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194348083018 PECAS DE LIBERDADE (1)

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29/08/2018
1
OAB SEGUNDA FASE
DIREITO PENAL
PROFESSORA CRISTIANE DUPRET
SITE:
www.cristianedupret.com.br
DOIS PASSOS: Clique em Cadastre-se e Assine a Lista para
receber um Ebook
Para encomendar:
bit.ly/vademozao
29/08/2018
2
LIBERDADE PROVISÓRIA
LIBERDADE PROVISÓRIA 
fundamentação e estrutura
FUNDAMENTAÇÃO
Art. 5º, LXVI, CRFB/88 - ninguém será levado à
prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a
liberdade provisória, com ou sem fiança;
Art. 310, CPP - Ao receber o auto de prisão em
flagrante, o juiz deverá fundamentadamente:
III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança.
LIBERDADE PROVISÓRIA
29/08/2018
3
FUNDAMENTAÇÃO
LIBERDADE PROVISÓRIA
Art. 321, CPP - Ausentes os requisitos que autorizam
a decretação da prisão preventiva, o juiz deverá
conceder liberdade provisória, impondo, se for o caso,
as medidas cautelares previstas no art. 319 deste
Código e observados os critérios constantes do art.
282 deste Código.
ESPÉCIES DE LIBERDADE PROVISÓRIA
Em todos os casos indicar:
Art. 5o, LXVI, CRFB/88 
c/c 
Art. 310, III e 321, CPP
ESPÉCIES DE LIBERDADE PROVISÓRIA
Liberdade Provisória mediante fiança
Liberdade Provisória sem fiança
por pobreza
Liberdade Provisória em face da
presença de excludente de ilicitude
Liberdade Provisória por ausência dos pressupostos da
preventiva
+ 323 e 324, CPP
+ 323; 324; 325, 
§1º e 350, CPP
+ 310, parágrafo 
único do CPP
29/08/2018
4
Por que a liberdade é provisória?
Porque ele tem que se comprometer, mesmo
que exista excludente de ilicitude.
Isso fica claro no artigo 310, parágrafo único.
Em caso de crime inafiançável, o pedido deve
ser:
1º. - Requer a concessão de liberdade
provisória face à ausência dos pressupostos
da prisão preventiva, na forma dos artigos
5º, LXVI da CF c/c 310, III e 321 do CPP,
mediante termo de comparecimento aos atos
processuais
2º. – Caso entenda Vo. Exa, que seja aplicada
uma das medidas cautelares do artigo 319 do
CPP
3º. – Intimação e oitiva do MP
4º. – Expedição do alvará de soltura
29/08/2018
5
Em caso de excludente de ilicitude, o pedido
deve ser:
1º. – Requer, diante da presença da excludente
de ilicitude x, que seja concedida a liberdade
provisória, na forma dos artigos 5º, LXVI da
CF c/c 310, III e parágrafo único e 321 do
CPP, mediante termo de comparecimento
aos atos processuais
2º. – Caso entenda Vo. Exa, que seja aplicada
uma das medidas cautelares do artigo 319 do
CPP
3º. – Intimação e oitiva do MP
4º. – Expedição do alvará de soltura
Em caso de liberdade provisória com pedido
subsidiário de fiança:
1º. - Requer a concessão de liberdade
provisória face à ausência dos pressupostos
da prisão preventiva, na forma dos artigos
5º, LXVI da CF c/c 310, III e 321 do CPP,
mediante termo de comparecimento aos atos
processuais
(Esse é o pedido principal)
29/08/2018
6
2º. – Caso não entenda V. Exa. pela concessão
da liberdade provisória acima requerida,
diante da afiançabilidade da conduta, requer
a concessão da liberdade provisória
mediante fiança, considerando os artigos
323 e 324 a contrario sensu,
comprometendo-se desde logo o requerente
às exigências dos arts. 327 e 328 do CPP
Atenção: No artigo 323, fazer remição para o
artigo 327 e 328.
No caso de liberdade provisória com fiança, há uma 
dupla vinculação – Ao processo e ao Juízo
3º. – Caso entenda Vo. Exa, que seja aplicada
uma das medidas cautelares do artigo 319 do
CPP
4º. – Intimação e oitiva do MP
5º. – Expedição do alvará de soltura
29/08/2018
7
ATENÇÃO:
Não existe prisão obrigatória!
