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, ,lr,ü0,* 0,r""tr[u"r" n"l*yt - 3ç1e44ìi 1 € { T o { 5 2 Aplicação Clínica da Psicoterapia Analítica Funcional A âpl icâção cl ínica da FAP será discul ida em termos de cer los t ipos de comportamento do c liente e do tempeuta, os qLìais ocorrem âo longoda sessão de terapia. Os componamentos do clienlc sáo ceus problemas. progressos e ìnterpretações. Os comportamentos do te.âpeuta são métodos terâpêuticos' que incluem evocar, notar, r€forçar e interpretaío comportamento do cliente. PROBLEMÀS DO CLIINTE E COMPORTAMENTOS CLINICAMENTE RELEVANTES Tudoque umterâpeutapode fazer para auxiliar os clìentesocorre duranle a sessão, PaÍâ o behaviorista radical, as âções do tempeuta afetam o cliente atra!és de três funções de estínulo: l ) discr iminat iva,2) el ic iadora e l ) Íefo(;aóoÍa.IJÍn estínulo discrìníÌúlivo rcteíe-se às circunstáncias externas nas quais certos comporÌamentos foÍam Íeforçâdos e onde' conseq üentemente' tornâm-se mais prováv€is de ocorrer' A maior parte de nosso comportâme nto esú sob controle discdminativo e é usualmente conhecdocoííacamporta'tenlo voluntfuio (coÍnporÌamento operan!e) Um comportam?nto eliciado 1 9 Apl j .ação C l in i .a da IAP 2. 3 . 4 . 5 . 27 (comportanìento respondente) éproduzidode modo Íeflexo e é costuÌne imÌìente àenotinado invotuttário A função reforçddoft (discutidâ no Capitu lo I ) refere- se às conseq ü€nc iâs que aÍetâm o comporúlnenlo. Câdâ ação do lerapeuta possLr i un ou mais d€sies tì€s eleitos. Por exemplo' uÌna ação do terapeuta podena scr pe€untar ao cliente "O que você esÌá sentiÍdo agom?" O efeito discriminâtivo âfinna q ue 'bgora é apropriado você dizercomo se sente "A queslão' entretanto' poderia taìnbem ser at€rsiva pâra oclientee' âssim' puniria o comportamenlo que precedeu a questão do terapeulâ; esla é â função reforyadorâ A função eliciadorâ ãa pergunta poC-ia faze; o cllente enrubescer, suar e induzir outros estados corpomis. Os motivospelos quais ocliente reage destas formas à pergunta sobre sentimentosencontÍam_se em süa hislória de vida Ao âssumirmos que (l) o único modo do tempeutâ âjudaÌ o cÌient€ é por meio dâs funçOes refo4âdoms, discrimilìativas e eliciadons dâs açõ€s do tempeut4 e que (2) esbs funçòes de eslímulo no decorÍeÍ dâ sessão exercerào seus maioÍes €f€itos sobíe o com9oítamento do cliente q ue ocorrer na propriâ sessão então a principal caracteríslicâ de um problema que poderia ser alvo da FAP é que ele ocorÍa durante a sessão. Além disso. os progessos do cliente lambém deverão ocorÍer dumnte a sessão e seren nâtuÍalmente refoíçados pelos reforçâdoÍes cxisaentes na sessão. O mais importânle é que os reforçâdores sejâm as ações e r€âções do Erapeutâ em relação âo cliente. Tés compoÍtâÌnentos do ctiente que podem oconer dürânte a sessão são de pâÍticulâr relevâíciã e são denomirados co,Porlanlentos clinicanlente relevantes ICRB\. enfurecidâ se o terapeuta tìão lhe fomece todas âs respostas, e jieqüen- tementequeixa-sedeqüeo mundo não se importâcom eÌa e lhe reservou a pior parte. Um home'n cujo pÍinc;pal problema é evitârrelacionamentosamorosos seÍn pre decìde. anlecìpadâmente, sobre o que va fa lar na terap;a, vìgìa o relógìo parâ encerrara sessão pontuahÍente, afirma que só podeÍá ter sessões quinzenâis em função de lirnitaçôes finânceirâs (embora sua renda anuals€ja superiora trinta mildólar€s), e cancelâ a sessào subseqüenle àquela em quefez uma imporlante revelação a respeito de simesmo, Um honem que se descreve como "eÍemitã" diz que gostaria de consl.uiÍ uma relâção de intimidade. está há tÍês anos em terapia e continuâ periodicâmente a bÍincârcom seu terapeuta aíìrmando qüe estesó se interessâpelo dinheiro doclientce secretâmente o reje ila UrÍa mulher cujo padrão é mergulhâr em relacionamentos inatingiveis, apa ixona-se pelo terapeuta, Uma mulher, que foiâbandonadâ poÍ pessoas que "se cansam'delâ. iniciatemas novosao finaldâ sessão, freqüentemenle ameaça se nìâtâÍ e apareceu bêbada na casado terapeuta no meio da noite. Um homem, com ânsiedade paía falâÍ, "congelâ" e não consegue se comunicârcom o teÉpeüta nâ sessão. CRBI: Problemâs do cliente que ocorr€m nâ sessão CRBIs referem-se aos problemâs vigentes do cliente € cuja freqüência deveria ser reduzida ao longodalerâpia. Tipicamente, os CRBIs são esq!ìvâs sob controle de estímutos ave.sivos. Tat componamento pode ser ÌlustÍado por casos clinicos íeaìs, como os descritosâbaixol l. Umâ clienle cujo probtema é não ter amigos e qüe afirma "não saber conquislá-los" exibe comportamentos como: evìtâr contato visual, res' ponder a perguntas falândo ex.essivamente, de üm modo impreciso e tângencial, tem uma "cr;se" alrás da oulra e exige ser cuidada, Íìcâ à"uo,.<o> CRB2: Progrêsiios do cliente q ue ocorrem nâ sessão Durante os ostágio! iniciais do tratamento, estes comportamentos não sãoobsewados ou possuem uma baixa probabilidadede ocorrència nas ocasioes em queocone umâ ìnstánciâ realdo problemâ cl ín ico. oCRBI. Porex€mplo. considere um cliente cujo pmblema é s€ afastarevivenciarsentimentos debaixa auto-eslima quando "as pessoâs não lhe dão atenção" durante conversas ou oütras situações sociâis. Este cliente pode demonslíar um padÍão similar de compoÍâmentos de alastânÌento düÍante uma consu lta na q ual o terapeuta não prestaatenção àssuas pâlalrase inteúompe s€u d iscuíso antes q ue termìne de falâr Prováveis cRB2s pâÍa esta situâção ;ncluem un r€peÍório de compor_ tamento asseÍivo que dirigiria o terapeuta de volta parâ o que o cli€nte eslava , .? capjtulo 2 d ir"ndo. ou a orqcÍ imiÌração oo cres"enre desinrereise do rerapeutâ pelo que eslâva sendo dito até o momento em que. de íâto. iíterrompeu o clrente O caso âbaixo iluÍra o desenvolYiìnenlo dos CRB2s de uma cliente' Joanne. umamulheÍ br i lhanlee sensÍvel,que busco! lerâpìa eÍr funçào de umâ arìsiedade constante, insônia e Íecorrenles pesadelos de estupro Embora ela suspeilâsse ter sido âbusada sexuâlmente pelo painainíànc;â' ela nâo guardava' especificamente, lembrànças detalabüso. Ela nrelhorou graduâlÍnente no decorrer dos seis ânos de terapiâ com o s€gundo autor. Alguns dosCRB2s foíalecidos emdifeÍentes momentos do tratamenio íorâm: ).Recordar-se e responder co eüação Durante a inÍãncia, Joanne v iveu umâ décâdâ de ind izível aenoÍ, envolvendo dor fisica e emocional provocada por quem sÌrposlament€ deveria amáì4 o pai Recordâr e reâgir€mocionalmente a estes eventos não foiÍeforçado,Ao invés disso, era funcional esquecere reagir de fonna não-emocionâ1, eela evìtou estím!losque poderiam evocar sentimentos indesejáveis. Sua esquiva €m pervasiva, e associada às exper;ências precoces de não seí vâlidada, pâssou a s€ntir-se desprov'da de u'n senso de rel(ver Capílulo 6). Joanne evitou revirer sentjmentos cono dor, terror, impotência e fúrìa não estâbelecendo relacionamentos de intimidade. Eìa não era aberta, não confiava nosoutros e Íão se moÍrâva vulnerável. Um objetivo terapêutico foi reduziraesquiva genenlizâda e aumentâr os CRB2Sde lembrar-se e viverador pelo ocorrido. Grâdualmente, Joanne foi encomjada a aumenlâr seu contato conÌ as recoÍdações vividas de toítura fisica e€mocional, um processo que fo; terÍìveÌment€ Denoso. 2.Ápreüder a dizer o que dereJ? (ou seja, que suas necessidades são impoÍlantes € merecem atenção). Como ocoÍre com qüâse todos os sobrevìventes de abuso sexual, Joanne foìreforçada por dar ao seu pâio queele desejavâ, mas fortemente punida porter seu pÍópíio desejo. Ela codificou este íâto como não tendo o direito deespeÍar algo dos outros € aprendeu que "desej ar é ruirn". Eu a encomj ei a desejar e gradualmenle estes C RB2s foram fortalecidos Destemodo, tent€irefoÍçar qu_tquer pedidoque eu pudesse, com referéncia a âspeclos como os temâs a d;scutir, a duração e freqüência das sessões e rcasseguramentos verbais. Além disso, foi explicado a Joanne que suas necessidades erâm importantes e q ue se euou outra pessoâ não as pr€enchessem, ela não deveria se Apl i .a<ão Cl jnjca da FAP 23 con sid€rar "má ' por ler desejos, necessidâdes. Urìì incidente imporGÌrte ocorreu por volta do quano mês de t€rapia, quando me ligou às 2irl0 ììs., du.ânte um episôòio de fiathbãck. Joanne estava em pânico e gr'tava. Na medida em qu€ reconheciseu te lefonemâ como um CRB2, pergurÌteiìhe se gostaria de ler üma sessão naquele momento, o que eìa acehou de imedialo. Mâ;srârde Joanne contou- me ter sido muito d ificil aceitar a ofer14 embom €íivesse apavorada e precisasse, d€ fato, estâr comigo. Quândo respondi à sua necessidade, o "queÍer" foi reforçado. Subseqüentemenle, JoanneapreIdeu a rÍe soìicìtar scssões extrâs e conveÍsas pelo telefone q uando isto fosse necessário, e seu compoíamento de expressarsuâsnecessidades 9 d€sejos segenerâlizou parâ oLìlÍos relacionamentos. Com o aumento da forçâ dest€s CRB2s,ocorreu mudançâ corespondente quanlo â sent irque"desejal 'éaceitável equesuâs n€cessidades são impoÍanles. 3.Cot1rtar. Como as re^çòes de seu paierâm eíáticâs e impíevìsíveis, Joanne foireforçâda porântecipar e tornaFse hìpervigilante com relação a 1al comportaìnen1o da pâÍe de terceiros. Eìaconlou-me que evou seis ìneses até que pâssasse aconÍÌarque eu viriâ pontualmente à sessão, conforme combinâdo com elâ. "8u t inhatodos essesmedos-dcque você mejulgasse loucaou me ferisse. de oue meus sentinÌentos lhe assustassem e o fizessem se afastar de mim. Mâis do que me reconfoÍar, você me fezexaminaro que eu eslavasentindo em Íelação â você. Eu diziâ que nâo o faria e vocé me respondia que você precisavâ confiâr na sua experiência," Então Joanne tomou-se menos vìgilante na busca de uma ação erráticâ de minha parle, o que, por suâ vez, fac'lìtou o cÍescìmento de nossa relação. Eu tâmbém fuicapazde manter nììnha palavra, sendo coerenle com me!s pontos de vista, e não agide maneira imprevisivel. 