os prazos para a prática dos atos processuais, 
apesar da brevidade, devem ser suficientes, de acordo com as circunstâncias do 
caso concreto, para a prática de cada ato da parte com efetivo proveito para a 
sua defesa. 
 
Contraditório eficaz: O contraditório eficaz é sempre, anterior a qualquer 
decisão, devendo a sua postergação ser excepcional e fundamentada na 
convicção firme da existência do direito do requerente e na cuidadosa 
ponderação dos interesses em jogo e dos riscos da antecipação ou da 
postergação da decisão. 
 
Contraditório participativo: O contraditório participativo pressupõe que 
todos os contrainteressados tenham o direito de intervir no processo e exercer 
amplamente as prerrogativas inerentes ao direito de defesa e que preservem o 
direito de discutir os efeitos da sentença que tenha sido produzida sem a sua 
plena participação. 
 
 
Atenção 
 A figura do Contraditório Diferido excepciona o princípio do 
contraditório e da ampla defesa. Permite ao juiz tomar certas 
providências sem antes submeter ao contraditório. 
Pontifica-se que Contraditório Diferido não significa contraditório 
suprimido. A contraparte será informada e terá oportunidade de 
se manifestar após a cessação do risco de perecimento do direito. 
O contraditório diferido resulta de uma ponderação de interesses. 
Em um polo há o Princípio do Acesso a Justiça e, no outro, os 
princípios do Contraditório e da Ampla Defesa. 
Perceba que tal figura representa um aumento de poder do juiz, 
pois este fará a ponderação em concreto concluindo pelo 
cabimento ou não da exceção. Logo, reforça-se a exigência de 
 
 O CPC-2015: PROCESSO DE CONHECIMENTO 13 
fundamentação. 
 
Revalorização do contraditório 
A revalorização do contraditório alinha-se com o surgimento e evolução da 
própria doutrina do processo justo (SCHENK, 2013. p. 36). 
 
A ideia de processo justo atua, assim, como síntese harmônica dos 
componentes ideológicos e fatores técnicos e estruturais de determinado 
modelo processual, constituindo garantia solene e irrevogável de não retorno 
aos tempos de uma justiça autoritária. 
 
Lebre de Freitas sustenta que a noção de processo justo não pode ser 
desligada da imposição de um processo equitativo e célere, direcionado a uma 
tutela efetiva, que assegure a observância de um conjunto de regras 
fundamentais ao longo de todos os seus planos de desenvolvimento, com 
destaque para a igualdade entre as partes, concretizada pelo próprio 
contraditório e pela igualdade de oportunidades, de armas, propriamente dita 
(LEBRE DE FREITAS, 2006. p. 86). 
 
O contraditório experimenta, nesse ambiente, um movimento de revalorização 
capaz de levá-lo novamente ao centro do fenômeno processual. 
 
E a retomada da importância se apoia, em boa medida, como leciona Picardi 
(2007, p. 243-249), na doutrina que se vale do contraditório como traço 
diferenciador entre as categorias do processo e do procedimento. 
 
Corte Europeia 
O retorno do contraditório ao centro do fenômeno processual também se dá 
graças à evolução da jurisprudência das Cortes Internacionais de Direitos 
 
 O CPC-2015: PROCESSO DE CONHECIMENTO 14 
Humanos, em especial da Corte Europeia, responsável pela interpretação e 
aplicação das garantias processuais. Veja essas garantias previstas no Artigo 6º 
da Convenção Europeia para a Proteção dos Direitos do Homem e das 
Liberdades Fundamentais. 
 
Direito a um processo equitativo 
1. Qualquer pessoa tem direito a que a sua causa seja examinada, equitativa e 
publicamente, num prazo razoável por um tribunal independente e imparcial, 
estabelecido pela lei, o qual decidirá, quer sobre a determinação dos seus 
direitos e obrigações de carácter civil, quer sobre o fundamento de qualquer 
acusação em matéria penal dirigida contra ela. O julgamento deve ser público, 
mas o acesso à sala de audiências pode ser proibido à imprensa ou ao público 
durante a totalidade ou parte do processo, quando a bem da moralidade, da 
ordem pública ou da segurança nacional numa sociedade democrática, quando 
os interesses de menores ou a protecção da vida privada das partes no 
processo o exigirem, ou, na medida julgada estritamente necessária pelo 
tribunal, quando, em circunstâncias especiais, a publicidade pudesse ser 
prejudicial para os interesses da justiça. 
2. Qualquer pessoa acusada de uma infracção presume-se inocente enquanto a 
sua culpabilidade não tiver sido legalmente provada. 
3. O acusado tem, como mínimo, os seguintes direitos: 
a) Ser informado no mais curto prazo, em língua que entenda e de forma 
minuciosa, da natureza e da causa da acusação contra ele formulada; 
b) Dispor do tempo e dos meios necessários para a preparação da sua defesa; 
c) Defender-se a si próprio ou ter a assistência de um defensor da sua escolha 
e, se não tiver meios para remunerar um defensor, poder ser assistido 
gratuitamente por um defensor oficioso, quando os interesses da justiça o 
exigirem; 
 