O fato de o crime ser inafiançável 
não impede liberdade provisória!
ESTRUTURA DA LIBERDADE PROVISÓRIA
Estrutura do conteúdo principal:
1. DOS FATOS
2. DA PRESENÇA DE EXCLUDENTE DE ILICITUDE
3. DA TOTAL AUSÊNCIA DOS PRESSUPOSTOS DA
PRISÃO PREVENTIVA
*Art. 319
4. DO PEDIDO
LIBERDADE PROVISÓRIA POR EXCLUDENTE DE ILICITUDE
29/08/2018
8
1. DOS FATOS
2. DA TOTAL AUSÊNCIA DOS PRESSUPOSTOS DA
PRISÃO PREVENTIVA
*Art. 319
3. DO PEDIDO
LIBERDADE PROVISÓRIA (crime inafiançável)
1. DOS FATOS
2. DA TOTAL AUSÊNCIA DOS PRESSUPOSTOS DA
PRISÃO PREVENTIVA
3. DA AFIANÇABILIDADE DO CRIME
*Art. 319
3. DO PEDIDO
LIBERDADE PROVISÓRIA (crime afiançável)
EXEMPLIFICANDO
Endereçamento:
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE
DIREITO DA __ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE
________ (Regra Geral)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL
DA ___ VARA CRIMINAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE
_______ (Crimes da Competência da Justiça Federal)
29/08/2018
9
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE
DIREITO DA ___ VARA DO TRIBUNAL DO JÚRI DA
COMARCA DE ______ (Crimes dolosos contra a vida,
tentados ou consumados)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE
DIREITO DO ___ JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL DA
COMARCA DE ______ (Infrações de menor potencial
ofensivo)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO
DO ___ JUIZADO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E
FAMILIAR CONTRA A MULHER DA COMARCA DE
______ (Infrações de violência doméstica e familiar
contra a mulher)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL
DO ___ JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL FEDERAL DA
SEÇÃO JUDICIÁRIA DE ______(Infrações federais de
menor potencial ofensivo)
Nome, nacionalidade, estado civil, profissão,
portador da Cédula de Identidade número _______,
expedida pela ____________, inscrito no Cadastro de
Pessoa Física do Ministério da Fazenda sob o número
________________, residência e domicílio, por seu
advogado abaixo assinado, conforme procuração
anexa a este instrumento, vem muito respeitosamente
à presença de Vossa Excelência, requerer sua
APRESENTAÇÃO/IDENTIFICAÇÃO DO PRESO
29/08/2018
10
LIBERDADE PROVISÓRIA
com fundamento no art. 5º, LXVI da Constituição
Federal combinado com art. 310, III e art. 321, ambos
Código de Processo Penal, pelos motivos de fato e de
direito a seguir expostos:
IDENTIFICAÇÃO DA PEÇA E FUNDAMENTAÇÃO LEGAL
1. Exposição dos Fatos
Fazer breve resumo dos fatos.
*EXCLUDENTE DE ILICITUDE (se for o caso)
2. Da total ausência dos pressupostos da prisão
preventiva
Indicar que não há fundamento que autorize a decretação
da prisão preventiva, nos termos do art. 312 do Código de
Processo Penal.
CONTEÚDO FÁTICO E JURÍDICO
3. Da afiançabilidade da conduta (se for o caso)
Indicar que o crime pelo qual o requerente foi preso é crime
afiançável, uma vez que não se enquadra em nenhuma
das hipóteses previstas nos arts. 323 e 324 do CPP.
3. Pedido
Concessão da liberdade provisória com ou sem fiança,
além do pedido subsidiário de aplicação das medidas
cautelares previstas no art. 319 do CPP.
29/08/2018
11
Pedir ainda a oitiva do representante do Ministério
Público e a expedição de alvará de soltura, mediante
termo de comparecimento a todos os atos do processo,
quando intimado.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Comarca, data.
Advogado, OAB.
Quem pode conceder liberdade provisória?
- O delegado de polícia, quando o crime tem
pena máxima igual ou inferior a quatro anos
(Artigo 322 do CPP)
- Nos demais casos, apenas o juiz poderá
conceder liberdade provisória
E se o delegado recusar a fiança?
Ver artigo 333 e 335. Fazer remição no artigo
322 para os artigos 333 e 335.
29/08/2018
12
Quando o MP terá que ser ouvido?
