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Contabilidade de Custos

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Contabilidade de Custos 
Profº Francisco Lorentz 
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- administrativas 300,00 
- financeiras 500,00
 (1.000,00)
Lucro líquido 3.000,00 
As mercadorias vendidas e entregues aos clientes tê
m o valor de aquisição registrado como custo das 
mercadorias vendidas: 
Mercadorias em Estoques 
CMV 
Ciclo de negociação das Empresas Comerciais: 
Estoque de Mercadorias
 – são as mercadorias compradas que ainda não foram vendidas. Ao serem 
vendidas, as mercadorias são baixadas dos estoques pelo 
valor que foram adquiridas – Custo das Mercadorias 
Vendidas (CMV). A forma mais simples de se 
calcular o CMV é através da seguinte equação: 
CMV = EI + Compras – EF 
Na atividade comercial permanecem
 em estoque apenas os valores de
 aquisição das mercadorias ainda 
não vendidas. Os valores corresponde
ntes a aluguéis, depreciação, juros, 
comissões de vendas, honorários, 
salários etc. são apropriados ao r
esultado imediatamente quando incorridos. Em
 regra, são estocados apenas os 
gastos necessários à aquisição das mercadorias, tais 
como o preço pago pela merc
adoria, o frete, o seguro do 
frete, os impostos não recupe
ráveis. Os gastos não relacionados à comp
ra das mercadorias não fazem parte do seu 
valor de aquisição. A despesa de salários de uma empresa 
comercial, por exemplo, não é incorporada ao estoque, 
sendo apropriada ao resultado dent
ro do período de competência da despesa, mesmo que nesse período não 
tenham sido realizadas vendas de mercadorias. 
Estoques na atividade industrial 
O industrial fabrica os produtos que destina à venda
, agregando à matéria-prima uma série de insumos. 
Na empresa industrial é necessário controlar os fatores 
que são aplicados à produção (material direto, mão-de-
obra direta e gastos gerais de fabricação), para se determ
inar o valor dos estoques de produtos em elaboração, dos 
estoques de produtos acabados e do custo dos produtos vendidos. 
De forma simplificada, a apuração do resultado na empresa industrial é feita do seguinte modo: 
Vendas líquidas 20.000,00 
( - ) CPV (14.000,00)
Lucro bruto 6.000,00 
( - ) Despesas operacionais: 
- de vendas 2.000,00 
- administrativas 1.000,00 
- financeiras 1.200,00
 (4.200,00)
Lucro líquido 1.800,00 
O CPV, Custo dos Produtos Vendidos, corresponde
 às matérias-primas utilizadas, embalagens e 
outros materiais diretos, mão-de-obra direta e gastos gera
is de fabricação (ou custos indiretos de fabricação), 
necessários à fabricação dos produtos vendidos. Ou seja, 
corresponde ao valor dos fatores de produção aplicados 
aos produtos comercializados em determinado período.
 O CPV representa o custo dos produtos que foram 
transferidos para os client
es, em virtude das vendas. 
Compra Mercadorias 
Estoca Mercadorias 
Vende Mercadorias 
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Matérias-primas 
Produtos em 
Elaboração 
Produtos 
Acabados 
CPV 
Ciclo de negociação das Empresas Industriais 
- Estoque de Matérias-primas
 – são matérias-primas em estoques 
aguardando para serem utilizadas no 
processo produtivo; 
- Estoque de Produtos em Processo/Elaboração
 – são produtos que foram iniciados, mas ainda não estão 
totalmente acabados; 
- Estoque de Produtos Acabados
 – são produtos que foram terminados
 seu ciclo de produção, mas ainda 
não foram vendidos. 
Cálculo do Custo dos Produtos Vendidos
: Estoque Inicial de Produtos Industriais (em elaboração e 
acabados) + Custo de Produção do Período (Matéria-Prima c
onsumida, Salários dos Operários, Energia Elétrica, 
Combustíveis e demais custos) – Estoque final de 
Produtos Industriais (em elaboração e acabados). 
