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Transtornos alimentares

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Ludmila Pantaroto Lima
Nutricionista CRN3-41485
ANOREXIA NERVOSA E BULIMIA NERVOSA
Anorexia Nervosa
A anorexia nervosa caracteriza-se por perda de peso intensa e intencional às expensas de dietas extremamente rígidas com uma busca desenfreada pela magreza, uma distorção grosseira da imagem corporal e alterações do ciclo menstrual. O termo anorexia sabidamente não é o mais adequado do ponto de vista psicopatológico na medida que não ocorre uma perda real do apetite, ao menos nos estágios iniciais da doença. A negação do apetite e o controle obsessivo do corpo tornam o termo alemão pubertaetsmagersucht, isso é, “busca da magreza por adolescentes”, bem mais adequado.
Diagnostico:
Recusa em manter o peso dentro ou acima do mínimo normal adequado à idade e à altura; por exemplo, perda de peso, levando à manutenção do peso corporal abaixo de 85% do esperado, ou fracasso em ter o peso esperado durante o período de crescimento, levando a um peso corporal menor que 85% do esperado.
 2. Medo intenso do ganho de peso ou de se tornar gordo, mesmo com peso inferior. 
3. Perturbação no modo de vivenciar o peso, tamanho ou forma corporais; excessiva influência do peso ou forma corporais na maneira de se auto-avaliar; negação da gravidade do baixo peso.
 4. No que diz respeito especificamente às mulheres, a ausência de pelo menos três ciclos menstruais consecutivos, quando é esperado ocorrer o contrário (amenorréia primária ou secundária). Considera-se que uma mulher tem amenorréia se os seus períodos menstruais ocorrem somente após o uso de hormônios; por exemplo, estrógeno administrado.
TN
As metas do tratamento nutricional na anorexia nervosa (AN) envolvem o restabelecimento do peso, normalização do padrão alimentar, da percepção de fome e saciedade e correção das seqüelas biológicas e psicológicas da desnutrição (APA, 2000).
Esta síndrome é caracterizada por anormalidades dos fluidos e eletrólitos (principalmente do fósforo) e pode levar a complicações cardiológicas, neurológicas, hematológicas e até à morte súbita. Portanto, a alimentação deve ser cautelosa, com monitoração dos eletrólitos (APA, 2000).
O nutricionista participa de todo processo de planejamento das refeições, ajudando o paciente a consumir uma dieta adequada e monitorando o balanço energético, assim como o ganho de peso. Deve-se ajudar o paciente a normalizar o seu padrão alimentar e aprender que a mudança de comportamento deve sempre envolver planejamento e o contato com os alimentos (ADA, 2001).
Bulimia Nervosa
A bulimia nervosa caracteriza-se por grande ingestão de alimentos com sensação de perda de controle, os chamados episódios bulímicos. A preocupação excessiva com o peso e a imagem corporal levam o paciente a métodos compensatórios inadequados para o controle de peso como vômitos auto-induzidos, uso de medicamentos (diuréticos, inibidores de apetite, laxantes), dietas e exercícios físicos. O termo bulimia nervosa foi dado por Russell (1979) e vem da união dos termos gregos boul (boi) ou bou (grande quantidade) com lemos (fome), ou seja, uma fome muito intensa ou suficiente para devorar um boi.
Diagnostico:
Episódios recorrentes de consumo alimentar compulsivo – episódios bulímicos – tendo as seguintes características:
1. ingestão em pequeno intervalo de tempo (i.e., aproximadamente em duas horas) uma quantidade de comida claramente maior do que a maioria das pessoas comeria no mesmo tempo e nas mesmas circunstâncias; e
 2. sensação de perda de controle sobre o comportamento alimentar durante os episódios (i.e., a sensação da não conseguir parar de comer ou controlar o quê e quanto come). 
B. Comportamentos compensatórios inapropriados para prevenir ganho de peso, como vômito auto-induzido, abuso de laxantes, diuréticos ou outras drogas, dieta restrita ou jejum ou, ainda, exercícios vigorosos. 
C. Os episódios bulímicos e os comportamentos compensatórios ocorrem, em média, duas vezes por semana, por pelo menos três meses.
 D. A auto-avaliação é indevidamente influenciada pela forma e peso corporais. O distúrbio não ocorre exclusivamente durante episódios de anorexia nervosa. 