Nas hipóteses em que a liberdade provisória
não se dá mediante fiança
Importante a leitura do artigo 333 do CPP
REVOGAÇÃO DA PREVENTIVA/
TEMPORÁRIA
A prisão preventiva é Rebus sic stantibus
29/08/2018
13
Pedido de liberdade Causa ou cautela Efeitos
Contra cautela
Relaxamento Prisãoilegal
Prisão
legal
Prisão
legal
Prisão legal
FUNDAMENTAÇÃO
Art. 282, §5º, CPP - O juiz poderá revogar a
medida cautelar ou substituí-la quando verificar a
falta de motivo para que subsista, bem como voltar
a decretá-la, se sobrevierem razões que a
justifiquem.
REVOGAÇÃO DA PREVENTIVA
FUNDAMENTAÇÃO
Art. 316, CPP - O juiz poderá revogar a prisão
preventiva se, no correr do processo, verificar a falta
de motivo para que subsista, bem como de novo
decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.
REVOGAÇÃO DA PREVENTIVA
29/08/2018
14
FUNDAMENTAÇÃO
Art. 282,§5º, CPP - O juiz poderá revogar a medida
cautelar ou substituí-la quando verificar a falta de
motivo para que subsista, bem como voltar a
decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.
REVOGAÇÃO DA TEMPORÁRIA
ESTRUTURA DA REVOGAÇÃO DA PREVENTIVA
Estrutura do conteúdo principal:
1. DOS FATOS
2. DO DESAPARECIMENTO DOS MOTIVOS
AUTORIZADORES DA CUSTÓDIA CAUTELAR
*Art. 319, CPP e Prisão domiciliar (não falar na
revogação da temporária)
3. DO PEDIDO
Leitura dos artigos 316, 
317 e 318
29/08/2018
15
ATENÇÃO:
Caso a pessoa esteja em uma das hipóteses
do artigo 318, deverá ser formulado pedido
subsidiário de prisão domiciliar
ENDEREÇAMENTO
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE
DIREITO DA __ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE
________ (Regra Geral)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL
DA ___ VARA CRIMINAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE
_______ (Crimes da Competência da Justiça Federal)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE
DIREITO DA ___ VARA DO TRIBUNAL DO JÚRI DA
COMARCA DE ______ (Crimes dolosos contra a
vida, tentados ou consumados)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO
DO ___ JUIZADO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E
FAMILIAR CONTRA A MULHER DA COMARCA DE
______ (Infrações de violência doméstica e familiar
contra a mulher)
29/08/2018
16
Nome, nacionalidade, estado civil, profissão,
portador da Cédula de Identidade número
_______, expedida pela ____________, inscrito no
Cadastro de Pessoa Física do Ministério da
Fazenda sob o número ________________,
residência e domicílio, por seu advogado abaixo
assinado,
APRESENTAÇÃO – IDENTIFICAÇÃO DO PRESO
conforme procuração anexa a este instrumento,
vem muito respeitosamente à presença de
Vossa Excelência, requerer a
REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA
com fundamento nos arts. 282, § 5, e 316,
ambos do Código de Processo Penal, pelos
motivos de fato e de direito a seguir expostos:
1. Exposição dos Fatos
2.Do desaparecimento dos motivos autorizadores
da custódia cautelar
Indicar que os motivos constantes no art. 312 do
Código de Processo Penal não mais subsistem.
29/08/2018
17
3. Pedido
Pedido de revogação da prisão preventiva, com a
consequente expedição do alvará de soltura.
Pedido subsidiário da aplicação das medidas não
prisionais do art. 319 e 318 (se for o caso de prisão
domiciliar).
Comarca, data.
Advogado, OAB.
No dia 10 de março de 2011, após ingerir um litro de
vinho na sede de sua fazenda, José Alves pegou seu
automóvel e passou a conduzi-lo ao longo da estrada que
tangencia sua propriedade rural. Após percorrer cerca de
dois quilômetros na estrada absolutamente deserta, José
Alves foi surpreendido por uma equipe da Polícia Militar
que lá estava a fim de procurar um indivíduo foragido do
presídio da localidade.