4.Áceilar oanor. Ap6sttês anos em terapiacomigo (esleve em terapiâ por cinco ânos, ântes de vir me procufaí), Joanrìe descÍeleu um problema dâ vida d;ária de relâcionamenlo inrerpessoal- Disseque, bem no fündo, sentia não saber como amaÍ ou corno ser âìÍâda. Eu lhe fiz nais Ferguntâs, buscando descobrirexatamenteo que elaqueria dìzer, para elaborâroprobleìÍa em lermos comportanìenlaìs- Joân n€ tìnlìa dificuldade Dara fãzêlo. Tentando saber se isto ocorriana sessão, perguntei-lhe seconsegu;ria aceitaÍmeu amoÍnomomento, ela disse que não, que sentia-se fechada, Embora fosse um processo privado, cujas dimensões fossem dìficeis de descrever, julguoi qu€ um CRBI estava ocorrendo nâq uele momento. 2 5Âpl icação C l in ica dâ FAP T C: T Toralmenre fechado? T Cosraria que voce l€nhsse abriaté 20%e aceilasemeu amorpofvocê C fsú abeÍo uns 25%. I Ot;no I Você conseguìiâ uns,10%? Este processo foi mantido, e Joanne rclâtou ser capa? de "abriÍ seu coÍâção" câda vez Ìnais. Eis umâ descÍição do que ela sent;u duranle âquela sessão: "TomeicorageÍn para nre abrire deixâro amorentrat Forumâ mudança de foco em meu corpo e men1e. Aindâ que estivesse conscientedo meu tnedo, lerÌor e sofr;nÌento causados pelas experìênciâs com meu pai, enfoqu€i o que se!ìtiâ em relâção avocê, no presenle, em oposição aosmeus medos. Deixeique existissem duas verdâdes simultâneâs:que meu paiabusou de Ínim, e que você era uma pessoa com quem eu podiâ me sentir segurâ e amada. contiruei afirmando para minr mes,na que queriâ âbrir €spaço para íeceber o amof, Eu martenho a tensão nos Ìneus músculos quando me fecho, principaìmenle no neupe;to, como s€ o müsc ulo ficasse congelado. Então â sensação fÌs;cade me âbrir é o r€lâxamento do músculo, respiraf mais profundamenle, de;xar o ar enhar em nrcu coípo, s€rÍir â respiração. É conro a sensação da abeíu'a de umâ lente em meu coraçâo- ' Não ficâ clâro qua;s processos compoÍamentais estão eDvolvidos na "âceitação doamol', mâs â d€scriçâo que Jaanrìe fâz de sua experiência sügerc algumas possibilidades. Nossa interpretação é que não s€r câpaz de aceitar o anìor fo i um comportâm€nto especifico, prircipalmenteprivado, oquala mânteve distantee Íeduziu aâversividadede relacionar-se com o seu paì. considerândo alguns aspectos de suadescrição, alguìnas deslâs respostas foramprovavelrnente evocadas pelo abuso s€xual. A despeito dâ âversividade, €ìâ pennâneceu em conlâio com seus sentimentos, e sua esquiva foi extintâ, suâs r€spostas fisicas mudaram, e surgiu, em paralelo, um sentimento de"âceitâção doamor". Esta sessão foì u,n impoíante div;sor de águas parã Joanne. porque aprendeu que possuis controle sobr€ "aceitar ou não, o amor". Isto a auxiliou no desenvolvìmento de Íe lâcionâmentos amorosos mais íntimos. CRB3: | tr terpr€(açôes do comportam€nto s€gu ndo o cli€nt€ O CRB3 reí€re-se à faÌados clientes sobreseupróprio comportâmênto eo que parece causá"Io, o que inclui "inlerpretações" e "daÍ Íazões", O melhor CRB3 envolve â observação e interpíelaçâo do pÍôprio comportamenlo e dos estínìulos rcforçadores,discÍimìnativose eììciadoresassociadas a ele. Descrever conexões funcionaispod€ ajudâr â obler reforçâm€nlo nâ vidâ diáriâ. Mâiores detalhes pod€râo serobiidos no tópico RegÍâ 5. Os repertórios de CRB3 iambérn incluem descrigões de €quivalênciâ funcionâlque indica senrelhanças entre oque ocorre na sessão e na vida diária. Por exeúplo, Esther, uma mullìer com c€rca de quarenlâ ânos, há quinze anos peímanecesem qualquercontalo íntimo de nâturezâ sexual. Após seis ânos em FAP com osegundo autot Esther se envolveu com um homem que conheceu na igreja. SeuCRB3 era:"A razão pela q ual entrei em um relâcionamenlo íntimo é porque você esteve ao meu lado. E uma mudanqa fenomenal. Não fosse você, eu não estaÍia Iá. Com você enconlrei o primeiro lugar seguro, onde eu linha como falar sobre o que seÍtia, pude descobrirrazões pelâsqua;s seriadesejável eu tomâr'Ìne sexualizâda. Por um certo periodo de teÍr po estive mais abeÍame'Ìte atraida por voc€, e você aceitou meus sentimentos. Aprendique seria melhoreu preservar minha totâlidade e senÌir-me sexual, do que vestìr uma armadura e senlir'me vaz ia. E eu prde prâticârâserdiÌetacom você." Estetipo de âfinnaçâo pode ajudaf a aumentar â probâbiÌidade do cliente translerir seus ganhos na terapia parââvidadiária. Nesr€ câso, ocomporranìento a sertÍansferido auxiiiou aaÌrmentâro reforçam€nlo de estâr se r€lacionândo ìntimamente. Terapeutas, por vezes, confundem repertórios de CRB3 com o comportâmento ao qual eÌes se rcferem. Una cliente afi rmar que se afastâ s€mpre que se tornr dependerrle de um relacionaÍnento (CRB3) difere de íeâlmenle se distanciâÍduÉnte uma sessão porque está se tornando dependente do terapeuta (CRBI ). Ë lamentávelque alguns terapeutas focâlizem suaalenção sobÍe estes repeíór iosquedescrevem umcomportamentoproblemáticoenãoconseguem observar a ocorÍênciâ dos compoÍamentos problemáticos (CRBI) ou dos pÍogressos (C R B2 ). Conro é seÌÌir{e fechadâ? E como se meu coraçâo eíìlesse fechâdo. Apl icação CÌ in ica dá FAP TÉCNICÀ TERA,PÊUTICA: AS CINCO REGRAS 27 ,: Ávâliação iniciâl De início. os procedimenÌos de avaliaçâo da FAP não diferem daqueles Íotineiramenie usados pelos terapeulas enì suâ prática clíÍicâ O clienle é solicitado â.elatarseus probieúas e ouúas con dições de sua vidâ Entíevistas. aulo-relatos, mâteriaì gmvado. questionárìos e registros são utiìizÂdos para defi nir o problema, gerar hipóteses sobrevâriáv€is de controÌe e monitorar o progresso. U'na vez qüe o tefapeutajá tenha aìgumâ idéia sobre o problemâe suas variávejs de controle, inicia-se a avaliâção dâ eventual ocorrência destes comportalÍìenlos nasessão. O tempeuta h ipotetizâ se umCRBl eíariaocoÍÍendo cin um dado momL'rro. ou apÍesemâ uma siluação srlpostâmentecapaz de evocar o CRBI. Estes procedimcntos, hipotetizar e evocâr, serão discutidos mâis à A FAP centraliza suaavaliação em uma queslão-chave,que o terâp€uta continuamente pergultaaoclienteduranle o tratâmento: "lsto esláacontecendo agora?", "isto" referindo-se âo CRBI. Algumâs vaÌiações possíveisr "Como você se sente, agorâ, a seu próprio respe ito?", "Neste exato momento vocêestá se afastando?", "O que acabou de aconlecerse parece com o quefezvocê buscar atendimento?", "A dificüldadeque você teve de expÍessâr os seus sentimenlos agora é a mes'na que locê í€m com sua mãe?", "O que voc€ sente agora.,.é semelhante à ansiedadede se expÍ€ssarverbalnÌenteque te f€z buscarterapiâ?" A FAP não possui procedimentos especiais para âvaliâra vâlidade do auto-relâto do cliente em resposta a uma qucstão do avaliação, Por um lado, a resposta baseia-se num evento qu€acabou de ocorrer, tâlvezdoissegundosântes. Portânto, pod€ ser nrenossuje;toàs distorções queotenìpo eadisLância produzem nos relâtos de evenlos que ocorÌeram no passâdo. Por outro lado, o CRBI provavelmente é acoììrpanhâdo de respostas que intcrlerem naauto-obseívação e também pode sofrefviéses pelâexigência implícitana pergünla do terapeuta. A vantagem de avaliaro comportamento vigente, enlretanto, éque ot€rapeuta pod€ observaf diretamente o compoíamento que o cliente está descre\endo. lsto p€rnìite avaliar a confiâbilidade inter-observadores, conÍar e registrâr respostâs e constitui-se numa opoÍunidadede estimarâcorelação enlre Íelâtos \erbais e o comDonamen(o ao oualele se refeÍe. Dado q0e a psicoterapia é um processo interâcional complexo, envolvendo conportamento mültideterminado. nossas sugestões de técnica psicotempêuticanão pretendem sercompletas ou excluìro uso de procedimentos não descritos aqui. Peio contrário, outros métodos de terâpia podem ser complementados ou ampìiados para âuxiìiarem lerâpeutasâ obterem vantagenì de oportunidades que de oÌltÍo modo poderiam PassaÍ despercebìdas Por exemplo, os métodos da teÍâpia cogn;tivâ Poderiam ser usadosjünlo com a FAB pois estâ ofeÌece Íecursos teíapêuticos pâra trâbalhâr com pensamentos irracionais ou pressupostos errôneos (ve.CapituÌo 5) Nossas lécDicas são d;spostas sob a forma de regras Ao conlrário do significado ameâçador ou Ííg;do que é associado âo uso comum do termo, propomosque as rcgras s9jâm compíeendjdas segundo o conceito skinDeíiano de comportâmento verbal (Skinner, I 95 7, p. 33 9), depois elaborâdo por Zettìe e Hayes (1982). Neste contexto, as regras da FAP são sugestôes parâ o compof' tamento do tempeuta, as quâ;s resultam em efeitos refoÍçadores parâ oleúpeula. É mais uma questão de "experitnente, você vai gostar", do que "é melhor que Além d hso, as regras não oferecem aos tempeutas â orientação esp€c ificâ para cobrir todo momento ou situâção da sessão. EsPera-se que os terapeutas atuem de forma a depender de sua experiênciâ ede outrast€orìâs. No iníc;o da terapi4 o tempo é geÍalmente gasto na coleta da h istórìa de vida e de descrições dos probleÍÌas cliricos. Segue-se uma etapa explorâtória com o cliente para investigar como poderia agh para melhorâr sua situação. Em qualquer ponlo desle processo, aâdoção de regras dâ FAP poderiâ mudaro foco do tratamenlo para o CRB. O Íoco Dode ser momentâneo ou domìnar a c€na. Deste modo. nenhum procedimenlo é excluído, mâs, a qualquer momento) segulr regrâs da FAP poderia conduzir à identificação e utìlização de uma oportunidade terapêutìca. Regra lr Prestârât€nçâo âos CRBS Esta regmé o corâção da FAP Nossa princiPal hipólese é que seguir esta regm melhora o resu ltado da terâpia. Poíanto, quão maioí fof a proficiência do teíapeutâ em