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aula farmacoepidemiologia

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Farmacoepidemiologia 
FARMACOEPIDEMIOLOGIA
A farmacoepidemiologia é considerada como o resultado do casamento entre a farmacologia e a epidemiologia. 
É uma nova disciplina no campo da pesquisa com fármacos.
FARMACOEPIDEMIOLOGIA
Estudo do uso e dos efeitos dos medicamentos no conjunto das pessoas, sendo sua principal preocupação os efeitos adversos identificados após a comercialização dos produtos (Strom, 1994).
Aplicação do conhecimento epidemiológico, dos métodos e da lógica dos estudos dos efeitos e dos usos dos fármacos em populações humanas (Porta & Hartzema, 1989).
FARMACOEPIDEMIOLOGIA x FARMACOLOGIA
FARMACOLOGIA - Estudo do uso e efeito dos fármacos.
FARMACOLOGIA CLINICA: Estudo do efeito dos medicamentos no indivíduo
 
FARMACOEPIDEMIOLOGIA: Engloba conhecimentos destes dois campos, estudando os efeitos gerados pela administração de um medicamento ou esquema terapêutico.
FARMACOCINÉTICA: Estudo da relação entre a dose do medicamento administrado e o nível sangüíneo obtido.
FARMACODINÂMICA: Estudo da relação entre o nível sangüíneo obtido e o efeito produzido pelo medicamento.
FARMACOEPIDEMIOLOGIA X EPIDEMIOLOGIA
EPIDEMIOLOGIA: Estudo da distribuição dos determinantes das doenças nas populações.
EPIDEMIOLOGIA DESCRITIVA: Estudo da ocorrência das doenças ou outros eventos relacionados a saúde da população.
EPIDEMIOLOGIA ANALÍTICA: Estudo da associação entre as doenças e agravos a saúde e os hipotéticos fatores geradores destes, visando estabelecer uma relação causal através de estudos observacionais.
EPIDEMIOLOGIA EXPERIMENTAL: Estudos nos quais a população é selecionada aleatoriamente e dividida em dois grupos, sendo um submetido ao fator em estudo e outro reservado para controle.
A FARMACOEPIDEMIOLOGIA utiliza-se dos três métodos conforme o objetivo da pesquisa.
FARMACOEPIDEMIOLOGIA
	FARMACOVIGILÂNCIA
	ESTUDO DE UTILIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS
(EUM)	
				
