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Seso 1 década de 30

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO – UFRJ
DOCENTE: Marilene Coelho 		MATÉRIA: Serviço Social I
ACADÊMICO: Rafael Alves De Abreu 		RM.: 118045594
A década de 30 do século passado é um período divisor de águas na história brasileira. A decadência de uma classe social composta até o momento por uma elite agrária rural, os Senhores do Café, de um lado. E, de outro, a ascensão da burguesia industrial e o aumento do proletariado urbano. Em meio a tudo isso, o Estado, que tenta se estruturar e determinar seu desempenho dentro desta sociedade. É o período em que o proletariado urbano inicia sua luta de reivindicações, juntamente com os trabalhadores rurais. Assim, se constitui no ventre desta sociedade, mecanismos de questionamento e defesa destes trabalhadores.
Quanto aos temas mais comuns do debate político, tem-se os seguintes: Unidade nacional e integração do território; Autonomia estadual (defendida somente pelas elites de São Paulo contra a maioria dos outros agentes históricos do momento) versus centralização; Incorporação de novos setores sociais ao sistema político; Representação profissional/classisya; Soberania nacional; Racionalização da administração pública; Rejeição dos modelos teóricos importados; Construção de um pensamento brasileiro; Necessidade de dar "forma" à sociedade brasileira, através do corporativismo.
De 1930 a 1937 foi de incertezas para a população brasileira e de instabilidade social e política, no que diz respeito à legitimação do novo regime implantado no País. Ficou proibido formar grupos nas ruas. A polícia política se fazia presente em todos os lugares da Capital do País, o Rio de Janeiro, e em outras capitais dos Estados da Federação. 
Ansiosos por mudanças, massas de desempregados vagam pelas cidades e pelos campos do Brasil de então, acreditando que o novo governo resolveria todos os seus problemas. Era um país mergulhado em contradições num mundo conflagrado por agitação social, greve, ocupações de fábricas, ameaça de “golpes vermelhos” na velha Europa, mudanças de regimes constitucionais e intensa produção bélica. Podemos assistir claramente, durante este período, a remodelação da economia frente às mudanças econômicas mundo afora. Foi o início da consolidação de uma frente econômica baseada na indústria, que trazia consigo a ascensão de um novo grupo social que viria determinar, futuramente, os rumos econômicos de nosso país. Entender, entretanto, a conjuntura que envolveu uma mudança tão significativa não é simples e nem poderia ser, pois se deve associar a esta mudança, uma desconjuntura gradual das forças políticas e o embate historiográfico que tenta compreender e discutir, quais elites ou grupos sociais que realmente conseguiam exercer algum tipo de influência no Estado.
A partir de 1930, com a ascensão do governo populista do presidente Getúlio Vargas, o operariado brasileiro recebeu uma série de benefícios sociais. Era necessário abrir o país para o capital estrangeiro e avançar do período rural para a industrialização. O Governo Vargas, traçou as diretrizes da modernização estatal, adequando as leis e a sociedade para esta nova fase e servindo de interventor, apaziguador (!!) e controlador das lutas de classes. 
A Crise de 1929, também conhecida como “A Quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque” espalhou uma forte crise econômica pelos quatro cantos do mundo. Esta crise atingiu fortemente a economia brasileira, gerando desemprego e dificuldades financeiras para o povo brasileiro. Este fato contribuiu para o clima de insatisfação popular com o governo de Washington Luiz. O clima de conflitos e forte insatisfação popular em várias regiões do Brasil gerou preocupação em setores militares de alto comando, que enxergavam a possibilidade de uma guerra civil no Brasil. Movimento que chega ao poder encabeçado pelo político gaúcho Getúlio Vargas. Em 1932 inicia a Revolução Constitucionalista, organizada pelo estado de São Paulo, que exige, entre outros pontos, a constitucionalização do novo regime. O movimento é derrotado, mas força a convocação da Assembleia Constituinte em 1933. Em 1934 seria promulgada a nova Constituição. Chega ao fim a política do café-com-leite e tem início o Estado Novo, em novembro de 1937. Ao longo do restante da década não seriam realizadas eleições no país (só voltariam com o fim do Estado Novo, em 1945).
