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CP-TGE-2013 - Resumo 12 (Estado Constitucional - Continuação 2 - Constituições brasileiras)

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FACULDADE DE DIREITO DE SOROCABA – FADI 
Ciência Política e Teoria Geral do Estado – 2013 
Professor Jorge Marum 
Resumo 12 (Continuação 2): O Estado Constitucional: Constituições Brasileiras 
“Eu proporia que se substituíssem todos os capítulos da Constituição decretando:
Artigo 1º - De agora em diante todo brasileiro está obrigado a ter vergonha na cara. 
Parágrafo 1º e único – Revogam-se as disposições em contrário” (Capistrano de Abreu).
Constituições Brasileiras. Desde 1822, quando se tornou um Estado independente e soberano, o Brasil teve oito Constituições: 1824, 1891, 1934, 1937, 1946, 1967, 1969 e 1988. Vamos examinar brevemente cada uma delas, dando ênfase às circunstâncias políticas e à organização do Estado, uma vez que se trata de matéria a ser estudada com mais profundidade na disciplina de Direito Constitucional. 
Carta Imperial de 1824. Durante o período em que o Brasil foi colônia de Portugal, este se constituía como uma monarquia absolutista e não possuía Constituição nos moldes do constitucionalismo liberal-burguês. No início da década de 20 do século XIX, surge em Portugal um movimento para a constitucionalização do país, que também chega ao Brasil. Proclamada a independência, foi eleita uma assembléia constituinte, na qual predominavam as idéias liberais. D. Pedro I, porém, não aceitou esse encaminhamento e mandou fechar a assembléia, outorgando uma Constituição que pode ser considerada híbrida, combinando absolutismo e liberalismo. Desse modo, além dos três poderes tradicionais, estabeleceu também o Poder Moderador, que era exercido pelo rei (chamado de “imperador”) e lhe dava autoridade para interferir nos demais Poderes. O rei nomeava os presidentes das províncias (como eram chamados os atuais estados da Federação) e os senadores, que eram vitalícios. O sufrágio (direito de votar e ser votado) era restrito em função da renda do eleitor. Foi mantida a escravidão e a religião católica foi estabelecida como culto oficial do Império. 
No segundo reinado, embora sem previsão expressa na Constituição, foi praticada uma forma atenuada de parlamentarismo, em que o rei nomeava o primeiro-ministro, sem, contudo, que essa nomeação fosse determinada pelo resultado das eleições, e sim o contrário (o resultado das eleições é que normalmente era determinado pelo primeiro-ministro), sendo por isso chamado de “parlamentarismo às avessas”. 
1891: o Brasil agora é “Estados Unidos”
Constituição Republicana de 1891. A monarquia não foi derrubada por um movimento popular, e sim por um golpe militar. Proclamada a República, no ano seguinte foram convocadas eleições para uma assembléia constituinte. A nova Constituição foi promulgada em 1891, espelhada no modelo norte-americano, implantando, além da república, a tripartição do Poder, a forma federativa de Estado e o sistema presidencialista de governo. Previu os direitos civis de tipo liberal, mas limitou os direitos políticos ao proibir o voto dos analfabetos, que eram a maioria da população. Com o federalismo, o poder foi descentralizado, porém foram reforçadas as oligarquias locais (“coronelismo). As fraudes eleitorais eram generalizadas. 
Sufrágio feminino em 1933
Constituição de 1934. Em 1930, uma revolução que prometia a modernização política do país derrubou o governo, fechou o Legislativo e impediu a posse do presidente eleito. Getúlio Vargas assumiu a chefia de governo e passou a governar de modo autoritário, intervindo nos estados da Federação com a nomeação de interventores. Na prática, foi revogada a Constituição de 1891. Isso gerou a guerra civil de 1932, liderada por São Paulo, que exigia uma nova Constituição.
São Paulo exige uma Constituição
Pressionado, Vargas convocou eleições para uma assembléia constituinte, para a qual, pela primeira vez, as mulheres puderam votar e concorrer. Foram também eleitos representantes classistas, sob a influência do corporativismo fascista. A nova Constituição, promulgada em 1934, manteve a república, o presidencialismo e a federação. Inspirada na Constituição alemã de 1919, previu direitos sociais ao lado dos direitos civis e políticos, beneficiando especialmente os trabalhadores urbanos. Foi a primeira a prever o sufrágio feminino. 
Vargas foi a figura dominante na política brasileira nos anos 30
Carta ditatorial de 1937. O liberalismo estava desprestigiado na década de 1930: a moda eram os governos autoritários de esquerda ou de direita. Equilibrando-se entre os dois extremos e enfrentando ameaças de revolução e golpe de Estado, Vargas decide dar o que atualmente se chama de “autogolpe”, transformando-se ele próprio em ditador. Sob estado de sítio e com o Congresso fechado, o ditador outorgou uma Constituição de caráter autoritário, elaborada a portas fechadas por seu ministro da Justiça, Francisco Campos. Chamada de “Polaca”, por ter sido inspirada na Constituição polonesa�, essa carta serviu para implantar a ditadura do Estado Novo, de tipo fascista. Extinguiu o Senado, manteve o Legislativo fechado e limitou o Judiciário e a federação. Manteve os direitos sociais, especialmente os dos trabalhadores, mas limitou os direitos civis e políticos, nomeando interventores no lugar de mandatários eleitos e permitindo prisões arbitrárias de opositores. Milhares de pessoas foram presas e torturadas e processadas por divergir do regime. 