VI EXAME DE ORDEM
29/08/2018
18
Abordado pelos policiais, José Alves saiu de seu veículo
trôpego e exalando forte odor de álcool, oportunidade
em que, de maneira incisiva, os policiais lhe compeliram a
realizar um teste de alcoolemia em aparelho de ar
alveolar. Realizado o teste, foi constatado que José Alves
tinha concentração de álcool de um miligrama por litro
de ar expelido pelos pulmões, razão pela qual os policiais
o conduziram à Unidade de Polícia Judiciária, onde foi
lavrado Auto de Prisão em Flagrante pela prática
do crime previsto no artigo 306 da Lei 9.503/1997, c/c
artigo 2º, inciso II, do Decreto 6.488/2008, sendo-lhe
negado no referido Auto de Prisão em Flagrante o direito
de entrevistar-se com seus advogados ou com seus
familiares.
Dois dias após a lavratura do Auto de Prisão em
Flagrante, em razão de José Alves ter permanecido
encarcerado na Delegacia de Polícia, você é procurado
pela família do preso, sob protestos de que não
conseguiam vê-lo e de que o delegado não comunicara o
fato ao juízo competente, tampouco à Defensoria Pública.
Com base somente nas informações de que dispõe e nas
que podem ser inferidas pelo caso concreto acima, na
qualidade de advogado de José Alves, redija a peça
cabível, exclusiva de advogado, no que tange à liberdade
de seu cliente, questionando, em juízo, eventuais
ilegalidades praticadas pela Autoridade Policial, alegando
para tanto toda a matéria de direito pertinente ao caso.
(Valor: 5,0)
29/08/2018
19
Gabarito Comentado
O examinando deverá redigir uma petição de relaxamento
de prisão, fundamentado no art. 5º, LXV, da CRFB/88, ou
art. 310, I, do CPP (embora os fatos narrados na questão
sejam anteriores à vigência da Lei 12.403/11, a Banca
atribuirá a pontuação relativa ao item também ao
examinando que indicar o art. 310, I, do CPP como
dispositivo legal ensejador ao pedido de relaxamento de
prisão.
Isso porque estará demonstrada a atualização jurídica
acerca do tema), a ser endereçada ao Juiz de Direito da
Vara Criminal.
Na petição, deverá argumentar que:
1. O auto de prisão em flagrante é nulo por violação ao
direito à não autoincriminação compulsória (princípio do
nemo tenetur se detegere) , previsto no art. 5º, LXIII,da
CRFB/88 ou art. 8º, 2, “g”do Decreto678/92.
2. A prova é ilícita em razão da colheita forçada do exame
de teor alcoólico, por força do art. 5º,LVI,da CRFB/88 ou
art. 157do CPP.
3. O auto de prisão em flagrante é nulo pela violação à
exigência de comunicação da medida à Autoridade
Judiciária, ao Ministério Público e à Defensoria Pública
dentro de 24 horas, nos termos do art. 306,§1º, do CPP
ou art. 5º, LXII, da CRFB/88, ou art. 6º, inciso V, c/c. artigo
185, ambos do CPP (a banca também convencionou
29/08/2018
20
aceitar como fundamento o artigo 306, caput, do CPP,
considerando-se a legislação da época dos fatos).
4.O auto de prisão é nulo por violação ao direito à
comunicação entre o preso e o advogado, bem com
familiares, nos termos do art. 5º, LXIII, da CRFB ou art. 7º,
III, do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil ou art.
8º, 2, “d” do Decreto 678/92;
Ao final, o examinando deverá formular pedido de
relaxamento de prisão em razão da nulidade do auto de
prisão em flagrante, com a consequente expedição de
alvará de soltura.