As reformas sociais, que se destinavam a atender as pressões do movimento operário, entre eles a fixação da jornada normal de trabalho de oito horas e a regulamentação do trabalho das mulheres e crianças que segundo documentos da época mostrava que o “desenvolvimento fabril brasileiro estava em sua infância.
Em 3 de novembro de 1930, Getúlio Vargas assume a chefia do Governo Provisório. Era o fim da República Velha. Criou o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio e em 1931, aprovou a Lei de Sindicalização, proposta pelo Ministro do Trabalho, Lindolfo Collor: todos os sindicatos eram obrigados a se filiar ao Ministério para serem reconhecidos oficialmente e receber o fundo sindical. A “Lei Collor” representava a primeira restrição à autonomia dos sindicatos. O Governo fixou também em 8 horas o limite máximo da jornada de trabalho, regulamentou o trabalho das mulheres e crianças, criou Institutos de Previdência para diversas categorias, os IAPs, instituiu o Conselho Nacional de Serviço Social, além de tomar uma série de outras medidas. O Governo Provisório acertou dois coelhos de uma só vez: de um lado, protegia os trabalhadores, atendendo a antigas reivindicações, do outro, “disciplinava” sua atuação, subordinando os sindicatos ao Ministério e acabando com a tradicional independência (harmonia social).
As leis trabalhistas representavam o reconhecimento pelo Governo da questão social, tida na República de Fazendeiros como uma “questão de polícia”, mas naquele momento encarada como importante “questão política”. Para os trabalhadores urbanos, a maioria vinda recentemente do campo onde não havia nenhuma proteção trabalhista, enquanto os mais velhos e conscientes tinham sido afastados à força das antigas lideranças, Getúlio Vargas projetava-se como “O PAI DOS POBRES”, imagem, aliás, que o próprio Estado se encarregava de difundir. Para o Governo, a legislação social tinha um significado especial: impedir a organização independente da classe trabalhadora, além de se constituir, sobretudo pela subordinação dos sindicatos ao Estado, na base de manipulação populista das massas anos depois.
A situação política do país continuava agitada no início de 1935: inúmeras greves deflagradas e manifestações integralistas que se tornavam cada vez mais audaciosas. O governo respondeu propondo, no início de 1935, uma Lei de Segurança Nacional (LSN), aprovada pelo Congresso com o voto dos liberais, da lavra do ministro da Justiça, Vicente Rao, e dos interventores estaduais, está subscrita por cento e quinze parlamentares, que “define crimes contra a ordem política e social, estabelecendo as respectivas penalidades, o processo competente, e prescrevendo normas para a cassação de naturalização”.
A força de atuação dos trabalhadores, seja no meio urbano ou rural, começa a ser vista como uma fonte séria de ameaças a consolidação do Estado Novo de Getúlio Vargas. De um lado a contestação social que começa a se evidenciar aos finais da década de 20, estimulada pela rápida propagação dos ideais comunistas, socialistas e anárquicos no Brasil. De outro o organismo do Estado que enxerga nestes movimentos, o “que” de contestação de sua postura e trabalho social. O embate entre Estado junto à burguesia industrial versus proletariado se trava em vários meios: seja nas legislações trabalhistas que visavam fornecer ao Estado o quase total controle sobre a autonomia dos sindicatos e declinar o movimento proletariado, seja no projeto burguês de “modernização” do proletariado e controle sobre o mesmo, ou seja, na resistência dos trabalhadores. 
A censura estava instituída oficialmente a partir de 1937. O Decreto de número 149 no 2º artigo dizia que“os jornais em quaisquer publicações periódicas cumprem contribuir, por meio de artigos, comentários, editoriais, e toda a espécie de noticiário para a obra de esclarecimento da opinião popular em torno dos planos de reconstrução material e reerguimento nacional”. Os anos de incerteza da década de 30 haviam chegado ao fim. O Estado Novo de Vargas, regido por uma Constituição autoritária inspirada no fascismo, representava a instauração no país da DITADURA. 
