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CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO AO GERENCIAMENTO DO ESCOPO, TEMPO E CUSTOS A partir da perspectiva do saber fazer, são apresentados os seguintes objetivos de aprendizagem: Conhecer premissas de projetos. Descrever a importância do planejamento do escopo, tempo e custo. Relatar restrições em projetos. 10 Gerenciamento do Escopo, Tempo e Custos em Projetos 1111 INTRODUÇÃO AO GERENCIAMENTO DO ESCOPO, TEMPO E CUSTOS Capítulo 1 CONTEXTUALIZAÇÃO De acordo com Peter Drucker “no começo de um projeto podemos fazer tudo, mas não sabemos nada. No fi nal do projeto sabemos tudo, mas não podemos fazer nada” (MENDES, 2012, s.p.). Desta forma, entendemos como funciona a área de gerenciamento de projetos. Certamente, você já ouviu falar de algum projeto que não obteve sucesso, ou que estourou o prazo de entrega, o custo, ou ainda tomou outro escopo em seu término. O The Standish Group divulgou um relatório apresentando que apenas 16,2% dos projetos de tecnologia de informação de companhias norte- americanas são concluídos dentro do cronograma e do orçamento previsto. Ademais, 31,1% dos projetos serão cancelados antes do término, e 52,7% dos projetos obterão um custo na média de 189% acima da estimativa prevista (THE STANDISH GROUP, 2014). Por diversos motivos, inclusive pela nossa miopia da convicção de que o projeto é tão certo para um negócio que pode levá-lo ao fracasso. Além disso, a etapa inicial do projeto é a que possui os maiores riscos, pois estão associados à incerteza, dúvidas, falta de dados e informações. Assim, o planejamento do projeto torna-se uma atividade essencial para obtenção de sucesso em seu término. Desta forma, iremos abordar neste capítulo, o gerenciamento de projetos em caráter introdutório para o conjunto de conhecimentos do escopo, tempo e custos. Em seguida, serão abordadas as restrições em projetos. Bons estudos! O PROJETO As organizações buscam satisfazer seus clientes, maximizar os lucros e cumprir com as exigências legais. Em decorrência destas demandas ou necessidades é que nascem os projetos. A maioria dos projetos corresponde a alguma destas necessidades: demanda do mercado, necessidade empresarial, solicitação do cliente, avanço tecnológico, exigência legal ou necessidade social (HELDMAN, 2006). Simultaneamente a uma necessidade, um projeto tem por objetivo atender algum objetivo em específi co. De acordo com PMI – Project Management Institute, um projeto é “[...] um empreendimento temporário, com início e fi m, executado para criar um produto ou serviço único” (PMI, 2013, p. 3). 12 Gerenciamento do Escopo, Tempo e Custos em Projetos Já o gerenciamento de projetos é “[...] a aplicação de conhecimentos, habilidades, ferramentas, técnicas às atividades do projeto a fi m de atender aos requisitos do projeto” (PMI, 2013, p. 5). Os projetos possuem cinco etapas distintas de desenvolvimento, segundo o PMI (2013): • Iniciação. • Planejamento. • Execução. • Monitoramento e Controle. • Encerramento. Já o gerenciamento de projetos é “[...] a aplicação de conhecimentos, habilidades, ferramentas, técnicas às atividades do projeto a fi m de atender aos requisitos do projeto” (PMI, 2013, p. 5). Figura 1 - Fases do gerenciamento de projetos Fonte: PMI (2013). A etapa de iniciação é caracterizada por abordar desde a concepção da ideia até a formalização do Termo de abertura do projeto ou Project Charter – documento que delimita os objetivos do projeto, duração estimada, justifi cativa, restrições, riscos, orçamento previsto, stakeholders e viabilidade técnica-econômica, ou ainda, outras informações adicionais. Este documento corresponde a um deliverable para a etapa seguinte. Deliverable ou Entrega corresponde de qualquer produto, resultado ou serviço que deve ser produzido para concluir um processo, uma fase ou um projeto (PMI, 2013). 