CPV = EIPE + EIPA + CPP –EFPE – EFPA 
Demonstração do Resultado do Exercício (com as 
alterações da Lei nº 11.638/07 e MP nº 449/08) 
Empresa Comercial 
Receita Bruta de Vendas e Serviços 
(-) Deduções (devoluções de vendas, abatimentos e impostos) 
= Receita Líquida de Vendas e Serviços 
(-) CMV (EI + Compras – EF) 
= Lucro Bruto Operacional 
(-) Despesas Operacionais 
 * Com Vendas 
 * Financeiras Líquidas 
 * Administrativas 
 Outras receitas e despesas operacionais 
= Lucro/Prejuízo Líquido Operacional 
Outras Receitas e outras Despesas 
= Resultado do Exercício antes da CSSL e IR 
(-) Provisão para CSSL 
(-) Provisão para IR 
= Lucro Líquido antes das participações 
(-) Participações de Debêntures, Empregados, Administradores e partes beneficiárias. 
= Lucro Líquido do Exercício 
ESTOCA 
PRODUTOS 
ACABADOS 
COMPRA 
MATÉRIAS-
PRIMAS 
ESTOCA 
MATÉRIAS-PRIMAS 
PRODUZ 
VENDE 
PRODUTOS 
ACABADOS 
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Empresa Industrial 
Faturamento Bruto 
(-) IPI s/ Faturamento 
= Receita Bruta de Vendas 
(-) Deduções 
= Receita Líquida de Vendas 
(-) Custo dos Produtos Vendidos 
= Lucro Bruto Operacional 
É a Contabilidade de Custos quem apura o CPV, por
 meio do controle dos custos de produção. As 
receitas e as despesas de vendas, admi
nistrativas, financeiras etc. são cont
roladas pela Contabilidade Financeira 
(Comercial) da empresa. Na atividade industrial perman
ecem em estoque os valores de aquisição das matérias-
primas e demais fatores de produção aplicados na fabri
cação dos produtos mantidos em
 estoque. São apropriados 
ao resultado, como custo dos produtos vendidos, apen
as os valores aplicados na fabricação dos produtos 
vendidos. Assim, integram os estoques de produtos os salár
ios, a depreciação, o aluguel, o seguro e demais gastos 
aplicados à produção, enquanto os produtos não forem ve
ndidos; vale dizer, durante o 
período em que os produtos 
forem mantidos em estoque. Se um 
produto fabricado permanecer em es
toque, o seu valor corresponderá aos 
seguintes custos, necessários à sua produção: 
Matéria-prima consumida 
+ Embalagem e outros materiais diretos utilizados 
+ Mão-de-obra direta aplicada 
+ Gastos gerais de fabricação (demais gas
tos envolvidos no processo produtivo) 
TERMINOLOGIA UTILIZADA EM CONTABILIDADE DE CUSTOS 
A área de custos possui terminologia própria qu
e, entretanto, muitas vezes é utilizada de forma 
equivocada. 
Gasto - s
acrifício financeiro com que a 
entidade arca para a obtenção de
 um produto ou serviço qualquer, 
sacrifício esse representado por entrega ou promessa de entrega de ativos (normalmente dinheiro). Pode ser um 
investimento, custo ou despesa. Conceito extremamente
 amplo e que se aplica a todos os bens e serviços 
recebidos/prestados. 
Exemplos: 
9
Gasto com Mão-de-obra 
9
Aquisição de Mercadorias para revenda 
9
Aquisição de Matéria-prima 
9
Aquisição de Máquinas e equipamentos 
9
Energia Elétrica 
9
Aluguel 
Só existe gasto no ato da passagem para a propr
iedade da empresa do bem ou serviço, ou seja, no 
momento em que existe o reconhecimento contábil da
 dívida assumida ou da redução do ativo dado em 
pagamento. Não estão aqui incluídos todos os sacrifíc
ios com que a entidade acaba por arcar, já que não são 
incluídos o 
custo 
de 
oportunidade 
ou os juros sobre o capital próprio, uma 
vez que estes não implicam a entrega 
de ativos. Note que o gasto implica, às vezes,
 em desembolso, mas são conceitos distintos. 
Desembolso - 
pagamento resultante de aquisiçãodo bem ou serviço
. Caracteriza-se pela entrega de numerário. 
