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AAPOSTILA BLOCO IMUNOLOGIA 1

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SARA PASSOS 2017.1 PROFESSOR WALTER O. 
Transcrição 1ª aula de Imunologia 26/09/2016 
 
O termo "Imunologia" vem do termo imunidade que deriva do grego e era utilizado no século 5a.C, no sentido de 
imunidade aos políticos gregos da época que não tinham o mesmo tratamento que os outros membros da 
população. Assim como os nossos políticos hoje. 
O termo imunidade com associação à uma resposta ou relação de doença, veio no século 5a.C e foi implantado por 
Ducídides, que foi o primeiro a utilizar esse termo para os sobreviventes de surto de peste em Atenas. Então, ele 
dizia que aqueles indivíduos que tinham sobrevivido à peste, eram imunes àquela doença. Num primeiro momento, 
se começou a empregar o termo "imunidade" para se conferir aquele indivíduo que tinha proteção contra uma 
determinada doença. 
A imunologia nasceu associada às respostas contra agentes patogênicos. Atualmente, sabemos que o sistema 
imunológico faz mais do que isso, mantendo também a homeostase. Mas, no início, esteve associado à doença. Uma 
das primeiras doenças que foram mais marcantes e alvo do estudo da imunologia foram a própria peste e também a 
varíola. A varíola foi uma doença que matou uma série de pessoas no mundo todo, e é uma doença muito antiga. 
Existem marcas de múmias com varíola há mais de 3 mil anos. A varíola atingiu populações no Egito, China e na Índia 
por exemplo, ainda no século 1d.C. Foi uma doença que muitos perseguiam a tentativa de cura, de tornar os 
indivíduos imunes. E, no Egito, o que eles faziam para tentar imunizar ou não deixar que aquele indivíduo ficasse 
doente, era estourar as pústulas características em indivíduos que tinham a doença, estouravam-as e retiravam 
material dessas pústulas para deixar secar e depois, com uma agulha dessas de acupuntura, inoculavam nas pessoas 
esse material de pústulas. E aí, eles viram que essas pessoas que tinham esse tipo de tratamento ficavam protegidas. 
Na China, eles sopravam esse pó de pústulas na narina das pessoas, que inalavam o material, e a partir daí, não 
desenvolvia a doença. 
Então, de alguma maneira, o que se observava é que se inoculássemos o indivíduo que não tinha tido a doença com 
o material vindo de paciente, aquilo poderia conferir uma proteção. 
Mas, a Imunologia, enquanto ciência no Ocidental, surgiu no final do século XVIII com Edward Jenner. Jenner era um 
médico inglês e, quando estava na zona rural, começou a observar que as vacas também possuiam pústulas - um tipo 
de varíola bovina. As ordenhadoras que tinham contato com essas vacas, não contraiam a varíola bovina. Então, 
Jenner observou e teve um insight de inocular esse líquido das pústulas da varíola bovina em um menino órfão. 
Jenner inoculou várias vezes o líquido em um menino órfão e a criança apresentou ulcerações mas logo essas lesões 
se curavam e o menino não teve nenhum problema, mesmo tendo sido exposto por tantas vezes ao líquido da 
varíola humana posteriormente. Jenner então publicou esse trabalho, e depois esse mesmo método de imunização 
foi testado em outros garotos órfãos antes que os reis ingleses fossem inoculados com essas pústulas de varíola 
bovina. Então, esse foi um marco na Imunologia ocidental, pois foi o primeiro trabalho experimental que comprava 
que, de alguma maneira, os indivíduos que eram expostos ao material das pústulas da varíola bovina, desenvolviam 
uma proteção contra a varíola humana. E essa foi a primeira vacina a ser criada. 
Depois de Jenner e alguns anos depois, na França, Pasteur e sua equipe começaram a empregar diversas tentativas 
de estabelecer a vacinação para outras doenças, não só humanas, mas também doenças que atingiam aves, gado, 
carneiros, enfim... animais que eram economicamente importantes na época. O interessante de Pasteur é que ele foi 
o primeiro a empregar a imunologia científica para a elaboração de uma vacina, pois a vacina da varíola foi algo 
muito alternativo. Pasteur se preocupava em fazer métodos onde ele podia usar os próprios bacilos e bactérias da 
doença para a imunização. 
Ele foi o primeiro a perceber que, quando submetia esses microorganismos à situações como aumento de 
temperatura, alteração de pH, isso poderia torná-los menos virulentos, mas ao mesmo tempo conferir àquele 
hospedeiro uma imunização contra o patógeno, como por exemplo o bacilo da cólera. Quando Pasteur submetia o 
bacilo da cólera ao aumento de temperatura, elas se tornavam menos virulentas, e daí ele transferia esses bacilos 
agora atenuados para conferir uma resposta imune protetora em humanos, por exemplo. E aí, ele fez experimentos 
com diversos agentes infecciosos. A imunologia ficou muito tempo sendo tratada dentro desse contexto de 
proteção; você expunha o indivíduo a algum agente que fosse promover a proteção e depois colocava o indivíduo 
exposto àquela patógeno e daí, o indivíduo não contraia a doença. 
Pensava-se que alguma coisa que conferia proteção aos indivíduos estaria presente no sangue. Dentro dessa mesma 
época, no início do século XX, outras pessoas começaram a ver que não só existia um componente solúvel no sangue, 
mas que também havia células que também eram capazes de responder contra injúrias. Nessa mesma época, um 
pesquisador russo importante começou a ver em diversos tipos de animais que, quando ele inoculava um agente 
tóxico como nitrato de prata ou injetava partículas de algum tipo de material estranho, observava que pra essa 
região da inoculação, havia uma migração de células, e aí, ele concluiu que após algum tempo depois da inoculação, 
via, que, no sangue, existia células circulantes que deixavam o vaso e seguiam para a região onde tinha essas 
partículas estranhas e fagocitavam essas partículas. Então, podemos dizer que nesse início tínhamos um componente 
humoral (no sangue) e componentes celulares, que são células do sistema imune que migram para o local que tenha 
sofrido algum tipo de injúria. 
Por conta das dificuldades da época, a tecnologia, poucas possibilidade de identificação da resposta imune era muito 
difícil, então, tivemos esse início entre final do século XIX e século XX. No século XX temos a imunologia começando 
bem devagar. 
A proteção e resistência do hospedeiro às infecções passam por vários componentes do sistema imune e também as 
próprias barreiras físicas e químicas do corpo, como as enzimas, a pele [barreira física], mas também temos, no 
sistema imune, componentes que são muito importantes como componentes proteicos [proteínas solúveis que 
desempenham papel importante na resposta imune], as células [são células associadas ao sistema imune], os 
produtos do sistema imunitário [produzidos pelas células do sistema imune], além de a própria flora bacteriana 
simbionte que é muito importante para o controle de entrada de novos patógenos. As bactérias patogênicas acabam 
tendo que competir com as bactérias da flora normal; portanto, quando há um desequilíbrio dessa flora natural, é 
que há a ação das bactérias patogênicas levando ao estado de doença. 
A pele é o ponto principal de resistência física, onde teremos a camada córnea que sofre queratinização que impede 
a entrada de microorganismos, a não ser que tenhamos uma injúria. Além disso, há os pêlos - permite que os 
microorganismos fiquem "aderidos" a eles e isso dificulta o acesso desses microorganismos ao organismo. Além 
disso, o pêlo vai ser revestido de um conteúdo sebáceo produzido pelas glândulas sebáceas, que vai também regular 
a entrada desses microorganismos. Não só na pele, mas se olharmos pro lado de dentro do organismo, os próprios 
revestimentos internos que são as mucosas também têm uma função física de proteção. A mucosa nasal, por 
exemplo, é um epitélio ciliado que dificulta a entrada de materiais, além da produção de mucosa que vai reter e 
expelir as impurezas; teremos as células e glândulas associadasao epitélio da cavidade nasal. 
A mucosa oral desempenha papel importante. É formada por células epiteliais. Abaixo do epitélio há uma camada de 
fibroblastos que respondem ativamente durante infecções por várias bactérias que podem acometes a cavidade oral 
e os dentes. Associado a essa região, teremos a presença de células do sistema imune que são células residentes dos 
tecidos, como os macrófagos. 
O sistema imune é formado por vários tipos celulares, e, alguns desses tipos são células que chamamos de 
residentes, como os macrófagos. Essas células são as primeiras a responder, e, a resposta delas pode levar à chegada 
de novas células para esse sítio ou elas mesmas podem resolver o problema que esteja acontecendo. Os macrófagos 
se diferenciam na medula óssea durante o período embrionário e migram para essas regiões, aonde acabam se 
tornando células residentes. Podemos ter os macrófagos sendo originados dos monócitos [células presentes no 
sangue que podem responder em cerca de 5-10%]. Quando os monócitos chegam no tecido podem sofrer um 
processo de diferenciação, tornando-se macrófagos. Esses monócitos também podem originar as células dendríticas 
[células importantes e residentes de alguns tecidos, como a pele]. Os monócitos são células circulantes, e, uma vez 
que haja migração deles para algum tecido, podem se diferenciar em macrófagos ou células dendríticas. 
Na pele, nós teremos, ainda, na região da derme, um subtipo de células dendríticas, que são as primeiras a 
responder a determinadas injúrias. Outra célula que também é uma célula encontrada nos tecidos, e que também 
chamamos de residentes, são os mastócitos. Os mastócitos são responsáveis pelas reações alérgicas, imediatas 
(Exemplo: quando somos picados por um inseto). 
Além de termos essa estrutura física de defesa, esses ambientes têm também a presença de peptídeos e proteínas 
que são capazes de ter uma resposta antibacteriana, antifúngica e antiviral. Dentro desse grupo de peptídeos, temos 
os peptídeos antimicrobianos como as defensinas (tem uma atividade antibacteriana bastante importante) e 
Lactoferrina, que são encontradas em várias secreções, como as secreções brônquicas, lágrima, saliva e sangue, têm 
um amplo espectro de resposta. Além disso também temos as proteínas como as protoaninas [espernina + 
esperimidina -> proteção das espermatogônias contra agentes infecciosos], histonas [quando liberadas de células 
mortas, também são capazes de ter atividade antimicrobiana]. 
