Buscar

PRF Direitos Humanos Aula 01 - Policia Rodoviária Federal

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 82 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 82 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 82 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) 
DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS 
POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS 
AULA 01 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 1 
 
 
 
 
 
 
 
POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) 
 
Prezados Alunos! 
Segue a Aula 1 de Direitos Humanos! 
Bons estudos! 
Ricardo Gomes 
 
Aula 1 
 
POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) 
DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS 
POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS 
AULA 01 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 2 
 
 
 
Foquem suas mentes e estudos para esse concurso da PRF! Vocês 
trabalharão, em breve, em uma das unidades da PRF espalhadas pelo país! Tenham fé 
e preparem-se com antecedência... 
 
 
QUADRO SINÓPTICO DA AULA: 
 
 1 Teoria geral dos direitos humanos. 1.1 Conceito, 
terminologia, estrutura normativa, fundamentação. 2 
Afirmação histórica dos direitos humanos. 
 3 Direitos humanos e responsabilidade do Estado. 
 
 
 
POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) 
DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS 
POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS 
AULA 01 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 3 
 
 
 
 
1. Teoria geral dos direitos humanos. Conceito, terminologia, 
estrutura normativa, fundamentação. Afirmação histórica dos direitos 
humanos. 
 
Gente, o assunto “Direitos Humanos” é muito controverso e, 
grande parte do público já possui conceitos ou até mesmo pré-conceitos sobre o 
tema. Quem nunca questionou, em algum momento, as ações de 
representantes dos direito humanos? “Só protegem marginal!” “Nunca se 
levantam para beneficiar o cidadão de bem!”. Em contrapartida, quase ninguém 
consegue definir o que realmente é, e como surgiram os conceitos inerentes 
aos Direitos Humanos. 
Então vejamos: humano é o indivíduo que pertence à espécie 
homo-sapiens (ou seja, homens, mulheres e crianças) e direito é tudo aquilo 
que se garante a determinado grupo, uma prerrogativa. Então, pode-se 
concluir que “Direitos Humanos” são todas as garantias e ações conferidas às 
pessoas pelo simples fato de pertencerem à espécie humana. 
Em síntese, os Direitos Humanos abarcam a maneira pela qual 
cada um de nós gostaria de ser tratados pelos nossos pares, com respeito e 
igualdade. Além disso, trata-se do direito de ser respeitado por suas ideias e 
atitudes., engloba o direito de falar o que se pensa (liberdade de 
pensamento) e o de professar a sua fé (liberdade religiosa). 
 
Ainda, de acordo com Napoleão Casado Filho: 
“Direitos Humanos são um conjunto de direitos, positivados ou não, cuja 
finalidade é assegurar o respeito à dignidade da pessoa humana, por meio 
da limitação do arbítrio estatal e do estabelecimento da igualdade nos 
pontos de partida dos indivíduos, em um dado momento histórico.” 
 
POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) 
DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS 
POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS 
AULA 01 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 4 
 
 
Nesse sentido, os Direitos Humanos abarcam os seguintes 
conceitos fundamentais: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Consoante Erivaldo da Silva Oliveira, os direitos humanos 
correspondem à somatória de valores, de atos e de normas que possibilitam 
a todos uma vida digna. 
De outro lado, André Carvalho Ramos ensina que Direitos 
Humanos podem ser conceituados como o conjunto mínimo de direitos 
necessário para assegurar uma vida ao ser humano baseada na liberdade e na 
dignidade (Direitos Humanos em juízo). 
Agora, atenção, é de relevo ressaltar que as várias fontes de 
produção e criação dos direitos humanos concorrem para um conceito em 
comum: a imperiosa necessidade de limitação e controle do Estado e a 
conseqüente consagração do primado da legalidade e da igualdade. 
Em complemento, pode-se verificar que existem diversos tipos de 
direitos e leis aplicáveis a determinados grupos de indivíduos ou segmentos 
Direitos Humanos 
Conjunto de Direitos 
Respeito à Dignidade 
da pessoa humana. 
Limite ao arbítrio estatal 
e o estabelecimento de 
igualdade dos pontos de 
partida. 
POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) 
DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS 
POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS 
AULA 01 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 5 
 
 
sociais. Por exemplo, a Lei 8.112/90 é aplicável somente aos servidores 
públicos civis da União (Estatuto dos servidores federais); a Lei 8.666/90 é 
aplicável nos casos de licitações públicas. 
No entanto, os Direitos Humanos são aplicáveis igualitariamente a 
todos aqueles pertencentes à espécie humana em qualquer lugar, 
independentemente de cor, etnia, país, governo, classe social, idade etc. 
TODOS TÊM, EXATAMENTE, OS MESMOS DIREITOS!! Não há castas, 
separação e diferenciação entre os humanos (todos são iguais perante a lei). 
Com base nessas premissas, as Nações Unidas elencaram os 
direitos inerentes à condição humana. Tais direitos foram insertos em um 
documento chamado Declaração Universal dos Direitos Humanos, que será 
estudada à frente. 
 
 
 
Aspectos Históricos dos Direitos Humanos. 
É bom destacar que, para os direitos humanos consolidarem-se e 
serem aceitos atualmente como universais a toda espécie humana, foram 
necessários muitos séculos até o estágio atual. Aliás, a construção desses 
conceitos sofreu alterações durante a formação e reconstrução das instituições 
humanas. Esses aspectos serão devidamente abordados no tópico 2 desta aula. 
No início da conformação de nossas sociedades, os direitos humanos 
não existiam. Diversas cidades guerreavam entre si, sendo que os ganhadores 
vendiam os vencidos como escravos e praticavam as mais variadas 
barbaridades. Nesse sentido, caso você estivesse do lado vitorioso “Tava tudo 
dominado” era só “Festa”. Mas, meu amigo, caso você tivesse o azar de estar 
do lado do perdedor “Tava lascado”. 
Até que, um homem Ciro “o grande” decidiu mudar aquele estado 
de coisas. Depois de conquistar a Babilônia, ele fez algo completamente 
impensável na época: libertou todos os escravos. Também anunciou que todas 
as pessoas eram livres para professar sua própria religião. Então, suas palavras 
POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) 
DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS 
POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS 
AULA 01 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 6 
 
 
foram registradas em um tablete de barro denominado cilindro de Ciro. Assim 
nasceram os direitos humanos. 
Com o tempo, os conceitos criados no momento explicitado no 
parágrafo anterior disseminaram-se em várias outras culturas. Além disso, foi 
percebido que as pessoas seguiam determinadas leis que não necessariamente 
eram expressas, identificando-se dessa forma uma maneira de agir peculiar a 
todos. Definiu-se esse modo de comportar-se em sociedade como “Lei 
Natural”. É bom frisar que, com o tempo, o conceito de “Lei Natural” 
transmutou para “Direito Natural”. No entanto, essas leis, não raramente, 
eram ignoradas por aqueles que detinham o poder. 
Todavia, na Inglaterra, no ano de 1215d.c, o Rei João sem 
terra foi obrigado a assinar a “Magna Carta” documento que, basicamente, 
limitou o poder monárquico. Esse é o primeiro instrumento1 de defesa dos 
indivíduos que pode ser considerado referência para os futuros tratados sobre 
direitos humanos. 
Assim, com a instituição da Magna Carta, o rei reconhecia e era 
compelido a não violar determinados direitos dos seus súditos. Foi um passo 
importante, mas não o decisivo porquanto não consolidou o direito a todos os 
indivíduos. Tanto é assim que, com a descoberta das Américas, os nativos não 
recebiam o tratamento humanitário devido. Muitos povos foram exterminados. 
Além disso, a escravidão ainda continuou sendo prática aceitável, oficialmente, 
em nosso país até o ano de 1888. 
Seguindo a ordem de acontecimentos no tempo, acerca da evolução 
dos Direitos Humanos na História, Norberto Bobbio, em sua obra Dicionário 
de Política, esclarece que a Inglaterra e a França tiveram papel importante na 
vitória do cidadão sobre o poder, assim: 
“O constitucionalismo moderno tem, na promulgação de um texto 
escrito contendo uma declaração dos Direitos Humanos e de 
cidadania, um dos seus momentos centrais de desenvolvimento e 
 
1
 Embora com um forte viés econômico porquanto focava na proibição de arbitrariedades na cobrança 
de impostos por parte do monarca. 
POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) 
DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS 
POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS 
AULA 01 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 7 
 
 
de conquista, que consagra as vitórias do cidadão sobre o 
poder. 
Usualmente, para determinar a origem da declaração no plano 
histórico, é costume remontar à Déclaration des droits de l`homme 
et du citoyen, votada pela Assembléia Nacional francesa em 1789, 
na qual se proclamava a liberdade e a igualdade nos direitos de 
todos os homens, reivindicavam-se os seus direitos naturais e 
imprescritíveis (a liberdade, a propriedade, a segurança, a 
resistência à opressão), em vista dos quais se constitui toda a 
associação política legítima. Na realidade, a Déclaration tinha dois 
grandes precedentes: os Bills of rights de muitas colônias 
americanas que se rebelaram em 1776 contra o domínio da 
Inglaterra e o Bill of rights inglês, que consagrava a gloriosa 
revolução de 1689. 
(...) 
Durante a Revolução Francesa foram proclamadas outras 
Déclarations (1793,1795): interessante a de 1793 pelo seu caráter 
menos individualista e mais social em nome da fraternidade, e a de 
1795, porque ao lado dos “direitos” são precisados também os 
“deveres”, antecipando assim uma tendência que tomará corpo no 
século XIX (podemos pensar nos Doveri dell`uomo, de Mazzini); a 
própria Constituição italiana tem como título da primeira parte 
“Direitos e deveres do cidadão”. 
 