identificarCRBs. melhores os íesultados. Também hìpolet;za- 28 Capitülo 2 se que seguirâ ReE: I conduziráâumâcrescente int€rsidade; ou seja. reações emocionais mâis foíes entÍe clienÌe e terapeuta duranle a sessão. a Numa sessão de lerâpiâ. â conseqüéncia prìmária do compoÍâmento I do c liente é a reação do terapeuia. Caso o terapeura não prcceda a uma observação I clâra do componamento do clienie, suas reações poderão ser inconsistentes ou (qlntiterap€uticas, o que comprometeria o progresso. En outras palavrâs, se o leÍâp€utâ não eí'ver cienle dos compoílamentos clin;caìnenle relevrìntes do cllente queocorrerem duranle a sessão, o reforçâmento dos progressosno momenlo de sua ocorrênciâ será algo do lipo"pegarou perder". Ai da que estarconsciente e preÍar atenção não gamntam q ue melhoÍas sej aÌn reforçâdas e compoÍamentos desíaÌoráveis s€jam extjntos ou punidos, istoaumenta aprobâbilidade de reações âpropriâdas do terâpeuta O problema conlraterâpêutico gerado pela âusência deconsciência é familiar àqueles que trabalham com criânçãs com perturbações graves. O primeiro autor recordâ-s€ quão doloroso foi gnsi f lar uma cr iança institucìonalizada â calçar suas próprias meias- ele nuncâ haviafeito isto e aÍé que ele sistematicamente conseguìsse calçá-las foi necessária umahorâ de treino diário, ao longa de váriassemanas. Seus pais levaram o garoto para urÌrâ visita à sua casa € observarâm-no sâir da cama e câlçar as meiâs. Eu rÌìalcontinhao júbilo pelo proeresso alcançado. Mas âssim que ele calçou as meias, seus pâis o âdverlimm porcâlçarcada pé de urna cor diferente, iÌnediatamenre arrancâram uma delas e substjtuífam-nâ poroutra de cor âdeq uada. Oclienteteve um arâque de biíÍa. Obviamente os pais não conseguiram perceberque calçaras meias erâ um CRB2, mcrnbío de um repedório cujaausência, ou baixa probab;lidâdede ocon€ncia, estavadiretamente relacionada âo problema. Se os pâis estivessem presentes às entediântes semanas detÍeinamento, süâ percepção teria mudadoe, provaveìmente, seriam capazes de refoiçaa naturalmenteo comportamento de 'câl9arâs meìas. E penaque alguns psicot€râpeutas, comfreqüência, não est€jam atentos âos compoÍameÍtos clinìcamente reìevantes que ocoÍrem na sessãoe tendem a reâgirde üm modo não{erapêutico, comoos pais da criançâ autista. Como se afirmouantes, é nìaìs provávelquese reforce apÍopriadamente o compoÍamento clinicârnenle Íelevânte que ocorre na sessão se o terapeuta observar atentâmenle o qüe se passa. Vamos examinar o câso de Betty, em trâtanenlo com o primeíro autor, com queixa de ânsiedade para se expressar verbalmente, pâ0ico. faltâ de assertividâde perânle iÌguras de autoÍidade, especialmente do sexo masculino (por exemplo, supewisores e executivos da empresa onde lrâbalhâ). Durãnte a sessão! ela me pediu que ligasse para seu ,Apl icacão Cl inica da FAP 29 clínicoesolicitasse, em seu rome, unranovareceilâ dos ttanqü iìizantes que ìhe foram prescrìtos e eíavam lerminando. AcrescenÌou quctinhâ muiioìnedo de fazêio. Tive divcrsas, e fortes! reações negâlivas encobertas Prime;ro' não gosteì da idéia por gerâlmente desencorajar a medicação, em beneficio dos ãáodos comportamentais. s€gundo, pensei que reÍovar a receka estâla sob responsabilidade de Betty, não ninha. Terceiro, imagineì que esta sena uma chânce DâÍa âcliente pralicar, interagindo com seu nìédìco. o compoíaÍnenlo asseíi;o. Por fim, considerei que telefonar para o médico é uma taÍefâ desagradável, que pareciauma interferêncìa sobre meu horário Poroutro lado, em função da Regra I, sabiâ que o pedido era, definirivamente, um CR82, 0m comportamenlo;sseí ivo na sessão, dir ig ido a una f igura mascuì inâ de autoíidâde, o quâI, âté então, estava ausente no repeÍóÍio de Betty Esrando ciente disso, concordeiem ligar para o m€dico e cumprinìentei-a pela expressão direta ao me fazer seu pedido, A importáncia da RegÍa I não pode seÍ enfât izadâ em demâsia Teoricamente, seguìr a Regrâ I é tudo o qüe precisamos para o lratamento ter sucesso. Ou sejâ, uÌn terapeula hâbilìdoso em obs€rvaí aocorrênc;â' na sessão, de ;nstâncias do ccmpoÍamento cliricamente relevante, tendeÍá a reagir' natu€lmente. no sentido de reforçar, extingüjr e punir o compoÍamento em questão, pÍopiciaììdo o desenvoh'imento de alternativâs úteis pârâ a vidadiáriâ A observâção d€ repeíórioscomoos especificados pela R€gra I épn{tica usual enÍ€ temDeutas DsicodiDâmicos ede ecléticos reconhecidoscomobastanle competenles.lsto é esperado porqÌre asocorÍên€ias deCRB que são íotuÌadas como lransíerência sewem coÌno €slímulos discrimìnatiÌos ìmportantes na terapiadeori€ntação psicodinâmìca. Além disso, seriâ espeÍado dosterâpeutas com vaslâexperiência, irdepend€nte de sua orientâção teórica, que mostrasse'n os lipos de compoÍranìento da Regra I em funçào do falo de que pcrceber o CRB (mesmo sob â formade eslarâtentoa questões transfeÍencìais) fâcilita o progresso clinico. o que automalicamente teforça o comporümen(odo terapeula de seguir a Regra L Poder-se-ia esp€raÍque este íefor9âmerlto acontecesse sem que o tempeuta estl!esse conscrenre. AcÍeditamosqueosefeitosdaRegrâ I íeíìetem-senosresulladosdeum estudo recente sobre os Drodutos das interpretações psicanalíticas (Marziali' | 984). Nesla pesqu isa" âs interpretações feitâs pelo teÍapeuta foram câtegorizâdas do seguintemodo: I ) Inlerprebções l: mercionavaÌn o comporiâìnento do cliente qÌr€ estaÌa ocorrendo na sessão: 2) ln(erpí€tações Dr: referiaìÍ_se âo comportamento oue ocorriaforâda sessão, m vida diária;3) lnterpretâções P: 3 0 C â p i t u l o 2 referentes ao comporlamenio docliente que ocorreu em seu passado. A melhom do clienle s€ conelâcionou colì onúmero de inlerpretâções r' Nâ perspectivâ da EAB a interyrctação fsignìficava que o lerapeuta estâva observândo CRBS (ou seja, em itindo o mesmo comporlâmento especjficado pela Regm I ). Qìrânto mâis se prestaratençào no CRB, 'naior o progresso docliente. Ao nosso ver, as me lhoras decorreram das conlingências fomec idâs pelo {erapeuta, q ue tendem a ocorÍer naturâlment€, já q ue ele cslava obser1lando o processo. A interprelação, poÍ si só, poderìâ ler contÍ;buído para â m€lhora, mâs, segundo a FAB seÍia menos importânte doque acontingênciado terapeuta reforçar naturalmerte as reações de meìhora apresentadâs na sessão. R e g r â 2 : E v o c â r C R B S Em nossã opiniâo, um relacionam€nto terapeuta-cliente ideal evocâ CRBI e cr;acoÌdições para o desenlo lv imento do CRB2. O grau em que isto é alcançado depende, é claÍo, da naturezâ dos problemasde vida diáriado cliente. E possívelque um terapeuta distante. afasrado, noeslilo "telâ em branco" fosse a pessoâ certa pârâ alguns clientes. Lha dada medida de pâssividade poderia ofereceÍ ao cliente achance de se desenvolveícom independênciâ(verCapítulo 6 sobre o tratamento de problemas que afetam o "€u"). Em termos genéricos, entrelânto, â naiorìa dos clientes precisa apÍender a desenvolver relações de intimidade, o que significa que o r€ìacionaÍÌrento terapêutico deveria evocaro comportamento do clienle que evila o estabelecimento da intimldade (CRBI ). S€ o cliente tiver hâL;lidades de relacionamento adequadas paÍa interagircom um terapeutapassivoe distante, quase nadâaprenderia em teÍmosde 'ntimidade. Por outro lado, um teÍapeuta ativoe caloroso poderiaevocaros problemas do . cliente e abÍir espaço para progressos. Um clierte que deseja estabelecer relâcionamentos de prcximidade, mâs que teme o envohimento, pode claraÍnente se benefi ciarcom um terapeutaque €xpresseafetividade. As descrições q ue clìentes fazem sobre o que desejam em umârelação teíâpêutica apontâm a jmpor!ânciâ de um relacìonamentocâpazde evocarceÍos com portamentas. Como ceío c liente âfi nnou, "Terâp ia ó constru ir uma relâção de arror. Se vocé conseguir supe âÌ seus bloqueios com umâ cerrâ pessoa, conseguirá f^zêJo com outras." Outro clienle expressou sentimentos similares: "Se nìaus relacionamentos me bagunçaram, eÍtão precisarei d€ bons relacio- nâmenÌos que m€ âjudem a ficarcurado. E esta foiÌrma boâ relação." Aplicação Clinica da lAP 31 Peck (ì9?8) opinou sobre o que torna a psicoterapia efeti!â e bem É humano envolretssc c lurar É desejo do lcnpeuta seNir aos Propósiros dc cstimuìarocÍescimenlodoclientc !onladcdesusleilNePcÌdprõpriâpernas de cnvohetssê rcalmenlc num nivel cmocional dc Êlâciontmentor l!Lai de Íáto. com o pacicnle d consieo nesno. Em sum& o i.Srcdicnle esencial de uma reíapia sieniÍìcdiva e prolunda é o amoÍ (p. l7l) Creben (1981), quc ci lamos no inic io do I ivro, Pensou de modo simi lâr âo de Peck: PsìcoleÉpia râo é u,n conjunto de rê96 elaboúdN sobÊ o que aleuém nào de\e rrfl: re8'ú$brc qudndo ou o que Íalar. sobÊ.omo lir& Íérid. lidar (on os momenros perd idos . c lc . EaÌgo mui româk s i Íp lsquc i$o Eorncon l rode rEbalho cntre duâs pessoú,lBbalho duro e honeío Podcria aÍìÌma. que é trnâ jomâda de amoí (p.a55) Nossa inteÍprelação sobre os pontos de vistade Pecke Creben é queo clienteâprendea se€nvolvernum relacionamentoreal, Umterapeutaqueâmâe seenvolve plenamentecom um cliente cíia um âmbient€ terapêutico que evoca CRB I s corr€spondentes. Além da postuÍâ geral assumida pelo terapeuta, há outras formas do ambi€nte ser estruturado paía evocar CRBS. Embora não visem tal objetivo, técnicas específicas usadas porvários psicoterapeutas podem ser efelivas por evocarem o CRB. A lguns exemplos são: | ) ,rsrociaçâo /ivle, q ue pode ser v isla como a apresentação de umatarefâ não estrutumdaque impeleà introspecçãoe €voca o CRB correspondente (ver Capitulo 6);2) tiprore, que podeevocaro CRB rclâcionâdo a renunciar aoc'onúole,3) Lìções de casa. pode evocarCRBS refacionados a contra-conrrole ou a obediência excessi\a; 4\ Exen:ícíos de irrdgiraçAo. possibilitam evocar CRBs relacionados a eslar sob restrição, €mocionado ou em processo criâtivo. A reestruturâção cognitiva, a técnicâdas câdeiras vazias, relâlâr sonhos e a terapiâ do grito primal ceíamente €vocâm CRBIs apfopriâdos paÍa alguns cl;entes. O problema com cstas técnicas é que o terapeutâ que as utiliza pode estar tão sob conirole de alter egos, de nossa sabedoria interior, do conteúdo ìncons€ienle ou da distoÍção cogniiivâ, qüe o CRB não é identificado ou é vistocomo mero subproduto. 