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Paciente Crítico – trauma, traumatismo e sepse Paciente crítico/grave Indivíduos cujas funções básicas encontram-se ameaçadas, falentes ou em curso de falência, com um ou mais órgãos ou sistemas orgânicos comprometidos. Infecção Resposta inflamatória ligada à presença de microrganismos em tecidos normalmente estéreis Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica (SRIS) É uma resposta inflamatória sistêmica, na ausência de infecção, caracterizada pela presença de duas ou mais das seguintes condições: temperatura > 38 0C ou < 36 0C frequência cardíaca > 90 bpm frequência respiratória > 20 ipm ou PaCO2 < 32 mmHg Leucocitose (> 12.000/mm³) ou leucopenia (< 4.000 mm³) ou bastonetes > 10%; Sepse É uma resposta inflamatória, sistêmica, na presença de infecção, associada a duas ou mais das condições citadas acima Choque Séptico Sepse relacionada com hipotensão, apesar de adequada reposição volêmica e anormalidades da perfusão tecidual, a despeito da administração de drogas vasoativas Síndrome da Disfunção de Múltiplos Órgãos É a presença de várias alterações nas funções orgânicas, de um determinado paciente crítico, cuja homeostase não pode ser mantida sem o adequado suporte avançado de vida. Características do Hipermetabolismo Dividido em 02 etapas: 1ª etapa: fase ebb ou hipodinâmica; 2ª etapa: fase flow ou hiperdinâmica (aguda e adaptativa). Catabolismo acelerado de massa magra Balanço Nitrogenado Negativo (BN -) Resposta Metabólica ao Estresse Fraturas Traumas Sepse Cirurgias Queimaduras Resposta Hipermetabólica Fase EBB Hipovolemia Hipóxia tissular Consumo O2 Temperatura PA Insulina Fase de Fluxo Consumo de O2 Temperatura Gasto de energia Catabolismo proteico Glucagon / Cortisol Liberação de citocinas Faseebb (imediatamente após lesão) Fase de fluxo(apósressucitaçãode líquidos e restauração do transporte de O2) Resposta aguda Resposta adaptativa Choque hipovolêmico O catabolismo predomina O anabolismo predomina Perfusão tissular Glicocorticóides Gradualmente resposta hormonal Taxa metabólica Glucagon Consumo de O2 Catecolaminas Taxa metabólica Pressão sanguínea Citocinas, mediadores lipídicos Associada com recuperação T corpórea Ptnsde fase aguda Potencial para restauração daptncorpórea Excreção de N Taxa metabólica Cicatrização da ferida depende da ingestão de nutrientes. Consumo de O2 Utilização prejudicada de biocombustíveis Alterações endócrinas - resposta hormonal ao trauma, ao estresse e à sepse: Hormônios anabolizantes: Insulina Hormônio do crescimento Hormônios catabolizantes: Glicocorticóides Glucagon Catecolaminas Hormônios com ação hidroeletrolítica: Hormônio antidiurético (ADH) Aldosterona Características do Hipermetabolismo: Fase de Fluxo: Ocorre após a restauração do transporte de oxigênio; Caracterizada pelo aumento do débito cardíaco, temperatura corpórea, gasto de energia e catabolismo proteico elevado; da glicose circulante, liberação de ácidos graxos livres, glucagon, cortisol e citocinas. GLUCAGON: proteólise muscular gliconeogênese lipólise CORTISOL: gliconeogênese proteólise muscular lipólise CITOCINAS: gliconeogênese proteólise muscular febre / leucocitose HIPERGLICEMIA FEBRE DEGRADAÇÃO DA MASSA MAGRA E MASSA GORDA Características do Hipermetabolismo: Resposta Hormonal ao Estresse: Glucagon Promove a gliconeogênese gerando catabolismo proteico. Catecolaminas (adrenalina, noradrenalina e dopamina) e Cortisol Estimulam a lipólise circulação de ácidos graxos que são oxidados e formam cetonas Cortisol Liberado em resposta ao estímulo do hormônio adrenocorticotrófico; Intensifica ainda mais o catabolismo