 O CPC-2015: PROCESSO DE CONHECIMENTO 15 
d) Interrogar ou fazer interrogar as testemunhas de acusação e obter a 
convocação e o interrogatório das testemunhas de defesa nas mesmas 
condições que as testemunhas de acusação; 
e) Fazer-se assistir gratuitamente por intérprete, se não compreender ou não 
falar a língua usada no processo. 
Texto integral em português disponível em: <http://www.echr.coe.int>. Acesso 
em: 19 out. 2010. 
 
Em linhas gerais, as garantias estampadas no Artigo 6º da Convenção 
representam a noção basilar de uma “boa administraçãoda justiça”, fonte de 
deveres para os Estados, não apenas no aspecto estrutural, como também no 
que diz respeito ao conteúdo material dessas garantias, e de direitos subjetivos 
para os cidadãos. 
 
Essas garantias constituem, a rigor, o núcleo do direito humano a um processo 
justo (diritto a un processo equo; right to a fair trial), visto pela Corte Europeia 
como uma das expressões da Supremacia da Lei, com destacada importância 
para as sociedades democráticas (BARTOLE; CONFORTI; RAIMONDI, Guido, 
2001. p. 155-156). 
 
Especificamente sobre a garantia, colhe-se da jurisprudência da Corte Europeia, 
profícua no tema, não um conceito único e fechado, mas sim um conjunto de 
proposições que, depois de sistematizadas, permite identificar o conteúdo atual 
do contraditório. 
 
A demonstração se fará, adiante, em especial, com apoio em decisões de casos 
relevantes colhidos da jurisprudência firme da Corte Europeia, alguns deles 
merecedores de comentários pela doutrina especializada. Cf., por exemplo: 
BARTOLE, Sérgio; CONFORTI, Benedetto; RAIMONDI, Guido. Commentario alla 
convenzione europea per la tutela dei diritti dell’uomo e delle libertà 
fondamentali. Padova: CEDAM, 2001. p. 189 et seq. 
 
 
 O CPC-2015: PROCESSO DE CONHECIMENTO 16 
Artigo 8º da Convenção Americana 
Nos termos do Artigo 6º da Convenção Europeia, bem como do Artigo 8º da 
Convenção Americana, portanto, o contraditório assegura às partes, em um 
processo contencioso: 
 
O direito de serem ouvidas em pelo menos uma audiência pública, perante um 
juiz independente e imparcial, para esclarecer os fatos relevantes da causa; 
 
O direito de conhecer, por meios reais e efetivos, e de se manifestar sobre 
todas as alegações e provas apresentadas pela parte contrária ou por qualquer 
interessado que, de algum modo, intervenha no processo; 
 
O direito de propor e produzir todas as provas relevantes para a defesa do 
direito material, com vistas a influenciar na decisão; 
 
O direito de ter a causa apreciada e decidida com apoio nos argumentos e 
provas apresentados pelas partes, ou ao menos por elas previamente 
conhecidos e debatidos, cabendo ao Estado, em contrapartida, o dever de 
analisar adequadamente todos os pedidos, argumentos e provas existentes nos 
autos, tomando-os em consideração na decisão. 
 
Artigo 9º do NCPC 
Passamos ao exame do Artigo 9º do NCPC. 
 
Artigo 9º Não se proferirá sentença ou decisão contra uma das partes sem que 
esta seja previamente ouvida, salvo se se tratar de medida de urgência ou 
concedida a fim de evitar o perecimento de direito. 
 
Importante observar que tal princípio terá aplicação específica e de grande 
importância em pelo menos duas situações reguladas pelo NCPC. Veja a 
seguir. 
 