Nesse ponto, podemos citar um grande marco histórico, 
importantíssimo para os Direitos Humanos, o ILUMINISMO. As ideias que 
permeavam os iluministas robusteceram o que veio a ser outro marco, a 
REVOLUÇÃO FRANCESA, que pode ser considerada mais abrangente e 
importante que a REVOLUÇÃO AMERICANA, porquanto seu caráter 
UNIVERSAL. 
Ou seja, a Revolução Francesa teve um caráter universal, pois 
não houve restrições de qualquer natureza porque os direitos eram extendidos 
POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) 
DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS 
POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS 
AULA 01 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 8 
 
 
a todos. Nesse sentido, a 1ª Carta redigida nesse momento histórico atribuía a 
todos o direito à LIBERDADE, à IGUALDADE e à FRATERNIDADE. O objetivo 
era proteger o indivíduo da arbitrariedade do Estado. Outro marco da escalada 
dos Direitos Humanos será o fim da 2ª Guerra mundial a ser comentado mais 
adiante. 
Outro ponto fundamental para o nosso estudo é a instituição, em 07 
de junho de 1628, na Inglaterra, do documento “Petition of Rights”. Esse 
documento impunha ao soberano restrições, como a cobrança e/ou aumento de 
impostos sem a autorização parlamentar, a prisão de indivíduos sem 
julgamento justo e à lei marcial. Portanto, os pontos insertos na “Petition of 
Rights” submetiam e condicionavam a autoridade do Rei ao controle e 
autorização do Parlamento Inglês. Aqui, mais uma vez, fica patente a ideia de 
proteger o indivíduo de ações arbitrárias do Estado e das autoridades. 
Portanto, pode-se considerar o documento “Petition of Rights” como 
sendo o embrião do sistema de freios e contrapesos, ou seja, a existência de 
Poderes autônomos que, ao mesmo tempo, harmonizam-se. 
Nessa direção, é importante que abordemos também a criação do 
“Habeas Corpus Act” em 1679. Esse documento visava proteger a liberdade 
de locomoção encontrando-se presente no ordenamento jurídico de diversos 
países até os dias atuais. Nesse sentido, conforme o disposto no “Habeas 
Corpus Act” de 1679, a reclamação ou requerimento escrito de determinado 
indivíduo - ou a favor de algum súdito preso (ou acusado da autoria de algum 
crime) - era submetida à apreciação do magistrado. 
Ademais, é de grande relevo destacar o documento denominado 
“Bill of Rights”. Essa carta de diretios – instituída em 16 de dezembro de 
1689 – garantia, na Inglaterra, a supremacia do Parlamento sobre a vontade 
do soberano. Nesse sentido, objetivava-se diminuir os abusos cometidos pela 
nobreza com relação aos súditos. Dessa maneira, o Bill of Rights, em sua 
essência, procurava blindar a liberdade, a vida, a propriedade privada e o poder 
parlamentar. 
Amigos, mas a história, às vezes dá uma pequena virada de tempos 
em tempos. Um jovem oficial francês, de nome Napoleão, não concordava 
POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) 
DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS 
POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS 
AULA 01 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 9 
 
 
muito com os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade. Na realidade, ele 
tinha em mente um plano para derrubar a democracia francesa, coroar-se 
imperador e “dominar o mundo”. 
Quase conseguiu, mas a Europa juntou forças e o derrotou. Só um 
comentário nesse ponto, os planos napoleônicos, salvo melhor juízo, até que 
não foram ruins para os brasileiros tendo em vista que a expansão de Napoleão 
no continente europeu forçou a família portuguesa a exilar-se (com toda sua 
côrte, no Brasil). Esse fato ajudou sobremaneira o desenvolvimento de nosso 
país2. Vamos prosseguir com nossa matéria. 
Após a derrota de Napoleão, os Direitos Humanos voltaram a ser 
um tema importante na pauta mundial. Houve a assinatura de muitos acordos 
internacionais que consolidaram os direitos humanos na Europa. No entanto, 
como já foi colocado, só na Europa. O restante do mundo era consumido em 
suas riquezas (tanto materiais como culturais). Os habitantes das Colônias, 
principalmente os nativos das Américas e África, em sua maioria eram mortos 
ou escravizados pelos impérios europeus em crescimento. 
Com o tempo, várias colônias europeias nas Américas se revoltaram 
conseguindo sua independência, quase sempre de maneira violenta. Nesse 
ambiente conturbado, um homem se destacou na luta a favor dos direitos 
humanos: Mahatma Gandhi, que liderou o povo indiano em uma revolução 
pacífica contra a opressão do império Britânico. Nesse sentido, insistiu que 
todos os povos do mundo tinha o direito de seremrespeitados, não só os 
europeus. Por fim, mesmo os europeus começaram a concordar com essa ideia. 
Todavia, mais uma vez, as coisas não transcorreriam de forma 
tranquila, 2 Guerras eclodiram. Na 2ª grande guerra, o nazismo tomou força. 
O conceito de superioridade entre “raças” (?!) cresceu na Alemanha nazista. 
Esse julgamento equivocado levou ao extermínio de milhões de judeus e 
pessoas de diversas nações. O flagelo humano extendeu-se à toda a Europa. O 
mundo nunca havia presenciado destruição de tamanha magnitude. 
Com o fim da guerra e derrota da Alemanha nazista e de seus 
 
2
 Para os curiosos sobre o tema, recomendo a leitura do livro 1808 de autoria do escritor Laurentino Gomes. 
POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) 
DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS 
POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS 
AULA 01 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 10 
 
 
aliados, as nações vencedoras pensaram em vários mecanismos que evitassem 
uma catástrofe da mesma natureza no futuro e mantivessem a paz no mundo. 
Um deles foi a criação das Nações Unidas (ONU), que primava pelo 
fortalecimento dos Direitos Humanos. Portanto, podemos considerar o fim da 
2ª grande guerra e a criação das Nações Unidas o 3º Marco histórico na 
evolução dos Direitos Humanos juntamente com o Iluminismo e a Revolução 
Francesa. 
É importante destacar que a criação das Nações Unidas teve como 
foco não apenas a manutenção da paz internacional, mas também desenvolver 
a igualdade entre os povos. Isso porque a redução das desigualdades é fator 
sine qua non para a paz entre os Estados. 
Apesar de todo esse histórico de ações que corroboraram para a 
afirmação de valores de respeito à vida e à liberdade, os documentos até então 
convencionados conceituavam os direitos humanos, não raramente, de 
pespectivas diferentes. Com o intuito de consolidar os conceitos, em 10 de 
dezembro de 1948, foi Adotada e proclamada, pela resolução 217 A (III) da 
Assembléia Geral das Nações Unidas, a Declaração Universal dos Direitos 
Humanos. 
Pessoal, é bom deixar claro que, apesar de toda essa evolução 
conceitual, muitos desses direitos não são respeitados. O fato é que a 
Declaração Universal dos Direitos Humanos NÃO TEM força de lei, 
portanto tem caráter apenas enunciativo e principiológico! Entretanto, a 
Declaração Universal dos Direitos Humanos RECOMENDA que todos os países 
integrantes da ONU sigam seus preceitos. 
Além de ser uma RECOMENDAÇÃO, a Declaração Universal dos 
Direitos do Homem de 1948 também se afigura como um CERTIFICADO DE 
PRINCÍPIOS HUMANITÁRIOS que devem ser seguidos. Apesar de não 
possuir caráter vinculante e com força de lei, a Declaração de 1948 é hoje o 
principal instituto de proteção do indivíduo. 
Em resumo, a Declaração Universal dos Direitos Humanos não é 
vinculante, não tem força de lei, mas guarda apenas um caráter 
enunciativo, de recomendação e princípios gerais a serem aplicáveis por 
POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) 
DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS 
POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS 
AULA 01 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 11 
 