1313 INTRODUÇÃO AO GERENCIAMENTO DO ESCOPO, TEMPO E CUSTOS Capítulo 1 A etapa de planejamento aborda todo o processo antecedente à execução do projeto. Desta forma, o planejamento corresponde a uma etapa de preparação de como serão executadas as atividades, a duração, com quais recursos, responsáveis, canais de comunicação, métricas de qualidade dentre outras questões relacionadas. Esta etapa é fi nalizada com a formalização do Plano de Gerenciamento do Projeto – um deliverable na forma de documento que contém todas as informações para a execução do projeto e monitoramento e controle. A terceira etapa, denominada execução, corresponde da atividade de realização do que foi planejado. Neste momento ocorre a elaboração do produto do projeto, que corresponde à própria deliverable. O princípio fundamental desta etapa é realizar o trabalho dentro do escopo, prazo e orçamentos previstos, conforme planejamento. O monitoramento e controle, indicado como quarta etapa, ocorre simultaneamente à etapa de execução. Nesta fase, são avaliados se os objetivos são alcançados com sucesso de acordo com a comparação das atividades realizadas versus planejadas. Desta forma, são avaliadas as variações e tomadas alternativas de correção para obter o êxito do projeto em seu término. Por fi m, a entrega do produto do projeto é caracterizada pela fase de encerramento. No entanto, esta fase não se encerra por aqui. Ainda é necessário desvincular os recursos envolvidos ao projeto (pessoas e terceiros, por exemplo), discutir as lições aprendidas para projetos futuros, e avaliar o nível de satisfação do cliente e caso necessário, tomar algumas ações de correção. A fi gura 1 apresentou a sequência das fases do gerenciamento de projetos, indicando uma sobreposição das fases de planejamento, execução e monitoramento e controle. Isto ocorre porque a etapa de monitoramento e controle é responsável por avaliar os resultados e o desempenho do projeto, além de gerenciar as mudanças no planejamento e execução (ações corretivas, preventivas, reparos de defeitos, melhorias entre outros). Por este motivo, estas três etapas estão relacionadas de forma interativa (TRENTIM, 2011). Vale destacar que a abordagem de gerenciamento de projetos é baseada no ciclo PDCA (Plan (planejar), Do (fazer), Check (Checar), Act (Agir ou Corrigir)), criado por Walter Shewhart, e aperfeiçoado e disseminado posteriormente por Edwards Deming. O ciclo PDCA foi originalmente criado como uma ferramenta de melhoramento contínuo na gestão da qualidade, mas por sua simples fi losofi a, se mostrou prático para outras aplicações, inclusive para gerenciamento de projetos (CARVALHO; ROQUE RABECHINI JR., 2011; TRENTIM, 2011). 14 Gerenciamento do Escopo, Tempo e Custos em Projetos Além disso, as fases mencionadas podem ser compreendidas também como um ciclo de vida do projeto. O que devemos levar em consideração neste momento são os custos associados a cada fase do projeto, como exemplo, apresentamos na fi gura 2 um projeto genérico para destacar a importância das fases antecedentes à execução no gerenciamento do projeto. Esta fi gura indica que a maior parte dos custos está associada à fase de execução de um projeto, desta forma, a etapa de planejamento pode contribuir signifi cativamente para obtenção de um melhor desempenho na execução do projeto. Figura 2 - Custos e pessoal por fase do projeto Fonte: PMI (2013). Ademais, um projeto é normalmente iniciado com incertezas e baixos custos de mudanças. Ao longo do processo de desenvolvimento do projeto, as incertezas e riscos tendem a diminuir, no entanto, os custos de mudanças crescem exponencialmente, conforme demonstrado na fi gura 3. Neste sentido, a fase de planejamento é de suma importânciapara o mapeamento antecipado de possíveis riscos ou incertezas. Esta prática busca reduzir alterações no escopo do projeto durante a fase de execução. 1515 INTRODUÇÃO AO GERENCIAMENTO DO ESCOPO, TEMPO E CUSTOS Capítulo 1 Figura 3 - Impacto dos riscos, incertezas e custos por tempo do projeto Fonte: PMI (2013). Embora sejam percebidas as distintas fases em projetos, este caderno de estudos, abordará o gerenciamento do escopo, tempo e custo em sua fase de planejamento, execução, bem como no monitoramento e controle. Vejamos, na sessão seguinte, um pouco mais sobre a importância da etapa de planejamento de projetos. Dentre alguns dos maiores projetos já elaborados no mundo estão: A grande Pirâmide de Gizé, no Egito; A grande muralha da China; Coliseu de Roma, Itália; Taj Mahal em Delhi, Índia; Torre Eiffel, França; Canal do Panamá, Panamá; A ferrovia Trans- Siberian, Rússia; Hoover Dam, Estados Unidos da América; Channel Tunnel, Inglaterra e França; e, Kansai Airport, Japão. Pesquise sobre eles para descobrir algumas curiosidades relacionadas a projetos. Figura 4 - Pirâmides de Gizé Fonte: Motomura (2014). 