Constituição de 1946. Com a participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial ao lado dos aliados e contra o nazi-fascismo, ficou insustentável a manutenção, no Brasil, de um regime autoritário de tipo fascista. Vargas foi derrubado por um golpe militar no final de 1945 e foram convocadas eleições para uma assembléia constituinte. A nova Constituição, promulgada em 1946, restaurou a democracia, a república, a separação de poderes, a federação e os direitos civis e políticos. Em matéria de direitos sociais, é considerada mais conservadora do que a de 1934. 
Os militares tomam o poder em 1964
Constituição de 1967. A Constituição liberal de 1946 não foi suficiente para dar estabilidade política ao país no contexto da Guerra Fria. Sob o pretexto de evitar uma ditadura comunista, os militares, apoiados por lideranças civis, deram o golpe militar de 1964, derrubando o governo constitucional e impondo a cassação de grande número de mandatários eleitos. Foram baixados Atos Institucionais que, na prática, revogavam a Constituição de 1946. Em 1967, o ditador Castelo Branco determinou que o Congresso, em final de mandato e mutilado por diversas cassações, elaborasse, num curto prazo, uma Constituição, conforme um projeto que sequer previa os direitos e garantias individuais. O Congresso ainda conseguiu melhorar o projeto, incluindo um rol de direitos e garantias individuais. Na prática, foi mantida a ditadura militar, com centralização do poder, eleições indiretas, possibilidade de fechamento do Congresso e edição de decretos-leis pelo Executivo. Devido a tais circunstâncias, há dúvida sobre se essa Constituição pode ser considerada outorgada ou promulgada, podendo, talvez, ser classificada como híbrida. 
A junta militar que tomou o poder em 1969
Carta ditatorial de 1969. Enfrentando protestos de rua e oposição armada, em 1968 a ditadura se radicalizou, baixando o famigerado AI-5, que, na prática, suspendia a Constituição de 1967 e todas as garantias dos direitos individuais, inclusive o habeas corpus. Em 1969, com o afastamento do ditador Costa e Silva por problemas de saúde, uma junta militar assumiu o poder e editou a Emenda Constitucional nº 1. Essa emenda, apresentada como mera reforma da Constituição vigente, realizou tantas alterações que para a maioria dos estudiosos do tema se trata de uma nova Constituição. Curioso notar que essa Constituição, claramente outorgada, afirma no preâmbulo ter sido “promulgada” pelos chefes das Forças Armadas, “investidos” do Poder Constituinte. O AI-5 continuou em vigor e, com a suspensão dos direitos e garantias individuais,os agentes da ditadura puderam prender, torturar e assassinar os opositores do regime. O Congresso foi fechado várias vezes e muitos políticos de oposição foram cassados de forma arbitrária. O Judiciário tinha poderes limitados para coibir as arbitrariedades. A imprensa e as artes foram censuradas. Foi o mais violento período ditatorial da história brasileira. Por outro lado, lutavam contra essa ditadura grupos de extrema-esquerda que pretendiam instalar no país uma ditadura comunista. 
Vladimir Herzog, morto sob tortura em SP
A “Constituição Cidadã” de 1988. A ditadura militar abrandou-se a partir de 1979, revogando o AI-5, anistiando os presos políticos e permitindo a volta de exilados. Com a abertura do regime, surgem movimentos pelo retorno à democracia, culminando com a campanha das “Diretas Já”, que, entre 1983 e 1984, uniu a sociedade civil e as oposições em torno da emenda constitucional que restaurava eleições para presidente da República. A emenda foi rejeitada pelo Congresso, porém o movimento pela redemocratização do país ganhou força.
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Em eleições indiretas no Colégio Eleitoral, o candidato do governo, Paulo Maluf, foi derrotado pelo oposicionista moderado Tancredo Neves, que conseguiu apoio de parte da base governista. Morto Tancredo antes da posse, o vice, José Sarney, assumiu e, cumprindo compromisso da campanha, enviou ao Congresso uma emenda constitucional prevendo a convocação de uma Assembléia Constituinte, a ser eleita pelo povo. Com ampla participação popular, a Constituinte, liderada por Ulysses Guimarães, promulgou a Constituição democrática de 1988, prevendo extenso rol de direitos civis, políticos e sociais. Apenas o PT, liderado por Lula, se recusou a aprovar a nova Constituição. 
Ulysses Guimarães comemora a promulgação da “Cidadã”
Bibliografia.
Leituras recomendadas: 
ARAUJO, Luiz Alberto David e NUNES JUNIOR, Vidal Serrano. Curso de Direito Constitucional. Ed. Saraiva, Cap. 1, item 10. 
BONAVIDES, Paulo e ANDRADE, Paes de. História Constitucional do Brasil. São Paulo: Paz e Terra, 1991. 
CAMPANHOLE, Hilton Lobo. Constituições do Brasil. Ed. Atlas.
VILLA, Marco Antonio. Constituições brasileiras: 200 anos de luta contra o arbítrio. Ed. Leya.
� E também porque, na época, esse era um sinônimo de prostituta.

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