 
cada Estado. 
Por fim, cabem os seguintes comentários acerca dos fundamentos 
dos direitos humanos. Primeiro, é ponto pacífico nessa conversa que os 
direitos humanos estão fudamentados na DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA. 
Também, da Declaração Universal dos Direitos Humanos, decorrem 3 
princípios fundamentais: 
1) Inviolabilidade da pessoa humana; 
2) Autonomia da pessoa humana; 
3) Dignidade da pessoa humana. 
No entanto, diversos teóricos que se debruçaram sobre o tema 
formaram dois grupos com pensamentos opostos. Uns abraçaram o 
POSITIVISMO e outros o JUSNATURALISMO, como fundamentos dos 
Direitos Humanos. 
Fundamentos dos Direitos Humanos: 
 Positivistas; 
 Jusnaturalistas. 
Na defesa do POSITIVISMO temos dois renomados autores: Hans 
Kelsen e Norberto Bobbio. Suas obras defendem a historicidade do 
direito, ou seja, o direito NÃO tem caráter absoluto, ele é mutável (de acordo 
com a evolução das sociedades e seus pontos de vista) no que concerne à 
cultura, à moral, à economia etc. Portanto, na visão desses autores, é inócuo 
atribuir um caráter imutável, ou até mesmo eterno no tempo e no espaço aos 
regramentos que orientam as diversas sociedades. De acordo com Norberto 
Bobbio, os direitos humanos não nascem todos de uma vez, nem de uma vez 
por todas. 
Além disso, o Positivismo defende o caráter coercivo das normas. 
Para os positivistas, não há que se falar de eficácia de um dispositivo caso o 
não possa ser imposto aos indivíduos. Ora, se uma norma não é obrigatória, 
não passa de mera expectativa de conduta, tornando o futuro desse 
regramento bastante incerto. Nesse sentido, os positivistas defendem a 
POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) 
DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS 
POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS 
AULA 01 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 12 
 
 
inserção dos dispositivos relacionados aos direitos humanos na Lei máxima de 
cada Estado (nas Constituições). Além disso, os mesmo dispositivos devem 
ser insertos em tratados e convenções internacionais de direitos humanos para 
solidificar seus preceitos. 
Nesse sentido, Norberto Bobbio aventa que, tendo em vista a 
superação da fase de positivação dos direitos humanos, o foco deva ser 
demovido da fundamentação para a efetividade dos mesmos. Ou seja, devem 
ser pensados mecanismos para a real aplicação dos direitos humanos. 
Já o JUSNATURALISMO, defendido por autores como Dalmo de 
Abreu Dallari e Fábio Konder Comparato, apontam o indivíduo como 
centro e fundamento absoluto dos direitos humanos. Assim, nem o tempo, nem 
a diversidade de culturas, nem a localização geográfica podem extirpar do ser 
humano seus direitos. Nesse sentido, a dignidade do ser humano é alçada a 
princípio intangível que deve ser resguardado por todos. 
Essa linha de pensamento mostra-se bastante coerente, porquanto 
toda prática que mutila, diminui ou exclui indivíduos colabora para o flagelo 
humano, para a dor das pessoas. Então, tudo que implicar em dor aos 
indivíduos deve ser totalmente condenado pela humanidade. Seguindo esse 
raciocínio, os direitos humanos não foram criados pelos homens ou mesmo 
pelos Estados, eles já existiam como pressupostos inerentes à pessoa humana. 
Dessa forma, os direitos humanos deveriam ser um conjunto de 
normas asseguradoras do bem-estar humano primando por sua dignidade 
(junção dos 2 fundamentos dos Direitos Humanos: Positivista e 
Jusnaturalista). 
Ainda com relação aos fundamentos dos direitos humanos é 
importante conhecer dois pensamentos (divergentes também) acerca do 
assunto: o UNIVERSALISMO e o RELATIVISMO. Em uma breve síntese 
pode-se dizer que o UNIVERSALISMO adere ao JUSNATURALISMO e o 
RELATIVISMO ao POSITIVISMO. 
Assim, no pensamento Universalista, os direitos humanos estão 
em patamar acima das Leis, da cultura, do Estado. Também é plausível a 
aplicação da coercitividade para obrigar um Estado soberano a seguir os 
POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) 
DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS 
POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS 
AULA 01 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 13ditames insertos na Declaração Universal dos Direitos Humanos. 
O Relativismo opõe-se às conclusões externalizadas pelo 
pensamento Universalista. Segundo a linha do Relativismo, o Direito é uma 
produção cultural dependente do desenvolvimento dos povos na história. Nesse 
sentido, há que se respeitar o multiculturalismo e a soberania dos povos. 
Universalizar os direitos humanos seria impor uma lógica cristã e ocidental ao 
restante do globo. 
 
 
 
 
 
Declaração Universal dos Direitos Humanos. 
 
Apesar de todo esse histórico de acontecimentos e ações que 
corroboraram para a afirmação de valores de respeito à vida e à liberdade, os 
documentos até então convencionados entendiam os direitos humanos, não 
raramente, de pespectivas diferentes. Com o intuito de consolidar conceitos, em 
10 de dezembro de 1948, foi adotada e proclamada pela Resolução 217-A 
(III) da Assembléia Geral das Nações Unidas a Declaração Universal dos 
Direitos Humanos. 
Historicamente, com o surgimento dos direitos humanos sobreveio a 
necessidade de mitigar o poder estatal, em face da proteção dos direitos da 
pessoa humana. Assim, em um 1º momento, os direitos humanos surgiram 
como tutela às liberdades individuais, resguardando as pessoas das ações 
abusivas do Estado. 
Dessa forma, foi imposto ao Estado as liberdades NEGATIVAS, ou 
seja, o dever de abster-se e de não interferir nas liberdades individuais. Com 
o aparecimento dos direitos humanos, houve uma ampliação da autonomia do 
POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) 
DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS 
POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS 
AULA 01 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 14 
 
 
indivíduo. 
Nesse ponto, como visto anteriormente, podemos definir como 
antecedentes formais das declarações dos direitos humanos a Magna Carta de 
1215, a Petition of Rights de 1628 e o Habeas Corpus Act de 1679. 
Atenção! 
Como visto, é de relevo ressaltar que as várias fontes de produção e 
criação dos direitos humanos concorrem para um conceito em comum: a 
imperiosa necessidade de limitação e controle do Estado e a consequente 
consagração do primado da legalidade e da igualdade. 
Nesse contexto, sucedeu a assinatura da Declaração Universal 
dos Direitos Humanos - no ano de 1948 – que constituiu o marco da criação 
do movimento moderno dos direitos humanos. As crueldades praticadas na 
II Grande Guerra deram azo para que se firmasse um entendimento global 
acerca da necessidade de se respeitar os direitos humanos. 
Repise-se, a Resolução 217 A (III) da Assembleia Geral das 
Nações Unidas proclamou, em Paris no dia 10 (dez) de dezembro de 1948, a 
Declaração Universal dos Direitos Humanos3. 
Examinando esse período histórico, Celso Lafer observou que a 
Declaração Universal significou a passagem da condição do ser humano de 
“súdito” para “cidadão” no plano internacional. Ainda de acordo com seu 
entendimento, a Declaração representa um evento inaugural, analogamente ao 
ocorrido quando das Revoluções Americana e Francesa. 
Não obstante a diversidade de entendimento acerca da força 
normativa da Declaração Universal, seu cunho vinculante pode ser 
comprovado internacional e nacionalmente. Seguindo essa compreensão, 
Cortes Supremas (Ex: STF no Brasil) de nações diferentes já fundamentaram 
seu entendimento em normativos insculpidos na Declaração Universal. 
Vale ressaltar que o nosso Supremo Tribunal Federal – STF, já 
 
3
René Samuel Cassin (jurista francês) é considerado por muitos como sendo a personalidade mais influente na 
elaboração da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Por seu trabalho na construção desse normativo, recebeu o 
Prêmio Nobel da Paz em 1968. 
POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) 
DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS 
POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS 
AULA 01 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 15 
 
 
citou, por diversas vezes, a Declaração como fundamento para suas decisões. 
Inclusive, com relação ao Habeas Corpus - HC, as últimas decisões proferidas 
pelo STF permitem a impetração de HC com o fito de desentranhar dos autos 
do processo provas obtidas por meio ilícito, que possam resultar na prisão do 
réu. 
Fortalecendo esse entendimento, Napoleão Casado Filho ensina que 
“No Direito Internacional, suas regras são consideradas normas cogentes que 
nenhum Estado pode deixar de observar (jus cogens)”. 
Por fim, a Emenda Constitucional 45/2004 introduziu no art. 5º, 
§ 3º, os tratados e convenções internacionais de DIREITOS HUMANOS com 
status de emenda constitucional, caso sejam aprovados formalmente pelas 2 
Casas do Congresso Nacional (Senado e Câmara), em 2 Turnos, por 3/5 
dos votos dos membros. 
Assim, para que os tratados e convenções internacionais de 
Direitos Humanos tenham status de emendas constitucionais, devem-se 
preencher os seguintes requisitos: 
a) Ser aprovados pelas 2 Casas do Congresso Nacional 
(Senado e Câmara); 
b) 2 Turnos de votação (não votação única); 
c) Aprovação por pelo menos 3/5 dos votos dos membros de 
cada Casa Legislativa. 
 