Investimento - 
gasto ativado em função de sua vida útil ou de be
nefícios atribuíveis a períodos futuros. Pode se 
transformar em custo, despesa ou perda. Todos os sacrifíci
os havidos pela aquisição de bens ou serviços (gastos) 
que são "estocados" nos Ativos da empresa para baixa 
ou amortização quando de sua ve
nda, de seu consumo, de 
seu desaparecimento ou de sua 
desvalorização são especificamente
 chamados de investimentos
. Podem ser de 
diversas naturezas e de períodos de ativação variados: a 
matéria-prima é um gasto contabilizado temporariamente 
como investimento circulante; a máquina é um gasto que
 se transforma num investimento permanente; as ações 
adquiridas de outras empresas são gastos classificados 
como investimentos circulantes ou permanentes, 
dependendo da intenção que levou a sociedade à aquisição. 
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Custo - 
gasto relativo ao bem ou serviço utilizado na produ
ção de outros bens ou serviços. Este gasto só é 
reconhecido como custo no momento de utilização dos fato
res de produção, para fabricação de um produto ou 
execução de um serviço. 
O Custo é também um gasto, só que reconhecido como ta
l, isto é, como custo, no momento da utilização dos 
fatores de produção (bens e serviços), para a fabricação
 de um produto ou execução de um serviço. Exemplos: a 
matéria-prima foi um gasto em sua aquisição que imed
iatamente se tornou investimento (Ativo Circulante), e 
assim ficou durante o tempo de sua Estocagem, sem que
 aparecesse nenhum custo associado a ela; no momento 
de sua utilização na fabricação de um
 bem, surge o Custo da matéria-prima como parte integrante do bem 
elaborado. Este, por sua vez, é de novo um investimento
, já que fica ativado até sua venda. A energia elétrica 
utilizada na fabricação de um item qualquer é gasto (n
a hora de seu consumo) que passa imediatamente para 
custo, sem transitar pela fase de investimento. A 
máquina provocou um gasto em sua entrada, tornado 
investimento e parceladamente transformado em cu
sto à medida que é utilizada no processo de produção. 
 Exemplos: 
9
Matéria-Prima: foi um gasto na aquisição, 
que imediatamente se tornou um investimento 
durante sua estocagem, e quando consumido se tornou Custo. 
9
A Energia Elétrica é um gasto que quando consumido, passa imediatamente para Custo. 
9
Salários do pessoal da produção. 
9
Manutenção das Máquinas e Equipamentos de produção. 
9
Depreciação das Máquinas e Equipamentos de produção. 
Despesa - 
Gasto com bens e serviços não utilizados nas ativ
idades produtivas e consumidos com a finalidade de 
obtenção de receitas. Em termos práticos, nem se
mpre é fácil distinguir CUSTOS e DESPESAS. Pode-se, 
entretanto, propor uma regra simples do ponto de vista didático
: todos os gastos realizados com o produto até 
que este esteja pronto são CUSTOS; a partir daí, são despesas
. Por exemplo: gastos com embalagem 
individual de sabonetes, são custos (realizados no 
âmbito do processo produtivo – este é vendido somente 
embalado); se a empresa resolve vende
r em embalagens com 4, 6 ou 8 sabonetes, esse gasto adicional com essas 
embalagens extras são DESPESAS (são realizadas
 após o ciclo de produção do produto). 
As despesas representam saídas de recurs
os, causando redução no patrimônio líquido. 
Exemplos: salários e encargos do pessoal de vendas e administrativo, energia elétrica do escritório, aluguéis e 
seguros do prédio da administração, depreci
ação dos equipamentos do escritório etc. 
Observações
: todo o produto vendido e todo o serviço ou utili
dade transferidos provocam despesas. Costuma-se 
chamar de Custo dos Produtos Vendidos/Custo dos Serv
iços Prestados/Custo das Mercadorias Vendidas e assim 
faz–se aparecer na Demonstração de Resultados; o significado mais correto seria Despesa.
 Cada componente que 
fora custo no processo de produção a
gora, na baixa, torna-se despesa. 