16 Gerenciamento do Escopo, Tempo e Custos em Projetos O PLANEJAMENTO DO PROJETO Podemos perceber que o gerenciamento de projetos vem sendo praticado e realizado desde a antiguidade. Tomamos como exemplo as Pirâmides de Gizé, construídas acerca de 2700 a.C. Para sua construção, estima-se que 100 mil pessoas tenham trabalhado na obra durante 23 anos. Uma grande parte dos trabalhadores fazia o transporte dos grandes blocos de rocha, no entanto, havia outros trabalhadores de suporte como os arquitetos, médicos e cozinheiros. Apenas para a Grande Pirâmide, também conhecida como Pirâmide de Quéops, foram utilizados 2,3 milhões de blocos de rocha, cada uma pesa em torno de 2,5 toneladas (MAXIMIANO, 2009). As Pirâmides, assim como outras grandiosas obras da antiguidade, revelam o grande esforço humano em seu desenvolvimento. Independentemente das ferramentas e recursos utilizados em sua construção, estes tipos de projetos exigiram um grande planejamento e monitoramento durante sua execução. No século XXI, mesmo com muitas tecnologias desenvolvidas que auxiliam no desenvolvimento do projeto, o planejamento dos projetos torna-se cada vez mais uma tarefa fundamental para obtenção de êxito em seu término. Como verifi camos na sessão anterior, a etapa de planejamento corresponde de uma importante etapa do gerenciamento de projetos. Conceitualmente, o processo de planejamento consiste no estabelecimento do escopo, defi nição dos objetivos, e delineamento dos planos relacionados para cumprir os propósitos que o projeto se propôs a atingir (HELDMAN, 2006). Os projetos bem-sucedidos normalmente são os projetos bem planejados. Como os projetos planejados buscam prever todas as variáveis de forma antecedente à fase de execução, a variabilidade de ocorrências (incertezas e riscos) é reduzida. Basta gerenciá-lo! Com base nesta evidência, destacamos uma importante dica: quanto maior for o tempo dedicado ao planejamento, menor será o tempo de execução do projeto. Em síntese, a etapa de planejamento compreende os seguintes processos: Quanto maior for o tempo dedicado ao planejamento, menor será o tempo de execução do projeto. Tabela 1 - Processos da fase de planejamento Área do conhecimento Processos Integração 4.2 – Desenvolver o plano de gerenciamento do projeto Escopo 5.1 – Planejar o escopo 5.2 – Coletar requisitos 5.3 – Defi nir o escopo 5.4 – Criar a estrutura analítica do projeto (EAP) 1717 INTRODUÇÃO AO GERENCIAMENTO DO ESCOPO, TEMPO E CUSTOS Capítulo 1 Tempo 6.1 – Planejar o cronograma 6.2 – Defi nir as atividades 6.3 – Sequenciar as atividades 6.4 – Estimar os recursos das atividades 6.5 – Estimar as durações das atividades 6.6 – Desenvolver o cronograma Custo 7.1 – Planejar os custos 7.2 – Estimar custos 7.3 – Determinar o orçamento Qualidade 8.1 – Planejar a qualidade Recursos Humanos 9.1 – Planejar os recursos humanos Comunicação 10.1 – Planejar as comunicações Riscos 11.1 – Planejar o gerenciamento de riscos 11.2 – Identifi car os riscos 11.3 – Análise qualitativa de riscos 11.4 – Análise quantitativa dos riscos 11.5 – Planejar respostas aos riscos Aquisições 12.1 – Planejar as aquisições Stakeholders 13.2 – Planejar o gerenciamento dos stakeholders Fonte: PMI (2013). O plano de gerenciamento de projetos corresponde à entrega da fase de planejamento. Este documento será utilizado até o encerramento do projeto, e portanto, deve conter no mínimo as informações quanto a escopo, duração, orçamento, qualidade, matriz de comunicações, recursos humanos, riscos, compras ou aquisições e stakeholders. Quais as principais razões pelas quais os projetos fracassam? Jim Stewart (2015), consultor em gerenciamento em projetos do grupo JPStewart Associates, apresenta dez razões pelos quais os projetos falham: i. Aumento do escopo; ii. Recursos demasiadamente alocados na execução; iii. Falta de comunicação, especialmente do gestor aos liderados; 18 Gerenciamento do Escopo, Tempo e Custos em Projetos iv. Defi nição incompleta da forma e periodicidade dos canais de comunicação e responsabilidades; v. Estimativas de tempo não confi ável; vi. Ausência do gerenciamento de riscos; vii. Cultura organizacional incompatível à gestão de projetos; viii. Falta de qualifi cação do gestor de projetos; ix. Falta de integração entre os envolvidos no projeto; x. Baixo monitoramento e controle do projeto em relação ao planejado. Nas razões apresentadas pelo consultor Jim Stewart é evidente que grande parte das razões pelo fracasso dos projetos estão associadas à fase de planejamento. Assim, a etapa de planejamento ocupa papel fundamental no sucesso de projetos por antecipar situações previsíveis