CF-88 
Art. 5 
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos 
humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso 
Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos 
membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. 
Porém, nunca esquecer que tratados e convenções internacionais 
de DIREITOS HUMANOS aprovados por procedimento comum têm status 
POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) 
DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS 
POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS 
AULA 01 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 16 
 
 
apenas de normas infraconstitucionais. 
 
 
 
INFLUÊNCIA DA DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS 
HUMANOS 
INTERNACIONAL INTERNA 
 Influência a construção 
de tratados que 
protegem os Direitos 
Humanos. 
 Fundamenta a jurisprudência de 
Tribunais como, por exemplo, o 
STF; 
 Os Direitos presentes em seu 
texto serviram de molde para 
diversos artigos de nossa 
Constituição; 
 Serve como modelo de cunho 
valorativo para a interpretação 
dos normativos pátrios que 
disponham sobre Direitos 
Humanos; 
 Quando seguem o mesmo trâmite 
de aprovação das emendas 
constitucionais, os tratados e 
convenções internacionais sobre 
direitos humanos adquirem a 
força de normas 
constitucionais (não apenas 
infraconstitucionais). 
 
Com relação ao texto da Declaração dos Direitos Humanos, vale 
POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) 
DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS 
POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS 
AULA 01 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 17 
 
 
ressaltar a importância dada à dignidade da pessoa humana, que é elevada 
a fundamento da liberdade, da justiça e da paz mundial no seu preâmbulo. 
Nesse sentido, ela enumera uma série de direitos que, juntos, 
consubstanciam um ideal a ser perseguido e uma meta a ser atingida por todas 
as nações do mundo. Com isso, a Declaração inaugurou o recente movimento 
mundial que visa à promoção do respeito aos direitos nela insculpidos. 
 
COMPOSIÇÃO DA DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS 
Preâmbulo (constituído de 07 considerandos) +30 (trinta) artigos 
 
Outro aspecto importante a ser tratado é a divisão de assuntos na 
Declaração Universal. No seu texto, fica evidente a divisão entre: 
 LIBERDADES PÚBLICAS (direitos CIVIS E POLÍTICOS, 
que posteriormente serão chamados de direitos de 1ª 
Geração) – abarcados nos artigos I ao XXI, e os 
 DIREITOS SOCIAIS, ECONÔMICOS E CULTURAIS 
(chamados direitos de 2ª Geração) – insertos nos artigos 
XXII e XXVII. 
Desse modo, pode-se dizer que Declaração Universal dos Direitos 
Humanos tem estrutura bipartite. 
A seguir disponho 2 tabelas que referenciam os direitos garantidos 
pela Declaração Universal e os respectivos artigos que os abrangem: 
 
 
Liberdades Públicas (1ª Geração): 
POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) 
DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS 
POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS 
AULA 01 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 18 
 
 
DIREITOS CIVIS E POLÍTICOS 
(Representam as conquistas das 
chamadas Revoluções Liberais do 
século XVIII) 
Artigo da Declaração Universal 
Igualdade de todos perante a lei Art. I, art. II e art. VII 
Direito à vida e à liberdade Art. III 
Presunção de inocência Art. IX 
Direito à intimidade Art. XII 
Liberdade de religião Art. XVIII 
Liberdade de expressão Art. XIX 
Liberdade de associação Art. XX 
 
Direitos sociais, econômicos e culturais (2ª Geração): 
DIREITOS ECONÔMICOS, 
SOCIAIS E CULTURAIS 
(Derivam das conquistas 
alcançadas nos séculos XIX e XX – 
Revolução Socialista) 
Artigo da Declaração 
Universal 
Segurança social Art. XXII e art. XXV 
Trabalho Art. XXIII 
POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) 
DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS 
POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS 
AULA 01 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 19 
 
 
Repouso e lazer Art. XXIV 
Educação Art. XXVI 
 
Antes de seguirmos adiante, vale uma breve explicação acerca do 
que seriam os Direitos de 1ª, 2ª e 3ª gerações. Primeiramente, é de bom 
alvitre expor que, estudiosos dos direitos humanos fundamentais divergem 
sobre a utilização da expressão "GERAÇÃO", com o fito de denotar o processo 
de consolidação desses direitos. 
Nesse sentido, alguns acham melhor utilizar o termo "DIMENSÃO", 
porquanto entendem que ao utilizarmos “GERAÇÃO” seria transmitida a ideia 
errada de que os direitos humanos anteriores seriam substituídos pela próxima 
geração, o que não ocorre. 
Seguindo esse raciocínio, a expressão "DIMENSÃO" favorece a 
compreensão de que os direitos humanos são complementares, que não há 
sobreposição de um aos demais, mas sim acumulação e expansão. Debates à 
parte segue um quadro ilustrativo sobre os Direitos de 1ª, 2ª e 3ª 
gerações/dimensões: 
 
GERAÇÃO/DIMENSÃO DIREITOS 
1ª 
CIVIS E POLÍTICOS - fundamentados na 
LIBERDADE (são os direitos e garantias individuais 
e políticos clássicos - liberdades públicas) 
POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) 
DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS 
POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS 
AULA 01 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 20 
 
 
2ª SOCIAIS, ECONÔMICOS e CULTURAIS 
3ª 
SOLIDARIEDADE OU FRATERNIDADE (Direito ao 
meio ambiente, ao Desenvolvimento e à Paz). 
Cabe informar que parte da doutrina incluiu mais 2 
gerações/dimensões de direitos fundamentais: 
GERAÇÃO/DIMENSÃO DIREITOS 
4ª Democracia, informação e pluralismo 
5ª Direito à PAZ 
Observação: Os direitos de 1ª dimensão não são, em hipótese 
alguma, inferiores aos demais! NÃO há hierarquia entre as gerações de 
direitos humanos! 
Uma outra característica observada na Declaração Universal é o não 
estabelecimento de mecanismos para fazer cumprir os direitos nela 
insculpidos (não possui meios coercitivos para impor a sua observância). 
Entretanto, convoca todo cidadão a lutar para a implementação, promoção e 
respeito aos direitos nela previstos. Nesse sentido, incentiva que os países 
envidem esforços no sentido de tornar efetivas ações para ampliar 
progressivamente os direitos dos cidadãos (caráter de recomendação!). 
No mais, a doutrina majoritária elenca as seguintes 
CARACTERÍSTICAS como inerentes aos DIREITOS HUMANOS: 
CARACTERÍSTICA CONCEITO 
POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) 
DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS 
POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS 
AULA 01 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 21 
 
 
UNIVERSALIDADE; 
GENERALIDADE; 
IMPESSOALIDADE 
Alcançam a todos os seres humanos, 
indistintamente, independente de sua 
raça, sexo, cor, nacionalidade, credo ou 
convicção. Todo e qualquer ser humano 
é sujeito ativo desses direitos, podendo 
pleiteá-lo em qualquer foro nacional ou 
internacional (parágrafo 5º da 
Declaração e Programa de Ação de Viena 
de 1993). 
INDIVISIBILIDADE 
Não podem ser analisados 
separadamente (ISOLADAMENTE). 
Compõem um único conjunto de direitos 
(parágrafo 5º da Declaração e Programa 
de Ação de Viena de 1993). 
INTERDEPENDÊNCIA 
Os direitos estão vinculados uns aos 
outros (parágrafo 5º da Declaração e 
Programa de Ação de Viena de 1993). 
INTER-
RELACIONARIDADE 
Os direitos humanos e os sistemas de 
proteção inter-relacionam-se, 
possibilitando às pessoas escolherem 
entre o mecanismo de proteção global 
ou regional, pois não há hierarquia entre 
eles (parágrafo 5º da Declaração e 
Programa de Ação de Viena de 1993). 
IMPRESCRITIBILIDADE 
Tais direitos não se perdem com o 
passar do tempo, com o decurso de 
prazo. Os direitos humanos não sofrem 
alterações com o decurso do tempo, pois 
têm caráter ETERNO. São anteriores, 
concomitantes e posteriores aos 
POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) 
DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS 
POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS 
AULA 01 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 22 
 