proteico utilizando aminoácidos para a gliconeogênese, glicogenólise e a síntese proteica de fase aguda; AAR (leucina, isoleucina e valina) são oxidados como fonte de N. Adrenalina Níveis elevados a liberação de insulina dos níveis de glicose circulante Aldosterona (corticosteróide): Causa retenção renal de sódio e ADH Estimula a reabsorção de água, preservando o volume sanguíneo circulante. Citocinas Liberadas em resposta a lesão tecidual; São consideradas metabolicamente ativas IL-1, IL-6, e FNT Tem a função de estimular e intensificar a degradação muscular. Catabolismo Proteico Ocorre por seu esqueleto carbônico ser utilizado para a obtenção de energia, com liberação da parte nitrogenada, levando à maior perda de nitrogênio e à síntese de ureia Os aminoácidos são mobilizados por proteólise e há formação de enzimas e de proteínas na fase aguda (ex.: PCR); No início da produção dessas proteínas ocorre a diminuição na produção de albumina e a instalação de uma insuficiência hepática, com aumento da concentração de aminoácidos. Características do Hipermetabolismo O estresse metabólico é associado com alterações do equilíbrio hormonal das quais resulta em um aumento dos substratos, porém com baixa do aproveitamento de carboidratos, proteínas e lipídios A produção de energia torna-se cada vez mais dependente de gorduras Resposta neuroendócrina ao estresse Resistência à insulina Mobilização de substratos glicose/glutamina/ácidos graxos Gliconeogênese e retenção hídrica Gasto energético de repouso aumentado Proteólise nos tecidos periféricos/BN- Alguma perda de peso e de massa magra após o traumatismo grave é inevitável, porém sem a nutrição seria muito maior, com consequências deletérias para a cura e prolongando o período de convalescência Estado hipermetabólico: Fontes de energia: Rápida mobilização do suprimento endógeno Lipólise ocorre acentuadamente Proteínas corpóreas aa para a neoglicogênese Principal fonte de energia Ácidos Graxos Cérebro, Sistema Nervoso, Hemácias Glicose Consequências do catabolismo proteico: Retardo da cicatrização tecidual Retardo da resposta imunológica Diminuição da albumina Aumento das proteínas de fase aguda Comprometimento da coagulação sanguínea Diminuição da função intestinal Favorecimento à instalação de translocação bacteriana Diminuição da massa ponderal Diminuição funcional dos músculos da respiração AEN paciente crítico Não existe ferramenta considerada como padrão ouro; Utilizar a associação entre as diversas técnicas disponíveis para melhorar a sensibilidade dos métodos. Métodos rotineiros: Válidos em pacientes sépticos? Grande velocidade de mudança da composição corporal Métodos se tornam de baixa sensibilidade e especificidade O que pode ser utilizado???? História: Pesquisar dados sobre o peso e ingestão alimentar prévia Conhecer o paciente através de sua história Exame Físico: Avaliar sinais de desnutrição prévia: alterações da pele, mucosa, cabelos etc Antropometria: Peso: difícil de mensurar (sem cama balança) Medidas sofrem influência do edema e má distribuição de fluidos Laboratoriais: Proteínas viscerais alteradas: - Pelas variações hídricas - Pela resposta a fase aguda Avaliação Nutricional: Avaliação de comorbidades; A função do trato gastrointestinal (GI); Risco de aspiração. Sugere-se não utilizar indicadores de nutrição tradicionais ou marcadores substitutos, como eles não são validados em cuidados intensivos. Tratamento nutricional Objetivos: Preservar as reservas corporais Modular a resposta hipermetabólica e imunológica Fornecer substratos para a síntese de proteínas de fase aguda Prevenir atrofia da mucosa intestinal e a translocação