durante a execução, como por exemplo, a defi nição do escopo (i), estabelecimento de um canal de comunicação entre os envolvidos do projeto (iii, iv e ix), elaboração de cronograma adequado (v), avaliação de riscos (vi) e identifi cação de gestor qualifi cado (viii). Embora todo este conjunto de informações se aplique a etapa de planejamento, nosso foco de análise, neste caderno de estudos, serão os conteúdos do escopo, tempo e custo. Vejamos, na sessão seguinte, uma breve introdução nas respectivas áreas do conhecimento. ESCOPO, TEMPO E CUSTO A evolução do campo em gerenciamento de projetos tem provado mudanças desde a década de 1960. Inicialmente, o seu foco estava predominantemente dedicado às questões técnicas, assim, custos e cronogramas fi cavam quase sempre em segundo plano. O desenvolvimento da área se deve a um conjunto de fatores, como a maior complexidade nos projetos, pressões externas quanto às entregas e cumprimento de orçamento, bem como maior complexidade nas estruturas organizacionais (KERZNER, 2006). A visão de sucesso em projetos na década de 1960 era baseada na seguinte questão tecnicista: funciona ou não funciona? Mais tarde com o desenvolvimento da área, as organizações passaram a defi nir o sucesso 1919 INTRODUÇÃO AO GERENCIAMENTO DO ESCOPO, TEMPO E CUSTOS Capítulo 1 dos projetos em termos do cumprimento do prazo (tempo), não ultrapassar o orçamento previsto (custos), e atender ao nível de qualidade prometido (escopo e qualidade). Ainda, dois novos critérios foram incorporados aos projetos bem- sucedidos: com o mínimo de mudanças no escopo, e sem interferir o negócio principal da empresa (KERZNER, 2006). O escopo, tempo e custos são algumas das mais tradicionais áreas do gerenciamento de projetos. Em virtude do maior nívelde complexidade nos projetos empresariais, o planejamento, monitoramento e controle destas áreas são fundamentais para alcançar o sucesso do projeto. Vejamos, as distinções entre cada área do conhecimento. O escopo envolve tudo aquilo que está incluído no projeto, e o que não está incluído no projeto. Desta forma, é delimitado o que deve ser feito para cumprir com os objetivos do projeto, bem como o que não é relevante para atingir os propósitos do projeto. No capítulo 2 deste caderno de estudos, estaremos abordando os processos de Gerenciamento do Escopo. A perspectiva tempo busca estabelecer a duração para todas as atividades de trabalho, para o cumprimento das metas do projeto e entregas dentro do cronograma previsto. Por sua vez, a perspectiva custos, delimita o orçamento de gastos com o projeto. Nos capítulos 3 e 4 deste caderno de estudos, iremos abordar os processos do Gerenciamento do tempo e custos, respectivamente. Já no capítulo 5, vamos utilizar o software MS Project para o gerenciamento do escopo, tempo e custos. Vejamos, agora um caso de sucesso em projetos: CASO VOLKSWAGEN DO MÉXICO - PRODUÇÃO DE PEÇAS PARA O AUTOMÓVEL JETTA Para se preparar para a produção de seu novo Jetta, a Volkswagen voltou-se para uma combinação de plantas internacionais e fornecedores externos para produzir partes do novo motor e conjuntos de eixos do carro. A Volkswagen Mexico Components (VW México) ganhou uma licitação para produzir vários componentes, incluindo os eixos dianteiros e montagem dos módulos laterais. A equipe da fábrica VW México tinha 21 meses e um orçamento de US$ 3,3 milhões (EUA) para projetar e instalar a linha de montagem e começar a produção em massa de peças. 20 Gerenciamento do Escopo, Tempo e Custos em Projetos Histórico A VW do México venceu a licitação para o projeto, propondo um custo fi xo para a produção de peças. Isso signifi cava que não haveria espaço para derrapagens no orçamento. Qualquer trabalho que ultrapassasse o orçamento seria incorrido como uma perda. O gerente de projeto e equipe teria que desenvolver processos internos para outras equipes seguirem. A produção do eixo dianteiro e a montagem do módulo lateral foram supervisionadas por um Project Management Professional (PMP®) e o projeto foi um dos primeiros a ser gerenciado pelo escritório de projeto da VW México, o qual forneceu supervisão a todo o portfólio de programas e projetos da produção de componentes do Jetta. Além disso, um novo fornecedor foi selecionado para o projeto, enquanto o processo de aquisição de equipamentos estava em andamento. Esta adição tardia resultou num atraso de dois meses na aquisição das linhas de montagem. Desafi os A equipe VW