 Temos os ácidos, como o láctico, caprílico e capróico, que também estão presentes em vários sítios como no 
couro cabeludo, pavilhão auditivo, face, narinas, ânus e também têm mecanismo antimicrobiano. 
 A lisozima também tem atividade bactericida e representa 40/% do conteúdo da lágrima. Está presente nas 
secreções brônquicas e saliva. Na saliva então, ela pode ser produzida tanto pelas células epiteliais, quanto pelas 
células do sistema imune, pelos macrófagos residentes e por um outro tipo de célula que são os neutrófilos (não são 
células residentes, são as células mais abundantes do sangue e só vão pro sítio se forem recrutadas, ou seja, durante 
a resposta, as células vão secretar substâncias que vão atrair esses neutrófilos para o sítio). Os neutrófilos são 
caracterizados pelo núcleo polimórfico nuclear. 
 Na saliva também há a amilase, que tem papel na digestão, e também no controle de alguns tipos de 
microorganismos; também é produzida no trato respiratório. 
 Na saliva existem ainda as peroxidases, então, algumas das bactérias como o Streptococcus mutans – agente 
causador da cárie, é sensível ao peróxido de hidrogênio. Temos então uma enzima que é capaz de induzir a 
peroxidação, levando à morte dessa bactéria. 
 O próprio ácido clorídrico pode ser considerado um agente de resistência pois reduz o número de bactérias, 
das quais pouca são resistentes ao HCl. 
 Glicoproteínas séricas, como a transferrina, lactoferrina [saliva, lágrima], Alfa-1-glicoproteína -> todas inibem 
a infeccção de células-alvo por vírus e também por bactérias. 
Todos esses agentes são secretados e controlam o crescimento de vários microorganismos. 
Além dessas substâncias, algumas produzidas pelo sistema imune e outras pelo próprio tecido (epitélio, etc), há um 
grupo de moléculas também secretadas, que são os Interferon do tipo 1. As moléculas do Interferon do tipo 1 se 
dividem em: 
• Interferon Alfa: células produzidas pelo sistema imune. É produzido por monócitos, macrófagos, células 
dendríticas e linfócitos. A resposta do Interferon é muito importante para o controle de infecções virais, pois, uma 
vez que é secretado, se liga num receptor específico das células, e esse receptor vai disparar uma sinalização 
intracelular que vai regular a transcrição gênica dessa célula, inibindo-a e impedindo que haja transcrição gênica de 
genes virais, assim controlando a geração de novos vírus. 
• Interferon Beta: células produzidas pelo epitélio. 
Toda substância que é produzida por células do sistema imune nós chamaremos de citocinas (são proteínas). Podem 
ser sentidas por diversos sistemas, como as células do sistema nervoso, do sistema imune e os hormônios (esses três 
trabalham juntos e um “sente” o outro). 
 Além dessas moléculas solúveis, teremos agentes como o pH e a temperatura, que também regulam o 
crescimento dos microorganismos. 
Obs.: Quando temos uma febre leve (abaixo dos 38°), é interessante que essa febre não seja inibida, pois tem uma 
função de tentar inibir a replicação do vírus. Quando tomamos um antitérmico, bloqueamos essa resposta natural do 
organismo. 
• Peristaltismo: mecanismo físico importante para diminuir o número de interações entre bactérias e o epitélio 
intestinal. 
Uma vez que então, o indivíduo entra em contato com o microorganismo, e ele, após essa infecção, desenvolve uma 
ativação do sistema imune e produz uma resposta contra esse agente infeccioso, dizemos que ele teve uma resposta 
imune ATIVA pois o organismo entrou em contato diretamente com o agente infeccioso, que fez com que houvesse 
resposta do sistema imunológico. Resposta: recuperação. Esse tipo de resposta pode ser específica (no sentido de 
que eu sei o que está sendo fornecido ao organismo para que ele se livre daquele problema), 
Quando há a transferência de produtos do sistema imune para um organismo que foi infectado, dizemos que houve 
resposta imune PASSIVA. Exemplo: soro contra a picada de uma cobra -> recebimento de produto do sistema imune 
pronto que vai copiar a ação daquelas toxinas presentes no veneno. Não está sendo induzida uma resposta imune. 
Exemplo 2: amamentação -> transferência de produtos do sistema imune da mãe para o filho. 
A diferença entre as duas resposta está na questão da memória. Quando temos uma resposta imune ativa, podemos 
ter uma resposta que gere memória, então, quando o organismo entrar novamente em contato com aquele agente 
infeccioso, ele terá a capacidade de responder contra o agente de forma significativa. Enquanto que, na imunidade 
passiva nós não temos memória pois o organismo recebeu os produtos prontos. Por exemplo... Quando temos uma 
doença como o sarampo (vírus) -> resposta do organismo contra o vírus -> quando entrar em contato de novo terá 
memória imunológica e não vai responder. (Método utilizado pela vacinação) 
Dentro da resposta imune, teremos o conceito de resposta imune INATA e resposta imune ADAPTATIVA. 
• Resposta imune inata: vai estar associada a esses componentes de barreira naturais, e também à ativação de 
alguns tipos celulares que incluem macrófagos, monócitos, células dendríticas, mastócitos, neutrófilos, eosinófilos, 
basófilos e células NK (natural killer ou exterminadoras naturais). Há ainda a participação de outros mediadores da 
resposta imune como proteínas do sistema complemento. As células da resposta inata chamam a atenção poissão 
cheias de grânulos e respondem rapidamente liberando o conteúdo desses grânulos para o meio, causando a 
resposta alérgica, por exemplo. 
Esse tipo de resposta ocorre rapidamente, pois muitas dessas células são residentes dos tecidos, e por isso, quando 
entram em contato com aquele agente patogênico ou substância tóxica, respondem rapidamente; nas primeiras 12 
horas isso vai acontecer. Os mediadores secretados por essas células residentes são capazes de recrutar outras 
células que também fazem parte desse tipo de resposta, dependendo de cada tipo de substância que for secretada. 
• Respostada imune adaptativa: células que não são ativadas rapidamente pelo fato de não serem células 
residentes nos tecidos. Essas células estão circulando no sangue ou presentes nos órgãos linfóides. Temos, como 
exemplo, os linfócitos B e linfócitos T. Os linfócitos B são aqueles produtores de anticorpos ou imunoglobulinas, 
reconhecerão diretamente os antígenos e serão responsáveis por uma resposta de secreção de anticorpos e 
imunoglobulinas. Já os linfócitos T farão parte de imunidade celular, porque vão atuar ou matando diretamente 
células infectadas ou secretando substâncias que vão regular a atividade de outros tipos celulares, tanto os outros 
linfócitos (T e B), quanto células da imunidade inata. 
Os linfócitos apresentarão citoplasma pequeno e núcleo grande. Apenas o linfócito B que, quando se transforma em 
plasmócito e inicia a secreção de anticorpos, altera a sua forma e aumenta seu citoplasma. 
Os linfócitos T não reconhecem os antígenos diretamente. O linfócito T convencional é aquele que tem o receptor de 
linfócito T, que é chamado de TCR; O TCR é um receptor formado por duas cadeias (Alfa e Beta); Os linfócitos que 
tem o TCR formado por esse tipo de cadeia terão a característica de possuir um co-receptor que pode ser uma 
molécula chamada CD4 ou CD8. O CD8 é o citotóxico, e o CD4 é o auxiliar. 
Então, o linfócito T citotóxico vai mediar a morte de células infectadas. Já o linfócito T auxiliar vai secretar citocinas 
que vão mediar respostas de outros tipos celulares. 
Tanto o linfócito T CD4 como CD8 não são capazes de encontrar diretamente o antígeno, portanto, para que ele seja 
ativado, ele precisa de uma célula da resposta imune inata para apresentar o antígeno a ele. Então, o antígeno será 
processado e apresentado via uma molécula específica que é o Complexo Principal de Histocompatibilidade 
(molécula específica que interage diretamente com o receptor do linfócito T, ativando-o), presente na membrana 
dessas células apresentadoras de antígenos. Essas respostas possuem conceitos distintos mas interagem entre si. 
A resposta adquirida é específica, ao contrário da resposta inata. As células da resposta imune inata reconhece os 
antígenos através de moléculas que são padrões moleculares expressos nos patógenos (PAMPs). Enquanto que o 
linfócito B e o T reconhecem sequências específicas desse antígeno, tanto imunoglobulina que funciona como 
receptor e está expressa no linfócito B, que pode depois secretar essa imunoglobulina (anticorpo). O linfócito T, no 
seu receptor de linfócito T, reconhece uma sequência específica do antígeno -> resposta específica. Além disso, essas 
células tem uma grande diversidade que é gerada a partir de mecanismos genéticos que vão possibilitar que cada 
indivíduo possua uma grande quantidade de célular B e T diferentes que são capazes de reconhecer diversos tipos de 
antígenos, cobrindo um leque grande de opções. E, essa resposta da célula T e da B pode ser uma resposta que gere 
memória. 
Quando a resposta imune é gerada contra antígenos proteicos, é uma resposta que gera memória (quando o 
indivíduo entrar novamente em contato com aquele antígeno, ele vai responder de forma mais rápida e mais 
eficiente contra esse antígeno). Uma vez que a célula B ou a célula T seja ativada, a primeira coisa que acontece é a 
expansão dessas células, elas então aumentam em número para que eu tenha várias células capazes de responder 
contra esse determinado antígeno. No caso do linfócito T, ele requer a apresentação; a célula apresentadora vai 
apresentar então uma molécula de MHC associado a um peptídeo vindo do antígeno, e então, o MHC vai interagir 
tanto com o TCR quanto com uma molécula acessória CD4 ou CD8, dependendo do linfócito, e para que seja 
desencadeada uma sinalização que vai levar à ativação do linfócito, haverá também a participação de cadeias 
acessórias que são cadeias Gama, Epsilon e Delta para a indução à sinalização. 