32 Capitülo 2 Ou1râsâbordâgcns incluem: l) pcdir que o côíjuge do c ienle lenhâ às sessões. se o.epeÍório relevanle. em termos do problemade relacionamenlo do cliente. somente emergirem sua presença (aconselhamenlo de câsal);2) inicial a sessão de uma cl iente bul imica com a al iv idade de âlmoço. caso os CRBs só ocorram após âs r€feiçõesl 3) r€slringir, poÍ um tcmpo. os comenlárìos que indicam que o cliente r€cebe â aceitâção ou âprovâção do lerapeutâ, caso o CRB se refira às dificuldades de se relacionar com ouem nâo é exDlícilo em te.mos de aprovaçâo eaceitação. O úìtimo exemplo levanta um probìema que pode ocorrer quando um lerâp€uta deliberadâmente allera um aspecto de seu coÌÌìpoía[ìerìto pârâ aumentar as chânces de obtcr o CRB. O terapeula pode ir longe demais ao disporcondições para evocãroCRB e suâ credibilidade pode sofre. danos devido à natufeza de tal rcforçârnento arbitrário. Por exemplo: um terâpeuta pode simu lâí úiva pârâ evocar o CRB num cliente cujas dificuldades são provocadas por pessoas que se enfurecem. Embora a raiva possâ resultar numa interação terâpêutica impoÍtante, o cliente pode vir a r€conhecerque â râila não era real. Mas sim um compoíamento fingido pelo terâpeuta, em beneíìciodo cliente. No futuro, â expressão de raivâ do terapeuta poderìa, justificadamente, ser interpretada como um est.atagema. o que impediria, é claro, a evocação do CRB.AIém disso, o cliente poderá se torrÌar incapaz de confiar Ías expressões ou verbâlizâções afetivâs do terapeuta. Tal efeito, é desnecessário ãfirmar, lim itaria seriamente o progresso. A situação descrita acìma precisa ser diferenciada de outra na qüal o problema do clienteé a falta de confiança que interfere em relacionamentos im- poÍlantes. Tal desconfiança não se oÍìginâ de interâções com o terapeuta, como no ex€rnplo citado, mas possui uma longa históriâ e sua ocorrência nâ íelâção terapêutica é coeÍente com sua história. Em tâlcâso, duvidar da sinceÍidade das 'reações do terapeutâ coníitui-s€ num CRB e deveria ser ioco de tratâmento. Seria particularmenle lamenlávelse um lerâpeutâ fortâlecessea faltadeconfiãnça ao conduzir iDdevidamente uma lentativa de estâbelecercondicõesDrovocadoras doCRB- UÍna salvaguarda seria o lerâpeuta explicar ao clienle as razões pelas quais iria, a paíirdaquelc montenlo, aìleraro seu compoíamento. Rcgrâ 3: Reforçâr CRB2S F di l ìc i por a RegÍâ I em prál ica. Os nnicor relorçadore; naruraisdis- poníveìs, Dâ sessão, para o clieììle adÌtlto, são as açõese reações irterpessoais Apl icação C l in i .â da FAP 33 entre cliente e terapeuta. Por um lãdo, o rcforçâdor lemporaì e fisicamenre contíguo ao comportamento-alvo é o agente primário d€ mudança nâsituaÇão terapêutica. PoÍ ouÌro lado, os behârioristas, cientes dâ imponância do reforçamento, tendem a uiilizar proc€dimenÍos arbitrários qüe compÍômetem a eficácia da intervençâo. Como Ferster(1972a) afirmou, "os reforçâdores naturâis são, às vezes, intríganles porque pârecem reforçar tanto o compoíamento e, ainda assim, seus efei tos parecem esvânecer quândo se tenla usá-los deliberadamente. " (p. I05). Háabordãgens d'retas e ìndiretas para se prover reforçâmento nâturâ1. As abordagens diretas consist€m no que um terapeuta pode fazer nâ hom em que se requer um reforçador; enlrelanto, apresentam un maior risco de pro- duzirem reforçamento arbitnirio. Asabordagens indiÍetãs propiciam a ocorÍénciâ do refoÍçârnento natural pormeiodâ manipulação de outras vadáveis, diferentes doque se fâz imediatamente apóso comportanìentoJ com risco menor de pâÍecer ârbitrário. Abordagens Dìretas É evidenteqüe o terâpeutâque plânejadizer"muito bem" ou demonstra r€ações exagerâdas sempre que o cìiente solicirâ reforçâmento corre o rjsco de serarbitÍário. Estaé, provavelmenÍe, a raão pela qual Wachtel (t9?7)afirmou queos comportamenlais eran extremamente exubeÍantes no uso de elogios, o qü€ "vulgarizâ" a relação. Tentativas deliberadas de recompensar um cliente aduho. guiadas pela regíâ _qualdo o clienre demonslrâÍ un progresso. faça um gesto positivo ou fâça um elogio", conduzhiam facilmente ao Íeforçamento arbitÍário. Poíânto, como regra geral, ó recomendável evhaÍ píocedinìentos qu€especifiquem de antemão â reaçãodoteÍapeuta,oque paíece ocorÍef sempre que't,ramos um reforçador da caíola'sem relação alguma com â hjstória especifica de relação1€râpeula-cliente. Porexemplo, se fossemos imagirìaralgo, com função reforçadora, para dizer a um cliente, virìâm à nossa mente frases como "muito bem" ou "que ótimo!". Estas lormâs especificas de rcspostâ poderiam facilmente ser ârbikárias porque foram criâdas lom do conlexlo dâ relação cl ienle-terapeuta no q ual ocorrerla o íeforçamento_ . 1. Reíorce unn classe ampÌa de resposras nos c/iertsr. Aos clientes é mals naturalmenle rcforgador d ispor, em seu repertório,de ujnaclasse ânÌplade r€spostâs poÍque elât€nde â ser genemliávelpâra outras siÌuações. Examiremos 34 Capitulo 2 o caso de Ìrm homem, obsessivo-conìpulsivo, que está sendo encorâjâdo Pelo teíapeu1â a se soltar mais em seus re lac ionanìentos com fâmiliâ e âmigos. Ele gradüalmente começaa chegâratrasado às sessõ€s. tenta obtertempo exlÍaao final das mesma. e atrasa o pâgamenlo das consultas Umâ reação estrÍa do terapeuta s€riâ chamar o clienle às falas, ao passo que reforçâríamos umaclasse de respostas mais ampÌa se coDsiderássemos os comportâmenlos menos responsáveis do clienle como manifestações de progresso (CRB2). 2. Canpat ibìlì:e suas expectatiús .a os repertórios dtwis .los clientes Isto s;gnifica estar at€nto ao nivel alual d€ hâbilidades do cliente em quaisquer áreas as quais o c liente estejâ le'Ìtando implenentar mudançâs (porexcmplo, comunicar-se melhor, descreversentìmenlos, controlar impuìsot sem estabelecer expectâtivâsexcessivamenteelevâdas, Oconceilode modelagem podeauxiliar na identilÌcação dos repertórios vigeìrtes. Porexemplo, o segundo autorâtendeu uma c liente chamada Agrìes, d iagDosticada como òolder'lirs, segundo o DS M- lll-R, que apÍesentâva flutuaçõesde humor, eraexplosìvae verbalmente abusivâ. Freqijenlemente ela enceravâ aLerapia de modo abrupto. sem aviso prév;o nem provocâção aparente. Tìnhâ qüe enfrentaÍ, em sua v;da diária, estes mesmos problemãs, o que â levou a passar por inúmerâs e breves tenlalivas prévias de terâpìâ, porque os teràpeutas a considerâvam insupoÍtáv€!. Após um âno de terapiâ, no quaì demonstreì rârâcapacidade de paciència etoleÍância pâra com este componamento, Agnes novamente pârou, âmeaçou cometer suicídio, e afinnou estarfâzendo iíoem funFode eu ão me importar com ela" demonstrado pelâ linììtação do meu iempo ÍeseÍvado para ela. Embora pudesse ter este compoÍtamento como â gota d'água que transbordaria o copo, o conceito de modelâgen me aux,liou a discriminaresteeventocomo um CRB2 em potenciâI, e quedeveriâ serreforçâdo. Agnesestâvâ, de fâto, pelaprirÌeiravez, descÍevendo variáv€is exteÍnas corìo causâ de seus ronoantes. antes de sair em dhpârâda consultório aforâ. Reforcei süâ melhora dizendolh€ como eu poderia meìhor preencher süas necessidades, e negocieicom ela sobre aduração e freqúência das nossas sessões, Pela modelâgem, â raiva e o compoÍamento abusivo de Agnes Íeduziram-se gíadualmerte, sendo substituidos porpedidos e descíições díÍetas, 3. AÌr1plìfrque seus senlünentos para taná-Ìos nais salie tes. Pat vezes ajudaadicionaralgumcompoúamento verbal àreação básicafrente aocliente, demodo a gârântir ou aumentaÌa eficiência lerapê!tica- Emborâ â natureza do Íeíorçador não se modifique fundaÌnentalmente ao longo do processo, a Apl icâção C l ín i {a da !AP amDlificâção pode ser impo.tânte do ponlo de !isia lerapèülico' Estc cuidado se traduz no terâpeuta sendo muilo cuidãdoso na explicação de suas reações âo clienle, bem como ào descre\eÍ c\entos píì\'ados ou íeaçòes qutis oue possâm não ser discr;minãdas de imediato A título de ìlustração' consideremos um clienle que se preocüpâ com â questãa da iììt;midade e sente fallâ d€ âmizades Ao se compoíaí nâ sessào. cle produz no lerapeuld reaìòer e'ponláncas de natureza privada. Estâs resposlas podem incìuìn l)predisposições paraâgirde modo ínlimo ecarinhoso, e 2) respondentes pr;vados que corespondem a"sentÍ- se próximo". Como estes comportamentos não são discriminâdos pelo cliente' ou Dossuem poucovâlor reforçadoí. o lerapeula poderia d€screveralgumâ reação interna e dizer: "Eu me sinto paíicularmente próxiÍno de você âgora' Sem a anìplificâção, tâis reâçôes básicâs irÌìportantes exercenam ponco ou nennum efeito reforçador sobre o compoíâÌento do cìiente que as causou. 