A OMS define Farmacovigilância como a ciência e atividades relativas a detecção, avaliação e prevenção de efeitos adversos ou outros possíveis problemas relativos ao uso de medicamentos (WHO 2002).
EUM – compreende a comercialização, distribuição, prescrição, e uso de medicamentos em uma sociedade, com ênfase especial sobre as conseqüências médicas, sociais e
econômicas resultantes (OMS, 1977).
HISTÓRICO
Conhecimento bastante antigo dos efeitos adversos dos medicamentos; 
1950 Cloranfenicol: anemia aplástica;
1952 Myler side effécts of drugs, primeiro livro sobre reações adversas a fármacos;
1952 a AMA estabeleceu o primeiro registro oficial de reações adversas a medicamentos;
1960 FDA iniciou a coleta de notificações de RAM e financiou o primeiro Programa hospitalar de monitorização intensiva de fármacos;
1961 Hipótese da Talidomida;
Carta de McBride ao Lancet 16.12.1961
HISTÓRICO
1962 a OMS reconheceu a gravidade dos problemas relativos à segurança do uso dos fármacos em indivíduos e em populações e estabeleceu o Sistema Internacional de Monitorização de reações Adversas a Medicamentos, definido como fármacovigilância
1966 OMS conceitua FARMACOVIGILÂNCIA: conjunto de procedimentos de detecção, de registro e avaliação das reações adversas para determinação de sua incidência, gravidade e relação de causalidade, com a forma de classificação de um medicamento ou fórmula magistral com o objetivo último da prevenção baseado no estudo sistemático e pluridisciplinar das ações dos medicamentos (Norma 425).
1968 Estudos epidemiológicos estabelecem relação de causa e efeito entre exposição intrauterina a talidomida e deformação do feto.
Importância do estudos de farmacovigilância
(alguns exemplos nos EUA)
3 a 6% de internações por RAM
10 a 20% pacientes internados desenvolvem uma R.A.M
2,5% consultas ambulatoriais
20 a 40% dos casos de hemorragia GI alta por medicamento
(incidência 20/100.000 hab)
± de 80% de todos os casos de agranulocitose (excluindo
quimioterapia antineoplásica e radioterapia
5 a 20% dos casos de I.R. aguda - 20 a 30% dializados
EPIDEMIAS DE RAM COM GRAVES CONSEQÜÊNCIAS PARA AS POPULAÇÕES EXPOSTAS
Fonte Carvajal. A. - Farmacoepidemiologia. Universidad de Valadolid, 1983
FARMACOVIGILÂNCIA
Esse campo de atividade tem se expandindo e, recentemente, incluiu novos elementos de observação e estudo, como:
•plantas medicinais;
•medicina tradicional e complementar;
•produtos derivados de sangue;
•produtos biológicos;
•produtos médico-farmacêuticos;
•vacinas.
FARMACOVIGILÂNCIA
Além das reações adversas a medicamentos, são questões relevantes para a farmacovigilância:
•desvios da qualidade de produtos farmacêuticos;
•erros de administração de medicamento;
•notificações de perda da eficácia;
•uso de fármacos para indicações não aprovadas, que não possuem base científica adequada;
•notificação de casos de intoxicação aguda ou crônica por produtos farmacêuticos;
•avaliação de mortalidade;
•abuso e uso errôneo de produtos;
•interações, com efeitos adversos, de fármacos com substâncias químicas, outros fármacos e alimentos.
FARMACOVIGILÂNCIA
OBJETIVOS PRINCIPAIS DA FARMACOVIGILÂNCIA
identificar os efeitos indesejáveis desconhecidos;
b) quantificar o risco destes efeitos associados ao uso de determinados fármacos;
c) identificar fatores de risco e mecanismos subjacentes aos efeitos indesejáveis;
d) informar e educar os profissionais de saúde;
e) informar e subsidiar as autoridades sanitárias na
regulamentação dos medicamentos.
ASPECTOS E CONSEQUÊNCIAS A EXPLORAR 
COM OS EUM
Aspectos médicos
– Benefícios: eficácia na prevenção, alívio e cura das doenças e de seus sintomas e complicações
– Risco: efeitos adversos a curto e longo prazo; fatores especiais de risco com provável determinação genética, doença e ambiente, nutrição, idade, sexo, gravidez, amamentação,etc
– Relação benefício/risco: até onde a prescrição e uso inapropriados reduzem os benefícios e incrementam os riscos
ASPECTOS E CONSEQUÊNCIAS A EXPLORAR 
COM OS EUM
Aspectos econômicos
- Preços e custos dos medicamentos; produção local versus importação; custos de novos fármacos em comparação com os já existentes e com
medicamentos genéricos; custos do tratamento farmacológico
Relação custo/eficácia/segurança em comparação com os aspectos assinalados