 A resposta imune adaptativa pode ser caracterizada quanto a sua interação com o antígeno: a) resposta imune 
primária ou b) resposta imune secundária. 
Quando o indivíduo entra em contato com um determinado antígeno X, as células que são capazes de responder a 
esse antígeno passam a produzir imunoglobulinas depois de alguns dias. Depois de algumas semanas, esse indivíduo 
entra novamente em contato com o antígeno X, e com um antígeno Y. Durante essa segunda ativação, esses 
linfócitos B foram capazes de gerar células efetoras (que vão atuar naquele momento inicial) e células de memória 
(uma vez que o indivíduo entre em contato novamente com o antígeno X, passaram a responder rapidamente contra 
esse antígeno X e fez com que seja montada uma resposta secundária). O antígeno Y que era o antígeno que nunca 
tinha entrado em contato com o indivíduo, ativou as células que eram capazes de reconhecer esse antígeno Y, e 
induziu uma resposta primária. Então, durante a resposta primária, teremos a ativação da célula (linfócito T ou B), 
ocorrerá a geração de células efetoras e células de memória; as efetoras atuarão na resposta primária, já as de 
memória ficarão esperando caso tenha um novo contato com esse antígeno y. Uma vez que tenhamos um segundo 
contato, essa célula de memória terá a capacidade de responder de uma forma mais eficiente, rápida -> geração de 
novo grupo de células efetoras e de memória. 
O linfócito T convencional só reconhece moléculas proteicas, então, ele tem o potencial sempre de gerar resposta 
com memória. O linfócito B pode reconhecer vários tipos de antígenos, não só proteicos, mas só gera células de 
memória se o antígeno for uma proteína. Se não for uma proteína, ele não gera memória. 
Temos que imaginar que quando temos uma infecção por bactéria, por exemplo, a bactéria tem diversos pedaços, 
como lipopolissacarídeos, proteínas, ácidos nucleicos, carboidrato, tudo isso pode levar à ativação de células... Então, 
quando a gente tem uma resposta imune, normalmente não há ativação de uma única célula capaz de reconhecer 
aquele antígeno, mas sim de várias células com especificidades diferentes, é o que chamamos de resposta policlonal 
(vários clones de células). De repente, nem todos esses clones vão gerar células de memória, talvez somente um, 
talvez aquele que tenha especificidade para a proteína, por exemplo. 
Então... O linfócito virgem (nunca ativado), entra em contato com um dos antígenos; esse contato acontece nos 
órgãos linfóides; o linfócito será então ativado contra esses antígenos específicos, gerando células produtoras de 
anticorpos, no caso do linfócito B. No caso do linfócito T auxiliar, não há produção de anticorpos, portanto, uma vez 
ativado, ele produzirá citocinas que regularão a atividade de linfócitos B e de outras células, como as células da 
imunidade inata. O linfócito T auxilia a resposta humoral, e o linfócito T citotóxico mata as células infectadas. 
Obs.: Então, a ativação do linfócito T citotóxico é importante nos casos em que há infencções intracelulares (como 
virais), e também contra células tumorais (transformadas). Essa resposta então que envolve células é a resposta 
celular. Já a resposta que consiste na introdução de anticorpos, é a resposta humoral. 
A resposta imune adaptativa pode ser dividida em algumas fases que são: 1) fase de reconhecimento(célula 
reconhece o antígeno, seja diretamente, no caso do linfócito B, ou indiretamente, no caso do linfócito T 
convencinal); 2) fase de ativação (quando ele entra em contato/reconhece o antígeno, gera uma expansão desses 
clones capazes de reconhecer esse antígeno e ocorre a diferenciação de células efetoras e de memória); 3) fase 
efetora (eliminação daquele agente); 4) fase de homeostase (inclui a eliminação das células efetoras, quem sobrevive 
são somente as células de memória). 
A fase que inclui o reconhecimento e ativação é uma fase de especialização, porque é uma resposta imune 
específica. Já a fase que inclui o final da resposta, a homeostase e a memória, é uma fase de autolimitação, onde 
ocorre o controle dessa população para que não haja dano ao organismo. 
Essa resposta imune adaptativa inclui também que tanto os linfócitos T quando os B, passem por mecanismos que 
vão regular/deixar que tenhamos livre no organismo apenas células que não reconheçam antígenos próprios, ou 
seja, as moléculas das próprias células. Então, as células efetoras, passam, durante o processo delas de 
maturação/diferenciação, por uma regulação onde só vão deixar os órgãos linfóides primários (onde elas são 
geradas), células que não reconhecem antígenos próprios. 
 Os linfócitos estão presentes nos órgãos linfóides. Os órgãos linfóides são irrigados/interligados pela circulação 
linfática, que é formada pela linfa (substâncias absorvidas dos tecidos), e, por entre esses órgãos e através da 
circulação linfática, circulam aproximadamente 25x10 elevado a 9 linfócitos todos os dias. E, aonde essa circulação 
linfática encontra a sanguínea é no ducto torácico. 
Os linfonodos essas “bolinhas” espalhadas. Há os vasos linfáticos. Os linfonodos nós podemos sentir, às vezes, 
quando há uma resposta imune -> aumento do tamanho -> região axilar ou inguinal. 
Essa circulação linfática vai desaguar com o ducto torácico na veia cava. Então, temos os vasos linfáticos recolhendo 
as substâncias, líquidos e moléculas dos epitélios e tecidos, e isso vai circulando pelos vasos linfáticos até alcançar o 
ducto torácico e entrar na corrente sanguínea. 
Obs.:Então, numa drenagem linfática, ativamos a circulação linfática para absorver os líquidos presentes nesses 
tecidos. 
Além dos linfonodos, existem outros órgãos linfóides, que podem ser divididos em: a) órgãos linfóides primários e b) 
órgãos linfóides secundários. 
Os primários são aqueles aonde temos os eventos de diferenciação e maturação das células do sistema imunem, e aí, 
a gente inclui na vida adulta, o timo e a medula óssea, e no período embrionário o fígado fetal – importante órgão 
linfóide. Nos primários teremos os precursores hematopoiéticos que vão dar origem às células do sistema imune, às 
células da linhagem mielóide e às células da linhagem linfóide. 
No timo, o período de diferenciação e maturação de linfócitos T começa a decair na adolescência, onde os 
hormônios sexuais vão modular de forma negativa esse processo. Então, o timo começa a involuir, tanto a região 
cortical e medular são reduzidos e substituídos por tecido adiposo e conjuntivo. No idoso, tanto isso acontece no 
timo como também na medula óssea -> comprometimento da imunidade. O timo é formado por dois lobos, que são 
formados por vários lóbulos, e esses lóbulos tem a região de córtex (onde a célula entra e passa os primeiros 
momentos da diferenciação) e depois temos a região medular (onde o processo de maturação é finalizado e de onde 
partem para colonizar o órgãos linfóides secundários). 
Nas células da linhagem linfóide, as células B vão permanecer na medula óssea e completar o seu processo de 
maturação e diferenciação na medula óssea, enquanto que as células T, o precursores linfóide já comprometido com 
a linhagem T, deixa a medula óssea e seguem pro timo, onde terminarão seu processo de diferenciação e maturação. 
Os linfócitos B levaram esse nome, porque nas aves, o processo de maturação se dá na bursa de Fabricious, que é um 
órgão que só existe em ave. 
Os órgãos linfóides secundários inclui os linfonodos, o baço e os órgãos linfóides associados à mucosa que 
apresentam maior órgão em tamanho. 
- Os linfonodos são organizados, encapsulados, também divididos em córtex e medula, têm a circulação 
linfática e a circulação venosa, se dividem em regiões de células B (essas regiões darão origem aos colículos B), e uma 
região medular onde há a região das células T. Ex.: linfonodos submandibulares e submentais afetados durante 
infecções na cavidade oral -> colar linfático pericervical. Os linfonodos submandibulares estão localizados entre a 
glândula submandibular e a face medial da mandíbula e vão drenar a região submandibular e a porção lateral da 
língua. Já os submentais drenam a região de gengiva, lábio inferior e parte mediana da língua. 
- Outro órgão linfóide importante é o baço. Os linfonodos respondem muito em função da drenagem de 
antígenos vindos dos tecidos e epitélio. Enquanto que o baço responde principalmente a antígenos que chegam 
através da circulação sanguínea. É um órgão encapsulado, terá uma região de células B (zona B), uma região de 
células T (que fica próximo aos vasos, mais na porção medular do órgão). A diferença principal entre baço e 
linfonodo estaria na origem dos tipos da drenagem desses antígenos. 
Além desses órgãos linfóides propriamente ditos, temos os órgãos linfóides associados às mucosas, como exemplo a 
placa de peyer no intestino. As placas de peyer terão grandes concentrações de linfócitos T e B organizados. Há 
também os linfonodos mesentéricos, e também folículos linfóides nas regiões de mucosa, que não são tão bem 
organizados quanto a placa de peyer mas também estão imersos nessa região de lâmina própria. Não só no intestino 
há esse sistema imune associado à mucosa (GALT), mas temos também sistema imune de mucosa associado ao trato 
respiratório (BALT), tonsilas, tecido linfóide associado ao trato urogenital. 
No intestino, há as células N, que também são importantes para a resposta imune. São capazes de promover o 
transporte de antígenos através de seu citoplasma que leva então para o tecido linfóide associado ao intestino. 
O epitélio intestinal também permite a saída de componentes do sistema imune da lâmina própria para o lúmen 
intestinal com os anticorpos, permitindo o transporte ativo desses anticorpos que controlam a população, 
principalmente bacteriana no intestino. 
E, por fim, o intestino oferece mais uma vantagem de possuir um epitélio que conta com a presença de linfócitos 
intraepiteliais, que estão presentes entre as células epiteliais e pode responder contra alguns antígenos e também 
controlar as bactérias comensais. Esses linfócitos geralmente não são convencionais, na verdade são linfócitos com o 
TCR, ou seja, receptor de células T com uma cadeia Gama e Delta, ou linfócito que chamamos de Alfa-alfa, com duas 
cadeias alfa. Esse linfócito, normalmente não precisam de apresentação de antígeno. São abundantes na região do 
intestino, principalmente. 