México, utilizando processos de gestão padrão, conforme descrito em Um Guia do Conhecimento em Gerenciamento de Projetos (Guia PMBOK®), para completar o projeto de linha de montagem dentro do prazo e orçamento. Para supervisionar o projeto complexo, a VW México estabeleceu um escritório de projetos (PMO), que era responsável por monitorar e controlar o orçamento global e cronograma para os projetos relacionados ao Jetta. Uma vez que a VW do México foi agraciada com o projeto de montagem, o PMO trabalhou junto com o departamento fi nanceiro para obter os recursos necessários. Um gerente de projeto foi selecionado e o gerente do departamento de manufatura foi nomeado o patrocinador do projeto. O gerente de projeto, apoiado por um membro do departamento de planejamento, integrou os planos apresentados pelos diversos participantes do projeto para desenvolver uma estrutura analítica do projeto (EAP) e linha do tempo detalhada para o projeto global. A EAP serviu como um roteiro para cada fase do projeto. Enquanto os departamentos de produção e qualidade foram envolvidos ao longo do projeto, outros departamentos poderiam ser consultados 2121 INTRODUÇÃO AO GERENCIAMENTO DO ESCOPO, TEMPO E CUSTOS Capítulo 1 sempre que necessário. O gerente do projeto foi responsável pela supervisão da EAP e em envolver outros departamentos nos momentos adequados. Solução Desde a iniciação até o fechamento, o projeto foi dividido em cinco fases, com nove etapas ao longo de dois anos. O cronograma incluía todo o trabalho de aquisição e fabricação de equipamentos através de testes de linha de montagem e otimização. A fase fi nal terminou com o início da produção e a montagem do eixo do módulo lateral. Um plano da qualidade correspondente foi desenvolvido utilizando os padrões da fábrica de componentes, que foi integrado na linha do tempo. O gerente de projetos realizou reuniões periódicas com a equipe principal a fi m de manter todos os departamentos informados do progresso. O fornecedor da linha de montagem visitou a fábrica em várias ocasiões para rever o progresso e prestar assistência em quaisquer problemas. Departamentos adicionais foram envolvidos, quando necessário, e um relatório de status do projeto – índice de desempenho detalhado para indicar o progresso em relação ao cronograma geral e do orçamento – foi distribuído mensalmente a todos os departamentos. Devido às rigorosas exigências de aderência orçamentária ao plano de projeto, os recursos fi nanceiros foram bloqueados para evitar sobrecusto. Em cada reunião, os participantes tiveram a oportunidade de solicitar alterações específi cas para a EAP. As discussões foram documentadas para fi ns de qualidade e as mudanças foram aprovadas tanto pelo gerente de projeto quanto pelo patrocinador do projeto. Para garantir que o projeto seria concluído a tempo, o gerente de projeto encontrou formas criativas para resolver questões de calendário criadas no início do processo: Para compensar o atraso de dois meses no recebimento de equipamentos da linha de montagem, o grupo realizou um treinamento de fabricação, enquanto o grupo de manutenção acompanhou a empresa subcontratada na instalação do equipamento da linha de montagem. Ao realizar estes dois eventos simultaneamente, o gerente do projeto, impediu atrasos futuros que pudessem causar novos atrasos no projeto. 22 Gerenciamento do Escopo, Tempo e Custos em Projetos Ao longo do projeto, o PMO manteve supervisão para o orçamento geral do projeto. Outros elementos do projeto foram monitorados por membros da equipe do projeto. Por exemplo, um membro da equipe de planejamento monitorou atividades relacionadas com a EAP e o plano de qualidade, enquanto um membro da equipe de qualidade foi responsável por garantir que as partes satisfi zessem as especifi cações de qualidade da empresa. Ao término de cada fase do projeto, a equipe do projeto analisava o estado geral do projeto e realizava identifi cação de riscos para as fases restantes. Todas as alterações resultantes da EAP foram aprovadas pelo gerente do projeto e pelo patrocinador do projeto. O fi m do projeto foi marcado pela transição para equipe de produção. O encerramento ofi cial do projeto ocorreu 12 semanas após que a produção do componente inicial começou. Resultados O time da VW México alcançou e, em muitos casos, ultrapassou os objetivos para a criação da linha de montagem. Especifi camente: - Todo o projeto foi concluído dentro do orçamento especifi