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• Disciplina: Nutrição Materno-Infantil • Aula 5: Necessidades Nutricionais na Gestação Profa.: Ana Carolina Montenegro Cavalcante Primeira fórmula: • Cálculo das Necessidades Energéticas RDA (1989): – GET = (TMB x FA) + 300 Kcal (a partir do 2ºT) • Que peso utilizar para TMB: – Baixo peso: utilizar peso ideal pré gravídico (calcular pelo IMC) – Eutrofia: utilizar peso pré gravídico ou ideal – SP e O: peso pré gravídico Segunda Fórmula: • Cálculo das Necessidades Energéticas CALORIAS POR QUILO DE PESO (RDA, 1989) – Peso IDEAL PG x 36 kcal + 300 kcal (a partir do 2º T) • PESO IDEAL AO LONGO DA GESTAÇÃO = OBTIDO PELO PONTO MÉDIO DA EUTROFIA NA CURVA DO IMC • PESO IDEAL PRÉ GRAVÍDICO: CALCULAR COM IMC: 22Kg/m2 Ao longo da gestação: Peso IDEAL para SG x 36 kcal (não existe acréscimo pois está se usando o PI para tal SG. – Adolescentes: 40 a 50 kcal/kg de peso ideal – Excesso de peso + HAS ou DM ou DCV ou outros fatores de risco: 25 a 30 kcal/kg de peso ideal Terceira fórmula: • Cálculo das Necessidades Energéticas FAO/WHO/ONU (2004): – Passo 1: VET = (GEB x NAF) + ACRÉSCIMO – < 18 anos: 13,4 x P + 692,6 – 18 a 30 anos: 14,8 x P + 486,6 GEB – 30 a 60 anos: 8,1 x P + 845,6 – Que peso utilizar? IMC ideal: 22Kg/m2 • Baixo peso: utilizar peso ideal pré gravídico • Eutrofia: utilizar peso pré gravidico ou ideal • SP e O: peso pré gravídico • Cálculo das Necessidades Energéticas FAO/WHO/ONU (2004): – NAF: • Sedentária ou leve: 1,53 (1,40 a 1,69) • Ativo ou moderadamente ativo: 1,76 (1,70 a 1,99) – 1 hora diária de atividade diária • Estilo de vida intensamente ativo: 2,25 (2,0 a 2,4) • Cálculo das Necessidades Energéticas FAO/WHO/ONU (2004): – VET = GET + ACRÉSCIMO • 1ºT (IG < 14 SEMANAS): 85 Kcal/dia • 2ºT (IG de 14 a 28 semanas): 285 Kcal/dia • 3ºT (IG > 28 semanas): 475 Kcal/dia Como muitas mulheres não começam o PN no 1ºT, pode-se somar a recomendação do 1ºT com a do 2ºT, totalizando assim 370 Kcal/dia a partir do acompanhamento. OPÇÃO PARA ACRÉSCIMO: • Cálculo das Necessidades Energéticas CÁLCULO INDIVIDUALIZADO DO ACRÉSCIMO: Considera-se para um ganho ponderal de 12Kg = 77.000 Kcal 1Kg = 6.417 Kcal 1. Encontrar o GET da gestante 2. Verificar quantos Kg a gestante ainda deve ganhar a partir do dia da consulta até o final 3. Multiplicar os Kg pelas Kcal: 1Kg = 6.417 Kcal 4. Dividir o total de calorias encontrado no item 3 pelos dias restantes até 40 SG • Quarta Fórmula: • Calculo das Necessidades Energéticas DRI´s (2005): REQUERIMENTO ENERGÉTICO ESTIMADO – EER GESTAÇÃO = EER DA MULHER NÃO GRÁVIDA + ENERGIA PARA GASTO DURANTE A GESTAÇÃO + ENERGIA NECESSÁRIA PARA DEPÓSITOS • Calculo das Necessidades Energéticas DRI´s (2002/2005): REQUERIMENTO ENERGÉTICO ESTIMADO – EER GESTAÇÃO = EER DA MULHER NÃO GRÁVIDA + ADICIONAL DE ENERGIA PARA GASTO (8 Kcal x IG) + ENERGIA NECESSÁRIA PARA DEPÓSITOS (180 kcal) = • ACRÉSCIMO TOTAL: (8 Kcal x IG) + 180 Kcal • Acompanhar e verificar possíveis ajustes!! • Cálculo das Necessidades Energéticas DRI´s (2002/2005) – Usa peso, altura e atividade física pré-gestacional – 2º trimestre (a partir da 13ª semana) – Ex.: na 20ª SG (semana para cálculo médio do acréscimo): » 8 Kcal x IG + 180 Kcal » 8 x 20 + 180 = 160 + 180 = 340 Kcal – 3º trimestre (a partir da 27ª semana) – Ex.: na 34ª SG (semana para cálculo médio do acréscimo): » 8 Kcal x IG + 180 Kcal » 8 x 34 + 180 = 272 + 180 = 452 Kcal • Cálculo das Necessidades Energéticas EER (adolescentes 9 a 18 anos IMC/I < p85) EER = 135,3 - (30,8 x idade em anos) + FAT x (10,0 x peso em kg) + (934 