Exemplo: a mercadoria adquirida pela loja comercia
l provoca um gasto (genericamente), um investimento 
(especificamente), que se transforma numa despesa no 
momento do reconhecimento da receita quando trazida 
pela venda, sem passar pela fase de custo. Logo, 
segundo Eliseu Martins, o nome Custo das Mercadorias 
Vendidas não é, em termos genéricos, rigorosamente
 correto. Logo, todas as despesas são ou foram gastos. 
Porém, alguns gastos muitas vezes não se transforma
m em despesas (por exemplo, terrenos que não são 
depreciados) ou se transformam quando ve
ndidos. Todos os Custos que são ou foram gastos se transformam em 
despesas quando da entrega dos bens ou serviços a que 
se referem. Muitos gastos são automaticamente 
transformados em despesas, outros passam primeiro pela fase de custos e outros ainda fazem a “via sacra” 
completa passando por investimento, custo e despesa. 
Custo e Despesa não são a mesma coisa ! 
Usaremos o termo “custo”, re
ferindo-se à produção de bens. 
Perda -
 é um gasto não intencional
 decorrente de fatores externos fortu
itos ou da atividade normal da empresa. 
No primeiro caso, são considerados da mesma natur
eza que as DESPESAS são jogadas diretamente contra o 
resultado do período. Exemplo: enchentes, desabamentos,
 obsoletismo de estoques, sinistros etc. No segundo 
caso, onde se enquadram, por exemplo, as perdas normais 
de matérias-primas na produção industrial, integram o 
Custo de Produção do Período. Exemplo: aparas de chapas de aço. 
Definição de Preço - 
valor estabelecido e aceito pelo vendedor para tr
ansferir a propriedade de um bem ou para 
prestar um serviço. Custo ou despesa para o adqui
rente é o preço para o vendedor. Gerencialmente
 não se faz 
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distinção entre custo e despesa. O preço e o custo podem se
r iguais, o preço sob a ótica do vendedor e o custo sob 
a ótica do comprador. Considerando-se apenas o vendedor, o custo é menor e o preço é a maior porque contém o 
lucro. 
Definição de Receita - a
 receita de um bem é o seu preço de ve
nda multiplicado pela quantidade vendida e a 
receita de vários bens é o somatório das multiplicaçõ
es dos diferentes preços de venda pelas respectivas 
quantidades vendidas. 
Exemplo: A matéria prima, que é uma receita pa
ra o vendedor, é para o comprador um gasto com 
investimento no ato da compra, um de
sembolso no ato do pagamento que pode ser a vista ou a prazo, um custo no 
ato de sua aplicação na produção e uma despesa 
no ato da venda do produto que ela integra. 
ELEMENTOS DE CUSTOS OU FATORES DE PRODUÇÃO 
Basicamente, os componentes de custo industria
l podem ser resumidos em três elementos: 
-
 Materiais
 (matéria prima, material
 secundário, embalagens) 
- 
Mão-de-obra 
(MOD / MOI - Mão de obra Direta e Indireta) 
- 
Gastos Gerais de Fabricação
 (GGF) ou 
Custos Indiretos de Fabricação
 (CIF) (energia elétrica, 
aluguéis, seguros, telefone, manutenção, lubrificantes etc). 
Materiais 
Os materiais utilizados na fabricação podem ser classificados em: 
Matérias-primas
: são os materiais principais e essen
ciais que entram em maior quantidade
 na fabricação do 
produto. A matéria-prima para uma indústria de móveis de
 madeira é a madeira; para uma indústria de confecções 
é o tecido; para uma indústria de massas alimentícias é a farinha etc; 
Materiais Secundários
: são os materiais que entram em menor quantidade
 na fabricação do produto. Esses 
materiais são aplicados juntamente com a matéria-pr
ima, complementando-a ou até mesmo dando o acabamento 
necessário ao produto. Os materiais secundários para um
a indústria de móveis de 
madeira são: pregos, cola, 
verniz, dobradiças, fechos etc; para um
a indústria de confecções são: botões, zí
peres, linha etc; para uma indústria 
de massas alimentícias são: ovos, manteiga,fermento, açúcar etc. 
Materiais de Embalagem
: são os materiais destinados a acondicionar ou embalar os produtos, antes que eles 
saiam da área de produção. Os materi
ais de embalagem, em uma indústria
 de móveis de madeira podem ser 
caixas de papelão, que embalam os móveis desmonta
dos; em uma indústria de confecções caixas ou sacos 
plásticos; em uma indústria de massas al
imentícias caixas ou sacos plásticos etc. 