cado; - A equipe cumpriu todos os prazos de entrega em todas as fases de testes; - Os eixos dianteiros e módulos laterais produzidos na linha de montagem da fábrica continuaram atendendo às diretrizes de qualidade da Volkswagen. O time de projeto da linha de montagem do componente do Jetta também desenvolveu uma série de ferramentas e práticas que servem como padrão para futuros projetos na fábrica. As principais lições aprendidas com o projeto permitirão que as equipesde projetos futuros aperfeiçoem a comunicação entre as diferentes áreas da planta da VW do México e garanta o sucesso de novos projetos. Fonte: PMI. Volkswagen do México - Produção de Peças para o Automóvel JETTA. 2012. Disponível em: <https://brasil.pmi.org/brazil/ KnowledgeCenter/CaseStudies.aspx>. Acesso em: 3 jun. 2016. 2323 INTRODUÇÃO AO GERENCIAMENTO DO ESCOPO, TEMPO E CUSTOS Capítulo 1 O texto demonstra um caso de sucesso com a utilização de técnicas de gerenciamento de projetos, especialmente, pelo cumprimento do escopo, prazo e orçamento. Mas, seria possível encurtar o escopo, tempo ou custo sem afetar a qualidade do projeto? Vejamos, na próxima sessão, uma discussão acerca das restrições de projetos. RESTRIÇÕES DE UM PROJETO A terceira edição do PMBoK abordava a restrição tripla do gerenciamento de projetos: escopo, tempo e custo (PMI, 2004), conforme apresentado na fi gura 4. A restrição tripla demonstra demandas confl itantes, ou seja, alguma alteração em uma das áreas (escopo, por exemplo) pode causar impacto nas demais (tempo e custos), portanto, requerem o acompanhamento constante da equipe do projeto (TRENTIM, 2011). Figura 6 - Restrição tripla do gerenciamento de projetos Fonte: Adaptado de PMI (2004). Na quinta edição do PMBoK, a restrição tripla foi ampliada por incluir a qualidade, recursos e riscos (PMI, 2013), e foi denominada como restrição sêxtupla do gerenciamento de projetos. Apesar de ter o formato de uma “estrela”, ela indica que a alteração em algum aspecto do projeto (custo, por exemplo) pode afetar outro aspecto (risco, por exemplo). Figura 7 - Restrição sêxtupla do gerenciamento de projetos Fonte: Adaptado de PMI (2013). 24 Gerenciamento do Escopo, Tempo e Custos em Projetos Vamos tomar um exemplo de sua aplicação. Se o cronograma for reduzido, muito provavelmente o orçamento precisará ser aumentado para incluir recursos adicionais a fi m de realizar o mesmo trabalho em menor tempo. Se não for possível aumentar o orçamento, o escopo ou a qualidade poderão ser reduzidos para entregar o produto em menos tempo com o mesmo orçamento. Os stakeholders do projeto podem ter diferentes entendimentos em relação ao projeto e solicitar modifi cações, no entanto, as mudanças no projeto podem criar riscos adicionais (PMI, 2013). Para lidar com estas situações, a equipe do gerenciamento de projetos precisa avaliar cada situação, balancear as demandas e manter um canal de comunicação pró-ativo com os stakeholders para entregar o projeto com sucesso. Neste momento, o gerente do projeto também ocupa um importante papel por avaliar as soluções mais adequadas para cada situação. HABILIDADES DE UM GERENTE DE PROJETOS Muitas vezes as organizações denominam especialistas técnicos de gerentes de projeto. Acredita-se, erroneamente, que as habilidades e a experiência técnicas irão contribuir como aptidões para o gerenciamento de projetos. Entretanto, não é necessariamente o que acontece. Os gerentes de projetos são profi ssionais generalistas, cujo repertório compreende uma série de competências. Sua especialidade é resolver problemas, mas pode atuar numa variedade de campos. Embora possa ter aptidões técnicas, não são pré-requisitos para o gerenciamento de projetos, mas deve contar com uma equipe de técnicos especializados pelo qual o gerente pode recorrer com as questões técnicas. Já o conhecimento e aplicação das técnicas de gerenciamento de projetos são alicerce para os gerentes de projetos. Os gerentes de projetos costumam ser comparados a pequenos empresários, pois precisam conhecer um pouco de cada detalhe do processo de gerenciamento. As competências gerais deste profi ssional compreendem todas as áreas da administração, da contabilidade e do planejamento estratégico à supervisão, administração de recursos humanos e, assim, por diante. Por sua vez, alguns projetos podem exigir competências ou conhecimentos específi cos. Este também é um momento para os gerentes de 2525 INTRODUÇÃO AO GERENCIAMENTO DO