 
 O CPC-2015: PROCESSO DE CONHECIMENTO 17 
 
Atenção 
 O juiz, num exame de ponderação de interesses entre o acesso à 
justiça e o contraditório, vai avaliar, no caso concreto, qual deles 
deve prestigiar. 
Em sendo deferida a medida inaudita altera pars, ocorrerá o 
fenômeno do contraditório diferido ou postergado, que só é 
admitido em casos excepcionais e acompanhados da devida 
fundamentação analítica, como lembra Marinoni. 
MARINONI, Luiz Guilherme. O precedente na dimensão da 
igualdade, op. cit. 
 
A primeira diz respeito às decisões de inversão do ônus da prova ou de 
aplicação da carga dinâmica, as quais, em hipótese alguma, devem gerar 
surpresa para a parte atingida. 
 
A segunda se refere aos provimentos de urgência solicitados, nos quais a 
efetividade depende exatamente da não comunicação à parte contrária. 
CAMBI, Eduardo. Neoconstitucionalismo e neoprocessualismo, op. Cit. 
 
Artigo 10º do CPC/2015 e o Artigo 128 CPC/73 
Examinaremos, a seguir, o Artigo 10, que revela uma das grandes inovações do 
CPC/2015. 
 
"Artigo 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em 
fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se 
manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual tenha que decidir de 
ofício". 
 
 
 O CPC-2015: PROCESSO DE CONHECIMENTO 18 
No CPC/73, o Artigo 128 determinava que o juiz deveria decidir a ação "nos 
limites em que foi proposta, sendo-lhe defeso conhecer de questões, não 
suscitadas, a cujo respeito a lei exige a iniciativa das partes". 
 
Diante da restrição acima, que se refere apenas às questões, a doutrina clássica 
invoca aqui o adágio iura novit curia, segundo o qual o juiz seria livre na 
escolha e na aplicação dos fundamentos jurídicos. 
 
Nesse sentido, José Rogério Cruz e Tucci (2001) entende que não existe 
impedimento para que o juiz requalifique juridicamente a demanda, 
enquadrando-a em outros dispositivos legais. 
 
Assim, ao juiz seria concedida plena liberdade para aplicar o direito da maneira 
que entender pertinente, desde que respeitados os limites fáticos aportados no 
processo. 
 
Fazendo uma excelente resenha do tema, Mario Gelli (2009) colaciona diversos 
autores que tratam do dessa delicada questão. 
 
Nesse contexto, Barbosa Moreira (2007) sustenta que a causa de pedir não é 
integrada pela norma jurídica aplicável à espécie, tampouco pela qualificação 
jurídica dada pelo autor da demanda ao conjunto de fatos em que apoia sua 
pretensão. 
 
Ainda no mesmo sentido, José Roberto dos Santos Bedaque (2002) afirma que 
a alteração da fundamentação jurídica pelo juiz não implica em modificação da 
causa de pedir. 
 
Ocorre que, com o passar do tempo, parte da doutrina evoluiu para o 
entendimento de que tal discricionariedade ampla do juiz poderia, em alguma 
medida, gerar prejuízo para uma das partes. Passou-se, então, a trabalhar com 
 
 O CPC-2015: PROCESSO DE CONHECIMENTO 19 
a ideia de que o princípio do contraditório deveria ser utilizado para limitar esta 
liberdade do juiz. 
 
Leonardo Greco propõe uma orientação mais restritiva, atentando para a 
liberdade das partes e também ao princípio da demanda, que atribui ao autor o 
poder de fixar seus limites objetivos e subjetivos. Nesse sentido, não se pode 
negar que a vontade do autor é fator essencial na definição dos limites do 
objeto litigioso e, por isso mesmo, tem que ser respeitada. 
 
 
Atenção 
 Bem a propósito lembrar, como faz Mario Gellii (2009), que esta 
ideia acabou corporificada na obra de Augusto Jardim (2008, p. 
121), na qual sustenta o autor que, em verdade, o iura novit curia 
permite que o magistrado altere a norma aplicável ao caso, mas 
isso não significa dizer que o juiz pode alterar, também, o 
fundamento jurídico que integra a causa de pedir próxima. 
 