bacteriana Oferecer energia, fluidos e nutrientes em quantidades adequadas para manter as funções vitais e a homeostase Reduzir os riscos da hiperalimentação Garantir as ofertas proteica e energética adequadas para minimizar o catabolismo proteico e a perda nitrogenada. Terapia nutricional: Um dos pilares do tratamento do paciente críticoNovas tecnologias TN cada vez mais prática e segura Conduzir a terapia nutricional não é fácil... Resistência a insulina + produção de glicose = Hiperglicemia Dificuldade para administrar fórmulas enterais e parenterais Riscos relacionados a NPT Frequência de interrupção da TN Causas de interrupção da terapia nutricional enteral: Exames e procedimentos que exigem jejum Distensão abdominal Gastroparesia e vômitos Diarreia Volume elevado de resíduo gástrico Instituição da TN Triagem e AEN no momento da admissão na UTI; Cálculo das necessidades nutricionais; Início da NE nas primeiras 24-48h após a admissão na UTI; Medidas para evitar BCA e melhorar a tolerância à TNE; Iniciar NP precoce quando a NE não for viável ou suficiente ou pacientes mal nutridos. Controle Glicêmico: Para pacientes críticos recomenda-se manter os níveis de glicemia entre 140 ou 150 – 180mg/dL. Nutrição Parenteral: Paciente de alto risco nutricional (ou severamente desnutridos, quando NE não é viável), iniciar NP exclusivo, logo que possível após a admissão na UTI ; No paciente com alto risco ou severamente desnutrido sugere-se dieta hipocalórica (≤20 kcal/kg/d ou 80% das necessidades de energia estimada) com quantidade adequada de proteínas (≥1,2 gPtn/kg/d), durante a primeira semana de internação na UTI; Necessidades Nutricionais: Energia - ASPEN 2016: Usar preferencialmente a calorimetria indireta para determinar o requerimento energético Fase Recomendação Fase anabólica (recuperação) 25-30 Kcal/kg peso/ dia Obesos (IMC>30kg/m²) 65 – 70% dorequerimento daCI ou 11-14kcal/kg peso atual/dia (IMC 30 – 50kg/m²) ou 22 – 25 kcal/kg peso ideal/dia (IMC > 50kg/m²) Proteínas – ASPEN 2016: IMC (kg/m²) Recomendação Desnutridos Eutróficos Sobrepeso 1,2 – 2,0 g/kg peso atual/dia IMC 30 – 40kg/m² 2,0 g/kg de peso ideal/dia IMC>40kg/m² Até2,5 g/kg de peso ideal/dia Necessidades Nutricionais - Adultos CHO e Lipídeos Carboidratos 50 % Lipídeos < 30 % Taxa metabólica Da produção de CO2 Consumo de O2 Dependência do ventilador Hiperglicemia Imunossupressão Desidratação Sobrecarga hídrica Esteatose hepática Desequilíbrio eletrolítico Riscos de uma oferta calórica excessiva TNE o mais precoce possível Inicio precoce Alimentação dentro das primeiras 24-48hs Melhor trofismo intestinal e menor incidência de complicações Boa tolerância mesmo na ausência de ruídos hidroaéreos Fórmula dietética: Padrão, polimérica, isotônica, hipercalórica e hiperproteica; Fórmulas imunomoduladoras (arginina com outros agentes, incluindo o ácido eicosapentaenóico [EPA], ácido docosahexaenóico [DHA], glutamina, e ácido nucleico) - Não deve ser usado rotineiramente na UTI. Consideração para essas formulações devem ser reservados para pacientes com TCE e os pacientes em perioperatórios. Usar formulações com pequenos peptídeos se diarreia persistente, com suspeita de má absorção ou falta de resposta à fibra. Pré e probióticos: Evitar fibra solúvel e insolúvel se o paciente apresentar alto risco de isquemia intestinal ou dismotilidade grave; Sugere-se suplementação de 10-20 g de fibra solúvel fermentável como terapia adjuvante, se houver evidência de diarreia. Administrar em doses divididas ao longo de 24 horas; Não é recomendado o uso rotineiro de probiótico em UTI.
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