x estatura em metros) + 25 Kcal – FAT leve: 1,0 – FAT pouco ativa: 1,16 – FAT ativa: 1,31 – FAT muito ativa: 1,56 • Cálculo das Necessidades Energéticas EER (adolescentes 9 a 18 anos IMC/I > P85) EER = 389 - (41,2 x idade em anos) + FAT x (15,0 x peso em kg) + (701,6 x estatura em metros) – FAT leve: 1,0 – FAT pouco ativa: 1,18 – FAT ativa: 1,35 – FAT muito ativa: 1,60 • Cálculo das Necessidades Energéticas EER (mulheres EUTRÓFICAS 19 a 50 anos) EER = 354 - (6,91x idade em anos) + FAT x (9,36 x peso em kg) + (726 x estatura em metros) – FAT leve: 1,0 – FAT pouco ativa: 1,12 – FAT ativa: 1,27 – FAT muito ativa: 1,45 • Cálculo das Necessidades Energéticas EER (mulheres COM SOBREPESO 19 a 50 anos) EER = 448 - (7,95 x idade em anos) + FAT x (11,4 x peso em kg) + (619 x estatura em metros) – FAT leve: 1,0 – FAT pouco ativa: 1,16 – FAT ativa: 1,27 – FAT muito ativa: 1,44 • Observações: Gestante que necessitam de repouso absoluto no terceiro trimestre ou estão internadas em hospitais devem receber VET (valor energético total) semelhante ao seu metabolismo basal (calculado com peso real) • Observações quanto ao adicional: – Gestantes com BP: Como recomenda-se utilizar o peso ideal, EM ALGUNS CASOS, o VET pode ficar muito alto, não atingível através da ingestão alimentar, assim, pode ser que o adicional seja dispensável. • Deve-se averiguar cada caso – Gestantes eutróficas: se a curva apresentar-se muito ascendente ou descendente, sugere-se usar PESO IDEAL ou PESO DA ÚLTIMA CONSULTA. • Observações quanto ao adicional: – Gestantes com SP / obesas: o adicional pode não ser necessário. IMPORTANTE: deve-se avaliar a evolução da paciente e averiguação do VET a cada consulta, garantindo um ganho ponderal adequado. • Necessidades Energéticas GESTANTES GEMELARES (Luke, 2005) Baixo peso: 4000 Kcal/dia Eutrofia: 3500 Kcal/dia Sobrepeso: 3250 Kcal/dia Obesidade: 3000 Kcal/dia Distribuição: 20% de proteína: Baixo peso: 200g/dia Eutrofia: 175g/dia Sobrepeso: 163g/dia Obesidade: 150g/dia + 40% de CHO + 40% de lipídeos • Necessidades Energéticas GESTANTES GEMELARES (Rimon, 2002) Calorias: 36 Kcal x Kg + 500 a 600 por bebê Distribuição: 20% de proteína ou 1g/Kg + 16g (1o semestre) / 12g (2o semestre) + 40% de CHO + 40% de lipídeos Necessidades Energéticas: GESTANTES GEMELARES (OMS, 2007): Acréscimo de 1.000 Kcal no GET + 50g de proteína por dia Necessidade de macronutrientes • Proteína – RDA (1989): 60g/dia – sendo 50% AVB – FAO/OMS (1998): 0,75g a 1,0g/kg/dia + 6g/dia – DRIs (2002): 0,8g/Kg PPG/dia (1ºT) / (1,1g/Kg PPG/dia: 2º e 3ºT) ou 71g/dia – OMS (2007): 1,0g/Kg PPG ou PESO DESEJÁVEL + • Acréscimo de 1g/dia (1ºT) / 9g/dia (2ºT) / 31g/dia (3ºT) • Dietas hiperprotéicas com uso de suplementos nutricionais está associada a óbito neonatal. Deve-se atingir através da alimentação. – Preferir as de alto valor biológico (carnes, ovos) e a combinação arroz com feijão + vitamina C. Necessidade de macronutrientes • Proteína para Adolescentes • ADA (1989) – < 15 anos: 1,7g/Kg de peso – > 15 anos: 1,5g/Kg de peso • DRIs (2002) – 71g/dia Necessidade de macronutrientes • Carboidratos – OMS (2003): 55 a 75% do VCT – Preferir os ricos em fibras (pão integral, biscoito integral), utilizar na maioria das refeições (principalmente para as com baixo peso). – Sacarose: máximo 10% VCT • Fibras – 14g/1000Kcal – > 25g/dia Necessidade de macronutrientes • Lipídios – 15 a 30% do VCT • 13g de ômega 6 e 1,3g de ômega 3 –DHA: 200 a 600mg / dia – Saturada < 10% e Colesterol < 300mg/dia. – Fontes: óleo vegetal, azeite, manteiga Resumindo: DRIs (2002) OMS (2003) • Carboidratos: 45 - 65% 55 - 75% • CHO simples: < 25% < 10% • Proteína: 10 - 35% 10 - 15% • Lipídeos:20 - 35% 15 - 30% • Saturada: - < 10% • Colesterol: - < 300mg W6: 13g/dia (5 a 8%) W6: 13g/dia (5 a 10%) W3: 1,3g/dia (1 a 2%) W3: 1,3g/dia (0,6 a 1,2%) Água: 3 litros/dia (2,3 litros na forma de água pura e bebidas) Necessidade de macronutrientes Vitamina A: • Diferenciação celular, ciclo visual, sistema imunológico • Ingestão deficiente ou excessiva: problemas congênitos cerebrais, oculares, anemia, BPN. • Estudos em animais têm demonstrado que doses elevadas de vitamina A são teratogênicas, podendo levar a anormalidade genética e abortos. Adolescente gestante Adolescente não grávida Mulher gestante Mulher não grávida Vitamina A 750 g 600 - 700 g 770 g 700g Vitamina A: Fontes importantes • Fígado de boi • Cenoura / Brócolis / Couve / Espinafre • Batata-doce cozida / Abóbora • Mamão / Manga Vitamina D: – Recomendação: 5mcg ou 200UI/dia • SEMELHANTE AO DA mulher adulta e adolescentes – Deficiência ou insuficiência podem causar: • Distúrbios na homeostase óssea da criança, se extremo: reduz mineralização óssea e aumenta risco de fraturas devido a menor massa óssea na criança, raquitismo. • Osteomalácia materna – Fontes: salmão, atum, sardinha, gema de ovo, óleo de peixe e fígado – Recomendar banho de sol diário da gestante Vitamina K: – As crianças recém nascidas são mais susceptíveis a deficiência de protombina (pobre transferência placentária de vitamina K e ausência de microbiota produtora de vitamina K): • Doença hemorrágica do recém nascido – Administração profilática de vitamina K intramuscular logo após o nascimento • Vitamina C: – RDA gestante: 80mg (adolescentes) e 85mg (adultas) – RDA geral: 65mg (adolescentes) e 75mg (adultas) • 1g: redução de 50% na absorção - UL = 2g/dia • Sempre questionar sobre uso abusivo de suplementos – Fontes (1 porção diária): acerola, caju, laranja, limão, mamão, goiaba, morango, repolho, batata, pimentão verde. Vitamina C: – A deficiência prejudica a síntese de colágeno, cartilagens, músculos e vasos sanguíneos – Casos isolados foram reportados na literatura relacionados à baixa ingestão de vitamina C com ruptura prematura de membranas, aumento do risco de infecções, parto prematuro e pré-eclâmpsia. – A concentração de vitamina C sérica diminui durante a gravidez devido à hemodiluição e grande captação dessa vitamina pelo feto. Vitamina C: – Importante para melhorar a biodisponibilidade do ferro vegetal presente na dieta diária. – Recomendação diária de vitamina C é facilmente atingida com pelo menos um alimento rico nesse nutriente diariamente. • Ácido fólico (B9): – Formação de tecidos e hemácias (síntese de RNA e DNA) – B12: fator de risco independente para DTN • Reduz a captação de ácido fólico pelas células vermelhas – Deficiência: sangramento no 3º trimestre, deslocamento da placenta, prematuridade, baixo peso, hipertensão específica da gravidez, anemia megaloblástica, defeito no tubo neural (anencefalia e espinha bífida) • Ácido fólico: – Mulheres e adolescentes: 400g/dia (suplementação + alimentos fortificados + fontes naturais) – Mulheres adultas e adolescentes grávidas: 600g/dia – Mulheres que tem histórico de filhos com defeito no tubo neural: 4000g (4mg) a 5000g (5mg) /dia 1 mês antes da gestação até 8 semanas gestacionais – Fontes: vegetais verde-escuros (brócolis, couve, espinafre), leguminosas (feijão), suco de laranja, fígado, gérmen de trigo. • Ácido fólico: – 1 CO M feijão + 3 ramos de brócolis + 1 laranja + 5 C S abacate + 2 C S espinafre = 