Os antígenos chegam até os linfócitos, que estão nos órgãos linfóides, através da drenagem pela circulação linfática 
ou chegam através da circulação sanguínea, podendo ativar linfócitos B, ou, no caso dos linfócitos T, uma célula 
apresentadora de antígeno que tendo entrado em contato com esse microorganismo, saia da sua região e migre para 
o órgão linfóide mais perto, onde apresentará o antígeno. 
Então, quando a célula do sistema imune inato é ativada, as células que tem capacidade de apresentar antígenos que 
são os macrófagos e células dendríticas, principalmente, sofrem ativação, deixando o sítio original e migrando para o 
linfonodo drenante ou para o baço, dependendo da região de onde ela estiver. No caso do linfócito B, aquela 
drenagem natural que existe vai fazer com que esses antígenos que estão livres, cheguematé o linfócito B no 
linfonodo. No linfonodo, essa célula então chega através do vaso linfático aferente e fica lá apresentando o antígeno, 
e as células T vão passando, circulando na linfa, e a célula dendrítica que está apresentando o antígeno ao linfócito T, 
e, uma vez que o linfócito T tenha reconhecido esse antígeno, ele se liga e vai sofrer a ativação. Então, quando ele 
interage e é capaz de reconhecer de forma específica esse antígeno, ele se ativa, se expande, sai do órgão linfóide 
secundário e se torna um linfócito efetor ou de memória e migrar para o sítio onde executará suas funções. 
No caso do linfócito B, ele vai produzir imunoglobulinas solúveis que vão cair na circulação e promover a ação de 
neutralizar, por exemplo, a expansão da infecção. 
Obs.: A célula dendrítica consegue migrar graças a um grupo de substâncias que são secretadas pelo sistema imune, 
que são as quimiocinas. As quimiocinas são substâncias que têm ação quimioatraente. 
Dentro dos linfonodos são produzidas um grupo de citocinas que atrai as células para determinado sítio, fazendo 
com que a célula dendrítica ou macrófago, quando ativado, passe a expressar receptor para essa quimiocina, que 
atrai ele para cá. 
Por outro lado, quando o linfócito T se ativa, ele deixa de expressar esse receptor que faz com que ele fique no 
linfonodo. Então, temos uma série de agentes quimioatraentes reconhecidos por receptores específicos, que passam 
a ser expressos na célula em função do momento em que a célula está. Então, se a célula não está ativada, ela 
expressa determinado tipo de receptor, se ela está ativada, expressa outro tipo de receptor. Se ela vai ser atraída 
para um órgão linfoide, ela expressa um receptor; se ela vai para o SNC, expressa outro receptor. 
Obs.: O linfócito B para permanecer em seu sítio fixo, ele responde a uma quimiocina que é a CxCl13. 
Então, as quimiocinas são divididas em dois grupos: 1) {não consegui ouvir – ver no slide} São a Cxl ou a Ccl. 
Ccl19 e ccl21 -> quimioatraentes para o linfócito T. 
Cada célula responde a um receptor diferente, por isso cada uma vai para um lugar. Quando temos uma resposta 
para que a célula migre pro sítio onde está acontecendo a infecção, serão secretadas também quimiocinas para 
atrair essas células para esse local. 
 Antígeno: molécula que uma vez que interage com uma célula B ou T, esse antígeno induzirá 
imunogenicidade ou antigenicidade ou as duas coisas. 
 Imunogenicidade: é quando temos essa interação da célula B ou T com o antígeno, e essas células produzirão 
células de memória; Esse antígeno é capaz de induzir uma resposta especifica, e aí, quando ele é capaz de fazer isso, 
é chamado de imunógeno. Produção de células efetoras e de células de memória. 
 Antigenicidade: é a capacidade de interagir com os produtor do linfócitos T ou B. Se ele então interagir com 
TCR ou às imunoglobulinas solúveis. 
Podemos ter um antígeno que é antigênico, ou seja, é capaz de reagir com TCR sem produzir memória. 
Os linfócitos B são capazes de reconhecer moléculas vindas de várias origens diferentes, podem ser proteínas, 
polissacarídeos, lipídios, ácidos nucleicos ou lipopolissacarídeos... 
O antígeno quer dizer molécula estranha, diferente do que é encontrado no organismo. Em geral, são moléculas de 
alto peso molecular. Alguns antígenos que apresentam baixo peso molecular são denominados de “haptenos”. Os 
haptenos são moléculas pequenas, e para que induzam uma resposta imune precisam estar associados a uma 
molécula carreadora, como uma proteína. Quando temos essa mistura, normalmente são montadas respostas 
imunes contra uma mistura que reconhece tanto hapteno quanto a molécula carreadora, somente a molécula 
carreadora, ou somente o hapteno. O hapteno precisa de uma molécula carreadora tanto para ser reconhecido por 
uma célula B, quanto para que seja montada uma resposta específica. Então, as células que são da imunidade inata, 
como as dendríticas, para que reconheçam esses haptenos, eles precisam ser associados à molécula carreadora, 
posteriormente fagocitados, ativação e apresentação do antígeno para a célula T específica. 
Obs.: O tamanho da molécula é importante para esse processo. 
Esses haptenos, apesar de serem pequenos, a resposta imune que é montada é específica. Então, temos exemplos da 
reatividade do soro contra vários haptenos que são anéis aromáticos de aminobenzeno. Com pequenas 
modificações, temos uma carboxila sendo adicionada nesse anél ou na posição orto, meta ou para. E, quando um 
animal é imunizado com esse hapteno, associado à proteína carreadora, ele não é capaz de produzir anticorpos 
contra esses outros haptenos -> resposta específica. 
Uma vez que é produzido um anticorpo, o anticorpo vai ter uma valência e interagir com o seu alvo dependendo do 
tipo de imunoglobulina. As interações podem ser: 
• Monovalente: só uma porção da imunoglobulina interage com aquele antígeno; força fraca. 
• Bivalente: duas porções da Imunoglobulina G (por exemplo) interage com o antígeno; interação maior. 
• Pentavalente: IgM -> força de interação maior. 
Chamamos a força de interação de AVIDEZ. 
Então, tanto a imunoglobulina quanto o TCR, vão interagir com o antígeno e terão uma afinidade pelo antígeno. Essa 
afinidade vai fazer uma interação e quanto maior for a afinidade, maior a força de interação (avidez). Quanto maior a 
avidez, maior a ligação, maior a ativação da célula, ou o efeito. 
A composição química do antígeno é importante. 
Obs.: Sequências muito lineares são menos imunogênicas do que sequências que tem peptídeos diferentes. 
A estrutura 2ª, 3ª e 4ª também são importantes. Quanto mais complexa a estrutura final da proteína, maior a 
possibilidade de aumentar o grau de imunogenicidade da proteína. A proteína pode ser reconhecida só no seu 
estado nativo, como exemplo temos a lisozima de ovo. 
Quando essa proteína está numa estrutura não conservada, ela não é capaz de induzir o mesmo tipo de resposta. 
Para alguns tipos de proteínas, a estrutura final é bastante importante para a interação com o TCR e a indução de 
uma produção de anticorpos específicos que seja eficiente. É importante lembrarmos que essas questões de 
estrutura primária, secundária, quaternária elas são necessárias ao linfócito B, que reconhece diretamente a 
proteína, no caso do linfócito T, como ele reconhece a proteína já processada, o importante pra ele são as diferenças 
na sequência primária, nas sequências de aminoácidos. No caso do linfócito B não, tudo é importante. 
O mesmo se deve, por essa complexidade química, também considerando um antígeno lipídico. Quanto mais 
complexo for o lipídio, maior será o grau de reatividade do lipídio com o linfócito B. No caso dos linfócitos T que são 
esses linfócitos T aqui (slide) Gama-delta e Alfa-alfa, que principalmente correspondem àqueles aminoácidos, a gente 
tem um grupo de moléculas que se associa aos antígenos que essas células reconhecem. Essas células reconhecem 
lipopolissacarídeos, podem reconhecer fosfolipídios, e elas reconhecem essas moléculas através da interação dessas 
moléculas com um grupo de moléculas que são CD1. Então, há um grupo de moléculas presentes nas células 
apresentadoras de antígenos, que são a CD1A, B,C, D e E, que se ligam a esses outros tipos de antígenos e que estão 
associadas à ativação de linfócitos T não-convencionais. 
No caso do linfócito T convencional (que precisa da apresentação associada à molécula do complexo principal de 
histocompatibilidade na superfície da célula apresentadora de antígeno), as macromoléculas que são mais 
complexas e grandes, são fagocitadas e processadas mais rapidamente de forma mais eficiente do que moléculas 
mais simples. Então, a apresentação dessas células também é mais eficiente. 
Se formos comparar o reconhecimento de antígenos entre as células B e T, teremos a interação doantígeno no caso 
do linfócito B envolvendo receptor de linfócito B presente na membrana dessa célula que é uma imunoglobulina 
ancorada, enquanto que o linfócito T precisa da apresentação mediada por uma molécula de MHC (complexo 
principal de histocompatibilidade) presente na célula apresentadora. 
O linfócito B vai reconhecer proteínas ou antígenos solúveis. Enquanto que o T não vai reconhecer moléculas 
solúveis. Então, o linfócito B não depende de uma apresentação, enquanto que o T, sim. 
O linfócito T vai reconhecer principalmente proteínas, no caso do linfócitos convencionais. Já os linfócitos B pode 
reconhecer uma série de antígenos com estruturas de natureza química diferentes. E, a natureza dos epitopos dos 
antígenos vai depender da sensibilidade do linfócito B. 
O linfócito T vai reconhecer aquela sequência linear de peptídeos; e o B vai depender do tipo de antígeno que aquele 
linfócito é capaz de reconhecer, se será linear, ou não, e etc. 