- Destinação atual e futura dos recursos nacionais (capital, pessoal, instalações) no orçamento dos setores de saúde e de medicamentos
ASPECTOS E CONSEQUÊNCIAS A EXPLORAR 
COM OS EUM
Aspectos sociais
Atitudes em relação aos fármacos e à saúde, tendências atuais na “ cultura do medicamento” versus a persistência ou ressurgimento da medicina tradicional
Abuso de fármacos e a dependência química (causas e conseqüências)
Uso inapropriado dos medicamentos (não observância da prescrição, uso com propósitos não prescritos ou recomendados)
Discriminação e injustiça social (p.ex. não disponibilidade de medicamentos para os que dele necessitam)
Efeitos da informação e das medidas regulamentadoras
Classificação dos Estudos de Utilização de Medicamentos
(EUM)
1. Estudos de consumo
Descrevem quais medicamentos são empregados e em que quantidade
2. Estudos de prescrição-indicação
Descrevem as indicações de utilização de um determinado fármaco ou grupo de fármacos
3. Estudos indicação-prescrição
Descrevem os fármacos utilizados em uma determinada indicação ou grupo de indicações
4. Estudos sobre o esquema terapêutico
Descrevem características da utilização prática dos medicamentos (doses, acompanhamento
dos níveis plasmáticos, duração do tratamento, observância)
Classificação dos Estudos de Utilização de Medicamentos
(EUM)
5. Estudos dos fatores que condicionam os hábitos de prescrição e dispensação.
Descrevem características dos prescritores, dos dispensadores, dos pacientes e de outros elementos atinentes aos medicamentos e sua relação com os hábitos
de prescrição e dispensação
6. Estudos das consequências práticas da utilização dos medicamentos
Descrevem benefícios, efeitos indesejáveis e custos reais do tratamento farmacológico, podem expor sua ligação com as características da utilização dos medicamentos
7. Estudos de intervenção
Descrevem as características da utilização dos medicamentos vinculados a um programa de intervenção concreta sobre seu uso
DESENVOLVIMENTO DE MEDICAMENTOS
DESENVOLVIMENTO DE MEDICAMENTOS
I - Período Pré-Clínico
Ensaios visando obter um produto com as características fisicoquímicas necessárias a produção de um medicamento.
Estudos de toxicidade em animais
Estudos de mutagenicidade 
Estudos de Eficácia.
II – Período Clínico
Ensaios Clínicos 
FARMACOLOGIA CLÍNICA
Estudo dos efeitos dos medicamentos
no organismo humano.
Inicialmente os “medicamentos” eram usados na lógica da magia, para espantar os demônios que causavam as doenças.
O uso racional dos medicamentos surgiu no passado recente com o conhecimento da real causa das doenças.
A emergência da farmacologia como ciência está diretamente ligada aos avanços na química e na fisiologia.
Principais cientistas que estabeleceram as bases da farmacologia.
Willian Harvey (1578-1657) 
Desvendou o mecanismo da circulação sanguínea.
François Magendie (1783-1855)
Pioneiro na fisiologia e farmacologia experimentais.
DESENVOLVIMENTO DE MEDICAMENTOS
PARACELSUS (1493-1541)
Uniu a química a medicina. 
 Afirmava que a doença era desorganização química dos mecanismos vitais e que portanto deveria ser tratada com agentes químicos.
DESENVOLVIMENTO DE MEDICAMENTOS
Fredric Seturner(1783-1841)
Isolou a morfina do ópio em 1806. O primeiro isolamento de um ingrediente ativo de uma droga natural. 
Claude Bernard (1813-1841)
O primeiro a demonstrar e explicar como os medicamentos agem no corpo.
DESENVOLVIMENTO DE MEDICAMENTOS
James Blake (1815-1893) 
 O primeiro a demonstrar a relação entre a estrutura do fármaco e os efeitos que ele produz.
Rudolf Buchein(1820-1879)
 O primeiro cientista a ter um laboratório exclusivamente para farmacologia experimental.
DESENVOLVIMENTO DE MEDICAMENTOS
Paul Erlich (1854-1915)
 Inicia a era da quimioterapia demonstrando que um agente químico é capaz de destruir microorganismos invasores.
 Formulou o conceito de receptores; parte do tecido com a qual o medicamento se combina para produzir um efeito biológico.
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DESENVOLVIMENTO DE FÁRMACOS
O PRIMEIRO PASSO:
DESCOBRINDO UM FÁRMACO
FLEMING – PENICILINA
Ensaios visando obter um produto com as características físico-químicas que se necessitam.
DESENVOLVIMENTO DE FARMACOS
Período Pré-Clínico
 