Podemos encontrar, ainda, outras nomenclaturas a resp
eito dos materiais secundários como: materiais 
auxiliares, materiais acessórios, mate
riais complementares, materiais de a
cabamento etc. Dependendo do interesse 
da empresa, essas subdivisões poderão ser utilizadas. Para 
efeito didático, consideraremos todos esses materiais 
como secundários. 
Mão-de-obra 
Compreende os gastos com o 
pessoal envolvidos na produção
 da empresa industrial, englobando salários, 
encargos sociais, 13º Salário, Férias, refeições e estadas, seguros etc. 
Gastos Gerais de Fabricação ou Cu
stos Indiretos de Fabricação. 
Compreendem os demais gastos necessários para a fabricação dos produtos
, como por exemplo: aluguéis, 
energia elétrica, serviços de terceiros, manutenção da fábr
ica, depreciação, seguros diversos, material de limpeza, 
óleos e lubrificantes para as máquinas, pequenas 
peças para reposição, telefones e comunicações etc. 
Definição de objeto de custo ou objeto de custeio 
Como já tivemos oportunidade de mencionar, 
Custo
 se define como um recurso sacrificado ou de que se 
abre mão para um determinado fim (s
empre voltado para a área de produção). Para guiar decisões, os gestores 
sempre desejam saber quanto custa uma determinada 
coisa, como por exemplo, um novo produto, uma nova 
máquina, um serviço etc. Chamamos essa coisa de OBJETO
 DE CUSTO. Isto significa dizer que objeto de custo
é qualquer coisa para a qual se deseja uma mensuração de 
custo; é o nome técnico que designa a finalidade para a 
qual os custos estão sendo apurados. 
Exemplos: 
OBJETO DE CUSTO ILUSTRAÇÃO 
PRODUTO Uma bicicleta de 21 marchas 
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SERVIÇO Um vôo Rio-SP 
PROJETO Um avião montado 
pela embraer para a FAB 
ATIVIDADE Um teste para determinar o nível 
de qualidade de um 
lote de televisores 
DEPARTAMENTO Um departamento (manutenção) 
Controle de estoques 
Os estoques representam um dos ativos mais important
es do capital circulante e da posição financeira da 
maioria das companhias industriais e comerciais. Sua co
rreta determinação no início e no fim do período contábil 
é essencial para uma apuração adequada do lucro líquido do 
exercício. Todos os itens são registrados através de 
código de produto, sendo o cr
itério mais utilizado, o custo médio. Todas entradas são feitas quando da chegada do 
material ao almoxarifado, através da NF e as saídas são
 feitas através de Requisição de material. As Fases 
(contas) do Estoque (Ativo) são: 
9
Matéria-Prima 
9
Produtos em Elaboração 
9
Produtos Acabados 
9
Material de Consumo 
9
Mercadoria para Revenda 
9
Material para Embalagem 
9
Importação em andamento 
9
Provisão de estoque obsoleto (redutora) 
9
Provisão para ajuste ao valor de mercado (redutora) 
Devem ser programados Inventários Periódicos e Anua
is, sendo que as diferenças
 verificadas devem ser 
analisadas e justificadas através de relatórios gerenciais. 
Estoque de Materiais
: os estoques de materiais podem ser classificados em: 
ƒ
Materiais Diretos
: compreendem a matéria prima e outros que possam ser perfeitamente 
identificados ao objeto de custo. 
ƒ
Materiais Indiretos
: são os materiais empregados na fabricação do produto, mas, devido à 
dificuldade de cálculo, quanto 
à quantidade utilizada em cada produto fabricado, são considerados 
materiais indiretos. 
Estoques de Produtos em Elaboração:
 o saldo da conta estoque de produ
tos em elaboração ou estoque de 
produtos em processo representam o valor dos produtos em
 processo, em fabricação, os produtos que ainda não 
estão acabados para serem vendidos. 
Estoques de Produtos Acabados:
 essa conta representa o saldo dos produt
os disponíveis para venda em estoque, 
no depósito de produtos acabados da empresa. 