ESCOPO, TEMPO E CUSTOS Capítulo 1 projetos aprenderem novos conceitos de áreas específi cas, ou mesmo fortalecer suas habilidades menos desenvolvidas. As competências gerais enumeradas neste texto constituem os fundamentos das boas práticas de gerenciamento de projetos: competências de comunicação, aptidões organizacionais e de planejamento, habilidades na elaboração de orçamentos, resolução de confl itos, negociação e infl uência, e, liderança e motivação de equipes. O fato de você as dominar (ou não) afetará os resultados dos seus projetos. Fonte: Adaptado de Heldman (2006). Rabechini Jr. (2001) realiza um levantamento das habilidades necessárias para o cargo de gerente de projetos por meio de uma pesquisa empírica, contemplando um montante de noventa e sete especialistas da área. A tabela a seguir demonstra o ranking das habilidades identifi cadas no estudo: Tabela 2 - Habilidades de um gerente de projetos Seq. Habilidade Descrição Score 1 Liderança Capacidade de infl uenciar pessoas 95,51 2 Relacionamento Humano Capacidade de gerenciar confl itos e moti-var a equipe 91,85 3 Negociação Capacidade de negociar com Stakeholders 90,96 4 Administração do tempo Capacidade de gerenciar o cronograma do projeto 88,37 5 Técnico Capacidade técnica de contribuir com o projeto 87,57 6 Comunicação Capacidade de estabelecer um sistema de comunicação 81,01 7 Relacionamento com o cliente Capacidade de gerenciar fornecedores e clientes 79,99 8 Orçamento Capacidade de gerenciar o orçamento e fl uxo de caixa do projeto 78,71 Fonte: Adaptado de Rabechini Jr. (2001). Toda esta discussão da restrição sêxtupla está relacionada à teoria das restrições, pois todo projeto tem um ou mais fatores que limitam o seu desempenho. De acordo com a teoria, uma restrição é qualquer coisa que impede o alcance dos objetivos propostos (COX III; SCHLEIER JR., 2010). 26 Gerenciamento do Escopo, Tempo e Custos em Projetos Desta forma, faz-se necessário à identifi cação das restrições e tomadas medidas contingenciais para alcance do melhor desempenho em projetos. Para ampliar seu conhecimento entre as relações da teoria das restrições ao gerenciamento de projetos sugerimos a leitura dos livros: COX III, J. F.; SCHLEIER JR., J. G. Theory of Constraints Handbook. New York: McGraw-Hill, 2010. MANHÃES, J. C. DA S.; CARVALHO, R. A. DE. Estruturação da mudança pela Teoria das Restrições: Um estudo de caso de Gestão de Projetos de uma companhia de energia. Lisboa: Novas Edições Acadêmicas, 2014. Atividades de Estudos: 1) Avalie como sua organização gerencia os projetos: Tabela 3 - Exercício – Avaliação de como a organização lida com projetos Em minha empresa: Sim Não Parcialmente Não sei dizer 1. Os executivos sabem distinguir projetos de atividades que não são projetos □ □ □ □ 2. Os executivos dominam os princi- pais conceitos de administração de projetos □ □ □ □ 3. As pessoas que precisam lidar com projetos sabem utilizar as técni- cas de gerenciamento de projetos □ □ □ □ 4. Há um modelo do plano de geren- ciamento de projetos □ □ □ □ 5. Muitas pessoas sabem preparar um plano de projeto □ □ □ □ 6. Há procedimentos bem estabe- lecidos de aprovação de planos e propostas de projetos □ □ □ □ 2727 INTRODUÇÃO AO GERENCIAMENTO DO ESCOPO, TEMPO E CUSTOS Capítulo 1 7. Nenhum projeto inicia sem as defi nições críticas de desempenho – escopo, tempo e custos □ □ □ □ 8. O executivo principal acompanha o andamento dos projetos □ □ □ □ 9. Utiliza equipes multifuncionais em projetos □ □ □ □ 10. As pessoas sabem desempenhardiferentes os papéis entre distintos projetos □ □ □ □ 11. Existe uma função bem defi nida de gerente de projetos □ □ □ □ 12. A maioria das pessoas conhece a fi gura e as responsabilidades do gerente de projetos □ □ □ □ 13. Há pessoas qualifi cadas para desempenhar a função de gerente de projetos □ □ □ □ 14. Existem procedimentos e deci- sões pré-estabelecidas para lidar com o ciclo de vida do projeto □ □ □ □ 15. Sabemos organizar equipes de projetos e retorná-las na estrutura permanente □ □ □ □ 16. As equipes de projetos reúnem- -se regularmente para planejar, executar e controlar suas atividades □ □ □ □ 17. Os projetos estão classifi cados em portfólio e programas □ □ □ □ 18. Os projetos estão classifi cados em uma ordem de importância □ □ □ □ 19. Há uma clara ligação entre os projetos e a estratégia □ □ □ □ 20. As responsabilidades são bem delimitadas quanto às áreas funcio- nais e gerenciamento de projetos □ □ □ □ 21. Há