 
indivíduos. 
INDIVIDUALIDADE 
Podem ser exercidos por apenas 1 
indivíduo. 
COMPLEMENTARIDADE 
Os direitos humanos devem ser 
interpretados em conjunto, NÃO 
havendo HIERARQUIA entre eles. 
RELATIVIDADE 
Os direitos humanos podem ser 
exercidos simultaneamente, não 
encontrado limitações nos demais 
direitos. Assim, havendo conflito entre 
direitos é necessária uma solução que 
ajuste os direitos envolvidos 
(ponderação dos direitos em questão). 
INVIOLABILIDADE 
Não podem ser violados por leis 
infraconstitucionais, nem por ato de 
autoridade do Poder Público, sob pena 
de responsabilidade civil, penal e 
administrativa. Os direitos humanos não 
podem ser descumpridos ou violados por 
nenhuma pessoa ou autoridade. 
INDISPONIBILIDADE 
Não se pode dispor desses direitos 
(abrir mão, renunciar). 
INALIENABILIDADE 
Os direitos humanos não podem ser 
vendidos, transferidos ou, de 
qualquer forma, negociados. Ou seja, 
não existe possibilidade de 
transferência, a qualquer título (seja a 
título gratuito ou oneroso), desses 
direitos. Nesse sentido, não podem ser 
POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) 
DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS 
POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS 
AULA 01 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof.Ricardo Gomes 23 
 
 
objeto de comércio ou transferidos de 
indivíduo para indivíduo. 
HISTORICIDADE 
Os direitos humanos apresentam 
natureza histórica, advindo do 
Cristianismo, superando diversas 
revoluções até chegarem aos dias 
atuais. Estão vinculados ao 
desenvolvimento histórico e cultural do 
ser humano. 
IRRENUNCIABILIDADE 
Deles não pode haver renúncia, pois 
ninguém pode abrir mão da própria 
natureza. Não se pode renunciar aos 
direitos humanos. Eles são inerentes 
à pessoa humana. Ressalte-se que 
essa é uma discussão que gera muita 
controvérsia. Exemplos: Eutanásia e 
aborto. 
VEDAÇÃO DO 
RETROCESSO 
O Estado não pode proteger menos do 
que já protege. Uma vez estabelecidos 
os direitos humanos, não se admite o 
retrocesso visando a sua limitação ou 
diminuição (art. 4º, parágrafo 3º, da 
Convenção Americana sobre Direitos 
Humanos – não se pode restabelecer a 
pena de morte nos Estados que a hajam 
abolido). 
INERÊNCIA 
Os direitos humanos são inerentes ou 
inatos (naturalmente ligados) aos seres 
humanos, desde a sua concepção e 
nascimento com vida. 
POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) 
DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS 
POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS 
AULA 01 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 24 
 
 
EFETIVIDADE 
O Estado deve garantir a efetivação 
dos direitos humanos (no mínimo, os 
direitos civis e políticos). Ou seja, o 
Poder Público constituído deve criar 
mecanismos coercitivos para a garantia 
dos direitos humanos. 
ESSENCIALIDADE 
Os direitos humanos são essenciais por 
excelência, na medida em que são 
inerentes ao ser humano, tendo por 
base os valores supremos do homem e 
sua dignidade (aspecto material), 
assumindo posição normativa de 
destaque (aspecto formal). São 
essenciais aos seres humanos, 
podendo ser dividido em: 
 Direitos Humanos MATERIAIS -
constituem a dignidade da 
pessoa humana) 
 Direitos Humanos FORMAIS - 
prevalecem em face da 
legislação interna para 
proteger as pessoas – art. 7º, 
parágrafo 7º da Convenção 
Americana de Direitos Humanos – 
prisão civil só para devedor de 
alimentos – RE 466.343 e Súmula 
Vinculante 25). 
LIMITABILIDADE 
ATENÇÃO!!! Os direitos humanos 
NÃO são ABSOLUTOS, pois sofrem 
restrições nos momentos constitucionais 
de crise (Liberdade ambulatória x Estado 
POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) 
DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS 
POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS 
AULA 01 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 25 
 
 
de Sítio) e também frente aos interesses 
ou direitos que, acaso confrontados, 
sejam mais importantes (Princípio da 
Ponderação). Desse modo, os direitos 
humanos podem ser limitados em 
situações excepcionais previstas nas 
legislações, como, por exemplo, a prisão 
de um indivíduo que cometeu um delito 
(limitação da liberdade de ir e vir). No 
Brasil, é possível limitar o direito de 
reunião nos casos de estado de defesa e 
de estado de sítio (artigos 136 e 139 da 
CF/88, respectivamente). 
INESGOTABILIDADE OU 
INEXAURIBILIDADE 
São inesgotáveis no sentido de que 
podem ser expandidos, ampliados, 
sendo que a qualquer tempo podem 
surgir novos direitos (vide art. 5º, 
parágrafo 2º, da C.F.). Os direitos 
humanos não são elencados em um rol 
fechado ou limitado, podendo ser 
ampliados de acordo com a evolução 
histórica da sociedade. 
CONCORRÊNCIA 
Os direitos fundamentais podem ser 
exercidos de forma acumulada, quando, 
por exemplo, um jornalista transmite 
uma notícia e expõe sua opinião 
(liberdade de informação + comunicação 
+ opinião). É possível o seu exercício 
concomitante ou simultaneamente 
(direito de reunião e manifestação, entre 
outros). 
 
POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) 
DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS 
POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS 
AULA 01 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 26 
 
 
Pelo todo exposto, pode-se inferir que a Declaração Universal dos 
Direitos Humanos instituiu as bases dos direitos que deveriam ser inerentes a 
toda humanidade. Com isso, a vontade dos detentores do poder foi, de certa 
forma, limitada, conquanto “autoridade suprema”, dando lugar a um 
conjunto de direitos com fulcro no ideário de justiça na perspectiva dos 
governados. Esta foi a transformação do “servo” em “cidadão” munido de 
garantias que lhe assegurem liberdade, igualdade e fraternidade. 
 
Texto da Declaração Universal dos Direitos Humanos: 
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS 
Adotada e proclamada pela resolução 217 A (III) da Assembléia 
Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro de 1948 
Preâmbulo 
Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada 
como o reconhecimento a qualquer Estado, grupo ou pessoa, do 
direito de exercer qualquer atividade ou praticar qualquer ato 
destinado à destruição de quaisquer dos direitos e liberdades aqui 
estabelecidos. 
Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos 
os membros da família humana e de seus direitos iguais e 
inalienáveis é o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no 
mundo, 
Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos direitos 
humanos resultaram em atos bárbaros que ultrajaram a consciência 
da Humanidade e que o advento de um mundo em que os homens 
gozem de liberdade de palavra, de crença e da liberdade de viverem 
a salvo do temor e da necessidade foi proclamado como a mais alta 
aspiração do homem comum, 
Considerando essencial que os direitos humanos sejam protegidos 
POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) 
DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS 
POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS 
AULA 01 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 27 
 
 
pelo Estado de Direito, para que o homem não seja compelido, 
como último recurso, à rebelião contra tirania e a opressão, 
Considerando essencial promover o desenvolvimento de relações 
amistosas entre as nações, 
Considerando que os povos das Nações Unidas reafirmaram, na 
Carta, sua fé nos direitos humanos fundamentais, na dignidade e no 
valor da pessoa humana e na igualdade de direitos dos homens e 
das mulheres, e que decidiram promover o progresso social e 
melhores condições de vida em uma liberdade mais ampla, 
Considerando que os Estados-Membros se comprometeram a 
desenvolver, em cooperação com as Nações Unidas, o respeito 
universal aos direitos humanos e liberdades fundamentais e a 
observância desses direitos e liberdades, 
Considerando que uma compreensão comum desses direitos e 
liberdades é da mis alta importância para o pleno cumprimento 
desse compromisso, 
A Assembléia Geral proclama 
A presente Declaração Universal dos Diretos Humanos como o ideal 
comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, com o 
objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade, tendo 
sempre em mente esta Declaração, se esforce, através do ensino e 
da educação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades, 
e, pela adoção de medidas progressivas de caráter nacional e 
internacional, por assegurar o seu reconhecimento e a sua 
observância universais e efetivos, tanto entre os povos dospróprios 
Estados-Membros, quanto entre os povos dos territórios sob sua 
jurisdição. 
Artigo I 
Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. 
São dotadas de razão e consciência e devem agir em relação umas 
às outras com espírito de fraternidade. 
POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) 
DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS 
POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS 
AULA 01 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 28 
 