Conclusões sobre o CPC/2015 
Diante desses conceitos, podemos observar que o texto do CPC/2015 busca 
uma espécie de consenso. Em minha visão, entre duas possíveis soluções 
extremadas, ou seja: 
 
(1) Manter o sistema atual segundo o qual o juiz pode alterar a seu bel-prazer 
os fundamentos jurídicos, ainda que sob o disfarce de modificar a norma 
aplicável; ou 
(2) Exigir que o juiz fique absolutamente adstrito aos fundamentos invocados 
pela parte, ainda que vislumbre outro, mais adequado, andou muito bem a 
Comissão ao buscar uma solução intermediária e salomônica. 
 
 
 O CPC-2015: PROCESSO DE CONHECIMENTO 20 
 
Atenção 
 Pela leitura que faço do dispositivo, embora estejamos ainda em 
fase embrionária, me parece que o juiz pode invocar fundamento 
não alegado pelas partes, mas deve propiciar a manifestação 
destas antes de decidir. 
Nessa hipótese, ou seja, quando o juiz traz para os autos um 
fundamento que não havia sido alegado, não está muito claro 
ainda quando, até que momento,e de que forma fará ele essa 
inserção. 
Por outro lado, é preciso se atentar para a enorme mudança que 
será ocasionada pela parte final do novel dispositivo, quando 
determina que tal providência deverá ser tomada pelo juiz, ainda 
que a matéria possa ser examinada de ofício. 
 
Considerando a doutrina e jurisprudência na interpretação do Artigo 485, § 3º, 
do CPC/73 seriam: 
 
• Condições para o regular exercício do direito de ação; 
• Pressupostos processuais; 
• As hipóteses de nulidade absoluta; e 
• O exame da instransmissibilidade do direito personalíssimo. 
 
São, em verdade, os mesmos casos que autorizam a utilização da objeção de 
pré-executividade, na orientação* que prevalece no Superior Tribunal de 
Justiça. 
 
 
Atenção 
 Parece-me que esta redação está de acordo com os postulados de 
um processo justo, ou seja, fundado em garantias estruturais e 
individuais. 
 
 O CPC-2015: PROCESSO DE CONHECIMENTO 21 
Numa eventual colisão entre os princípios do livre convencimento 
do juiz e do contraditório, a solução preconizada exsurge como 
promissora ferramenta capaz de preservar a efetividade do 
processo, sem, contudo, lhe retirar o caráter democrático. 
 
Entre tantos, pode ser referido o REsp nº 419.376-MS, Rel. Min. Aldir 
Passarinho Junior, julgado em: 16.05.2002. 
 
Atividade proposta 
Antes de finalizarmos a aula, faça a seguinte atividade. 
 
Tendo em vista o disposto no Artigo 5°, inciso LXXVIII da Constituição Federal 
(a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável 
duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação), 
examine o Acórdão a seguir sob o prisma do contraditório e da ampla defesa. 
“Os embargos de declaração – desde que ausentes os seus requisitos de 
admissibilidade – não podem ser utilizados com o indevido objetivo de infringir 
o julgado, sob pena de inaceitável desvio da específica função jurídico-
processual para a qual esse tipo recursal se acha instrumentalmente 
vocacionado. Multa e exercício abusivo do direito de recorrer. O abuso do 
direito de recorrer – por qualificar-se como prática incompatível com o 
postulado ético-jurídico da lealdade processual – constitui ato de litigância 
maliciosa repelido pelo ordenamento positivo, especialmente nos casos em que 
a parte interpõe recurso com intuito evidentemente protelatório, hipótese em 
que se legitima a imposição de multa. 
 
A multa a que se refere o art. 538, parágrafo único, do CPC possui função 
inibitória, pois visa a impedir o exercício abusivo do direito de recorrer e a 
obstar a indevida utilização do processo como instrumento de retardamento da 
solução jurisdicional do conflito de interesses” (AI nº 664.123-AgR-ED-ED, Rel. 
 
 O CPC-2015: PROCESSO DE CONHECIMENTO 22 
Min. Celso de Mello, julgamento em 26.08.2008, Segunda Turma, DJe, 03 out. 
2008). 
Quais são os principais pontos que você identificou? 
 
Chave de resposta: Dever do juiz de manter a celeridade dos atos 
processuais. 
Possibilidade de imposição de multa nas hipóteses autorizadas pelo CPC. 
Inexistência de inconstitucionalidade. 
Poderes de direção do juiz. 
Ponderação entre os princípios da duração razoável do processo e os princípios 
da boa-fé e da lealdade processual. 
Redimensionamento do direito de recorrer enquanto projeção do princípio do 
acesso à justiça. 
 