4. Esteja cienle de que seu reÌacionanento conl oclíente erísle para o benelicio deste. Qt) isquer intervenções que eslejam em andamento, e importânte queo terapeutâ semprc se inlerrogue sobre o queé melhorpara o cliente naqueìe mom€nto eâ longo prazo. Para ;lustrâr este pÍincípio, vâmosexaìninâra relâção entre o conceito de reforçamento nâtural e o tipo dei€râpia proposto por Carl Rogers. Embora Rogers estivesse v incu lâdo a umaabordagem muilodìlèrente da FAB as características do terâpeula naturâlmente reforçador lembram, em dìversosaspectos,aposluracuidadosae genuimde Rogers Conhecidoporsuâ oposição âo "uso do refoÍçamcnto" como forma de controìe sobre as outras pessoas,Rogerscertamentenãotentaíiâfazê-lo Masumaaná|isecuidâdosade suas reaçõ€s âos cl;entes ind ica q ue bá contingêÍciâs (Truax, I 966), pois Rogers reâgia difeíencialnìenle â ceÉas classes de conlpo(ârnento do clìente Desle modo, ele produzia um padrão de reforçarnenlo. Ao nosso ver, a atenção de Rogers provave lmenrc man ifestâla-se como um inter€sse, preocupação, sofrim€Dloou envolvimenlo, que term inavam, naturaF mente, pu,r indo CRBIse 'eforçando CRB2s e CRBJs. Desle modo sugerimos que â proposição Íogerianâé um método indiretode fortâleceía ocorrêncìâde contìngênciasnaturahnente refoÍçadoms. Uìn lempeutaqu€ dá atençã0, conlo.me â formulação aqu ì apresenladâ, é alguéìn nalu ralnìerúe ÍefoíçadoÍ, ou governado Peìo que é melhorpara o cliente.N a medida em que Da relação lerâpêutica há u Ìn desequ ilibfio de poder' é especialmente i11ponanre obedeceÍ a eíâ di íetr i r . Docontrár io os cl ienles FJoderiam ser fâciì'ìen1e abüsâdos e feÍidos. Clientes que se envolvem sexualm€nte 36 com seus terapeutas são um desrcs casos. Peck (1978) discuriü muito bem porque é difícilcoDceberque um client€ sebeneficiedo Íelacionâmenlo sexual Caco eu Iivcsse um caso sobre ô qúal concluissc. após cuìd.doso e ristcmátìco examc. quÈ o crescin.nlo cspiriturl do ìneu pacicnle scria subsrânciâlmeste beneÍjciado pelo nosso Ìclacionafrento sexua. cu aceiraÌìâ â jdéia. No enranlô. em qúinze ânos d. ari\idadc proli$ionâl, nunca cncoilleiun câso à5sìm. c âcho dilÌcil ìtuginar quc isro scquerseid possilcÌ, Anlcs de mais iadÀ o prpeÌ dc uo bonì rcúpeuta é *r um bom pai. e páis não se rclacionam sexuatnente 6h os Íìllosporumasériede rüõcs. tods basknre toíes. A taEfaderm p.ié cslâr a s.ajço dâ $iânç4 e nào usá-la párà sua sarisfaçào peseâ|. Câbe ao teraDeuta scr!Í ao clientc, scm l@r uso dclc Dara Drecnchersuús recessidadcs, ^ rarefa palcma é cncoBjar a siança cm direçào à independêncÀ e o tcnpeura dcle seguìr eíe excrplo. É ditìcil ctrtonder que úú rerâpeuta que se retâ.iône sexualmenlêcom um clhnlenão o Iìzcsse por @õcs p€ssoais. ou que estivessê. por neio dc t.l atirldc, prooovcndo â indepcndêncja do dienlc. (p. j76) 5. 3e üsar reíalçadares atípícos, íaÇa-o somente por teìnp., Ìimittdo, coìhoíorma de transiçAo. Ocasionalme'rte, um terâpeuta pode desejar utitizar reforçâdores alípicos em uma lase de transição do tratamenlo, âté que os reforçadores nâtuÍais âssunìâm o co rroÍe. Mas esraarirurie requergmnde cáL(elâ. Alénr disso, recomenda-se contar ao c lien re porque isto esú sendo feito, eque depois haverá substituição pelo reforçamento nâtural. Fersler (1972b) âfirmou que alguns dos usos benì sücedidosde Íeforqadores atípicos como alimento ou elogias devam-se "à fonnâ cono eles tornam o comportanìentodo cliente mais visiv€l ao terapeuta e ao próprio cliente.,, Uma vez que tal consciência se estab€lece, reações do teÉpèuta naluralmente reforçâdoras despeÍtâriâÍÌr, no cliente, repe.tófios relevantes que âconìpanharn os reforçadores ârbitrários. . Vejarnos o câso de !m c lìente q ue apresentâva altâs tâxas de fâltas no trabalho e na terapia. ObÌiâmente, sem conrâlo édificildesenvolvera aliançateraoêurìcâ. Surpresas sobaÍorma de recornpensâs maler âisde baixo vâlor,como mater ial de pâpelaria, oLt brinquedos podem ser oferecidas como indução da presença regu lar às consultas, Na medida enì que se desenvolvem novos repertóriosque tornam alerapia em sisuficientenìeDte reforçadora, esÌas recompeÍsâs podem ser retirâdas gradua Imente. 6. Etite aputiiÇõo. Etn canfoÍm idade com a proposição dobehaviorismo radicâl, que se apôe ao uso da punição, alé agora se eÍfatizou o íeforçâmento Apl i .ação Cl in ica da FAP 37 posit ivo. Os est imulos ave.sivos somente deÌeÍ iam ser usâdos quândo oÍoced imentos q ue envolvanì o reforçamento posilivo se mostrarem ineficazes, i oposição ao uso terapêut;co de estiìnulos âlersivos baseia-se em seus problemáticos efeitos colaterais: I ) pode gerar esqu iva da teÍâp iâ, 2) PIop ic ia a agress;vìdade em gerâl,3) o compoítâmento produlivo acâba substìtuido por fuga e csquiva. FersleÍ âpontou que a mâ;oÍ parte do conirole aversivo que ocorre entre pessoasé! na sua essênciâ, ârbiarário. Porianto, faz sentido evitar. sempreqüepossível! o usodecoÌìÌrole âvercivo no traiâmento de adüllos âlendìdos em nossos consuìtórìos. Há câsos. entretanto. nos quais os CRBIs do cliente consistem em compoÍaÌnento de fuga e esquìvâ, o qu€ imPossibilita a ocorrêncìa deCRBzs, ou seja, o desenvolvinrento de repertórios mâis efetivos. Nestas situações, o lerapeuta pode teÍtaí bloquear a esquiva Íeapresenlando âo cliente o estímuìo discriminal'vo que oÍ;ginalmente evocou a fuga ou esquiva. Consìderemos, por eremplo, uma sjmples questãofeita pelo terapeulâ: "CotÌlo foram os exercícios de relâxâmento durânle a semana?", num conlexlono qual o c lienle concordarâ com atarefa. Parâalguns, a pergu[ta seÍja um eÍím u lo âveÍs ivo, que evocâria fuga ou esquiva do cliente, sejâììudândo o assunto, mentindo ou respondendo demodoâmbiguo. Esras r€âçôes (por exemplo, fornecendo uma resposta indìreta) podedam se relacionar com uma série de prcblemas do clienle em termos de relâcíonamentos interpessoais. Se o lerapeula nÌuda de tópico e "paÍte para outrã", haveriâ reforçamento da esquiva CRBì, sem que se possibilite o desenvolvinerlo de um repertórìo s ign ificâtivo do c'ienÍe, pleno de imp licações, reìac ionado a "scr direto". Portanto, a tecnica princ;pal para enfraqüecera esquiva seria introduzir, novamenle! o eslímulo aveÍsivo, o quq no câso acirna, eqüivâle a ÍepeÌir a pergunta sobre o cumprimentodos exercícios d€ relaxamento. Nossa impressão é que CRB I s de esquivâocoríem freqÜ€ntemente na teÍapia, talyez em toda sessão. O terapeutâ pode sempíe se ìnt€nogâr- "O que etta r€sposta consegue ev itar?". E d ificil deteclar a esq u ìva porq ue a s ituação aversiva podê ser extremamente idiossincÍática, dificultândo que o leÉpeuta consiga perceber o que ocorre.No exemplo anlerior, oclienle poderiâcomeçar asessãojá se referìndo a uma crise, antes mesmo que o terapeuta ìhe pergunte sobre o Íelaxâmento. A crise pode, ou nâo, ser esquiva do convers sobre a lição de casa. A não ser que o t€rapeuta tenha formulado hipóteses a rcspeito dos CRB I s referentes à taref4 acrise seria uma esquivâ bem sucedida. Oconceito deesquivâ,do pontodevista füncionâl, freqüentemente tem pouco a rer com o 38 39Âplicâção Clinica da FAP Ábordogens indìretascliente estar conscienle do que ocorre e é. basìcamente. um conrpoíaríìento nìodelado pela! contingências. Conforme sali€ntou-se àntes, oefeitode quâlquer cortìrìgência pode se. o forlalecìmento ou enfraquecimento de um compoÍtâmento. e não t€ria a ver com a capâcidade do client€ estâr clente dâ conl'ngênciâ em vigof (ver capit'rlo 5 pa.a uDÌa discussâo sobre consciêncìâ e comportamento modelado peìa continsência). Não se recomendâ bloqueâr todas âs respostasde fuga e esquivaporque o bloqueio funciona como controle avcrsh,o e isto acar.etâ todos os efeitos indesejáveis a ele associados. De modo corÌespondente, deveriâ ser aplicado com moderação no contexto de um ambiente priÍnordialmente baseado em reforçamento positivoe estar de acordo com o nivelatualde tolerânciado c ienle aos estímulos âversivos. A tolerância se refere a unìa reacão diminuídâ e âo efeito desorganizâdos dâestimulaçãoavers;va. O reforçamento positivoresu tanre do novo compoÍamento que se desenvolveapós a âversividade inicialgeradâ pelo bloqu€io dâ esquiva, acâba por facilitar o aumento da lolerância. Um Íepeíório verbalque conespondaàs variáveis decontrole envolvidas na esquiva ( Regra 5 ) também Dode auxil iaÍ no auÌnento da to lerânc ia- Um exemplo seria: "Vou Ihe perguntar nova'nen|e sobre o re laxanìento porque você úo respondeu. Façoisto poÍque achoque suâ ausência de resposta é como q uando suaesposa lhe pergu nta sobre seu dìaevocêsterminamcom sentimentosde irritação.EÍa lalvez seja umaoportunidade para fazermosâlgoa respeilo do problema." 7 Seja wcê nrcsno, na nedidã do possíyel, consüleratldo as restrìções inryostas peÌo relacíokaÌtrento terapêutÌco.O teapeutâ, enquânto membrc da comunidade veíbal, tem acesso  reforçadores nâturais contingentes a um comportamento especííìco que ocorrc na sessão_ Pãra teÍ âcesso a estes reforçadoíes natumis,o tempeutapode observaras reações espontâneas priladâs que ocorr€m logo após o comporiamento do cliente. Tecnicamente, a reãção píivada não é palre reforçadora, mâs vem acompanhada por d isposições parâ agir publ icamente de formasque são natüralmente reforçadoras. Outío método é perguntâr a si mesmo "Como a comun idade responderia a este comportâm€nto?" Nenhuma das alternativas gâranie que o reíorgadorobtido seja natuíâl eL lampouco, terapêutico, mas é um ponlo de partida. Trés fatores deveriam ser/ levados em conta para determinar se âs r€âções privadas do terapeuta são>') prorarelmentereforçadoras: l )orepenórioalualdocl ienle:2,oqueémelhor\ . pâraocl ienter l)orepertor ioquedeveráserdesen\olvidonocl ienre. --" Até aqu i d iscutimos abordagen s d iretas que propiciem o reforçamento natural do comportamenlo apresentâdo pelo c liente na sessão Como se apontou anteriormente, há riscos envolvidos no uso daabordag€m direta Ou sejâ' pode s€r arbitrário o terâpeuta seguiruma regra sobre o que fazer na horâ de Íeforçar' visÌo oue a reara não faz paíe do proccsso quatìdo o reforçâmenlo ocor Íe no ambiente naruial. Por exemplo. um bom pai geralíÍenÌe age em função do que é benéfico para a criânç4 sem que tenhâ qüe seguiruma r€graa oü estarconscrenÌe a respeitodo que fazer. As abordagens hìdiretas, porouÍo lado, buscaÌÍ auxiliar amâ;ipulâçã;, no aÍnbiente natuml, de variáveis difeÍentesdaquilo que se faz imediatamente aDós â detecção do CRB. PorexeÍÌrplo, terapeutas evl(am estâÍ famintos ou ex;ustos duranle o trâbalho. al ;menlam-se e buscalì l estar descansados ao início de suas sessões. lslo pode serentendido como uma forma indiretâ de tomaÍ Ínais provável que o terapeuta reforce naturâlmente os prcgÍessos do cliente. Ou scja. os cu;dados do lerapeula com seu bem eslaí fisìco bodem tornáìo maìs âtento. paciente, comPreensrvo e! porta to' nÂturalmente reforçador. t.Anpliar a percepção do que rcÍorçar É impoíaÍle lembraÍ que as mudancas oodem aìsumir diferentes íormas e ocorrem em ritmos distintos Melhorarnossa percepção do que reforçar é ocompoÍamento enuncjado pela Regra I e, dentr; os métodos indhetos, é o mais importante Há mais chânce dâs reâções €spontâneas do terapeutâ serem naturalmente reforçadoras se o compoíamento do c ienle for en tend id o como um progresso cl ín ico 2. Aralie o seuimpaclo ^ idéia geÉlé reverd€taìhadam€nte as interações t€rapêuticas. Registrar as sessões em áudio e !