No caso das vacinas, o que se usa para que tenhamos uma resposta imune garantida, muitas vezes os antígenos são 
injetados no indivíduo junto da presença de adjuvantes. O adjuvante é uma molécula {Não confundir adjuvante com 
a molécula carreadora do hapteno!!!} que vai aumentar a resistência do antígeno no organismo, facilitando e 
aumentando a possibilidade desse antígeno encontrar uma célula capaz de ser ativada. Ele aumenta os sinais 
co-estimulatórios, que são importantes para a ativação do linfócito T. Eles aumentam o local de inflamação, 
favorecendo a resposta do organismo, e induzem a proliferação não específica de linfócitos. Isso fará com que 
aumentemos o número de células e, alguma dessas células será capaz de reconhecer o antígeno associado. Muitas 
vezes por haver esses efeitos não específicos, para neonatos ou mulheres grávidas, as vacinas são dadas sem a 
presença de adjuvantes. Então, as formulações podem variar, por exemplo também, no caso de indivíduos 
imunossuprimidos. 
Existem vários tipos de adjuvantes diferentes, como: 1) adjuvante incompleto de Freund e o 2) hidróxido de alumínio 
– ambos fazem a mesma coisa que é tornar a interação do antígeno mais lenta e aumentar a fagocitose de 
macrófagos, por exemplo. Os outros são chamados de adjuvantes completos, que são aqueles mesmo adjuvantes só 
que, com a combinação de bactérias, normalmente atenuadas ou mortas. Além de diminuir a liberação do antígeno e 
aumentar a fagocitose, esses adjuvantes vou aumentar/induzir a presença de moléculas co-estimulatórias. 
Ainda existem o adjuvante similar ao adjuvante incompleto de Freund, que é esse adjuvante como uranil peptídeos, 
que são peptideoglicana de parede bacteriana, que vai gerar uma união e promover esses mesmos efeitos. 
E ainda existem outro grupos que são complexos imunes estimulatórios, que são complexos de proteínas virais que 
induzem a ativação de células T citotóxicass. Então, dependendo do tipo de antígeno que a gente tenha, um 
determinado tipo de adjuvante é usado para estimular aquele grupo de células necessárias para a resposta. 
Por exemplo, para a infecções bacterianas extracelulares, talvez seja importante estimular a fagocitose de 
macrófagos para que sejam capazes de ativar os linfócitos não só B, mas também os T que venham reconhecer os 
antígenos apresentados. Enquanto que, no caso de respostas de repente virais que precisam de ativação de células T 
citotóxicas, esse tipo de complexo de adjuvantes seria talvez interessante nessa formulação. 
Como vemos, quando é feita a elaboração de uma vacina, são testadas as misturas daqueles antígenos com os 
adjuvantes, para que eles estimulem de forma eficiente as células corretas para a indução da resposta com memória. 
A imunogenicidade, além da composição, da estrutura, do tamanho da molécula, da similaridade dela com as 
proteínas próprias, da interação com o MHC ou não, também a forma, a rota e a dose também podem influenciar na 
imunogenicidade, ou seja, na capacidade do antígeno de interagir com a célula T ou B. 
Então, isso é importante, principalmente no caso das vacinas, onde temos que estudar também a dose, que seja 
imunogênica (capaz de ativar linfócitos B e T), a rota pela qual o antígeno será administrado, então, por exemplo, a 
vacina da poliomielite que é dada por via oral. Eles resolveram utilizar essa via de administração porque seria a rota 
pela qual ocorre a infecção pelo vírus, viu-se que dessa forma seria mais eficiente para ativar a produção de 
anticorpos e células T daquela rota natural de infecção. 
Bom, dentro do grupo de antígenos, a gente também tem a questão da reatividade cruzada. Então, dentro do grupo 
de proteínas que existem, há moléculas que são muito semelhantes e acabam levando a ativação cruzada entre 
antígenos. Isso acontece principalmente com relação à alérgenos. A resposta alérgica é uma resposta gerada pelo 
sistema imune contra uma determinada molécula(s) que leva a uma resposta exacerbada. O alérgeno, no geral, ele 
não tem alergia somente a um determinado antígeno, normalmente é um conjunto, e em geral essa lista vai sendo 
acrescentada, e isso pode se dever à reatividade cruzada. 
Por exemplo, proteínas encontradas no amendoim podem ser semelhantes às proteínas da ervilha e feijão. Uma 
comum é a reatividade cruzada entre crustáceos, então, no geral, o indivíduo que é alérgico a camarão, também 
desenvolve alergia à lagosta. 
Outros exs.: leite e carne bovina/cabra; pólen – frutas como maçã, pêssego e melão; Nozes – castanha, avelã; 
Uma reatividade bastante séria é uma resposta contra o anél Beta-lactâmico presente em vários antibióticos 
derivados da penicilina. Então, alguns indivíduos são capazes de montar uma resposta imune contra esse tipo de 
molécula, e respondem cruzadamente a todos os outros derivados. 
Obs.: O processo alérgico muitas das vezes, precisa passar por etapas, e a partir disso, o indivíduo às vezes nem sabe 
que é alérgico a determinada substância. 
Transcrição Micro- Aula 2 (28/09) 
 
O tema abordado nesta aula serão as estruturas da imunidade adaptativa. A 
imunidade adaptativa está associada com a resposta de dois tipos celulares: Linfócitos 
T e linfócitos B. Os linfócitos B são aqueles responsáveis pela produção de 
imunoglobulinas. Essas imunoglobulinas uma vez secretadas, são chamadas então 
de anticorpos. Essas estruturas (imunoglobulinas) são importantes, porque elas 
realizam o reconhecimento dos antígenos e quando elas são secretadas elas vão 
desempenhar uma série de funções dentre as quais seria a eliminação desses 
antígenos. Como falado na aula passada, as imunoglobulinas foram talvez um dos 
primeiros componentes do sistema imune a ser estudado e a ser identificado, porque 
nos estudos aonde havia a imunização de animais você inoculava uma toxina ou uma 
bactéria em alguns animais e esses animais se tornavam protegidos, e viam que ali 
tinha alguma coisa que promovia essa proteção. Então, os primeiros estudos 
começaram no final do século XIX isolando toxinas e alguns nomes importantes como 
o Kitazato (não sei o nome do carinha, ela fala muito enrolado), que foi um 
bacteriologista nascido no Japão, mas que teve a sua carreira desempenhada 
principalmente em Berlin, onde ele isolou outros causadores de doenças, como a 
toxina tetânica, o antraz e a toxina da disenteria. Esses isolados foram muito 
importantes porque eles foram utilizados depois para tentar induzir uma proteção em 
animais. Então mais tarde outros estudiosos pegaram aqueles patógenos que haviam 
sido isolados e resolveram injetar no animal, por exemplo uma toxina tetânica, e 
depois ele fez o seguinte experimento: injetava uma toxina tetânica num animal e 
depois ele recolhia o soro desse animal e transferia o soro para um outro animal. 
Quando esse animal era injetado com a toxina ele ficava protegido. Então, essa talvez 
tenha sido uma das primeiras providências demostrar que uma vez que o animal era 
"tratado" com a toxina alguma coisa era produzida, essa substância ficava no soro e 
uma vez que eles pegassem o soro desse animal tratado e transferissem pra um outro 
animal, esse animal ficava imune àquela doença. 
Após isso, começaram outros estudos que serviam pra identificar quais seriam as 
moléculas que eram capazes de conferir essa proteção ao animal, e eles identificaram 
um grupo de glicoproteínas no soro que eram separadas através de diferenças de 
solubilidade e de capacidade de migração por eletroforese e quando se faz esse tipo 
de análise, se pode dividir essas proteínas do tipo albumina e do tipo globulina. 
Então, uma vez analisando, as albuminas ficariam numa faixa de comprimento de 
onda e as globulinas em outra faixa. 
Eles identificaram que uma vez que você imunizasse ou tratasse um animal com uma 
toxina, ele produzia níveis grandes de glicoproteínas que estavam nessa região de 
gamaglobulinas. Isso só foi identificado mais tarde, já no século XX, de que essas 
moléculas que estavam presentes no soro e que conferiam proteção eram 
glicoproteínas do tipo globulinas e que eram do tipo gamaglobulinas. Por isso que eles 
chamaram de imunoglobulinas, porque conferiam uma capacidade de 
imunização/proteção, e eram do tipo de globulinas. 
Depois dessa época, tiveram vários estudos na tentativa de caracterizar quais eram os 
tipos/características/formas exatas das imunoglobulinas, mas sabe-se atualmente que 
quando o linfócito B entra em contato com o antígeno, ele é capaz de reconhecer 
diretamente o antígeno. Esse linfócito B vai ser ativado, a célula passa a expandir, 
então temos um aumento no número de células que são capazes de reconhecer 
esse antígeno e se diferenciar em plasmócitos. Então, o linfócito B, que é 
capaz de secretar as imunoglobulinas, os anticorpos, a gente chama de 
plasmócito. Então o linfócito B que não for ativado (virgem) ele não vai secretar 
anticorpos. Ele vai secretar só depois que ele for ativado e passar por um processo 
de diferenciação, onde ele vai se tornar uma célula capaz de secretar imunoglobulinas. 