 
Material complementar 
 
Para saber mais sobre direito processual civil e passividade e 
protagonismo judicial, leia os textos disponíveis em nossa 
biblioteca virtual. 
 
 
Referências 
ALVARO DE OLIVEIRA, Carlos Alberto. A garantia do contraditório. Mundo 
Jurídico. Disponível em: <http://www.mundojuridico.adv.br>. Acesso em: 20 
set. 2009. p. 6-10. 
BARBOSA MOREIRA, José Carlos. O novo processo civil brasileiro. 25. ed. 
Rio de Janeiro: Forense, 2007. p. 17 
BARTOLE, Sérgio; CONFORTI, Benedetto; RAIMONDI, Guido. Commentario 
alla convenzione europea per la tutela dei diritti dell’uomo e delle 
libertà fondamentali. Padova: CEDAM, 2001. p. 155-156. 
 
 O CPC-2015: PROCESSO DE CONHECIMENTO 23 
BEDAQUE, José Roberto dos Santos. Efetividade do processo e técnica 
processual. 3. ed. São Paulo: Malheiros, 2010. p. 65-69. 
_____. Os elementos objetivos da demanda examinados à luz do contraditório. 
In: TUCCI, José Rogério Cruz; BEDAQUE, José Roberto dos Santos (Coord.). 
Causa de pedir e pedido no processo civil: questões polêmicas. São Paulo: 
Revista dos Tribunais, 2002. p. 32. 
DINAMARCO, Cândido Rangel. Instituições de direito processual civil. São 
Paulo: Malheiros, 2001. v. 1. 
FAZZALARI, Elio. Istituzioni di diritto processuale. 8. ed. Padova: Cedam, 
1996. 
GELLI, Mario. A vinculação do juiz à causa de pedir no processo justo: 
limites de aplicação do iura novit curia no processo civil. Dissertação de 
Mestrado. Orientador: Leonardo Greco. Não publicada. Biblioteca da UERJ, 
2009. 
GONÇALVES, Aroldo Plínio. Técnica processual e teoria do processo. Rio 
de Janeiro: Aide, 1992. p. 115. 
GRECO, Leonardo. Cognição sumária e coisa julgada. Revista Eletrônica de 
Direito Processual, ano 6. v. 10, jul./dez. 2012. p. 277-278. 
GRECO, Leonardo. Garantias fundamentais do processo: o processo 
justo. Mundo Jurídico. Disponível em: 
<http://www.mundojuridico.adv.br/html/artigos/do-cumentos/texto165.htm>. 
Acesso em: 02 maio 2006. 
______. Novas perspectivas da efetividade e do garantismo processual. In: 
SOUZA, Márcia Cristina Xavier de; RODRIGUES, Walter dos Santos. (Coord.). O 
novo Código de Processo Civil: o projeto do CPC e o desafio das garantias 
fundamentais. Rio de Janeiro: Campus-Elsevier Editora, 2012. p. 12-13. 
GRECO, Leonardo. O princípio do contraditório. In: Estudos de direito 
processual. Campos dos Goytacazes: Ed. Faculdade de Direito de Campos, 
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JARDIM, Augusto Tanger, A causa de pedir no direito processual civil. 
Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, 2008. p. 121. 
 