ídeo, ou dispoí de pessoâs quaiificadasparaãbs"-arem asessão (como acone nasclínicâs_escola) poderia auxitiar o processo. Esre /e edback fa'/oí.ce o apeúeiçoam€nto das r€ações do terâpeuta (Regra 4). 3. Prctique boas ações, que propiciem bercJícios às pessoas en gerat' Outra proposta é o terapeutâ se engajd en comportâmentos cujo único reforçador disponivel (para o comporta'nento do terapeuta) fosse beneficiâÍ lerceiros Sugere-sq pàrexemplo, aumenbro núnrero deboas ações em prol de estranhos, engajar-seem trabatio volunlário, auxiliar pessoas econom;câmente desfavore- cidãi, com fome. entre outras. Fâça-o freqü€ntemente; se possivel, todo dia Espera-se,deste modo, foÍtatecer repcrtórios que b€nefici€m terceiros' o que 40 caractcriza unÌ dos aspectos do refoÍçamento natural. Se o repeúório forta lec ido for trânsferido pâü a sessão. pode aumentârâ disponibilidâde do reforçamento naturâ1. favorecendo â qualidade da terâpia. 4- Selëcíone clientes aptupriados à ÍAP Nânedìd^em que a FAPrequer queo relbrçamenlo natura I dispon ive I na situação tempêLìtica seja relevante âos comportâmenlos dô c lie nte relac ionâdos âo problemâ, â seleção de c lientes que provavelmente: a) leììham problemâs queocorram durante â sossão, e b) sejam afelâdos p€Ìas reações do terâpeutâ, seriâ um a q uârta abordâgem que, de modo indiíeto, propic ia a ocorrénc iâ do reforçamento natural. Regm 4: Obserïe os efeitos potenciâlmente reforçadores do comporaâmento do lerâpcuta€m relâção âos CRBSdoclient€ A Regrâ 4 deriÌã-se d iretamente de princípios analític€omportamentais queenfãtiz-am â importància dos efeitos dâs consequências do compoÍamento sobÍe sua futura probabilidade de ocorrência. Ernbora umâ mudança no comportamento do lerapeuta possa ser um subproduto do seguimento dessa regr4 elâ, em si, espe€ificâ somenre que o lerâpeura obseÍve orelacionâmento reforçâdor durânte a sessão e nâo sugere ao terapeuta que iÍtencionalmente modifique seu próprio comportamento. Observar a relação reforçâdora pode apresentar€feilos importantes sobre os resultados dât€rapia, Porexemplo, seo terâpeuta observar que sÌras reaçôes paÍecem punir ocompoÍamento desejável do cl;€nte mas que ocorrem com baixa freqüência, isso pode l€vaía mudançâs no compoíamento do t€rapeuta, que se toÍnará posilivamente reforçador. Entretânto, é também possível que o Ìerapeula continue a punir o compoíarnento fâvorável mesmo após identificar a natureza antiterapêutica da pu n ição, Neste caso, o desenlace seria uma decisão de encaminhar o cliente a outÍo te.aDeuta ou o próprio tefapeuta se submeteria à terapia visando modificar estes comportâmenÌos esDecífi cos. A obs€rvação do terâpeuta dos efeitos reforçadores de suas Íeações sobre o comportâmentodo c'ienle pode fa\rorecer o seguimento da Regrâ 5 e o desenvolvimertodecomportamentos similares no clie e- CRB3. O modo maìs óbvio pelo qual isto ocorreria seria o terâpeuta informar âo clieììte sobre a aulo- observaçãoi "Noteiquecâda vezque você começou a falarsobre suas crenças espírituais eu mudeideassunto e você não mais otrouxe àtona." Deste modo, o terapeuta fornec€ um modelo âo estabelecer Ìtma Íelâção funcional oaÉ o Apl icáção C l i ^ ica da FAP 4',Ì A Regra 4 pode tâmbém levar o 1erâpeula em buscâ de mâne;ras de fortaìecer os efeitos de reações que se.iãm reforçâdorâs pam o CRB mas qu€ não são percebidas pelo cliente. Por exemplo, imâgìne um cliente do sexo mascutino com dificuldades de expressão de sentimentos em função de üma histó. ia de ter s ido r idiculaÍ izado ou cr; t icado quando o fâziâ Estes compoÍtamentos nãoaumenlaram defreqiiência, â despeito do terapeutâ ouvir âtentamente com exPressões faciais d€ empatia e tecer comenlários' d itos com loz sÌrave. em cada ocâsião naqualo clionteexpressou um sentimento. Quando inquiÍido a respeito, descobrìü-se que as reações do lerâpeula não eram disc€midas pelo cliente porque o ato d€ expÍessão dos sentlmentos €vocava eÍnoçõ€s üío int€nsas (respond€nles intemos colalerais) que a estimulação extenìâ não era peícebida. Após o terapeuia amPìiaÍ a r€ação empáiica falando com \ozclara e aha, ocoÍÍeu um aumento da laxâ de compoí ãÍnentos de exprcssaÍ sentim€nto do cliente. Êrecomendável evitaro in ício do tratamento, se pare€er pÍovave I que as contingências naluÍais não favoregam a melhora de Úm cliente específico Isto se aplica quândo a Regra 4 leva o terâpeuta â concluir que a maioriâ das reações fÍente ao clìente serão punitivâs e que essâs reações negativâs não se Íelacionam com o orobl€ma do cliente, taì como "As pessoas reâgem negativamente frente à minha pessot'. O teíapeüta pode reconh€cer que não gosta do client€ por razões q ue provâvelmente não se modifìcarão em bÍeve (por €xemplo, o client€ desperta nol€rapeutaâs lembranças de um pai adolivo cruel ou um cônjugequ€ fugiu como/aâmanÌena semanâ antertor). Regra 5: tr'orneçâ int€rpÍ€tâçõcs de vâriáveis que âÍ€tâm o compoÌtâmento docliente Nossa h ipótese é que as interpretações comportam€ntã is especificadâs pela Regra 5 iÍão auxil iaÍ na produção de regras mais ef€tivâs (Zettle & Hayes, 1982) e aumentar o contato com as vâriáveis de controle. Esses aspectos são disculidoscom maiores detalhes mais tarde. Ao se perguÍbí: -Porque você fez aquilo? . íespondemos com um Inolivo ou interpretação. Em geraì, â razão inclui unìa descrição do qüe fizemos (ou pensâ.Ínos, sentìmos, ouvimos) e umâ âfi Ímação âcercâ das causas. O que Íìzemos edissemosâ respeito depende, é clâÍo, de nossas histórias pessoâis. Do mesmo modo, as observações e interpretaçõesdo compodamento feitas peloterapeuta são em função de urÌìa hìsÌória. a que inclui suâ expetênciaclinica e formação teóÌica. Entrctânlo, independente de quem o fâça, um moti\,o é apenâs uma unidade de comportamento veÍbal, uma seq uênciâ de palavrâs. De todo modo. cada terapía parece incluir ensirar âo cliente â âtribuição de motivosque, aos olhos doterâpeula, sejam aceitáyeis. Especificamenle, o terâpeuta cognitivista ensinaosclienÌes âexp icarem seus problemâs e progressos à tuzde suascr€nças ou supostos! €nquanto queo terâpeuta da FAP esperâque os molivos se repoÍem à história de reforçamento € vâriáveis de controle atuais. O clientc dapsicanálise, poroutro lâdo, deve atribuirrazôesem ÌeÍmos de confl itos jnfantis€ memórias reprimjdas. A diss€minação da âtribuiçâo câusal em psicotempia é ilustrada pelâdescrição que Woolfolke Mêsser(1988) fâzem dâ psicanálise: um processo no quaì o client€ relata o que ocorreu € fornece explicações, qu€ serão interyretadâs p€lo ânalista, acompâììhâdas por uma explicação diferente. A análìse está completa quando as Íazões tanto do cliente quânto do anaìista confluirem paÉ o mesmo ponto. Enquantoterâpeutâs, espcmmosqueâs razões que fomecemos aos nossos clientes os auxiliem em seus prablemas da vida diária. Dependendo da razão fomecidâ e da histórja do cliente,é possível, enl.etanro, não surtirefeito algum, ou mesmo, seconfigurarem um obstáculo parao client€. Aonosso ver, hádois modos pelosquâis aatribuição dc nìotivos pode afetâro cliente. Primeiro. a raro pode condüzir â rma pres(riçào. insrrucão ou reara. e inrerpríraçào -üocê esrá ,Êindo com;";;;;o;;;;;.." ;o.i;;.";ò iË, com Íelaçãoà sua mâe", pode facilmenlesercompreendidacono umaprescrição ou re8ra que ocliente entende como "Nâo seja injusto com suaesposa; procure tratáìa de outro modojá que, ob!iamente, elã não é sua mãe. E se você a trâtar bem,seuÍelacionamenioconjugal rai mel l ìorar. SeâregÍaouinslruçàoiráde fatoteralguma valiâ, dependerá do quão precisa é sua correspondêncja com o smbiente natüral. Porexemplo, imaginemos duas Íazões que podem serdadas por uma menina que pegou um bkcoiro quando nãodeveriafazê-lo. uma razão podoria ser "O demônìo me ob.igou a tazer" Esta râzão não coresponde às condiçôes ambier.:ris que controlaram seü compoÍamento. por outÍo lado. aÍìrmar "Pegueio biscoito porque não comia nenhumhá mâis de umasemana." corÍesponde aos eventosâmbienlais e sugere possiveis inteNençõ€squepoderiam inflìlenciar o roubo de biscoitos (por exemplo, autoÍizi-la a comer trìscoitos mais freoüentemente). Âpl icâção C l ín i .a da FAP 1979). UrÌrâ analog;a com â pesquisa animal pode ilustÍar esse princípio. Ratos forâmcolocados por um ceÍo período de leÍnpoem duascaixas experimentais diferentes nasquaisrecebiam choques iÍescapáveis. Em ümadascaixas, choques não contingent€s foram min;slradosem inlervalos aleatór;os. Na