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Resumo Cap II Programa Sociologia Jurídica

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CAVALIERI FILHO, Sério. Programa de Sociologia Jurídica. 11 ed. Rio de Janeiro: Editora Forense, 2007. 11-21 p.
Credenciais do autor
Sérgio Cavalieri Filho, é um jurista brasileiro. Foi desembargador e Presidente do Tribunal de Justiça do estado do Rio de Janeiro, Presidente do extinto Tribunal de Alçada Cível do mesmo estado e Diretor Geral da Escola da Magistratura do Rio de Janeiro (EMERJ), da qual é Professor Emérito. Professor universitário há mais de 40 anos, escreveu obras jurídicas no campo da Responsabilidade Civil, do Direito do Consumidor e da Sociologia Jurídica. Tem como principal obra o livro “Programa de Responsabilidade Civil” da Editora Atlas, adotado de seus artigos e principais votos como julgador estão disponibilizados gratuitamente em seu site.
Hoje, atua como Procurador Geral do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro e como palestrante, parecerista e árbitro.
Resumo
No início do Capítulo II, Cavalieri afirma que o Direito do ponto de vista do sociólogo é um fato social, e como tal tem sua origem, não na Divindade, nem na razão, nem na consciência coletiva dos povos, tampouco no Estado, mas sim na própria sociedade, nas inter-relações sociais, que, por conseguinte, trata-se de uma ciência essencialmente social, uma peculiaridade da sociedade humana.
O autor traz dois tipos de atividades humanas: atividades de cooperação e atividades de concorrência. Na primeira, envolvem fins ou objetivos comuns. Um indivíduo desenvolve uma atividade qualquer, de que outro diretamente se aproveita, e à medida que se emprenha na realização dos seus interesses, coopera na realização dos interesses dos outros. Ou seja, há uma reciprocidade de interesses.
Nas atividades de concorrência, há um paralelismo, onde nunca se convergem para um interesse em comum. Nelas, dois indivíduos, embora tenham objetivos idênticos, desenvolvem atividades independentes, paralelas, que os colocam, um em relação ao outro, em posição de competidor ou concorrente. Cavalieri cita como exemplo dois comerciantes, estabelecidos na mesma rua e no mesmo ramo de comércio, onde eles poderão explorar seu comércio indefinidamente sem entrar em choque, ainda que concorram entre si.
Paulo Nader sintetiza: “Na cooperação as pessoas estão movidas por um mesmo objetivo e valor e por isso conjugam o seu esforço. A interação se manifesta direta e positiva. Na competição há uma disputa, uma concorrência, em que as partes procuram obter o que almejam, uma visando a exclusão da outra. Uma das grandes características da sociedade moderna, esta forma revela atividades paralelas, em que cada pessoa ou grupo procura reunir os melhores trunfos, se faz indiretamente e, sob muitos aspectos, positiva (ob. Cit., p. 23).”
Em relação ao conflito de interesse e sua composição o autor traz o seguinte exemplo: dois condôminos residentes no mesmo prédio, um no apartamento 201 e o outro no andar imediatamente superior, no apartamento 301. Cada qual poderá também usar seu imóvel como bem lhe convier.
Um belo dia, entretanto, o imóvel superior começa a apresentar vazamento no imóvel inferior: umedece as paredes, danifica móveis, prejudica o conforto dos que nele residem. O condômino prejudicado procura o proprietário do imóvel superior por varias vezes, coloca-o a par da situação, solicita-lhe uma providência, mas este, embora prometa resolver o problema, na verdade nada faz. Assim, este tipo de conflito, muito constantes nas grandes cidades, onde há uma infinidade de condomínios, é característico da atividade de concorrência.
O autor conclui sobre esse ponto que todos os conflitos que possam surgir na vida social são redutíveis a um desses tipos: conflitos de cooperação, os que ocorrem na atividade de cooperação, e conflitos de concorrência, os que se verificam na atividade de concorrência. O que determina a natureza do conflito é a natureza da atividade.
Seguindo essa linha, o conflito gera o litígio, por sua vez quebra o equilíbrio e a paz social. A sociedade não tolera o estado litigioso porque necessita de ordem, tranquilidade, equilíbrio em suas relações. Por isso, tudo faz para evitar ou prevenir conflito, e aí, segundo o autor, está a primeira e principal função do Direito – prevenir conflitos: evitar, tanto quanto possível, a colisão de interesses.
O Direito previne conflitos através de um conveniente disciplinamento social, estabelecendo regras de conduta na sociedade: direitos e deveres para locador e locatário, vendedor e comprador, enfim, para todos. À medida que cada um respeitar o disciplinamento estabelecido pelo Direito, evitará entrar em conflito com outrem na sociedade.