 O CPC-2015: PROCESSO DE CONHECIMENTO 24 
LEAL, Rosemiro Pereira. O garantismo processual e direitos fundamentais 
líquidos e certos. Revista Eletrônica de Direito Processual, ano 3, v. 4, 
jul.-dez. 2009. Disponível em: <http://www.redp.com.br>. 
LEBRE DE FREITAS, José. Introdução ao processo civil. Conceitos e 
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MITIDIERO, Daniel Francisco. A garantia do contraditório: do ordo judiciarius 
medieval ao processo cooperativo contemporâneo. Disponível em: 
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em: 07 fev. 2010. p. 11. 
PICARDI, Nicola. Audiatur et altera pars. Le matrici storico-culturali del 
contraddittorio. Rivista Trimestrale di Diritto e Procedura Civile. Milano: 
Giuffrè Editore, 2003. p. 20. 
_____. La giurisdizione all’alba del terzo millennio. Milano: Giuffrè 
Editore, 2007. p. 243-249. 
PINHO, Humberto Dalla Bernardina de. Os princípios e as garantias 
fundamentais no projeto de Código de Processo Civil: breves considerações 
acerca dos artigos 1º a 13 do PL nº 166/10. Revista Eletrônica de Direito 
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SCHENK, Leonardo Faria. Cognição sumária: limites impostos pelo 
contraditório no processo civil. São Paulo: Saraiva, 2013. 
THEODORO JUNIOR, Humberto. Processo justo e contraditório dinâmico. In: 
ASSIS, Araken et al. (Org.). Processo coletivo e outros temas de direito 
processual: homenagem 50 anos de docência do professor José Maria 
Tesheiner, 30 anos de docência do professorSérgio Gilberto Porto. Porto 
Alegre: Livraria do Advogado Editora, 2012. 
TUCCI, José Rogério Cruz e. A causa petendi no processo civil. 2. ed. São 
Paulo: Revista dos Tribunais, 2001. p. 160-161. 
 
 
 O CPC-2015: PROCESSO DE CONHECIMENTO 25 
Exercícios de fixação 
Questão 1 
(TRT 15R - 2013 - Juiz do Trabalho) 
Considerando as medidas inerentes ao direito de defesa, aponte a 
alternativa incorreta: 
a) O conhecimento das matérias de ordem pública interessa não apenas ao 
réu, mas também ao funcionamento do Poder Judiciário e por isso as 
matérias em questão não são atingidas pela preclusão, mesmo se o réu 
não as alegar na primeira oportunidade. 
b) O réu poderá apresentar ação declaratória incidental quando pretender 
obter pronunciamento judicial sobre questão prejudicial controvertida. 
c) Segundo o princípio da eventualidade, cabe ao réu, em contestação, 
apresentar todas as razões que permitam o não acolhimento do pedido, 
ainda que pareçam contraditórias entre si. 
d) A incompetência relativa será arguida por meio de exceção e a absoluta 
deverá ser sustentada em preliminar de contestação, podendo ambas ser 
conhecidas de ofício. 
e) As exceções de impedimento e suspeição podem ser opostas em 
qualquer grau de jurisdição. 
 
Questão 2 
(CESPE - 2013 - TRE-MS) 
Com relação aos princípios constitucionais do processo civil, assinale a opção 
correta. 
a) O sistema de cotas para ingresso nas universidades, adotado em todas 
as faculdades, públicas ou particulares, é consequência do princípio da 
igualdade processual. 
 
 O CPC-2015: PROCESSO DE CONHECIMENTO 26 
b) O princípio do juízo natural, no aspecto objetivo, desdobra-se em duas 
garantias: a preexistência do órgão jurisdicional ao fato e o respeito 
absoluto às regras objetivas de determinação de competência. 
c) No aspecto subjetivo, o princípio do juízo natural refere-se tão somente à 
questão da imparcialidade do juiz. 
d) O princípio do devido processo legal é aplicável apenas no âmbito 
público, sem alcançar os particulares, já que se refere apenas aos 
processos judiciais. 
e) A dimensão substancial do princípio do contraditório refere-se ao direito 
de participar do processo, de ser ouvido, do autor que está no polo 
passivo da relação jurídico-processual. 
 
Questão 3 
(TRT 2R (SP) – 2012) Assinale a alternativa correta em relação ao princípio do 
contraditório: 
a) Se aplica ao processo judicial e ao processo administrativo, exceto nos 
casos em que a autoridade exerça poder discricionário. 
b) Abrange, juntamente com a ampla defesa, os meios e recursos que 
asseguram o duplo grau de jurisdição e o acesso aos tribunais 
superiores. 
c) Nos processos que versam sobre direitos disponíveis, ele assegura a 
comunicação de todos os atos processuais e faculta a possibilidade de 
intervir de forma útil para a formação do convencimento do juiz. 
d) Fica impedida a concessão de liminar “inaudita altera pars” somente 
quando houver requerimento de urgência por parte da Fazenda Pública. 
e) Não se aplica quanto às matérias que o juiz pode e deve conhecer de 
ofício. 
 