Essas imunoglobulinas que são secretadas inicialmente elas são semelhantes 
aquelas que eles expressam na membrana, que são as imunoglobulinas do tipo 
IgM. Então, uma coisa que é importante ter em mente: O linfócito B então tem 
imunoglobulina ancorada na sua membrana, que funciona como um receptor, e 
ele também passa a ser capaz de secretar imunoglobulina. Nesse primeiro 
momento de ativação, ele vai secretar IgM, que vai ser essa imunoglobulina que vai 
estar ancorada na membrana. Essas imunoglobulinas, elas vão se caracterizar, então 
a gente já sabe que elas são proteínas do tipo globulinas, e elas são formadas por 
duas cadeias: uma cadeia leve, que é mais curte e uma cadeia pesada, que é mais 
comprida. Todas as imunoglobulinas irão possuir essa conformação de uma cadeia 
leve e uma cadeia pesada. A cadeia pesada e a leve são formadas por duas regiões, 
que são a região variável e a região constante. Então, as cadeias leves são cadeias 
menores, de 23 kilodaltons, enquanto as cadeias pesadas podem variar de 50-70 
kilodaltons e ambas as cadeias são formadas por uma região variável e uma região 
fixa/constante. A região variável é a região responsável por realizar o 
reconhecimento/interação com o antígeno. Então é nessa porção que irá ter a 
interação com o antígeno. (prof doida saiu da sala) Então, teremos a fração Fab e a 
fração Fc. Essa Porção Fc é a região fixa/constante e a Fab é a região variável. Essa 
região variável é onde a gente vai ter a interação com o antígeno. Então, se cada 
linfócito B é capaz de reconhecer, tem uma especificidade diferente, a gente vai dizer 
que cada cadeia dessa tem uma região variável diferente. Essa variabilidade dessa 
região Fab, ela é conferida por peptídeos que formam essa proteína que são 
segmentos da porção variável, que são segmentos VDJ. Então, essa porção variável 
vai reconhecer de forma específica graças aos segmentos gênicos, as porções V, D e 
J, onde as cadeia pesada é formada, e a cadeia leve só é formada pelas porções D e 
J. Essa variação da porção variável confere um repertório que varia de 10 elevado a 7 
- 10 elevado a 9, de células diferentes, com especificidades diferentes pra reconhecer 
diversos tipos de antígenos. Essas regiões, a porção variável da cadeira pesada e da 
cadeia leve, como dito anteriormente, essa variabilidade é conferida a partir dessa 
região VDJ. Essa região VDJ fica em segmentos gênicos separados da região 
constante. A região constante vai ter segmentos gênicos que vão definir o isotipo da 
imunoglobulina, então esses segmentos vão fazer com que sejam transcritos pedaços 
da proteína que vão fazer ela ser ou uma IgM ou uma IgG ou uma IgA, e essa porção 
aqui que vai conferir a variabilidade. 
Então, foi observado em células embrionárias que são precursores de linfócito B, onde 
o linfócito ainda não tinha completado o seu processo de diferenciação, e em células 
maduras, utilizando uma célula de mieloma. Eles observavam através de corrida por 
eletroforese do DNA, então eles pegavam a célula, extraiam o DNA e faziam digestão 
desse DNA com várias enzimas de restrição gerando vários pedaços de tamanhos 
diferentes. Então eles viam que na célula madura, o linfócito B tinha quantidade de 
bandas menores do que o DNA embrionário. Então que esse tamanho de DNA era 
maior nas células precursoras do que nas células maduras. Isso sugeriu que essas 
células durante o processo de diferenciação elas tinham uma redução no tamanho do 
DNA dessas células, uma redução física, e que essa redução se refletia naquelas 
porções variáveis, então aqueles segmentos gênicos que definem a porção variável 
das imunoglobulinas é que sofria uma redução. Então isso mostrou para os 
pesquisadores, que durante o processo de diferenciação do linfócito B ( e isso também 
acontece no linfócito T) há uma recombinação gênica desses segmentos. Onde os 
segmentos gênicos são rearrumados, e a gente tem a junção desses segmentos, de 
maneira a produzir anticorpos, imunoglobulinas ou TCR's no caso do linfócito T de 
forma que vai produzir uma proteína com a porção variável diferente. Pro TCR 
acontece a mesma coisa, na cadeia alfa e na cadeia Beta. A cadeia Beta equivale 
então a cadeia pesada das imunoglobulinas, onde a gente tem segmentos gênicos 
VDJ enquanto que na cadeia alfa a gente só tem o segmento V e J. Então o TCR alfa-
beta também tem uma porção constante e uma porção variável. A porção variável da 
cadeia beta é formada pelos segmentos VDJ e a alfa só pelos segmentos V e J. 
Os genes que codificam as cadeias pesadas, leves, a cadeias alfa-beta e gama-delta 
estão localizadas em cromossomos diferentes, e a cadeia leve da imunoglobulina 
pode ser de dois tipos: ou capa ou lambda. Então, os segmentos variáveis são os 
maiores números de segmentos gênicos, de mais ou menos 300 pares de bases, 
agrupados nos respectivos cromossomos para a produção ou da cadeia leve ou da 
cadeia pesada das imunoglobulinas ou das cadeias alfa-beta e gama-delta dos TCR's. 
A gente vai ter uma seqüência líder, que está em cada região V, e essa sequencia vai 
ser importante para orientar na hora de fazer a tradução desse segmento gênico. Os 
segmentos J são segmentos de junção, eles estão localizados entre os segmentos 
variáveis e os segmentos constantes, por isso que são chamados de segmentos de 
junção. São segmentos com um menor número de pares de bases, mas também 
conferem a variabilidade das cadeias. E o Segmento D é o segmento de diversidade. 
Eles são as regiões mais variáveis, tanto nas imunoglobulinas quanto nos TCR's. 
O que é importante nessa história???? Esses segmentos gênicos para eles conferirem 
a variabilidade da estrutura eles sofrem então uma recombinação somática. Durante 
o processo de diferenciação dos linfócitos B e T a gente temos linfócitos, 
eles são originados a partir de uma célula-tronco hematopoiética, essa 
célula-tronco vai passar por uma série de influências do micro-ambiente, 
e ela vai se transformar num precursor linfóide comum. Esse precursor 
linfóide comum, ele tanto vai poder dar origem a linfócitos B quanto a 
linfócitos T. Esse precursor linfóide lá na medula óssea, ele vai sofrer 
influências do micro ambiente que vão fazer com que ele se diferencie 
num precursor B ou num precursor T. Essa célula T vai fazer um 
processo de migração para o timo, e lá vai dar continuidade ao seu 
processo de diferenciação. E o precursor B vai continuar na medula 
óssea. E aí vai se formar então uma célula pré-pró B. Essas células vão passar por 
diversas etapas, que não serão discutidas nesse momento. Quando essas células 
estão nesse estágio de diferenciação elas vão progredir até virarem uma célula B/T 
madura. Antes que isso aconteça, elas vão sofrer a influência do micro ambiente, que 
vai ativar a recombinação. Então quando ela chega em determinadas fases do 
processo de diferenciação, ela vai sofrer ativação de genes, que vão propiciar essa 
recombinação gênica, e esses genes são genes das enzimas que fazem a 
recombinação, que são as recombinases. Então temos duas moléculas (TCR e 
imunoglobulinas) que são formadas por duas cadeias cada, onde essas cadeias são 
formadas por uma região variável e uma região constante. Essa região variável 
confere especificidade dessas células a vários antígenos diferentes, e essa região é 
formada a partir de 3 segmentos gênicos: V,D e J. Esses segmentos gênicos são 
recombinados. Esse processo de recombinação acontece durante a diferenciação e 
maturação das células. Durante esse processo, a gente vai ter a ativação de genes 
que vão propiciar a recombinação, e entre essas proteínas envolvidas na 
recombinação, a gente tem as enzimas Recombinases. E essas recombinases são a 
RAG1 e RAG2. São as mesmas enzimas nos 2 tipos celulares. Elas são ativadas em 
determinados momentos quando a célula está no seu processo de diferenciação até 
chegar a uma célula madura, e ela passa a expressar essas recombinases. Quando a 
célula está madura, esses genes são silenciados/inativados. A célula não é mais 
capaz de promover um processo de recombinação de DNA. Então, uma vez que essas 
células tenham essa recombinação somática ativada, essas enzimas vão clivar em 
determinadas porções desses segmentos gênicos, vão ser cortados, esses segmentos 
vão ser excluídos e aí teremos enzimas reparadoras que vão religar os segmentos. 
Então, essas clivagens acontecem de forma aleatória, gerando uma junção desigual 
desses segmentos gênicos, promovendo a geração de uma imunoglobulina ou de um 
TCR único. Isso acontece num gene que codifica a cadeia pesada e num outro gene 
que codifica a cadeia leve. Normalmente, esses eventos acontecem em momentos 
diferentes, primeiro é feita a recombinação da cadeia pesada/Beta do TCR, e depois é 
recombinado o TCR da cadeia leve/Alfa do TCR. Então, uma vez que esse gene foi 
cortado, ligado, esse novo gene recombinado é então transcrito, processado e 
traduzido, para que seja formada a proteína, e depois a gente tem o mesmo processo 
acontecendo na cadeia alfa. Essas combinações é que vão fazer com que a gente 
tenha um repertório bastante extenso tanto de imunoglobulinas quanto de TCR's. 
Essas recombinases vão clivar esses segmentos gênicos em determinadas regiões 
que eles vão reconhecer. Esses segmentos gênicos tem sequencias que são 
consideradas sinais de recombinação, que são palíndromos de 7-9 pares de bases 
que são separados por um intervalo que varia de 12-23 pares de bases. Então quando 
a enzima reconhece essas regiões palindromicas, ela se liga a essas regiões e vai 
clivar em cima dessas regiões. E então, esses mecanismos de recombinação vão 
sofrer o corte, esse corte pode gerar um segmento que é eliminado, faz um pedacinho 
de DNA circular, e então teremos uma enzima de reparo que vai ligar, havendo então 
a exclusão desse pedacinho, ou senão a gente pode ter um fenômeno de inversão, 
que é menos comum, onde a gente tem inversão das posições dos segmentos 
gênicos, e essa porção então é ligada em posições diferentes. Mas o mais comum de 
acontecer é a eliminação desse pedaço. 
O nome RAG dessas enzimas vem do inglês, de genes ativados de recombinação, 
são então ativos nas células que estão em processo de diferenciação, e quando você 
tem a união desses segmentos gênicos, que foram separados/recombinados pelas 
enzimas RAG1 e RAG2, muitas vezes a gente tem a adição de novos nucleotídeos ou 
a substituição de nucleotídeos, e isso faz com que a gente tenha uma alteração 
durante o reparo. Então, se você tem a inserção de novos nucleotídeos, aquela leitura 
da nova sequência já não vai ser mais a mesma, promovendo então uma variabilidade 
durante o processo de reestruturação desses segmentos gênicos. 