outrâ câixa' o mesmo número de choques nãocontiììgentes foranl m;nistrados, mascadachoque foi antecedido por uma luz de aviso. Quando lhes era dada a possibilidâde de escolher. os râtos ìnvariav€lmente preferiam â ccnd;ção sinalizada. O mesmo dado foiobtido co,n alimento sinalizâdoe não sinalizâdo. Asescolhasdos râtos indicaram que um sinalâuxiliou a melhorar suaexperiéncia. Do mesno nìodo, uma interpretãçào poderia sinalizar evenlos para os hümanos. PoÍexemplo, Lr ma cl iente aprend€ d urante a FAPque a ra2âopelâqual sente-se, às vezes, r€j eitada duraìlte a sessão é função da atenção do terapeuta e mais, que esta atenção se relâciona com o quão peÍturbado ou com pressa o tempeuta parega estar no in ício da sessão. Tal ifieryretação poderia au mentâr  chance dacliente observaÍ o humor do terapeuÍa no início dâ sessão e afetâÍ sign ificativâmente a sua expeíiênciâ frente a u,n lapso de atençâo por parte do terâDeuta. Disso resulla oue a cl'ente estabelece um rnelhorcoIlato (ela observâ quão perturbado está o teÍapeuta) e experienciââdesalenção do tempeutâcoìno senoo menos aversÌla. Especilícações de ReÌoções Funcionaís O ÍepeÍório verbãl a ser desenvolvìdo por lerapeutas envolve afirmações que relacionam €v€rìtos d uranle a sessâo por meio de sínbolos como Sd R -t 9,'. Isto repÍesentâ uììì comportamento operalte no qual l) o td é o estÍmulo discriminativo ou a situação antecedente cuja influênciasobre âocoÍêncìa deà varia com a hjstór'a de reforçamento; 2) o R é a resposta ou compoíãmento opeÉnle influenciado pelo,S4 e 3) Sré o refoÍçâmento ou eíeito da resposta no ambìente, Poíexemplo, "Quando lhe pergünteicorÌto você sesentiu a men respeito (o.Sd), você me respondeu fala|Ìdo sobÍe sÌraexporiência na prisão(a,R),qüe é um tópìcono qualvocê sabe queeu tenho interesse. Eu recompenseì sua esqu iv discutìndo sobre a Drisão e não sobre seus sentimentos a meu respeilo (o S/)." Em geral, é preferivel utilizaÍ a l;nguagem cotidianâ, mas pode-se discutir a conveniênc;a de ens;nar ao cliente a lìnguagem comportamental. Contudo, afirmâções pâÍciaisde retações funcionais são melhoÍes do que omiti-las (por 44 Capítulo 2 exemplo, _Sempre qüe,he pergunto sobreseus sentinenlos em relaçào a mim lsdj, você müdã de assunto [R] ). Os r€peíórios da Regra 5 que corÍespondem ao compoíamênto que ocorre na sessão são prefer;dos, secomparâdos àquelescoÍespondentes a eventos que ocorrem em outro lugâr. Ainda nìelhores são os repertóIios verbais que relacionam variáveis decontroleque ocorrem lòm da sessão àquelas que oconem na ses(ão. pelo fâro de propiciârcm â gene aÌ izaçào. No caso a seguir ilustraremos o uso da Regm 5. Andi, umâ lésb;ca negra, nâ faixa dos vjnte anos, buscou terâpiâ com o segundo autor porque desejava "modificar padrões anligos que me impedem de aproximar-Íne das ocssoas." De início. €la tinhâ dificuldâde de falarsobre seus sentimentos e de demonstrar quâlquer tipo de afeto na terapia e descrevia ter compoÍtamento similar em outros locais. Com c€rca de seis meses de tratâmento, no inteÍvaìo entÍe uma sessão e outÍa Andi espontaneâmente começoü a me escíever ìembreles com uma expressão mâis afetiva. Considerando â escassez de exprcssão de Andi nâs sessões, fiquei €ncantada, Ii e respondi as anotações, âs quais aumentaram em freqüência e tamanho- Estâvâ cienle (Regra I ) dapossibilidâde dè que as anotâções fossem um passo ìra direção certa, em t€rmos do desenvo lv;m€nto de relâçõcs de imiÍn idade (C R82) e sabia q ue o conteúdo das ânolâções incluia r.scrições de variáveis de controle(CRB3). Após um aììo de terâp iâ elâ escreveu: "Estou apavorâda peladependência que estou sentindo. Não imaginovocê forâ da mitÌha vida. Uma coisa é tornar- me dependenle da terapia, mas pior é depender de uma pessoa específica, a terâpeuta. E mais, terapeutas existem em todos os lugares, mas não há muitas terapeutâs feministas nascidas no TerceiÍo Mundo, situâdas politicamente à esqu€rda do libeÍalisìÌìo, que conÌpreendenr â comultidade lésbica e quegostâm dâ mâneìra como escrevo." Apl icaçào Cìin 'ca da fAP 45 na posição que outms pessoas cândidalas ao relacionamento inlimo estileram. quando expressaran se iÌÌpoíaremcom Andi DmCRBI). ' l : l -u me sino oimirru da qudldo tocé af i rma i(s, And; estava visivelnrenle chaleada com esta reação Descrcvi €ntão aspectos impoíântes da relação funcional "Andi. quando disse qu€ Íeaìmente me importava com você e quisreiteraí íneus sertinrentosì você reagiu de u,nâ rnaneira impessoal. Estâ reâçãopuniu meucomportaÌnentode ìhe contar o quatto me iÌnpoÍocom você e fezcomque eu sentisse quemeus seniÍnentos não erâm Íelevantes. Achoquesei porque você reâgiudeste modo, você nãoquerqueeu cuhive meus cuidados e sentimentos posilivos com relâção a você " Andi discorreu sobre este tema e descreveu como, em geral, lhe era difícil escutar mensâgens carjnhosas, de elogio ou sintonizadas corÌì seus sentimentos -um pâdrão que inÍerfeÍe naaproximâçãode pessoâs. È,,las e n os p,oc e st os c o,üpo rt u ne Dt ai s Como umâ estratégia gerâI, o teÍapeula reinterpÍetaas afirmações do cliente em termos de relações funcionais, uma I;stória de âprendìzagem e compoÍtâÌnento. Tais inlerpretações comportamentais enlatizam a história e reduzem a importâncìa deentjdades mentalistase não-comportamentais. Isto é iÌnportante para o clienle porque dirige sua atenção aosfatores que acabam geíândo as intervençôes terapêüticas, PoÍcxemplo,Angela, erì tmlamento com o pri0ìeiro autor, não confiava em simesna. possuíabaixâ âuto-€stima. sent;a-se irìsegurâ nos relac;onamentos ecom dificuldade pâra pediraos outros o que desejâvadeles. C: Eu sinlo que eu não ienho dircito de exislir. E como se eu nâo devesse viver, comigo tudo dá probìema. Eu âcho que fui €ovarde como um Íalo. Quando aprend i ã dirigir ell congelava na minha vez de atÍavessar um crüzamenro. Eu achava que eu nunca tinha o direilo de Ìne Ìneler entre os caros lío âinda me é um pouco lraumático, embora eu já tenhâ melhorado um pouco. De qualquer modo, tudo issojá me indicâ que alguma coha está eÍmda. Mas e aeo.az lpausa longal @ maior paíe desras descíições, especiahÌente a da encruzilhada, poderìa indicar T: O diálogo abaixo ocorreu na sessão seg0intel É iudo verdâde, mas você deixou de lado o fato de que nosso Ìelãcionamenro é especial€ único e qüeeu realmente me impoío com você. (Eu sabia que €ste é um estimulo dhcriminatilo [Sd] para o tipo decomportamenlo de inrimidade ausenre em Andi [CR82] e que evooa a esquìva b€nì como asdificuldades nâ mânutençâo de relacionamenlos dc intimidâde ICRBI]). Muitas pessoas se impodam comìgo, mas aquelâs caracterislicâs a diferenciam. (And'respondeu de üna manenaque me desconsiderou; eu provavelmente estava c : como AngeÌase sente agora ao se rclacionarcomigo. Vero Cãpítulo 3 sobre ãnálise do comportamenlo verbaì do c lienÌe. ) Tl Eunão sei. Eu posso te apresentarmeus pensâÌnenlosou você Podc.iaescother uú rumo a seguir (Estoü possibilìlando amplìficar minhas reaçÕes priladâs.) C: Ah! Mas eu não lenbo um rumo. T: Você quer que eu te conle quais são meus pensâmenlos? C: Ou você poderia escolher um ruÌìo. (A eÌpÍessão facial e o roÌn de voz indicam que eÌa não que. saberde meus pensamentos.) É v€rdade, €u pooeria escolhe. um rumo- Ivle parece que a idéiâ de lhe conhr quais são m€us pensarìrentos não lhe atrai. Acho que vocé Dão gosta dessa ldéia Você poder;a me falâr mâis a r€speilo? (A esquiva de Angeìa de ouvir meus pensâmenlos é um C RB I porque Íelaciona4e às difrculdad€s que possu i palã manter relações de proximidade.) Bom, acho que é um tipo de... ac)ìo que não... acho que Íão é meujeito. Sabe de una coisa? Eu acho que eu fico dândo vohâs ao redormas meio que não fico... c: T: T; T: c: Capi tü lo 2 Tl C l T: (acenando com a cabeçâ) Hu-hum. Eu meio que escoìho fica. na sup€rficie. veio aìguma coìsa agora na rua cabeça quando eu fal€i que podiâ le contar os m€us pensâmentos? Alguma idéia despe.lou nâ ruâ Ìnente? Fd uma cokâ meio idiora. Eu penso como se fosse um desses pontos meio que perigosos, sâbecomoé? Eu simpìesmenre recuo. Eu âchoqu€ nãoé umâboa idéia. Quer dizeÍ. às vezes é uma boâ idéia, eu acho, mas nern sempre. Taìvez alsumas vez€s. Acho qüe eu nãoquero responder à tuâ p€rguntâ. (Uma descrição de um Sd av€rsivo e um CRB de esquivâ da intimidade, da conÍança, do escutâr o desejo Hü-hum. Ok, enlão eü quero le contar os meus pensâÌìrentos. Quando você disse que não tínha direilo de existir, eu m€ lembÌei do quanto suã mãe ficou chateada qüando você ca;u no Íiacho porqüe isto a incomodava. Este foi mais um €xemplo decomo elate ensinou a nâo re.odireito deexistir de causâr quâìquer raÍsÌomo a alguém. (Uma interpretação baseâda na hìstória de aprendizagem e a deíìnição de"não ter odheilo de ei{isth" cm lermos de não se engajar em comportamentos que câusâssem probìemâs aos out!os.) Nós nos confÌoniamos aquiquando você não queria de forma âlguriaque eu ficâsse eÌìr apuros ou que eu salsse do meu rumo para caninhâr €m dìreção ao seu, ou ainda. que eu, de aìguma forma, me acomodasse a você. lsto é par€cido com a encruzilhadâ. Você nâo quer que os ôutros tenhan que esperar. Se eles qüiserem Âplkâçào Cl in icâ da IAP 47 seguiÍ, não deveriaÍì ser ìmpedidos dc fazêlo. {Eslou Íàzendo üd parãìelo entre a vida diária e a relaçâocliente-terapeula aponlândo a contingêncú de €vÍar causar T: c: Então. esre é um tipo de idéiâ sobre como eu acho que você funciona E uma oulra coisa que eu pensei é o quanto paìece que eu sou impoíante pãa você, voc€ me lem em al ra con€. De ràro, acho \oré Tara\ i lhosd e mesmo qudndo eu me pêôiro contar is!o, minhas palâvras não paÍecen ler ãl8um iÍÌpacto sobre vocC Eu acho que você nào querer conhecer nì€us persnnìentos lem algo â ver com islo De aleurna mâneira você não enÌm em conÌalo com isto. E teujeito de ser' Bom, isto é o que eu penso. (Deíe nlodo lele inicio uma anDÌiação do coììpoíanrento privãdo e se intÍoduzìu na sessão umâ siluação de vida diáriâ na quaÌ Ìecebe [eêdback pos;tivo e o catinho dos outros sem ser muito inflüenciada por isro E tambem ur.a Ientari\a de redelìnir o problema em lermos .onìpoaanent.:s. um coÍnpoÍamenlo de esquiìra diÍìcil de descrcvef.  