Fases do Produto até Custo: 
9
Estoque de Matéria -Prima 
9
Produto em Elaboração (incluiu demais custos de produção) 
9
Produto Acabado (matéria-prima + demais custos de produção) 
9
Custo de Produtos Vendidos 
Custos de Produção – 
Podem ser separados em: Material Direto 
(MD), Mão-de-Obra Direta (MOD) e Custos 
Indiretos de Fabricação (CIF) ou Gastos Gerais de Fabricação (GGF). Corresponde ao 
Custo de Produção do 
Período ou Custo Fabril: é
 a soma dos custos incorridos no período de
ntro da fábrica em determinado período. 
CPP = MD (EI + C – EF) + MOD + CIF 
Custo da Produção Acabada
 ou 
Custos dos Produtos Fabricados
: nem sempre o total de custos aplicados na 
produção durante o período é totalmente transformado em
 produtos acabados. Pode permanecer alguma parcela 
ainda em elaboração no final do período. O Custo dos 
Produtos Fabricados ou Cust
o dos Produtos Acabados é 
resultante do custo fabril somado à parcela do Custo Fa
bril do período anterior ainda não transformado (no 
período atual chama-se EIPE) diminuído da parcela d
esse mesmo Custo Fabril que não se transformou (EFPE). 
Resumindo, o Custo dos Produtos Fabricados é o custo que
 efetivamente ocorreu sobre as unidades que foram 
totalmente acabadas naquele período. 
CPA = EIPE + CPP - EFPE 
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Custo dos Produtos Vendidos
 – é a soma dos custos incorridos na fabr
icação dos bens que só agora estão sendo 
vendidos. Pode conter Custos de Produção também de 
períodos anteriores existentes em unidades que só foram 
acabadas no presente período. 
CPV = EIPA + CPA - EFPA 
Outros conceitos utilizados na contabilidade de custos 
Custos Primários
 – são os custos principais do produto em si, 
ou seja, a matéria-prima e a mão-de-obra Direta. 
Representam os primeiros custos 
a ocorrerem no processo produtivo. 
Custos de transformação:
 corresponde a soma de todos os custos 
de produção, exceto os relativos a matérias-
primas e outros eventuais adquiridos e empregados 
sem nenhuma modificação pela empresa (componentes 
adquiridos prontos, embalagens compradas etc.). Representa
m esses Custos de Transformação o valor do esforço 
da própria empresa no processo de elaboração de um de
terminado item. Ou seja, constitui-se da mão-de-obra 
apropriada e dos custos indiretos de fabricação. 
 Fluxograma da Apuração do Resultado Industrial 
+ (-) 
+ (-) 
Separação entre custos e despesas 
O professor Eliseu Martins cita em seu livro que, 
teoricamente, a separação en
tre custos e despesas é 
fácil. Como nós já citamos: os gastos
 relativos ao processo de produção são 
CUSTOS
; e os relativos à 
administração, às vendas e aos financiamentos são 
DESPESAS
. Na prática, entretanto, uma série de problemas 
aparece pelo fato de não ser possível a separação de 
forma clara e objetiva. Somente devem ser “separados” e/ou 
“diferenciados” entre custos e despes
as valores que sejam significativos e 
que vão influencia
r sobremaneira o 
processo. Por exemplo, é comum encontrarmos uma única administração, sem a separação da que realmente 
pertence à fabrica; surge daí a prática de se ratear o gasto 
geral da administração, parte para despesa e parte para 
custo, rateio esse sempre arbitrário, pela dificuldade prá
tica de uma divisão científica. Normalmente, a divisão é 
Materiais diretos 
consumidos (MD, MP etc) 
EI + C - EF 
Mão de obra direta 
(MOD) 
 GGF ou CIF 
Custo de Produção do 
Período ouCusto Fabril
EIPE 
EFPE 
EIPA 
EFPA 
Custos dos Produtos 
Acabados ou Custo dos 
Produtos Fabricados 
Custos dos Produtos 
Vendidos 
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feita em função da proporcionalidade 
entre número de pessoas na fábrica e fora dela, ou com base nos demais 
gastos, ou simplesmente em por
centagens fixadas pela Diretoria. Outros
 exemplos mais específicos: gasto com o 
Departamento de Recursos Humanos ou Pessoal; por have
r comumente um único departamento que cuida tanto 
do pessoal da fábrica como do pessoal da administração, f
az-se a divisão de seu gasto total em custo e despesa. 