Quando a gente tem a recombinação gênica, apenas um dos genes ou alelos 
paterno/materno é ativado. Então, a gente vai ter a recombinação da cadeia 
pesada/beta do TCR em apenas um dos genes. O outro alelo é inativado. Então, a 
gente pode ter células onde tem a recombinação do gene paterno, outra célula com 
recombinação do gene materno, e isso vai causar uma diversidade nessas células. E 
sempre há a inativação do outro alelo (isso somente para a cadeia pesada/beta do 
TCR). As cadeias alfa ou delta do TCR/Leve sofrem a recombinação dos dois 
cromossomas. Então a gente pode ter TCR’s hídricos, com a recombinação tanto do 
alelo paterno quanto do alelo materno, gerando mais diversidade. A gente tem essas 
regiões recombinadas, e essas regiões da cadeia pesada e da cadeia leve, tem 
regiões que são regiões de maior diversidade, então a gente tem a variabilidade da 
cadeia pesada e da cadeia leve, a gente tem regiões de hipervariabilidade. Em geral 
essas regiões de hipervariabilidade são regiões onde na cadeia pesada fica localizada 
na recombinação dos segmentos D, que são segmentos de diversidade. No CDR, o 
CDR3 é o de maior variabilidade, e esse aumento de variabilidade do CDR3 está 
associado com a adição de novos nucleotídeos, não só com a recombinação. Então, 
essa hipervariabilidade dessa região está associada a essa adição de nucleotídeos. 
Essas regiões são aquelas regiões mais expostas, que são aquelas que vão interagir 
com o antígeno são as de maior variabilidade. 
As globulinas possuem domínios globulares que são formados por ligações de pontes 
de sulfeto, que vão dar esse formato globular a essa proteína. Além disso, as cadeias 
leve e pesada também são ligadas por pontes de sulfeto e há uma porção de anel 
localizada entre a região FAB e a região FC, que dá uma certa mobilidade a 
hemoglobina. E gente tem uma região de dobradiça, que é esse anel, que vai fazer 
com que a imunoglobulina consiga se ligar a antígenos que estejam mais longe ou 
mais perto, dependendo dessa mobilidade, e essa mobilidade é conferida dependendo 
da quantidade de resíduos de prolína e cisteína localizada nessa região. Então, no 
caso da imunoglobulina a gente tem uma proteína que pode estar solúvel, ou uma 
proteína ancorada na membrana. A imunoglobulina solúvel é aquela que está 
secretada 
. A imunoglobulina que está ancorada na membrana, ela vai ter que ter uma porção 
transmembrana, que vai atravessar essa membrana plasmática e ainda uma porção 
que confere o domínio de sinalização intracelular, porque a imunoglobulina de 
membrana funciona como receptor. Então uma vez que essa proteína se liga ao 
antígeno, isso vai fazer com que a gente tenha uma ativação desse receptor e 
transdução de sinais intracelulares. Então, na cadeia pesada, além de uma porção 
constante, ela vai ter uma porção transmembrana e uma região responsável pela 
transdução do sinal. Um exemplo de imunoglobulina de membrana temos a IgM ou a 
IgG e as secretadas irão ser secretadasquando a célula já se diferenciou em 
plasmócito. A imunoglobulina irá reconhecer apenas uma porção do antígeno, então, 
ela não irá interagir com tudo. Então, as regiões de hipervariabilidade vão interagir 
com um pedacinho do antígeno. Não só proteínas são reconhecidas, mas também 
lipídeos, carboidratos, etc. Esse reconhecimento pode ser conformacional, ou seja, ele 
depende que o antígeno esteja na sua formação nativa, uma vez que esse antígeno 
seja desnaturado, o anticorpo não é mais capaz de interagir com o antígeno. Essa 
ligação da imunoglobulina com o antígeno depende dessa acessibilidade, então, a 
gente pode ter na própria PTN nativa, reconhecimento de porções que são lineares, 
então, que podem ser conservadas após desnaturação, então, depende do tipo de 
sequencia que reconhece, e também a gente pode ter anticorpos que só reconhece 
porções inacessíveis, então é preciso que essa proteína passe por um processo de 
desnaturação para que haja o reconhecimento. Então, tudo vai depender do tipo de 
imunoglobulina que foi gerada e pra saber oq q ela vai reconhecer. Às vezes o 
determinante desse antígeno é um determinante que depende de proteólise, de 
clivagem, então, pra que a imunoglobulina reconheça esse antígeno, a gente precisa 
ter a clivagem da proteína. Então, a gente te as situações onde o antígeno é 
reconhecido na sua forma nativa, respeitando a conformação da proteína, ou ele está 
acessível tanto na forma nativa quanto desnaturada, ou ele está inacessível e precisa 
de um processamento para que ele se torne acessível ou ele pode depender de 
proteólise. 
Em paralelo, o TCR reconhece o antígeno indiretamente, então, ele precisa que o 
antígeno seja processado. 
Teremos diferentes formas de valências diferentes dessas imunoglobulinas. Essa 
interação pode ser monovalente, bivalente ou polivalente, isso vai depender do isotipo 
da imunoglobulina, e esse tipo de interação vai conferir uma força diferente entre 
essas interações, que pode ser fraca, forte ou muito forte. Essa interação do antígeno 
com o anticorpo, a gente pode ter uma alta produção de anticorpos, mas com pouca 
produção de antígenos. Essa ligação antígeno-anticorpo vai formar um 
imunocomplexo. Então quando a gente tem um antígeno ligado a um anticorpo 
solúvel, a gente vai ter a geração de um imunocomplexo. Podemos ter uma zona de 
equivalências, onde há muita geração de imunocomplexo, e esses imunocomplexo 
tem uma proporção mais equilibrada de antígenos e anticorpos, e uma pouca geração 
de imunocomplexo que teria uma quantidade excessiva de antígenos e pouca 
quantidade de anticorpos. Essa interação entre os antígenos e os anticorpos podem 
ser diversas, dependendo da característica da molécula, podendo ter ligações de força 
iônica, pontes de hidrogênio, interações hidrofóbicas.... dependendo do tipo de 
antígeno. 
Durante o processo de uma célula madura, ele vai expressar em sua membrana uma 
IgM e uma IgD. Quando a célula é ativada, e ela passa a conta com a influência do 
microambiente, essa célula vai poder trocar o tipo de imunoglobulina que produz. Ela 
deixa de expressar uma IgM e pode expressar uma IgG, IgA, IgE. A IgD sempre vai 
ser uma imunoglobulina de membrana, ele pode ou não expressar a IgD. Existem 
células positivas e células negativas para IgD. Sempre ira ter uma IgM na membrana. 
O receptor do linfócito B virgem é a IgM. A IgM secretada pode ser na forma de 
pentâmero. A IgA pode ser secretada na forma de um monômero ou na forma de 
dímero. A secreção de imunoglobulinas também varia de acordo com o tipo de linfócito 
B, onde que esse linfócito B está localizado, a gente vai ter a secreção de um tipo de 
imunoglobulinas. 
A IgA pode ser dividida em 1 e 2; a IgG pode ser dividida em 1,2,3 e 4, sendo que a 
gente pode ter IgG 2-a,2b... Essas imunoglobulinas são encontradas em 
concentrações diferentes, então, a IgA é mais encontrada em mucosas, e menos no 
sangue. A imunoglobulina mais abundante no sangue é a IgG. A igE também é mais 
encontrada em tecidos, e não livre no soro, e elas também tem uma meia vida que 
pode variar bastante dependendo do isotipo. A que tem uma meia vida maior é a IgG. 
Essa troca de isotipo de imunoglobulina, ela se dá através da troca de cadeia pesada 
que ela expressa. Então, a cadeia pesada pode ser µ (Mi),delta, gama, alfa.... Então, a 
célula que é virgem, que nunca foi ativada vai expressar a cadeia pesada µ (mi). 
Então, quando ela se ativa, e dependendo do microambiente que ela estiver, ela pode 
sofrer alteração na expressão desses genes mi, e passa a expressar um desses 
outros genes. 
O segmento gênico mais próximo da cadeia pesada é o segmento da cadeia mi, que é 
1 a ser transcrito, mas os outros, durante o processo de recombinação não são 
eliminados, eles permanecem lá, por isso que a célula pode trocar de classe, e 
durante esse processo de diferenciação, quando a célula ainda é virgem, ela ainda 
pode expressar tanto a IgM quanto a IgD, a IgD vai servir apenas para um auxílio na 
sinalização, no processo de ativação. As imunoglobulinas IgG, IgA, quando elas estão 
nesse formato de pentâmero ou de dímero possuem os monômeros unidos por uma 
cadeia J, que é uma cadeia de junção, que ajuda na formação do pentâmero ou do 
dímero. Durante o processo de ativação, quando a célula é madura, porém ainda 
virgem, pois nunca viu um antígeno ela expressa em sua membrana uma IgM e uma 
IgD. Quando ela se ativa, e então se ela se diferenciar em plasmócito ela vai ser uma 
célula produtora de IgM. Dependendo do contexto de quando tiver essa ativação, ela 
pode deixar de expressar uma IgM, e passar a expressar algum dos outros subtipos. 
No início de uma infecção. a gente vai ter um título viral, com um pico de mais ou 
menos 2 dias, depois teremos um aumento com o tempo na quantidade de anticorpo 
produzido. No gráfico( do slide) teremos 2 tipos de anticorpos: os anticorpos 
neutralizantes, do tipo IgG e do tipo IgM. Se a gente analisar o tipo IgM, que é a curva 
em marrom, ele precede a produção de IgG, então a célula primeiro produz a IgM, 
essa IgM não perdura , porque a célula vai trocar de classe, deixando de expressar 
IgM, e a gente vai ter células produtoras de IgG, que aí tem uma durabilidade maior, 
não só porque a meia vida dela é maior, mas porque pode ter a geração de células de 
memória que são produtoras de IgG. Então, a gente tem vários subtipos de IgG, e 
esses subtipos são definidos em relação ao tamanho da cadeia pesada. A IgA é a 
imunoglobulina das mucosas, então e região de mucosa, a principal imunoglobulina 
que vai ser encontrada é a IgA. Ela pode ser encontrada nas fezes, saliva, secreções 
brônquicas, e ela pode ser secretada na forma de dímero. 