No final dos anos 30, São Paulo e Rio de Janeiro, com 1.400.000 e 2 milhões de habitantes, respectivamente, eram as sedes da expansão capitalista-urbana do país. Fortaleciam-se as novas camadas da burguesia industrial, principalmente beneficiária do novo “desenvolvimento”, enquanto se ampliavam também as camadas médias e o proletariado das fábricas e empresas de serviços. 
Com a diminuição das imigrações, grandes partes destes últimos originavam-se agora do campo. Muitos deles eram negros e mulatos, descendentes dos escravos. Dado o caráter restritivo da industrialização nos países dependentes, muitos, sobretudo a mão-de-obra não qualificada mantinha-se subempregados, realizando serviços domésticos, comércio ambulante, biscates ou mesmos desempregados. Nem por isso deixavam de ser úteis ao dono do capital, é que a oferta excessiva de mão-de-obra permitia o permanente rebaixamento dos níveis salariais. Esta situação agravava certas condições sociais típicas das grandes cidades nos países dependentes, como a marginalidade urbana. E tinha também repercussões culturais. Vivendo em bairros pobres e nas favelas, estas camadas, principalmente no Rio de Janeiro, criavam uma cultura própria que refletia suas condições de vida e um modo crítico de encarar a realidade, registrado, por exemplo, na música e nas festas populares.
Até a política social do Estado favoreceu a acumulação de capital, através da manipulação dos fundos sociais dos Institutos de Previdência criados na época. Os Institutos foram incentivados a comprar, com o dinheiro dos trabalhadores, títulos emitidos pelo Banco do Brasil, sendo o produto das vendas usado como crédito para empresas industriais e agrícolas. O período do Estado Novo marcou a implantação definitiva de uma sociedade capitalista industrial urbana. A permanência de diversas limitações estruturais como a alta concentração de renda, taxas elevadas de desemprego e redução real dos salários, não impediu que a produção nacional se diversificasse, tendo ocorrido também uma ampliação restrita do mercado interno.
A decretação do salário mínimo elevaria, ao menos nos primeiros anos, o poder aquisitivo das camadas mais pobres do proletariado. No entanto reduziria o das faixas mais qualificadas, que produzem mais que as primeiras. Os salários destas faixas passariam a ser fixados tomando como base de calculo o valor do salário mínimo e não a elevação da produtividade de seu trabalho. A ditadura do Estado Novo institucionalizava o controle sobre os trabalhadores através de importantes instrumentos de manipulação das classes trabalhadoras, tais como, o imposto sindical, o Trabalhador deveria pagar anualmente um imposto, hoje chamado de contribuição sindical, correspondente ao valor de um dia de trabalho. O total, destinado aos sindicatos e aos gastos governamentais, ficava sob o controle do Ministério do Trabalho, que só liberava a parte dos sindicatos se estes se enquadrassem nas novas leis. O Governo institui também o contrato coletivo de trabalho, em substituição aos contratos individuais entre o trabalhador isolado e o seu padrão. Pelo contrato coletivo, os acordos de trabalho são regulados entre os sindicatos dos empregados e dos empregadores. As negociações, no entanto, seguindo o modelo fascista são presididas pelo Estado, que procura colocar-se como juiz aparentemente neutro entre as partes. Mesmo assim, os empresários foram contra mais uma vez, e sob o pretexto do “esforço de guerra”, conseguiram retardar por alguns anos a sua aplicação.
A ampliação do mercado era consequência principalmente do aumento do número de assalariados, resultante da expansão industrial a partir de 1933, e não da elevação do poder aquisitivo da população. A concentração de renda, por sua vez, não impedia acumulação, como não a impede em capitalismo nenhum, no entanto, impunha sua indisfarçável marca ao tipo de desenvolvimento que se alcançava: A MARCA DA DESILGUALDADE SOCIAL.

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