comportamentos favoráveis a cultura de projetos □ □ □ □ 22. Sabemos avaliar o desempenho de projetos e aprender com os erros e acertos □ □ □ □ 28 Gerenciamento do Escopo, Tempo e Custos em Projetos 23. De forma geral, os projetos são bem-sucedidos na dimensão de atendimento aos prazos □ □ □ □ 24. De forma geral, os projetos são bem-sucedidos na dimensão do orçamento □ □ □ □ 25. De forma geral, os projetos são bem-sucedidos na dimensão da qualidade do produto fi nal □ □ □ □ 26. De forma geral, os projetos são bem-sucedidos na dimensão da im- plantação dos resultados (no cliente, na linha de produção etc.) □ □ □ □ 27. De forma geral, os projetos são bem-sucedidos na dimensão dos resultados comerciais □ □ □ □ 28. De forma geral, os projetos são bem-sucedidos na dimensão da satisfação dos clientes □ □ □ □ 29. De forma geral, os projetos são bem-sucedidos na dimensão da satisfação do gerente □ □ □ □ 30. De forma geral, os projetos são bem- sucedidos na dimensão do aprendizado organizacional (aquisi- ção de novas competências) □ □ □ □ Fonte: Adaptado de Maximiano (2009). Ao término, avalie as forças e fraquezas de sua organização quanto ao gerenciamento de projetos. Você pode elaborar uma lista de sugestões ou até mesmo um plano de ações como recomendações aos projetos de sua empresa. 2) As atividades listadas abaixo são importantes em qualquer projeto. Identifi que as fases do projeto – Iniciação, planejamento, execução, monitoramento e controle e encerramento. Coloque- as na sequência correta, dando o número 1 para a primeira e 15 para a última. Depois de fazer individualmente, você pode discutir as sequências com os demais colegas. 2929 INTRODUÇÃO AO GERENCIAMENTO DO ESCOPO, TEMPO E CUSTOS Capítulo 1 Tabela 4 - Exercício – Sequência das atividades em projetos Atividade Fase do projeto Sequência Elaborar o plano de comunicação Monitorar o desempenho das atividades Estudo de viabilidade técnica Entregar o produto do projeto Elaboração da Estrutura analítica do projeto (EAP) Defi nir os requisitos do projeto Estudo de viabilidade econômica Executar o projeto Estabelecer duração para cada tarefa Defi nir a matriz de responsabilidades Avaliar lições aprendidas no projeto Alocação dos recursos nas tarefas Implementar ações corretivas, preventivas ou de melhoria Desenvolver o plano de gerenciamento de projetos Aprovação do Project Charter Elaborar o cronograma Elaborar o orçamento Fonte: O autor. ALGUMAS CONSIDERAÇÕES Abordamos neste capítulo uma breve introdução sobre a área de gerenciamento de projetos. Foram discutidos alguns conceitos de projetos, gerenciamento de projetos, os processos do gerenciamento de projetos, e as distinções entre cada fase. Em seguida, foi apresentada a importância do planejamento bem como justifi cado que grande parte dos projetos fracassados são provenientes do mal planejamento. Ainda, foi destacado o escopo, tempo e custo como os principais pila- res do gerenciamento de projetos. Sobretudo, estas áreas do conhecimento 30 Gerenciamento do Escopo, Tempo e Custos em Projetos foram recebendo maior importância em projetos em virtude da evolução sócio organizacional e maior complexidade nos projetos. Ademais, as restrições em projetos apresentaram que a alteração em um aspecto do projeto pode afetar outro, assim a equipe e o gerente de projetos assumem um importante papel na resolução mais adequada para cada situação. Com a compreensão deste capítulo, você é capaz de diferenciar o planejamento das demais fases de um projeto, distinguir o escopo, tempo e custos e ainda atentar para as restrições em projetos. No próximo capítulo, estaremos abordando o gerenciamento do escopo. REFERÊNCIAS CARVALHO, M. M. DE; ROQUE RABECHINI JR. Fundamentos em gestão de projetos: construindo competências para gerenciar projetos. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2011. COX III, J. F.; SCHLEIER JR., J. G. Theory of Constraints Handbook. New York: McGraw-Hill, 2010. HELDMAN, K. Gerência de Projetos: guia para o exame ofi cial do PMI. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006. KERZNER, H. Gestão de projetos: as melhores práticas. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. MANHÃES, J. C. DA S.; CARVALHO, R. A. DE. Estruturação da mudança pela Teoria das Restrições: Um estudo de caso de Gestão de Projetos de uma companhia de energia. Lisboa: Novas Edições Acadêmicas, 2014. MAXIMIANO, A. C. A. 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