Algumas células do epitélio intestinal expressam um poli receptor de Ig, que é o 
receptor que se liga a IgA dimérica que está sendo secretada pelos plasmócitos 
localizados nessa região de mucosa, e essa IgA então, interage com o receptor, é 
endocitada e então sofre uma clivagem enzimática, e esse poli receptor vai se unir 
junto com essa IgA secretória. então, a IgA dimérica, que é secretada tem a cadeia 
pesada e as 2 cadeias leves; a junção entre elas com a cadeia J; e unido nessa 
estrutura, a gente vai ter o receptor poli G, que sofre uma clivagem, quando o 
complexo é endocitado, pra depois ser secretado, e então, essa IgA vai controlar a 
população bacteriana do lúmen intestinal. Uma outra imunoglobulina bastante 
conhecida é a IgE. A IgE é a imunoglobulina que está associada aos momentos de 
crises alérgicas. Ela tem uma função importante, não só pelo reconhecimento do 
antígeno, que no caso é o alérgeno, mas também pela sua ligação a imunoglobulina 
pela porção FC, que é a porção constante. Então a gente tem a porção FAB mais a 
porção FC. Para vários tipos de imunoglobulinas a gente vai ter células que 
expressam receptores que reconhecem essa função, e quando a imunoglobulinainterage com o antígeno, e se liga a esse receptor encontrado em diversos tipos de 
células, isso leva ao desencadeamento de inumeras respostas. Isso pode levar ao 
desencadeamento de apresentação de antígenos, você está facilitando a fagocitose 
desses antígenos e pode levar a liberação de granulos de vários tipos celulares, que é 
o que acontece na alergia, o indivíduo que é alérgico possui uma grande quantidade 
de IgE circulante. Essa IgE está apta a se ligar ao alérgeno, e se ligar 
consequentemente aos receptores encontrados nos mastócitos, e aí rapidamente você 
tem a liberação dos granulos desses mastócitos, induzindo assim àquele quadro de 
coceira, inchaço, dor. Na saliva a gente encontra não só a IgA, mas também podemos 
encontrar IgG e IgM, principalmente em pacientes com doença periodontal, a gente 
encontra altos níveis dessas imunoglobulinas. 
 As imunoglobulinas tem várias funções, e uma das funções dependem da interação 
da porção FC da imunoglobulina com o receptores, que reconhecem imunoglobulinas. 
Esses receptores são expressos por diversos tipos de células do sistema imunológico 
e recebem também nomes através dessa nomenclatura de CD. Alguns desses 
receptores podem ter uma função de ativação, uma vez que a imunoglobulina 
associada a um antígeno se liga a um receptor para a porção FC encontrada em uma 
dessas células, ele pode disparar um sinal de ativação para a célula onde ele se 
encontra. Encontramos receptores de imunoglobulinas em células da imunidade inata, 
como cél. dendríticas, macrófagos, neutrófilos, monócitos... São células que 
reconhecem esses receptores. Essa interação pode fazer com que a célula fagocíte o 
antígeno, ou pode só gerar um processo de ativação ou também uma desgranulação 
no caso de basófilos e mastócitos. existem também receoptores que tem uma função 
de inibir. Esses receptores inibitórios, uma vez que a imunoglobulina interage com 
esse receptor, vai gerar uma inibição para a célula. Esses receptores inibitórios são 
principalmente encontrados nos próprios linfócitos B, onde a ligação da 
imunoglobulina, que foi secretada por ele, ao receptor inibitório vai gerar um sinal que 
pode levar ele a morte, e aí finalizar a resposta, e voltar para a fase de homeostase. A 
geração dos imunocomplexos é importante para as imunoglobulinas, mas o excesso 
de imunocomplexos pode causar um efeito danoso. A gente tem receptores para a 
porção Fc da imunoglobulina, aquela porção que não é constante, esses receptores 
podem ser ativadores ou inibidores. Sempre para interagir com esses receptores, a 
imunoglobulina normalmente para que eles sejam funcionais, essa imunoglobulina tá 
ligada ao antígeno. Essa interação, dependendo da célula, no caso do neutrófilo, 
quando a gente tem interação via porção FC, a gente pode ter a liberação de 
quimiocínas, de substâncias de proteínas com ação proteolítica (tóxica para os 
alvos),aumentar a fagocitose, induzir a liberação de mediadores que vão levar a morte 
desse microorganismo. No caso de macrófagos e monócitos, também pode ter a 
liberação de substâncias pró-inflamatórias, liberação de enzimas que podem levar a 
morte do microorganismo, aumentar a fagocitose. No caso do linfócito B, a gente pode 
ter a ação dos imunocomplexos, dessas ligações a receptores inibitórios que vão levar 
essa célula a morte, acabando com as células efetoras. 
Assim como as imunoglobulinas, o TCR também é formado por duas cadeias, um 
TCR convencional é formado por uma cadeia alfa e uma cadeia beta, também tem os 
domínios (globulares??) , formados por pontes de sulfeto e as duas cadeias são 
ligadas por pontes de sulfeto. Assim como a imunoglobulina de membrana, esse 
estrutura do TCR também apresenta uma porção transmembrana e uma pequena 
cauda citoplasmática que e responsável pela produção do sinal. A porção 
aminoterminal é onde se encontra a porção variável do TCR tanto a cadeia alfa, 
quanto a cadeia beta. 
O TCR é a molécula que a célula T usa para poder se ativar, mas ela 
diferente do linfócito B não é capaz de se ativar diretamente. Ela precisa da 
colaboração de células que são apresentadoras de antígeno que entram em 
contato com os antígenos, apresentam esses antígenos nos órgãos linfóides 
secundários e la eles vão ser ativados. O TCR então, na porção variável tanto 
na cadeia beta quanto a cadeia alfa, a variabilidade é conferida pelo segmento VDJ da 
cadeia beta e V e J na cadeia alfa. Esse processo de expressão do TCR também 
acontece durante o processo de maturação das células T, então assim como visto pro 
linfócito B, o precursor que se comprometeu com a linhagem linfóide e aí recebeu um 
estímulo pra se diferenciar em célula T e migrou para o timo, ele lá no timo é que vai 
passar por diversas etapas até chegar na expressão do TCR. Diferente do linfócito B, 
a gente tem uma diferenciação do linfócito T em 12 subtipos: CD4 e CD8. Quando a 
célula entra no timo, ela vai interagir primeiro na região cortical, com as células do 
estroma tímico e ele vai entrar no timo com a seguinte característica: essa célula mais 
indiferenciada ela não expressa nem as moléculas CD4 nem a CD8. Para essas 
células que não expressam nem o CD4 nem o CD8, a gente chama de célula duplo 
negativa (DN). Essas células duplo negativas, elas então começam a interagir com as 
células do estroma tímico e elas vão começar a mudar a expressão de outras 
proteínas. Essas células desse momento podem ainda ser subdivididas em DN1, DN2, 
DN3 e DN4, em função da expressão de outras moléculas que são o CD44 e o CD25. 
E nesse momento, ela começa a expressar os genes RAG1 e RAG 2 para promover o 
proc de recombinação do TCR. O primeiro a ser recombinado é a cadeia beta. Quando 
ele começa a recombinar, ele faz primeiro o TCR com uma cadeia beta, com uma 
cadeia alfa provisória, depois ele vai começar a expandir, e aí então, quando ele 
expressa um TCR alfa-beta, ele passa a expressar tanto o CD4 quanto o CD8, sendo 
então, uma célula duplo positiva. Então, a célula entra no timo como duplo negativa, 
recebe influencias do microambiente tímico, ativa a expressão dos genes RAG, passa 
a expressar o TCR provisório que tem uma cadeia alfa provisória, depois o TCR 
completo e quando ele expressa o TCR completo, ele vira uma célula que é CD4 
positiva e CD8 positiva, com o TCR alfa-beta. Essa célula duplo positiva então, chega 
num estágio que o TCR vai ser testado com relação a funcionalidade dele, se ele é 
funcional ou não, e essa célula vai passar também por interações, que vão fazer com 
que ela se defina como uma célula CD4 positiva ou CD8 positiva. Então, essa célula 
vai ter q virar ou CD4 simples- positivo ou CD8 simples-positivo. Sendo um auxiliar e o 
outro citotóxico. Essa definição do CD4 e do CD8 vai depender das interações que 
essa célula vai passar para testar o seu TCR, então essas células já tem um TCR 
funcional e aí ela vai interagir com células dendríticas presentes na medula tímica que 
expressam a molécula que vai apresentar os antígenos para testar a funcionalidade do 
TCR. As células que tenham um TCR que não funciona são eliminadas. Dependendo 
da interação que acontecer, a gente vai ter a geração então de células que são CD4 
positivas ou CD8 positivas. Como o TCR tem uma cauda intracelular pequena, ele 
precisa de outras cadeias para desencadear a sua sinalização intracelular. Então, o 
TCR tem além das 2 cadeias alfa e beta, ele vai ter cadeias acessórias que formam 
um complexo de receptor, que são as cadeias CD3 , então o complexo TCR vai incluir 
o próprio TCR alfa-beta, cadeias CD3. Então, os linfócitos T expressam essas cadeias 
que são denominadas como CD3, então o CD3, CD4 e CD8 até agora são os CD's 
que precisamos saber. Além disso, a gente vai ter uma cadeia auxiliar e outras 
cadeias que estão amplificando o sinal, e o próprio CD4 ou CD8 vão fazer parte disso. 
Então, todas essas cadeias vão promover a sinalização

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