 
Artigo II 
Toda pessoa tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades 
estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, 
seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra 
natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou 
qualquer outra condição. 
Artigo III 
Toda pessoa tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal. 
Artigo IV 
Ninguém será mantido em escravidão ou servidão, a escravidão e o 
tráfico de escravos serão proibidos em todas as suas formas. 
Artigo V 
Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo 
cruel, desumano ou degradante. 
Artigo VI 
Toda pessoa tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecida 
como pessoa perante a lei. 
Artigo VII 
Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, 
a igual proteção da lei. Todos têm direito a igual proteção contra 
qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra 
qualquer incitamento a tal discriminação. 
Artigo VIII 
Toda pessoa tem direito a receber dos tributos nacionais 
competentes remédio efetivo para os atos que violem os direitos 
fundamentais que lhe sejam reconhecidos pela constituição ou pela 
lei. 
Artigo IX 
Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado. 
POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) 
DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS 
POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS 
AULA 01 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 29 
 
 
Artigo X 
Toda pessoa tem direito, em plena igualdade, a uma audiência justa 
e pública por parte de um tribunal independente e imparcial, para 
decidir de seus direitos e deveres ou do fundamento de qualquer 
acusação criminal contra ele. 
Artigo XI 
1. Toda pessoa acusada de um ato delituoso tem o direito de ser 
presumida inocente até que a sua culpabilidade tenha sido provada 
de acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe tenham sido 
asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa. 
2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão que, 
no momento, não constituíam delito perante o direito nacional ou 
internacional. Tampouco será imposta pena mais forte do que 
aquela que, no momento da prática, era aplicável ao ato delituoso. 
Artigo XII 
Ninguém será sujeito a interferências na sua vida privada, na sua 
família, no seu lar ou na sua correspondência, nem a ataques à sua 
honra e reputação. Toda pessoa tem direito à proteção da lei contra 
tais interferências ou ataques. 
Artigo XIII 
1. Toda pessoa tem direito à liberdade de locomoção e residência 
dentro das fronteiras de cada Estado. 
2. Toda pessoa tem o direito de deixar qualquer país, inclusive o 
próprio, e a este regressar. 
Artigo XIV 
1.Toda pessoa, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e 
de gozar asilo em outros países. 
2. Este direito não pode ser invocado em caso de perseguição 
legitimamente motivada por crimes de direito comum ou por atos 
contrários aos propósitos e princípios das Nações Unidas. 
POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) 
DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS 
POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS 
AULA 01 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 30 
 
 
Artigo XV 
1. Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade. 
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem 
do direito de mudar de nacionalidade. 
Artigo XVI 
1. Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer retrição de 
raça, nacionalidade ou religião, têm o direito de contrair matrimônio 
e fundar uma família. Gozam de iguais direitos em relação ao 
casamento, sua duração e sua dissolução. 
2. O casamento não será válido senão com o livre e pleno 
consentimento dos nubentes. 
Artigo XVII 
1. Toda pessoa tem direito à propriedade, só ou em sociedade com 
outros. 
2.Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade. 
Artigo XVIII 
Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento, consciência e 
religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou 
crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo 
ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou 
coletivamente, em público ou em particular. 
Artigo XIX 
Toda pessoa tem direito à liberdade de opinião e expressão; este 
direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de 
procurar, receber e transmitir informações e idéias por quaisquer 
meios e independentemente de fronteiras. 
Artigo XX 
1. Toda pessoa tem direito à liberdade de reunião e associação 
pacíficas. 
POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) 
DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS 
POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS 
AULA 01 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 31 
 
 
2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação. 
Artigo XXI 
1. Toda pessoa tem o direito de tomar parte no governo de seu 
país, diretamente ou por intermédio de representantes livremente 
escolhidos. 
2. Toda pessoa tem igual direito de acesso ao serviço público do seu 
país. 
3. A vontade do povo será a base da autoridade do governo; esta 
vontade será expressa em eleições periódicas e legítimas, por 
sufrágio universal, por voto secreto ou processo equivalente que 
assegure a liberdade de voto. 
Artigo XXII 
Toda pessoa, como membro da sociedade, tem direito à segurança 
social e à realização, pelo esforço nacional, pela cooperação 
internacional e de acordo com a organização e recursos de cada 
Estado, dos direitos econômicos, sociais e culturais indispensáveis à 
sua dignidade e ao livre desenvolvimento da sua personalidade. 
Artigo XXIII 
1.Toda pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, 
a condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o 
desemprego. 
2. Toda pessoa, sem qualquer distinção, tem direito a igual 
remuneração por igual trabalho. 
3. Toda pessoa que trabalhe tem direito a uma remuneração justa e 
satisfatória, que lhe assegure, assim como à sua família, uma 
existência compatível com a dignidade humana, e a que se 
acrescentarão, se necessário, outros meios de proteção social. 
4. Toda pessoa tem direito a organizar sindicatos e neles ingressar 
para proteção de seus interesses. 
Artigo XXIV 
POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) 
DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS 
POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS 
AULA 01 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 32 
 
 
Toda pessoa tem direito a repouso e lazer, inclusive a limitação 
razoável das horas de trabalho e férias periódicas remuneradas. 
Artigo XXV 
1. Toda pessoa tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar 
a si e a sua família saúde e bem estar, inclusive alimentação, 
vestuário, habitação,cuidados médicos e os serviços sociais 
indispensáveis, e direito à segurança em caso de desemprego, 
doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos 
meios de subsistência fora de seu controle. 
2. A maternidade e a infância têm direito a cuidados e assistência 
especiais. Todas as crianças nascidas dentro ou fora do matrimônio, 
gozarão da mesma proteção social. 
Artigo XXVI 
1. Toda pessoa tem direito à instrução. A instrução será gratuita, 
pelo menos nos graus elementares e fundamentais. A instrução 
elementar será obrigatória. A instrução técnico-profissional será 
acessível a todos, bem como a instrução superior, esta baseada no 
mérito. 
2. A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento 
da personalidade humana e do fortalecimento do respeito pelos 
direitos humanos e pelas liberdades fundamentais. A instrução 
promoverá a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as 
nações e grupos raciais ou religiosos, e coadjuvará as atividades das 
Nações Unidas em prol da manutenção da paz. 
3. Os pais têm prioridade de direito n escolha do gênero de 
instrução que será ministrada a seus filhos. 
Artigo XXVII 
1. Toda pessoa tem o direito de participar livremente da vida 
cultural da comunidade, de fruir as artes e de participar do processo 
científico e de seus benefícios. 
POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) 
DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS 
POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS 
AULA 01 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 33 
 
 
2. Toda pessoa tem direito à proteção dos interesses morais e 
materiais decorrentes de qualquer produção científica, literária ou 
artística da qual seja autor. 
Artigo XVIII 
Toda pessoa tem direito a uma ordem social e internacional em que 
os direitos e liberdades estabelecidos na presente Declaração 
possam ser plenamente realizados. 
Artigo XXIX 
1. Toda pessoa tem deveres para com a comunidade, em que o livre 
e pleno desenvolvimento de sua personalidade é possível. 
2. No exercício de seus direitos e liberdades, toda pessoa estará 
sujeita apenas às limitações determinadas pela lei, exclusivamente 
com o fim de assegurar o devido reconhecimento e respeito dos 
direitos e liberdades de outrem e de satisfazer às justas exigências 
da moral, da ordem pública e do bem-estar de uma sociedade 
democrática. 
3. Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese alguma, ser 
exercidos contrariamente aos propósitos e princípios das Nações 
Unidas. 
Artigo XXX 
Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada 
como o reconhecimento a qualquer Estado, grupo ou pessoa, do 
direito de exercer qualquer atividade ou praticar qualquer ato 
destinado à destruição de quaisquer dos direitos e liberdades aqui 
estabelecidos. 
 