 Estudos em animais.
 
 Estudos do potencial de uso.
ESTUDOS EM ANIMAIS
 Avaliação pré-clínica de segurança e eficácia
 
DESENVOLVIMENTO DE FÁRMACOS
 ENSAIOS EM ANIMAIS
Informações necessárias no protocolo:
A espécie o número de animais a ser utilizados, com justificativa.
Descrição completa dos procedimentos que serão empregados, incluindo o método de eutanásia.
DESENVOLVIMENTO DE FARMACOS
Estudos em animais
Ensaios de toxicidade
Aguda
Crônica
Específica
DESENVOLVIMENTO DE FARMACOS
ENSAIOS EM ANIMAIS
Ensaios para avaliar o potencial carcinogênico.
Aumento da incidência ou ocorrência de tumores em animais tratados quando comparadas a animais não tratados com a substância testada.
DESENVOLVIMENTO DE FARMACOS
ENSAIOS CLÍNICOS
CONCEITO: Toda avaliação experimental de uma substância ou medicamentos mediante sua aplicação ou administração ao homem.
DESENVOLVIMENTO DE FARMACOS
Objetivos dos Ensaios Clínicos
1- Recolher dados sobre a absorção, distribuição, metabolismo e excreção e efeitos farmacodinâmicos no organismo humano.
2. Estabelecer a eficácia para uma determinada indicação terapêutica, profilática ou diagnostica.
3. Conhecer o perfil das reações adversas.
DESENVOLVIMENTO DE FARMACOS
FASES DOS ENSAIOS CLÍNICOS
Fase I - Avaliação em voluntários com doses muito baixas
Fase II - Avaliação com doentes.
	Precoce
	Tardia
DESEVOLVIMENTO DE FARMACOS
Fase III - Estudam a eficácia e toxicidade em amostras representativas da população
Fase IV - Acompanhamento pós comercialização. FDA (cada 3 meses no 1° ano) (6 em 6 meses no 2° ano)
(anualmente após o 2°ano).
DESENVOLVIMENTO DE FARMACOS
ENSAIOS CLÍNICOS
Tipos de ensaios clínicos conforme a fase de desenvolvimento do fármaco e suas características habituais.
ENSAIOS CLÍNICOS
Ensaios clínicos
Critérios de exclusão:
Menores
Gestantes 
Idosos
Plan1
	ANO	FÁRMACO	REAÇÕES
	1880	Clorofórmio	depressão cardíaca
	1922	Arsenicais	necrose hepática
	1923	Cincofeno	icterícia e toxicidade hepática
	1933	Amidopirina	agranulacitose
	1938	Elixir de Sulfanilamida	morte
	1953	Fenacetina	dano renal e uremia
	1954	Stalinon	elevação da pressão intracraniana sequelas neurológicas
	1961	Talidomida	malformações congênitas, focomelia
	1967	Isoproterenol aerosol em dose alta	morte em asmáticos jovens
	1970	Clioquinol	neuropatia mielo-óptica sub-aguda
	1972	Dietilestilbestrol	adenocarcinoma de vagina em mulheres jovens
	1974	Practolol	síndrome óculo-mucocutâneo
	1982	Benoxaprofeno	reações hepáticas mortais
	1983	Zomepirac	reações anafilactóides mortais
	1983	Indometacina (liberação lenta)	perfuração intestinal
Plan1
		Pessoas Investigadas	Tamanho da Amostra	Critérios de Seleção	Objetivos	Desenho
	Fase I	voluntário saudável	+ou - 20	-	farmaco-cinética tolerabilidade (farmaco-dinâmica)	não controlados ou controlados com placebo
	Fase II	pacientes	+ ou - 100	estritos	dose-resposta eficácia preliminar	controlados com placebo ou terapêutica standart
	Fase III	pacientes	+ou - 1000	amplos	eficácia segurança	controlados com placebo ou terapêutica standart
	Fase IV	pacientes	> 10000	condições de autorização do medicamento	efetividade segurança eficiência	controlados com placebo ou terapêutica standart

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