388 g – 1 CO M lentilha + 1 beterraba pequena + 3 C S CHEIAS couve-flor + 1 laranja = 383 g – 1 mamão papaia + 1 bife pequeno fígado + 2 C S G grão de bico = 409 g • Ácido fólico: Alimento Medida caseira G AF g Lentilha cozida 1 CO M 130g 235 Feijão preto cozido 1 CO M 130g 200 Grão de bico cozido 1 CO M 130g 206 Espinafre 4 C S 100g 108 Beterraba crua 1 und pequena 75g 109 Couve cozida 4 C S 100g 60 Brócolis 3 RAMOS MÉDIOS 100g 50 Laranja com bagaço 1 UNIDADE MÉDIA 160g 47 Abacate 5 COL SOPA 100g 61 Couve flor cozida 3 COL SOPA CHEIAS 90g 39 • Cálcio: – Recomendação = não grávida: + APROVEITADO • 1.000mg (19 aos 50 anos) • 1.300mg (14 aos 18 anos) • Essencial: – Formação de ossos e dentes – Contração muscular – Transmissão de impulsos nervosos – Coagulação sanguínea • Cálcio: – Ajuste da própria gestação: • O organismo na gestação é capaz de aumentar a absorção intestinal de cálcio através de um aumento sérico de vitamina D (mecanismos hormonais ainda pouco compreendidos). • Os ajustes no metabolismo de cálcio parecem ocorrer no início da gravidez antecipando a demanda adicional de cálcio que será depositado predominantemente no 3º T • Cálcio: – Deficiência: • Mãe ⇒ risco de osteomalácia e osteoporose, hipertensão arterial, parto prematuro • Recém-nascido ⇒ < densidade mineral óssea: prejuízo no crescimento e desenvolvimento fetal – Excesso: • Consumo >2500 mg pode causar litíase renal e diminuir a absorção intestinal de outros minerais como ferro e zinco. • Cálcio: – Fontes: • Leite e derivados • Leguminosas • Repolho • Couve • Sardinha • Espinafre • Cálcio: – Ideal: • Ingestão equilibrada de todos os nutrientes + bons hábitos alimentares + evitar sedentarismo (atividade física promove melhor atividade dos hormônio que estimulam a deposição de cálcio nos ossos) • Ferro: – RDA geral: 15mg (adolescente) / 18mg (adulta) – RDA gestante 27mg/dia (só dieta?) – Suplementação profilática: • Prevenção: 60 mg / dia = 300mg de sulfato ferroso • Tratamento: 120 a 240 mg /dia – Fontes: carnes, vísceras, leguminosas, legumes, verduras verde-escuras, ovo. *Papel da vitamina C na absorção. • Ácido ascórbico forma um quelato com ferro (no meio ácido estomacal) que permanece solúvel no pH mais alto no intestino • Ferro: – Aumenta as necessidades de ferro para : • Formação da hemoglobina e reservas do feto • Expansão do volume sanguíneo • Placenta e cordão umbilical • Perda de sangue durante o parto • Ferro: – A capacidade de absorção de ferro está aumentada, principalmente no terceiro trimestre, ainda assim pode não ser suficiente – Deficiência: • mãe ⇒ anemia ferropriva ⇒ infecções puerperais e piora do prognóstico em caso de hemorragia no parto • feto ⇒ prematuridade, baixo peso, aborto, > risco de anemia no 1º ano de vida. • Zinco: – RDA geral: 9mg (adolescente) / 8mg (adulta) – RDA grávida: 12mg (adolescente) / 11mg/dia (adulta) – A deficiência materna de zinco: parto prematuro, BPN, RCIU e malformações congênitas no recém nascido. – O zinco para o feto depende da dieta materna – Quando houver suplementação de Fe > 60mg/dia: suplementação de zinco. – Fontes: ostras, frutos do mar, carne, aves, peixes, fígado, ovo, cereais integrais, leguminosas, levedo de cerveja e milho. • Zinco: – O zinco: • Componente de cerca de 200 metaloenzimas e exerce importante papel na síntese de DNA e proteínas. • E essencial para mobilização hepática e função da vitamina A • Melhora ação da insulina (melhora interação com receptor) – Para manter a homeostase de zinco, o organismo é capaz de aumentar a absorção e diminuir a excreção nos