 
 
 
POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) 
DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS 
POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS 
AULA 01 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 34 
 
 
 
 
 
2. Direitos Humanos e Responsabilidade do Estado. 
 
 
Nesse tomo, já faremos a iniciação do estudo da responsabilidade 
do Estado e direitos humanos. 
Todos os instrumentos que impliquem na defesa do indivíduo são, 
de uma forma ou de outra, delimitadores da ação do Estado. Inicialmente, a 
Magna Carta de 1215 (que o Rei João sem terra foi compelido a assinar) 
estabeleceu uma limitação do poder Estatal - naquele momento 
representado pelo Rei. 
No princípio, o Estado era autocrático e tirano, não tinha seus 
poderes delimitados. Com efeito, conforme entendimento exarado por Carl 
Schmitt, a criação da Magna Carta Inglesa de 1215 serviu como fronteira e 
acabou por retirar do Estado (leia-se, Monarca) o poder uníssono que 
exercia sobre seus populares. Essa fase foi caracterizada por um não fazer 
estatal, tendo em vista que o Estado se viu impedido de atuar em 
determinadas situações, o que garantiu aos cidadãos certa liberdade de ação. 
Todavia, há outra corrente doutrinária que atribui o momento da 
passagem do Estado totalitário para o libertário pelo advento da Revolução 
Francesa, quando foram apregoados os valores da tríade: Liberdade, 
Igualdade, Fraternidade. 
Com o passar do tempo, as pessoas perceberam que a falta de 
POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) 
DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS 
POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS 
AULA 01 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 35 
 
 
atuação estatal acabou por gerar distorções muito acentuadas entre aqueles 
que detinham poder e dinheiro (burgueses) e aqueles que não detinham 
(proletariado). 
Nesse cenário de extremas diferenças sociais e econômicas, surgiu 
o chamado Estado SOCIAL em oposição ao Estado LIBERAL. Esse novo 
modelo Estatal assentava que o Estado era obrigado a garantir as condições 
necessárias à subsistência e ao desenvolvimento de todos os indivíduos. 
Nesse sentido, o Estado deveria atuar positivamente para garantir condições 
igualitárias aos seus governados (atuação ostensiva e proativa do Estado). 
 Não obstante o que foi dito, observem que somente em meados do 
século XX o Estado Liberal perdeu força com o robustecimento das ideias 
consubstanciadas no Estado Social. Nesse bojo, nasce o Estado do Bem 
Estar Social (Well Fare State). De acordo com esse modelo estatal, o Estado 
de Justiça Social intervia na sociedade para que os direitos sociais e 
econômicos fossem indistinta e genericamente assegurados. No mundo, as 
primeiras constituições de cunho social foram a Mexicana de 1917, Russa de 
1918 e a Alemã de 1919 (Constituição de Weimer). 
 Diante do exposto, percebemos que o Estado tem delimitações nos 
seus poderes (melhor dizendo, em suas funções do poder) e na atuação do 
Estado frente aos seus governados. 
Nesse sentido, vê-se que o ILUMINISMO, a REVOLUÇÃO 
FRANCESA, a REVOLUÇÃO AMERICANA, o Habeas Corpus Act de 1679, o 
Bill of Rights Inglês de 1689, a Declaração Universal dos Direitos 
POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) 
DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS 
POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS 
AULA 01 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 36 
 
 
Humanos4, entre outros, foram todos marcos que estabeleceram ou tentaram 
estabelecer limitações ao poder do Estado. 
No entanto, um quesito fundamental para a limitação do poder 
Estatal deve ser esplanado: o sistema de “FREIOS E CONTRAPESOS” ou 
“CHECKS AND BALANCES”. Esse sistema foi elaborado para controlar e 
limitar o exercício do poder Estatal sem, no entanto, desprezar o papel 
estratégico de uma estrutura governamental na sociedade. 
O sistema de freios e contrapesos não visa extinguir o poder 
Estatal, mas apenas controlá-lo em suas ações. Aliás, é um controle exercido 
pelo próprio Poder sobre seus atos, como veremos a seguir. 
As primeiras bases fundamentais para a tripartição dos poderes e, 
por conseguinte, para o sistema de “checks and balances” foram lançadas por 
Aristóteles, em sua obra Política. O pensador grego vislumbrava a existência 
de 3 funções distintas exercidas pelo poder soberano: 
 a função de editar normas gerais a serem observadas por 
todos (Poder Legislativo); 
 a de aplicar as referidas normas no caso concreto (Poder 
Executivo); 
 e a função de julgamento, dirimindo os conflitosoriundos da 
execução das normas gerais nos casos concretos (Poder 
Judiciário). 
 
No entanto, Aristóteles vislumbrava essas 3 funções inerentes ao 
 
4
 Assuntos abarcados nas aulas 0 e 1 deste curso. 
POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) 
DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS 
POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS 
AULA 01 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 37 
 
 
soberano. Com isso, contribuiu no sentido de identificar o exercício de 3 funções 
estatais distintas, apesar de ainda exercidas, à época, por 1 único órgão. 
Com fundamento no que foi dito, pode-se imaginar que Aristóteles 
desenvolveu o seguinte raciocínio: não obstante o poder estatal emanar de uma 
única fonte, é possível determinar uma série de atos estatais que poderiam ser 
dispostos em grupos; melhor explicando, o Estado, ora praticava atos que 
tinham caráter legislativo, ora atos que possuíam aspecto executivo e ora atos 
que tinham cunho judiciário. Legislar, executar e julgar... 
Conforme o que foi dito, os atos Estatais apresentariam certas 
características embora, em síntese, todos acabam por produzir normas (os atos 
Legislativos, Executivos e do Judiciário inserem normas no sistema). No 
entanto, essas normas apresentam características bastante distintas entre si. 
Então, quando se fala em atos Legislativos, estamos falando em 
edição de normas gerais e abstratas regulamentadoras da sociedade. Já os 
atos Judiciais e Executivos apresentam as características de normas 
concretas e individuais. 
Ademais, foi importante a contribuição de Montesquieu em sua 
célebre obra “O espírito das leis”. Essa obra teve o condão de aprimorar as 
ideias aristotélicas, porquanto repartiu as três funções Estatais entre três 
órgãos distintos e independentes entre si. 
Com ele, deu-se corpo aos conceitos de Poder Executivo, Poder 
Legislativo e Poder Judiciário. Note que essa ideia de repartição dos poderes 
entra em conflito com o poder uno exercido por um único soberano. Cada poder 
exerceria somente a função que lhe fosse típica e fiscalizava as ações dos 
demais. Tais atividades passariam a ser realizadas, independentemente, por 
cada poder, surgindo, assim, o que se convencionou chamar “teoria dos freios 
POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) 
DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS 
POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS 
AULA 01 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 38 
 
 
e contrapesos”. 
Mais recentemente, a separação dos poderes tem por 
fundamentando a independência e harmonia entre os órgãos do Poder 
Político. Entretanto, é imperativo que esses órgãos cooperem entre si (notem 
que um órgão não pode se sobrepor aos demais, mas pode existir, sim, um 
controle mútuo). 
Nesse sentido, interferências de um órgão na atuação de outro 
devem visar o estabelecimento do sistema de freios e contrapesos (o equilíbrio 
deve ser buscado). A meta é realizar o bem comum e evitar o arbítrio e o 
desmando do poder. Assim, o sistema de freios e contrapesos mostrou-se 
essencial por assegurar a delimitação do Poder pelo próprio poder, como 
corolário da tripartição do mesmo em Executivo, Legislativo e Judiciário. 
Tendo em vista o exposto, a separação dos poderes é um 
princípio fundamental que impacta vigorosamente em nossa Lei Maior (CF). 
Nessa direção, são os seguintes alguns exemplos de delimitação de poder 
abraçados por nossa Constituição de 1988: 
 O controle de constitucionalidade das leis e atos normativos 
do Poder Público (exercido pelo Judiciário); 
 O poder dos chefes do Executivo em vetar projetos de lei 
aprovados pelo Congresso Nacional, quando esses forem 
inconstitucionais ou contrários ao interesse público; 
 Iniciativa de leis do Executivo e o poder de criar seus próprios 
regimentos internos do Judiciário; 
POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) 
DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS 
POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS 
AULA 01 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 39 
 
 
 Poder fiscalizatório do Legislativo, que tem mecanismo de 
controle e investigação de atos dos outros poderes; 
 Poder de emenda de projetos de lei do Executivo, além do 
poder de rejeição do veto do chefe do Executivo; 
 Participação na nomeação de Membros do Poder Judiciário pelo 
Poder Executivo e Legislativo (Ex: nomeação pelo Presidente 
da República e sabatina no Senado Federal). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) 
DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS 
POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS 
AULA 01 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 40 
 
 
 
EXERCÍCIOS COMENTADOS 
 
QUESTÃO 1 (Delegado de Polícia/2003/SP): Assinale o documento que 
não se relaciona aos antecedentes formais das declarações de direito: 
a) Magna Carta (1215) 
b) “Petition of Rights” (1628) 
c) “Habeas Corpus Act” (1679) 
d) “Chart of Liberties” (1732) 
 
COMENTÁRIOS: 
 
Essa é tranquila, como visto “Chart of Liberties” é o único 
documento que não é considerado um antecedente formal das declarações de 
direito. 
 
RESPOSTA CERTA: D 
 
QUESTÃO 2 (Delegado de Polícia/2000/SP): 
Tecnicamente a Declaração Universal dos Direitos do Homem (1948) constitui: 
a) um acordo internacional; 
b) uma recomendação 
c) um tratado internacional; 
d) um pacto. 
 
COMENTÁRIOS: 
 
Na aula vimos que a Declaração Universal dos Direitos do Homem 
não tem força de lei. Assim sendo, é opcional a aderência do Estado as suas 
POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) 
DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS 
POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS 
AULA 01 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 41 
 
 
regras. No entanto, é RECOMENDADO que as nações integrantes da ONU 
respeitem esse regramento. A Declaração Universal dos Direitos do Homem é, 
portanto, uma RECOMENDAÇÃO. 
 