 
 O CPC-2015: PROCESSO DE CONHECIMENTO 27 
Questão 4 
(CESPE - 2011 - AL-ES - Procurador) 
Acerca dos princípios do processo civil na doutrina e na jurisprudência do STF e 
do STJ, assinale a opção correta. 
a) A dispensa de publicação prévia de pauta de julgamento viola o devido 
processo legal. 
b) O desentranhamento da petição de contestação, em caso de decretação 
da revelia, ofende o princípio da ampla defesa. 
c) Os prazos diferenciados para a fazenda pública, para o MP e para a 
defensoria pública ofendem o princípio da igualdade processual. 
d) A concessão de medidas liminares sem a oitiva da parte contrária 
(inaudita altera pars) ofende o princípio do contraditório e da ampla 
defesa. 
e) Se, na fundamentação da sentença, o juiz adotar como razão de decidir 
apenas o parecer do membro do MP como fiscal da lei, então essa 
conduta ofenderá o princípio da motivação das decisões judiciais. 
 
Questão 5 
(INSTITUTO CIDADES - 2011 - DPE-AM - Defensor Público) 
Pode-se compreender os princípios processuais como preceitos fundamentais 
que dão forma e caráter aos sistemas processuais. Acerca dos princípios 
processuais, marque a alternativa INCORRETA: 
a) O princípio da economia processual permite a alteração da causa de 
pedir e do pedido, em qualquer fase do processo, se o réu for revel. 
b) O princípio da celeridade processual enuncia que os processos devem 
desenvolver-se em tempo razoável. 
 
 O CPC-2015: PROCESSO DE CONHECIMENTO 28 
c) O princípio do devido processo legal significa, em processo judicial, a 
garanta ao contraditório e à ampla defesa, bem como às regras 
previamente estabelecidas sobre o modo de solução judicial do conflito. 
d) O princípio da igualdade processual encerra a ideia de que cabe ao juiz 
tratar desigualmente os desiguais, na medida dessa desigualdade, o que 
justifica, por exemplo, o prazo em dobro para a fazenda pública recorrer. 
e) O princípio da inafastabilidade da jurisdição assegura que a lei não 
excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito. 
 
Questão 6 
(CESGRANRIO - 2010 - EPE - Advogado) 
Petrônio promove ação condenatória por meio do procedimento ordinário em 
face da União Federal, postulando danos materiais e morais, pelo ingresso de 
máquina de propriedade da ré, conduzida por seu preposto, em imóvel de 
titularidade do autor. Foram caracterizados prejuízos correspondentes a R$ 
100.000,00 (cem mil reais), por meio da prova pericial. A sentença julgou 
procedente o pedido, condenando a ré ao pagamento do valor de R$ 
100.000,00 (cem mil reais), acrescido de juros moratórios e correção 
monetária, arrimando sua decisão em entendimento sumulado do Superior 
Tribunal de Justiça. Não houve apelação. Aplicando-se o duplo grau de 
jurisdição no caso em tela: 
a) O duplo grau de jurisdição seria obrigatório. 
b) Pelo valor da condenação não haveria necessidade de duplo grau de 
jurisdição obrigatório. 
c) O arrimo da sentença em interpretação sumulada acarreta a incidência 
do duplo grau de jurisdição obrigatório. 
d) Cabe somente duplo grau voluntário. 
 
 O CPC-2015: PROCESSO DE CONHECIMENTO 29 
e) Por ser ação contra a União Federal, o duplo grau de jurisdição é 
desnecessário. 
 
Questão 7 
(CESPE - 2010 - MPE - RO - Promotor de Justiça Substituto) 
Acerca de jurisdição, competência, processo e ação, assinale a opção correta. 
a) O princípio da indelegabilidade estabelece que a autoridade dos órgãos 
jurisdicionais, considerados emanação do próprio poder estatal soberano, 
impõe-se por si mesma, independentemente da vontade das partes ou 
de eventual pacto para aceitarem os resultados do processo. 
b) A nulidade da cláusula de eleição de foro, em contrato de adesão, não 
pode ser declarada de ofício pelo juiz, o qual, somente quando 
provocado, pode declinar de competência para o juízo de domicílio do 
réu. 
c) O direito brasileiro adota, quanto à causa de pedir, a chamada doutrina 
da substanciação. 
d) O princípio da inércia, um dos princípios basilares da jurisdição, não 
admite exceção. 
e) A competência é determinada no momento em que a ação é proposta; 
portanto, segundo o princípio da perpetuação da jurisdição (perpetuatio 
jurisdictionis), não há alteração da competência quando ocorrem 
modificações irrelevantes do estado de fato ou de direito efetuadas 
posteriormente à propositura da ação. 
 