casos de baixa ingestão ou deficiência de zinco. • Zinco: – Possíveis causas da deficiência em gestantes e lactantes: • Hemodiluição fisiológica da gestação • Diminuição da albumina sérica (carregadora de zinco) • Ingestão insuficiente • Suplementação com ferro, ácido fólico e cálcio – Recomenda-se a suplementação de zinco em mulheres grávidas com dieta pobre nesse mineral e naquelas que estãoem tratamento para anemia ferropriva, uma vez que doses elevadas de ferro podem interferir na absorção de zinco. • Orientação Alimentar e Educação Nutricional: – Cereais integrais e tubérculos: 6 a 9 porções/dia – Legumes e verduras: 4 a 5 porções/dia – Frutas nas sobremesas e lanches: 3 a 5 porções/dia – Feijão ou leguminosas: 1 porção/dia ou no mínimo 5x/semana – Leites ou derivados: 3 porções/dia • De preferência integrais ou sob orientação do nutricionista – Carnes ou aves ou peixes ou ovos: 1 a 2 porções/dia – Açúcares: 1 porção / dia – Gorduras: 1 porção / dia • Orientação Alimentar e Educação Nutricional: • Orientar Redução no consumo: carnes com gordura visível, embutidos (salsicha, linguiça, salame, presunto, mortadela), queijos amarelos, salgadinhos, chocolates e sorvetes (1x / semana). • Recomendar para cozinhar: óleos vegetais (soja, canola, girassol, milho, ou algodão). • Evitar peixes (tubarão, peixe-espada, serra-real e paleta-camelo) devido a possibilidade de contaminação com mercúrio • Orientação Alimentar e Educação Nutricional – Sal: 5g/dia (1 colher de chá rasa) – Café (4 xícaras pequenas/dia); chá, refrigerante a base de cola e chocolate também contêm cafeína – Aumentar fibras (25 a 28g/dia) incluindo verduras de folhas cruas e cozidas, pão integral, fruta seca (ameixa) – Consumir 3l/dia água (água pura, água em bebidas e água dos alimentos). Mínimo: 2 litros. • Algumas observações para ADOLESCENTES: – Peculiaridades da fase: • Aspectos Psicológicos • Aspectos Biológicos de risco: –Mudanças físicas intensas: estirão do crescimento – Estado de imaturidade fisiológica da mãe para atingir o termo –Maior ocorrência de prematuridade, BPN, PIG • Algumas observações para ADOLESCENTES: – Fatores Dietéticos de Risco: Ausência de fontes protéicas Ausência de alimentos fonte de vitamina C Ausência de frutas, verduras e fibras Ausência de fontes de cálcio e ferro Presença de alimentos ricos em gorduras e açúcares • Algumas observações para ADOLESCENTES: – Característica comportamentais de risco: • Seletividade alimentar • Hábito alimentar atípico • Condições psicológicas alteradas • Tabagismo • Consumo habitual de álcool • Algumas observações para ADOLESCENTES: – Na avaliação antropométrica: • O crescimento fetal parece ser mais lento em gestantes que ainda em fase de crescimento: competição e imaturidade na transferência dos nutrientes • Adolescentes com > 2 anos pós menarca, geralmente maiores de 15 anos: – Podem ser avaliadas como adultas • Algumas observações para ADOLESCENTES: – Lembrar durante a ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL: Esclarecer a importância do ganho de peso adequado Orientação: focar nos grupos alimentares Inclusão de boas fontes de vitamina C Estimular uso de alimentos fortificados Desestimular guloseimas Monitorar o consumo de produtos diet e light Suplementação medicamentosa pode ser recomendada Ganho de Peso segundo EN Estado Nutricional inicial CURVAS DA OMS p/ IMC/I Ganho de peso total no 1º trimestre Ganho de peso semanal médio no 2º e 3º trimestre Ganho de peso total na gestação Baixo Peso IMC < P3 2,3 0,5 12,5 – 18,0 Adequado P3 < IMC < P85 1,6 0,4 11,5 – 16,0 