RESPOSTA CERTA: B 
 
QUESTÃO 3 (Delegado/SP/1999): Qual a natureza jurídica da Declaração 
Universal dos Direitos Humanos de 1948 
 
a) Convenção Internacional; 
b) Pacto das Nações Unidas; 
c) Resolução da Assembléia-Geral da ONU; 
d) Tratado Internacional. 
 
COMENTÁRIOS: 
 
A Declaração foi o resultado de RESOLUÇÃO da Assembleia-Geral da 
ONU, possuindo o CARÁTER DE RECOMENDAÇÃO GENÉRICA. 
 
RESPOSTA CERTA: C 
 
QUESTÃO 4: Qual das características, inerentes aos direitos humanos, abaixo 
relacionadas diz respeito a impossibilidade desses direitos serem transferidos 
de indivíduo para indivíduo: 
 
a) Irrenunciabilidade; 
b) Indisponibilidade; 
POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) 
DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS 
POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS 
AULA 01 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 42 
 
 
c) Inalienabilidade; 
d) Inerência; 
e) Essencialidade 
 
COMENTÁRIOS: 
 
Como visto anteriormente, esse é o conceito da INALIENABILIDADE. 
Nesse sentido, os direitos humanos não podem ser vendidos, TRANSFERIDOS 
ou, de qualquer forma, negociados.Ou seja, não existe possibilidade de 
transferência, a qualquer título (seja a título gratuito ou oneroso), desses 
direitos. 
 
RESPOSTA CERTA: C 
 
QUESTÃO 5 (Tribunal Regional da 3ª Região - 13): Sobre os direitos e 
garantias fundamentais, é correto afirmar-se que: 
a) os de primeira geração são denominados direitos negativos, de abstenção, 
focados no princípio da igualdade e fraternidade universal; 
b) os de segunda geração, ao contrário, enfatizam o princípio da liberdade do 
cidadão em face do Estado, a busca de melhores condições de vida, a criação 
de políticas sociais de intervenção contra o arbítrio da liberdade individual; 
c) as garantias têm caráter instrumental, são meios destinados a assegurar o 
exercício dos direitos, preservá-los ou repará-los, quando violados, como ocorre 
quando, no artigo 5°, X, da Constituição Federal, é assegurado o direito à 
indenização, pelo dano material ou moral decorrente da violação dos direitos à 
intimidade, à vida privada, à honra e à imagem das pessoas; 
d) têm como características essenciais a temporariedade, excepcionalidade, 
irrenunciabilidade e concorrência. 
 
POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) 
DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS 
POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS 
AULA 01 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 43 
 
 
COMENTÁRIOS: 
De cara podemos excluir as letras “a” e “b” pois já vimos que 
direitos de primeira geração ou dimensão são os CIVIS e POLÍTICOS 
fundamentados no valor da LIBERDADE ao passo que os de segunda 
geração ou dimensão são os SOCIAIS e ECONÔMICOS. 
Assim sendo, temos que a primeira assertiva dispõe acerca do 
conceito de direitos humanos de terceira geração e a assertiva “b” acerca dos 
de primeira. Portanto as duas primeiras estão erradas. A assertiva “d” afirma 
que os direitos são concorrentes, isso não é verdade porquanto eles se inter-
relacionam, também são interdependentes, ou seja, não concorrem. Na 
mesma assertiva é dito que uma das características dos direitos humanos é a 
temporariedade. Essa afirmação é falsa, pois os mesmos são 
IMPRESCRITÍVEIS! 
Nesse sentido, não há que se falar em temporariedade no que diz 
respeito aos direitos humanos porquanto eles são dotados de 
IMPRESCRITIBILIDADE, não se perdem com o passar do tempo. Igualmente, 
não há excepcionalidade na aplicação dos direitos humanos, eles têm caráter 
UNIVERSAL não de EXCEÇÃO. Alcançam todos os seres humanos. Portanto, 
memorizem a assertiva “C” como correta. 
 
RESPOSTA CERTA: C 
 
QUESTÃO 6 (OAB/PA-2007): 
O descaso para com os problemas sociais, que veio a caracterizar o État 
Gendarme, associado às pressões decorrentes da industrialização em marcha, o 
impacto do crescimento demográfico e o agravamento das disparidades no 
interior da sociedade, tudo isso gerou novas reivindicações, impondo ao Estado 
um papel ativo na realização da justiça social. O ideal absenteísta do Estado 
liberal não respondia, satisfatoriamente, às exigências do momento. Uma nova 
compreensão do relacionamento Estado/sociedade levou os poderes públicos a 
assumir o dever de operar para que a sociedade lograsse superar as suas 
POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) 
DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS 
POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS 
AULA 01 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 44 
 
 
angústias estruturais. Daí o progressivo estabelecimento pelos Estados de 
seguros sociais variados, importando intervenção intensa na vida econômica e a 
orientação das ações estatais por objetivos de justiça social. 
Gilmar Ferreira Mendes et al. Curso de direito constitucional. São Paulo: 
Saraiva, 2007, p. 223 (com adaptações). 
Esse texto caracteriza, em seu contexto histórico, a 
a) primeira geração de direitos fundamentais. 
b) segunda geração de direitos fundamentais. 
c) terceira geração de direitos fundamentais. 
d) quarta geração de direitos fundamentais. 
 
COMENTÁRIOS: 
 
Como visto, os direitos SOCIAIS, CULTURAIS e ECONÔMICOS, na 
acepção de igualdade entre os homens são os de SEGUNDA GERAÇÃO OU 
DIMENSÃO. Além disso, o próprio texto expõe que o “ideal absenteísta do 
Estado” já não era suficiente. Ou seja, os direitos de 1ª Geração, onde o Estado 
se abstinha em relação às liberdades individuais, deveria ser complementado 
por outros que abarcassem um contexto mais amplo. 
 
RESPOSTA CERTA: B 
 
QUESTÃO 7 (OAB/SP – 141º/CESPE/2010): 
Com relação à ONU, assinale a opção correta. 
POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) 
DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS 
POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS 
AULA 01 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 45 
 
 
a) O Conselho de Segurança da ONU compõe-se de cinco membros 
permanentes e de dez membros não permanentes, todos indicados pelo próprio 
Conselho, devendo estes últimos cumprir mandato de dois anos. 
b) Poderão ser admitidos como membros da ONU todos os Estados que o 
desejarem, independentemente de condições de natureza política ou de 
qualquer outro teor. 
c) Principal órgão da ONU, a Assembleia-Geral é composta de todos os 
membros da organização, tendo cada Estado-membro direito a apenas um 
representante e um voto. 
d) O secretário-geral da ONU, eleito pelo Conselho de Segurança mediante 
recomendação dos seus membros permanentes, tem o dever de atuar em todas 
as reuniões da Assembleia-Geral, do Conselho de Segurança, do Conselho 
Econômico e Social e do Conselho de Tutela, além de desempenhar outras 
funções que lhe forem atribuídas por esses órgãos. 
 
COMENTÁRIOS: 
Caros, embora nosso conteúdo não abarque especificamente a 
Organização das Nações Unidas - ONU, resolvi abrangê-lo por ser interessante e 
importante. Vai que cai alguma coisa sobre esse assunto na prova! Dito isso 
comecemos: 
A assertiva “a” está incorreta, pois somente os 10 membros não 
permanentes são eleitos pela Assembleia Geral mediante RECOMENDAÇÃO do 
Conselho de Seguração tendo em vista que os demais são PERMANENTES. De 
acordo com a proposição “b”, todos os Estados que desejarem podem ser 
membros da ONU, independente de qualquer condição. Essa afirmação é 
FALSA, os Estados que ambicionarem ser admitidos como membros da ONU, 
deverão preencher diversas condições. Esses requisitos são enumerados no art. 
2º e no art. 4º da Carta das Nações Unidas, então vejamos: 
“ARTIGO 2 - A Organização e seus Membros, para a realização dos 
propósitos mencionados no Artigo, agirão de acordo com os 
seguintes Princípios: 
POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) 
DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS 
POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS 
AULA 01 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 46 
 
 
 
1. A Organização é baseada no princípio da igualdade de todos os 
seus Membros. 
2. Todos os Membros, a fim de assegurarem para todos em geral os 
direitos e vantagens resultantes de sua qualidade de Membros, 
deverão cumprir de boa fé as obrigações por eles assumidas de 
acordo com a presente Carta. 
3. Todos os Membros deverão resolver suas controvérsias 
internacionais por meios pacíficos, de modo que não sejam 
ameaçadas a paz, a segurança e a justiça internacionais. 
4. Todos os Membros deverão evitar em suas relações 
internacionais a ameaça ou o uso da força contra a integridade

Continue navegando