Questão 8 
(TRT 12ª - 1998 - Juiz do Trabalho Substituto) 
Sobre o "devido processo legal" (due process of law) é correto afirmar que: 
 
 O CPC-2015:PROCESSO DE CONHECIMENTO 30 
a) Constitui princípio do Direito Processual do Trabalho, em razão da 
hipossuficiência do empregado. 
b) Constitui garantia constitucional erigida para o processo em geral. 
c) Constitui máxima pertencente unicamente ao Direito Processual Civil em 
razão de seu âmbito mais abrangente. 
d) Constitui garantia exclusiva do Direito Processual para os acusados em 
geral. 
e) Constitui um dos direitos sociais garantidos pela Constituição Federal. 
 
Questão 9 
(FCC - 2002 - TCE-SE - Subprocurador) 
Para atender ao princípio do contraditório, é indispensável a citação que é 
definida como o ato pelo qual: 
a) Chama-se a juízo o réu ou o interessado a fim de se defender. 
b) Comunicam-se os atos processuais para manifestação do réu. 
c) Dá-se a conhecer ao réu a intenção do autor de receber seu crédito nas 
ações patrimoniais. 
d) O réu é chamado a comparecer à audiência, para tomar ciência da 
petição inicial nos procedimentos sumários. 
e) Formaliza-se a interpelação do réu, a fim de colocá-lo em mora e 
interromper a prescrição. 
 
Questão 10 
(OAB-DF - 2001 - II Exame 2001) 
O princípio ne procedat judex ex officio significa dizer que: 
 
 O CPC-2015: PROCESSO DE CONHECIMENTO 31 
a) O juiz é impedido de conhecer das condições da ação, sem provocação 
da parte. 
b) Os pressupostos processuais devem ser, sempre, arguidos pelos 
interessados. 
c) O juiz prestará a tutela jurisdicional quando provocado pela parte ou o 
interessado, podendo, contudo, acioná-la excepcionalmente, segundo a 
lei. 
d) O juiz não deve declarar, de ofício, a incompetência absoluta. 
 
 
 
 O CPC-2015: PROCESSO DE CONHECIMENTO 32 
Aula 4 
Exercícios de fixação 
Questão 1 - D 
Justificativa: O CPC/15 prevê a concentração da arguição da incompetência 
(relativa ou absoluta) como preliminar de contestação. Art. 337, II do 
CPC/15. 
 
Questão 2 - B 
Justificativa: O Princípio do Juiz Natural garante a observância dos critérios 
paritários na distribuição e impede a criação de juízos de exceção ou mesmo 
a escolha premeditada de algum julgador. 
 
Questão 3 - B 
Justificativa: [...]... O CPC/15 também inovou e ratificou a valorização do 
contraditório nos termos do art. 10. 
 
Questão 4 - B 
Justificativa: Apesar da revelia se prevista no CPC, os seus efeitos, tanto 
materiais como processuais são exaustivamente descritos na lei, sendo 
vedado ao julgador ampliar esse rol. 
 
Questão 5 - A 
Justificativa: Apesar da economia processual ser uma das principais diretrizes 
do processo civil moderno, é ela limitada pelos demais princípios, tais como a 
segurança jurídica e o devido processo legal. Assim, o entendimento que 
predomina hoje em sede doutrinária é no sentido de que a permissão para 
modificação a destempo de pedido ou de causa de pedir comprometem os 
referidos postulados. 
 
 
 O CPC-2015: PROCESSO DE CONHECIMENTO 33 
Questão 6 - A 
Justificativa: Em razão do disposto no art. 496 do CPC/15, com a 
nomenclatura de Reexame Necessário. 
 
Questão 7 - C 
Justificativa: A ideia da substanciação reforça a obrigação do autor descrever, 
de forma detalhada na inicial, o fato constitutivo de seu direito. Art. 319 do 
CPC/15. 
 
Questão 8 - B 
Justificativa: Art. 50, LIV da CRFB 88 c/c art. 10 do CPC/15. 
 
Questão 9 - E 
Justificativa: É o que se depreende dos termos do art. 238 do CPC/15. 
 
Questão 10 - C 
Justificativa: Art. 2º do CPC/15.

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