Tipos: - Purgativo: auto-indução de vômitos, uso indevido de laxantes e diuréticos, enemas. - Sem purgação: sem práticas purgativas, prática de exercícios excessivos ou jejuns
TN
Os objetivos da terapia nutricional na bulimia nervosa (BN) são: 
Diminuir as compulsões, minimizar as restrições alimentares, estabelecer um padrão regular de refeições, incrementar a variedade de alimentos consumidos, corrigir deficiências nutricionais e estabelecer práticas de alimentação saudáveis (ADA, 1994; ADA, 2001; Latner e Wilson, 2001). A abordagem pode ser dividida em alguns pontos chave: 
a) educação sobre a BN, suas conseqüências e sobre alimentação e nutrição; 
b) redução da preocupação com peso e aumento da aceitação de seu próprio corpo; c) monitoramento da alimentação por meio do diário alimentar e; d) estabelecimento de um plano alimentar regular (Story, 1986).
As pacientes que apresentam excesso de peso devem ser conscientizadas que a realização de dietas é incompatível com o tratamento dos transtornos alimentares, ao mesmo tempo. Qualquer alteração de peso deverá ocorrer como resultado da normalização da alimentação e da eliminação das compulsões (ADA, 2001; Rock e Curran-Celentano, 1996).
O nutricionista deve pesar o paciente regularmente. É comum ocorrer retenção de fluidos quando o paciente reduz o consumo de diuréticos e/ou laxantes e a prática de vômitos. O nutricionista deve explicar que este aumento é transitório e não corresponde a um aumento da adiposidade (Gendall et al., 1997). Também deve ser discutido qual é o peso ideal para o paciente, com base na sua compleição física e histórico de peso. É importante que o paciente compreenda que o peso ideal é determinado em função da sua saúde, e não de padrões de beleza ou exigências pessoais desmedidas.
Tratamento nutricional de ambos:
Início da realimentação: 30 a 40 Kcal/Kg/Peso/dia
Ganho de peso: 70 a 110 Kcal/Kg/Peso/dia (conforme aumenta o peso, aumenta a necessidade energética para se conseguir maior ganho de peso).
Manutenção de peso: 40 a 60 Kcal/Kg/Peso/dia
Sugestões para aumentar as calorias da dieta:
Sirva creme consistente ao invés de creme “leve”,
Inclua cereais no café da manhã com banana ou outra fruta, porque açúcar, creme e cereais oferecem calorias adicionais,
Manteiga no café da manhã, com torrada quando ainda está quente porque se pode usar mais manteiga ou margarina. Torrada de canela, panquecas, waffles, rabanada, são boas alternativas para a torrada do café da manhã,
Sirva geleia com pão e manteiga. Adicione geleia e compotas a bolo com queijo, pudins e outras sobremesas,
Adicione creme ou leite desidratado não diluído a bebidas com leite. Leite achocolatado e gemada com creme podem substituir o leite,
Adicione leite desnatado em pó ao leite, bebidas de leite e pudins ou cereais quentes,
Adicione sorvete ou creme batido à sobremesas e bebidas de leite,
Sirva sopas cremosas ao invés de caldos ralos,
Coma frutas secas entre as refeições porque elas são ricas em calorias além de boas fornecedoras de vitaminas e minerais,
Sirva maionese, óleo e temperos de salada sempre que possível, com sanduíches, saladas e vegetais,
Sirva molhos com carnes e batatas,
Acrescente caldas a sobremesas como pudins, gelatinas, pudins de coalho, bolos e sorvetes,
Consuma pelo menos um litro de leite por dia, quando possível, substitua metade do leite por creme, ou adicione leite em pó sem gordura, se a gordura não é tolerada,
Batatas, macarrão e massas podem ser servidos duas vezes ao dia,
Junto com um ovo no café da manhã sirva bacon, salsicha ou presunto,
Coma nozes entre as refeições. Elas são ricas em gordura além de serem bons acréscimos de proteínas e calorias,
Planeje um horário definitivo de alimentação e o adote. Os benefícios provenientes de melhores condições físicas farão mais que compensar o esforço feito.
O tratamento nutricionaldeve visar à promoção de hábitos alimentares saudáveis, a cessação de comportamentos inadequados (como a restrição, a compulsão e a purgação) e a melhora na relação do paciente para com o alimento e o corpo. Mais estudos acerca do efeito do tratamento nutricional são necessários, assim como a inclusão de variáveis nutricionais nessas pesquisas, como a adequação nutricional, a freqüência de refeições e as diversas manifestações do comportamento alimentar.

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