Ou também o Departamento de Contab
ilidade, que engloba a Contabilidade Fi
nanceira e a de Custos, e por essa 
razão tem, às vezes, seu gasto total de funcionamento 
dividido parte para despesa (Contabilidade Financeira) e 
parte para custo (Contabilidade de Custos). Os mesmos
 problemas existem para outros setores, tais como 
Departamento de Compras, que efetua aquisições tanto para a área de produção quanto para a administração, 
vendas, etc.; ou Almoxarifado, que presta serviços à produção e também ao resto da empresa; Manutenção, idem, 
etc. 
Como tentativa de solução ou pelo menos de si
mplificação, algumas regras básicas podem ser seguidas: 
a)
 valores irrelevantes dentro dos gastos to
tais da empresa não devem ser rateados. Se, 
exemplificativamente, o gasto com o Departamento de Pesso
al for de 0,3% dos gastos totais, dever-se-á tratá-lo 
como despesa integralmente, sem rateio para a fábrica (Conservadorismo e Materialidade); 
b)
 valores relevantes, porém repetitivos a cada período,
 que numa eventual divisão teriam sua parte maior 
considerada como despesas, não devem também ser ra
teados, tornando-se despesa por seu montante integral 
(Conservadorismo também). Por exemplo, a administração é centralizada, incluindo a da produção, que 
representa 67% dos gastos totais da empresa; numa ev
entual distribuição, 2/3 destes gastos ficariam como 
despesas. Logo, o melhor critério é tratá-los totalmente como despesa; 
c)
 valores cujo rateio é extremamente arbitrário de
vem ser evitados para apropriação aos custos (idem). 
Por exemplo, a apropriação dos hono
rários da diretoria só seria re
lativamente adequada se houvesse um 
apontamento do tempo e esforço que cada diretor devot
asse ao processo de administração e vendas e ao de 
produção. Como isso é praticamente impossível e já que 
é extremamente arbitrário qualquer critério de rateio 
(porcentagem prefixada, proporcionalidade com a folha de 
pagamento, etc), o mais indicado é seu tratamento 
como despesa no período em que foram ocorridos. 
Em suma, só devem ser ratea
dos e ter uma parte atribuída 
aos custos de produção e outra às despesas do período, os 
valores relevantes que visivelmente contêm ambos os 
elementos e podem, por critérios não excessivamente arbitrários, ser divididos nos dois grupos. 
Onde terminam os custos de produção? 
É bastante fácil a visualização de onde começam os
 custos de produção; mas nem sempre é da mesma 
maneira simples a verificação de onde eles terminam. 
É relativamente comum a existência de problemas de 
separação entre custos e despesas de 
venda. A regra é simples, bastando definir-se o momento em que o produto 
está pronto para a venda. Até aí, todos os gastos são cu
stos. A partir desse momento, todos os gastos serão 
tratados como despesas necessárias para a realização da venda. 
 Por exemplo, os gastos com embalagens podem 
tanto estar numa categoria como noutra, dependendo 
de sua aplicação; quando um produto é colocado para venda
 tanto a granel quanto em pequenas quantidades, seu 
custo terminou quando do término de sua produção. Como 
a embalagem só é aplicada após as vendas, deve ser 
tratada como despesa. Isso implica a contabilização do 
estoque de produtos acabados sem a embalagem e esta é 
ativada num estoque à parte. Se, por outro lado, os 
produtos já são colocados à venda embalados de forma 
diferente, então seu custo total inclui o de seu
 acondicionamento, ficando ativados por esse montante. 
EXERCÍCIOS 
1)
 Indique se as afirmações estão certas ou erradas. 
a) A Contabilidade de Custos é a área da Contabilidade 
que trata dos gastos incorridos na produção de bens e 
serviços. 
b) A Contabilidade Industrial é a área da Contabilidade de 
Custos que trata dos gastos incorridos nos setores d

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