Sobrepeso P85 < IMC < P95 0,9 0,3 7,0 – 11,5 Obesidade IMC > P95 - 0,3 7,0 – 9,1 FONTE: IOM, 1992 adaptado. Utilizado pelo SISVAN. Adaptado por Soares, N. • Inapetência, volume gástrico reduzido e anemia • Prioridade de intervenção: – Aumentar a DC com manutenção do volume – Fracionamento da dieta (sem consumo de alimentos nos intervalos: cafezinho, biscoitos, doces) – Anamnese alimentar: 1200 a 1500Kcal/dia • 1ª conduta: Aumentar 500Kcal • 2ª conduta: Avaliação do GET (meta final) Gestantes com Baixo Peso Gestante de baixo nível sócio-econômico: ◦ Acrescentar óleo nas refeições ◦ Lanches mais calóricos: pães, biscoitos e mingaus com farinhas enriquecidas, banana com aveia, abacate com açúcar e limão, canjica e bolos ◦ Sopas com feijão, batata e macarrão + óleo ◦ Aumentar os alimentos típicos da refeição de sal geralmente não é bem tolerado Gestantes com Baixo Peso • Gestante de alto poder aquisitivo: – Procurar causas: • Condição constitucional ou • Déficit energético por indisciplina quanto a alimentação – Alimentação inadequada ou estresse ou fatores emocionais: • Sensibilização para ganho de 500g/semana Gestantes com Baixo Peso • Necessidade Energética: – 36 Kcal/Kg de peso ideal / SG • Recomendação normocalórica – 25 a 30 Kcal/Kg de peso ideal / SG • Recomendação hipocalórica: obesidade + HAS ou DM – Padrão: 2000 a 2200 Kcal/dia / 6x/dia / com CHO complexos – Dietas < 1.500 Kcal/dia: contra-indicadas: promove lipólise materna Gestante sobrepeso/obesidade • Atenção para: –Anamnese alimentar DETALHADA –Detectar: • Lanches que parecem inofensivos • Biscoitos, bolos e pipocas como lanches Gestante sobrepeso/obesidade EXERCÍCIOS • Gestante de 17 anos, solteira, segunda gravidez, a primeira terminou em aborto na 14ª semana, altura:1,63m, mora com os pais e mais 3 irmãos, não estuda nem trabalha. O pai trabalha como vendedor ambulante e a mãe faz faxina 3 vezes por semana. Apresentou muito enjôos e vômitos no início da gravidez e ainda apresenta enjôo com vômitos esporádicos. A mãe referiu que ela passa o dia comendo “porcaria”. Algumas vezes não almoça e come sanduíche ou não janta e come um pacote de biscoito recheado com refrigerante. A gestante referiu que vem sentindo azia e que não gosta de “comida de panela”, quase não toma leite nem come frutas e detesta verduras. Exames: PA: 110/70 mmHg, glicemia de jejum: 89mg/dl, edema (-) Hb: 10,9 mg/dl. Peso pré-gravídico: 52,7 kg Peso na 13ª semana: 51,0 kg Peso na 16ª semana: 52,5 kg Peso na 20ª semana: 53,5 kg Peso na 24ª semana: 55,2 kg Referências da Aula: • ACCIOLY, E.; SAUNDERS, C.; LACERDA, E.M.A. Nutrição em obstetrícia e pediatria. Rio de Janeiro: Cultura Médica, 2009. • VITOLO, M.R. Nutrição: da gestação ao envelhecimento. Rio de Janeiro: Ed. Rubio, 2014. 555p. • Coordenação-Geral de Alimentação e Nutrição/ Ministério da Saúde e Universidade de Brasília. 10 passos para Alimentação Saudável da gestante. • MONTEIRO, J. P.; CAMELO JÚNIOR, J. S. Caminhos da Nutrição e Terapia Nutricional: da concepção a adolescência. Rio de janeiro: Guanabara Koogan, 2007. • ROSSI, L.; CARUSO, L.; GALANTE, A. P. Avaliação Nutricional: Novas Perspectivas. São Paulo: Roca / Centro universitário São Camilo, 2008. Páginas 263 – 270. • NIX, S. William, nutrição e dietoterapia. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. Parte 2 Capítulo 10: Nutrição durante a gestação e lactação. • ELLIE, E. Nutrição, vol. 2: aplicações. São Paulo: Cengage Learnig, 2008. Capítulo 6: Nutrição no ciclo da vida: Gestação e Lactação.
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