Sérgio Cavalieri ainda conclui que, o Direito, é uma ciência social. Suas normas são regras de conduta para disciplinar o comportamento do individuo na sociedade, visando atender uma necessidade social. Onde sem essas normas de conduta, os conflitos seriam tão frequentes de modo a tornar impossível a vida em coletividade.
O autor entra na questão da função compostitiva do Direito, onde ele ressalta que, se surge um conflito, terá de ser solucionado. A sociedade reclama que as coisas sejam respostas num ponto de equilíbrio em que possam permanecer. Ainda nesse ponto o autor afirma que superar um conflito de interesses é aquilo que chamamos de composição. E essa é a segunda grande função social do Direito – compor conflitos.
Composição de conflitos, não consistem em fazer desaparecer o conflito, porque isso, segundo o autor, é impossível. Não se pode evitar o conflito, por mais que se procure preveni-lo.
A maneira de solucionar o conflito é, então, colocar os dois interesses na balança, e determinar qual o que deve prevalecer e quão o que deve ser reprimido. Esse é o sentido de toda composição. Paulo Nader diz que “o Direito apresenta solução de acordo com a natureza do caso, seja para definir o titular do direito, determinar a restauração da situação anterior ou aplicar penalidades de diferentes tipos.”
O autor ainda nos traz três critérios de composição de conflitos: critérios da composição voluntária; critério autoritário; e o critério da composição jurídica.
No critério na composição voluntária, o autor nos traz a ideia de que é aquele que se estabelece pelo mútuo acordo das partes. Quando se há conflito, as partes conversam e discutem entre si e o resolvem da melhor maneira possível, quase sempre atentando para os próprios deveres e obrigações estatuídos pelas normas do direito.
No critério autoritário, segundo Cavalieri, cabe ao chefe do grupo – Rei, Cacique, Senhor, etc., o poder de compor conflitos de interesses que ocorrem entre os indivíduos que se encontram sob sua autoridade. Normalmente a autoridade lança mão do seu foro íntimo, próprio senso de justiça, daquilo que a consciência lhe inspira, para desempenhar a tarefa de compor conflitos.
Na sociedade de hoje, o critério autoritário é utilizado no meio familiar. O chefe da família (patriarcal ou matriarcal) muitas vezes tem de resolver os conflitos de interesses que surgem entre os seus membros, filhos, parente, empregados, etc., lançando mão de soluções que vai buscar em seu foro íntimo.
Entretanto, esses dois critérios, autoritário e composição voluntária, são imperfeitos e insuficientes para resolver conflitos de interesses que surgem nas sociedades humanas segundo o autor.
O terceiro e mais importante critério para Sérgio Cavalieri, é o da composição jurídica. Esta é sempre feita mediante um critério elaborado e enunciado anteriormente, e aplicável a todos os casos que ocorrem a partir de então. São pois, características do critério jurídico – a anterioridade, a publicidade e a universalidade.
Resumindo, o autor nos diz que, para que a composição seja jurídica, tem que ser realizada através de um critério anteriormente estabelecido e perfeitamente enunciado para conhecimento de todos, que atenda à universalidade dos casos que se apresentarem dentro do mesmo tipo.
Sobre a função social do Direito na atual Ordem Jurídica Brasileira, o autor registra que modernamente, a missãodo Direito não é somente essas duas funções, mas sim muito mais ampla uma vez que lhe cabe, em ultima instancia, prover o bem comum, que para Miguel Reale “não é a soma dos bens individuais, nem a média do bem de todos; o bem comum, a rigor, é a ordenação daquilo que cada homem pode realizar sem prejuízo do bem alheio, uma posição harmônica do bem de cada um com o bem de todos” (ob. cit.,p. 59).
Para Paulo Nader “o Direito na atualidade é um fator decisivo para o avanço social. Além de garantir o homem, favorece o desenvolvimento da ciência, da tecnologia, da produção de riquezas, o progresso das comunidades, a elevação do nível cultural do povo, promovendo ainda a formação de uma consciência nacional” (ob. cit., p. 27).
Apreciação 
O capítulo II, do livro Programa de Sociologia Jurídica, das funções sociais do direito, nos mostrou uma leitura de fácil entendimento. Onde podemos destacar claramente as suas duas principais funções realizado na sociedade. A primeira sendo prevenir conflitos, que ocorrem nas atividades de concorrência e cooperação. E a segunda de compor conflitos, que se faz através do critério jurídico.
Ponta Grossa, 29 de março de 2018
Evandro de Barros Silva
Kamila Angiéski
Willian Antunes da Silva

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