inlerprelaçâo pode set v'sla como uma Ìegra encobeía: "não faz senlido você reagir fiente amim como o fez em relação à sua mãe".) Tá bom. considerando que eu deveria acÍedilar em você e não na minha mãe, eu não sei como faze. isto. (SeÍia apÍopÍiado fornecer aqui uÌna interpretação compoíamenraÌde sua experi€ncia de "não saber como fazer isto",que coÍesponde à diferença entre compodamento modelado pela contingéncía e compoíãmenb govemado por regra. talcomo édisculido noCãpílulo 5. A interpretação€nfalìzaria que o probloma nâo é como acredìtarem mim mas sim a emúsão e o reforçanrento do novo conpoíâmento de ser assertiva e causâr algum probìena.) EXEMPLO DE CASO CLÍNICO Cary buscou t€rap;a conì o prìmeiro autoÍ dev;do â uma hìstória de relacionamenlos pessoais que começavam bem mâs tornavam-se, algum lempo depois, sÌrp€Ífrciaìse pouco salisiatórios, tenninando €m funçãodos sentimenlos 'Ìuins" que surgiam. Além disso, ele apresenlava, há um longo tempo, uìna depressão queflutuava en fuÍÌção da qüalidad€ dos relâcionamenbs inlerp€ssoais do fiom€nto. AtuâlmeDte e le estavâ envo lvido n urÍ relacionâm€nto im poÍante com umã mulher, o qual pâÍecia seguiÍ o trágico deíino dos relacionamenÌos anteriores. Cary pârecia afetivo e cativânte, não aparenlando qualquerdiíiculdade parase relacionâr conÌ igo nos estágios iniciais da terapia. De início, colelou-se ,,a hin{}riaeoÌmlâmentoincluiu; enenções dìrelivâs1âis coÌno:r€râpia |acional- emotiva, ensaìo colnportamenrat e terâpia conjugâI. O conrralo 'niciâtde I0 stssões foi anpliado parâ 20. ao longo de um periodo de nove meses. Nesra priÌÌeìra faseda Ìerâpìa. as discussões sobre o problema de Gary centrâ\,am-se no compoÍamento atual ou renìotâmente distânte ocorrido fora dâ sessão_ Identificoü-s€ que seu problemateve origenì nos primórdios dâ infância. Tais discussões lhe auxiliâmm a âlinhavar unì ÍepeÍório verbal razoâvelmenÌe plausível, corespondent€ à relação entre sua hisÌória de v;da e âs vâriáleis de corìr 'o le aruais que afcravam seü problcmJ cl inico. Deste modo, ao término de 20 ressões, Gary aprendeu que seus relacionamenios parecjâm azedafquando ficava chateado ou iriiado com sua p a r c e i r a , s e m d ; s c u l i r s u â s p r e o c u p a ç õ e s c o m e l a . E l e s e t o r n a v a progressjlamenle mais depr;,nido, a parceira reciprocamente retrìbuía com depressão ou raivâ e, por fim, ocorria o rompimento.No início do katarnento, Câry concordou em expÍessar seüs sentimentos negarrvos pârâ sua namorâdâ, Ele concordou porquesentiu que. se não o fizesse, iicidjrianuÍna fattâ de âbeÍur& â qual fomentari sentimentos ruins e uma óbvia deterjoração do Íelac ionamento. Embom Caryestivesse consciente do problemae tìvessese subÍnerido à Iempia co8nIr! a. ao ensaro comporÌdmcr Éle à lempiâ de casâis. lodascom o objel i \ o de renlar rcsolver o problemâ. nresmo íss;m cle nâo corìseBUiu eÀp,e,sar adequadamenteos sentitnentos tìegâtjvos eo relâc iona,nento cheeou ao finì tal como os alìterrores. , . A cadl sessào subseqüenreaoromp.rnenLo. GaD pârecja nrais re( icente e oepr! 'n ido. fergunlado sobre sua crescenle depres.ào. caD âf i rmou qìre eladevia-se âo lu o pelo relacioDamenlo perdido e sua inadequaçào pessoal. EuÌanìDem o-bserverque. nas ses.ões. hoü\e pioÍa a Sravidadc da depressão e.por r9so. rocalrTer o (rarajnetúo ent seu eslado depressivo. nos pensamentos próprios negativos e na desesperarya de viverum relâcionamento bem sucedido. .^ Com a aplicação da Regra I, hipotetizei qu€ os probtemas de Cary se mânifestavam na sessão Ao perguntaraocliente seestava brâvo comipo o; se hâ\ iaquâlqLrer,enrinìc ' , lo negâl i \ o.ete,,ega\r c af innâra que seu esrado ;er icer rre e adeprcssão não tiDlìaìn nâdaâ lercomigo. ErnbomrÌãoestivessecompletament€ convencido, âbandonei tenÌporariâmente o tema da relação teÌaDêuticâ e me centrei rra rerapia com porrarnenlâ | par a depressão. Fnrr"ranio. oÍne, d.s.onfono 1oì âunenlando progressjvamente d u ranle as s€ssões e encontreidificuldâdes parâ dar segu;nentô à irìleração. Da parte deGâry, ele parecia estar se tornândo mâis depri,nido âinda. eüando sugeri que Gâry fos;e â um Ìnédico oaÍa se avâliar a possibijidâdede medicação antiìepressiv& ete explodiu nunl discürso rarvoso Cllzendo que os médicos nu|Ìcâ sahiâ causavam mâis marefic ios ao q u" r"n"r"ior lt o q'e estavâm fazenda e que Hipotetiza.do que os coÍnentários de Câry sobre os médjcos foram eíimulâdos porsua reãção a mim, (verCapitulo 3,Caosas NÍúltiplas), teci; segurnte I nterpretaçâo compoÍâmental (RegÍa S)j T: Parece qre eíáaco €cerdo agora o seu p! obtema q uero djzer. Nossa retacão começou de manerÉ Ìegat. muirodesconÌrardae abeía. Vo(ê naorinha dificutd;de €m me conra. sobre seus $nrirÍentos e probìemas e eu espe€va arsiosâÌnenrepor noss& seslõs 4 iomÉ como no5sa lempiâ comcçou. se assemetha; forma :-omo i rnj'oaa Í seï r!lcio1àmenros pas,ado\ começaram. Enrào, as coi(a5 l:r11.:e.oTando rurns vgcé úo consesuiâ e\p,er5ar em vo/ dha paía ro)(eos s€"us.senrrmenro( negâr ivoç apeqar de rermos rentado rá. ias a lordaglnslerapêuticai. O seu relacionamenroterminou. Você foiÍìca"do dep.imidoe;;;;; ::::': :m n::sds .essòeÌt rsro roi piorândo srâdudrmenre ate o ponro aruar .voce rem mu,to pouco a dizer e eu e(|ou arhando as sessões fruíru ntes. porqueeu não seio que fazer parà ajudãr. C: É similar aoqu€ acoÍreceÌr no pâssado e eu ando pensando em te.minâr. (úmaevidéncia adicjoDatde que está acoÌìrec€ndo um CRBt.) . Ì Então nosso retacionamenro esrá mesmo desliDado ao passo tjnat que pa.ece r€.oconrdo lâo freqúenremenre no passado. Ële chega âo fim deixando um sabor llllco' (P:'a.'rr.ìa cgmpaÊção enue compoíamenro inrra_sersão e na vjda0râr la. ver Capí Ìuto l . ) C: Eü me sinto depÌimido e mat com isto rudo. É o que sempre aconlece e eu m€Írusro po.qüe não seio qLÌe fazer. t .o-t'y1;,"e"1 *1e t"' yma chance de modificar o nosso r€racroname,ro e nãose sentr mal ou fruímdo. Ou você deixa nosso reracronaÍnenro rerminar comoos or'rros e.vocé (onrinua infetiz e deprimido ou tocé pode agir de ourro modo eurvez senlh-se methoÌ C: O q ue você quer dizer com agh d ifer€nte? Eu náo ser cìomo fazef isto. T: Saseadoìo seu.padrão passado. devem exisri. senomen1os negarivos e/ou holtisem reração a Ìnim. ", 1,"*.:.-o:::,^':j : *e eíou deprimido e quero ârlda po,que me sjn,o mar. 'èsqu'va do CRB t . , T: Você não respondeu à minhâ pergunta. Eu disse qu€ eu achâva que você rinha C ô P i t u l ô 2 senrimcnr.s negar n'os ou hoíis em lelaçâo a nrin. (lìe3ra I blogúcro da 'squiú ) c Eunâolenho. vanrosfâ lardatn inhadepressão {EsquiradoCRBl ) 'll Âcho quc locê eslá evilando alguma cojsâ relacionada a mim que ìhe incomoda Quando você começou â teÍapia eLr diss€ que tenrâria Ìhe aiudar' Agora você me pede âjudae eu l€nrocoiduzi-loaum tcnÌa qLre locê nâo acha a.Ì eíejâ reÌacionado e Ìenta mldâr de assunto. (RegE 2. apÍesentando a sjluação clocadÕra _ cslou nolamenle tenlândo ajudar agora. o quejá não funcionou anteriomìenlea lcvanla' se a hipórese de que o iDsucesso de minhas inrerlençÕes anlerjores em ajudar evocou em 6ary sentinentos neeatilose a esquiva subseqüenle Âquisãotmbénì demonsÌrâdas a R€gÌâ 3, bloqueio da esquiva. e a Regra 5, uma iílerpreIação comp0íamentar,) C: Eu fiz udo que você ne pediu pârâ fazeÍ e. mesmo âsim, Joyce Íne abandonou(cRB2) T: Você fez o que pedi, .loyce o abândonou e . . C: E você nâo me âjudoucomo prometem. (CR82, a pÍimeiÍa vez na qualuÍnâ queixa é diretanenle expfessa a nrìm.) T: Eu leniej, Ìnas nao deu c€rto. e você feztudo o qÌrc eLr pedì. Eu Íìe sjnro malcom isso e me pergunlo o que eu deveria ter íeilo ditcÍente para que.loyce e você pldessem permanecerjuntos. Âcho impoÍanle vocêleftrazido ìsro à rona, e quero deía vez ler o que pode ser feìto. (A RegÍa 3 eslá sendo seeuida, ou seja, o reforçâmento narural de urna queìxa é le!á-la â sério e tentar fazer algo a seu respeito. Em sessões subseqüenles, obseryei en 64ry um auìÌenlo de expÍessões de insatjsfação com a rerapia e com;go, Regra 4.) O relacionâìììeÍto tcrapêutico inlensiÍìcou-s€ após esle ponto com unl aumenlo das expressões de reâções emocionais entreGary c eu. Nâ m€didâ enì que as sessÒcscentraram-se quasequeexcìusìvamenleno nosso relacionanìen10. Garyrc!clou ìá is dcla lhcs sobrc scu dcsâponlanìcn10 para com jgo c fiìloI sobrc lemas correlâlos à questão dâ confiançâ, Senl;mentos posíilos de carinho e afelo foÍaìÌl tambérÌ ìÌanifestados. Os CRBIs dc csquiva anteriores surgiram enì ÍnenoÍ freqüência. nìas semprc que detecleì a incidência de unÌ deles. fiz o bloqueio e fâvoreci o desenvolvim€nlo, em Gary de uìn no,ro repeíório de expressão abena de sentimentos negâtivos referenlesà confiaìrça, desapoltamento e raiva, Gary tornou-se capâz de observar o comporÌamenlo clinicamente relevaníe no momeüto erì que ocorÍ iâ(CRBi), oque porsua lezproduziu um re lacionamento terapêutico de maior qualidade. Os Íeperrórios desenvoÌvidos na lerapia foúm pronlâmenle tansferidos pam o ambiente extemo. e Gary relâla estar vivendo a rnais sâtisfatóÍia relação intimaquejâmâis experienciou.
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