Fernando, 22 anos, é conhecido na localidade em que
reside por ser traficante. Aos domingos, Luiz, Clécio,
Felipe e Daniel vão à Comunidade do Rocha no intuito de
conseguir as substâncias entorpecentes. Por diversas
vezes, a Polícia já invadiu a localidade, mas nunca achou
nada de concreto para que houvesse a prisão de
Fernando, bem como dos envolvidos. Carlos, Policial
Militar, resolveu, sozinho, investigar o caso, para achar a
CASO PRÁTICO 1
29/08/2018
21
melhor maneira de prender a organização criminosa, já
que tem conhecimento de que Fernando não trabalha
sozinho no Rocha. Com isso, na sexta-feira, dia 21 de
novembro de 2014, Carlos decide ir até Fernando pedir a
substância entorpecente. Ao encontrar-se com o
traficante, provoca-o requerendo 12 papelotes da droga
ilícita, ocasião em que Fernando informa não a possuir
em depósito, já que a demanda é muito grande pro início
do fim de semana. Carlos então, continua provocando
Fernando, no intuito de conseguir prendê-lo em
flagrante, momento em que pede ao traficante que vá
pegar a droga em outro lugar, oferecendo o dobro do
valor estipulado.Fernando então, motivado por Carlos,
resolve buscar a substância já que não tinha em depósito
para vender a Carlos a quantia desejada. Quando
Fernando retorna com a droga, o policial o prende em
flagrante delito pelo crime de Tráfico de Entorpecente,
previsto no art. 33 da Lei 11.343/06. Conduzido à
Delegacia Especializada, foram cumpridas as
formalidades de praxe, com a remessa do flagrante ao
juízo competente, ao Ministério Público, bem como ao
Advogado indicado por Fernando, além da comunicação
imediata à família do preso. Todavia, o delegado deixou
de entregar nota de culpa ao preso, bem como de tomar-
lhe o devido recibo. Na qualidade de advogado
contratado pela família de Fernando, com base nas
informações acima expostas, elabore a peça cabível no
29/08/2018
22
intuito de garantir a liberdade do seu cliente,
excetuando-se a possibilidade de intento do Habeas
Corpus.
Alexandre, brasileiro, solteiro, residente e domiciliado na Rua
Delta, nº 1, casa 2, na cidade de Y, Estado de Gama numa
comunidade dominada pelo tráfico de drogas. Como seu pai
sempre viveu nessa localidade, decidiu também não se
mudar, no intuito de ficar mais perto da família.
Como todos os dias, sempre saía pela manhã para trabalhar
como frentista no posto de gasolina localizado a pouco mais
de 500 metros da sua residência e voltava no
CASO PRÁTICO 2
final da noite, já que depois do trabalho ia para a
faculdade, pois estava cursando o 5º período do curso de
Administração.
Em uma noite não movimentada em que estava voltando
para casa depois de ter ido à faculdade, encontrou-se
com Silva, chefe do tráfico da sua comunidade, tendo
este pedido para Alexandre levar duas sacolas cheias de
entorpecentes para a pessoa de Flavinho, comparsa de
Silva.
29/08/2018
23
Por medo de represálias, resolveu levar a bolsa conforme
requerido por Silva até o local informado. Quando
Alexandre estava chegando à localidade, foi surpreendido
por policiais que o prenderam em flagrante pela prática
de crime tipificado ao teor no art. 33, caput da Lei
11.343/06, pois foi encontrado na posse de dois tijolos de
maconha, cada qual pesando aproximadamente 1.500g
(um quilo e quinhentos gramas).
Em sede policial, Alexandre prestou depoimento
informando ter conhecimento do constante na bolsa e
que estava levando a pedido de Silva, por medo de
represálias já que morava na localidade há mais de 25
anos. Além disso, esclareceu nunca ter sido indiciado
nem processado por nenhum crime, trabalhar como
frentista no posto de gasolina há 05 anos e residir na
comunidade desde o seu nascimento, morando sozinho
na casa 15 há pouco mais de 04 anos.
Durante as formalidades do auto de prisão em flagrante,
o Delegado comunicou imediatamente ao Juiz e ao
representante do Ministério Público, ao pai de Alexandre
e ao Defensor Público, formalizando o auto de prisão em
flagrante e remetendo as cópias necessárias.
Além disso, entregou nota de culpa ao preso, que prestou
devido recibo nos termos da lei, informando-lhe sobre o
motivo da prisão, o nome do condutor e os das
testemunhas, tudo conforme preceitua o artigo 306 do
Código de Processo Penal.
29/08/2018
24
Por fim, encaminhou cópia do auto de prisão em
flagrante ao juiz de plantão da Comarca Y, do Estado de
Gama no mesmo dia da prisão em flagrante, o qual ainda
não se manifestou sobre a referida prisão, tendo todavia,
o representante do Ministério Público requerido a
conversão da prisão em flagrante pela prisão preventiva
com base na gravidade em abstrato do crime e pelo fato
de ser o delito equiparado a hediondo.
Considerando a situação hipotética acima, na qualidade
de advogado contratado por Alexandre, redija a peça
cabível, excetuando-se a utilização do Habeas Corpus, no
intuito de restituir a liberdade do seu cliente.

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