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Gestão Baseada em Valor no Terceiro Setor

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GESTÃO BASEADA EM VALOR APLICADA AO TERCEIRO SETOR
Mariangela Aparecida Ungaratto
Especialista em Gestão Contábil, Auditoria e Perícia
UNICENTRO/G, 2016.
E-mail: Ungaratto@gmail.com
Professor Orientador: Prof. Dr. João Francisco Morozini
Universidade Estadual do Centro Oeste – UNICENTRO
Diretor do Setor de Sociais Aplicadas – SESA/G
Docente do Mestrado em Administração – PPGADM
Editor Revista Capital Científica - Eletrônica (RCCe)
E-mail:jmorozi@uol.com.br
RESUMO
O trabalho a seguir vem ao encontro da necessidade de estudar o terceiro setor. Um segmento muito pouco estudado mas que vem ganhando força no mundo moderno. O estudo vai demonstrar como “A Gestão Baseada em Valor Aplicada ao Terceiro Setor”, pode ajudar a quantificar a importância das instituições do terceiro setor representam para seus associados ou seus parceiros. O terceiro setor tem como principal função tentar amenizar o impacto que o mundo globalizado vem gerando na sociedade. O terceiro setor é composto de empresas sem fins lucrativos, com objetivo social junto uma classe determinada, o que acontece muitas vezes que essas empresas estão sendo geridas por pessoas que não tem a menor qualificação ou experiência de Gestão empresarial. A eficácia na gestão é um instrumento imprescindível na administração dessas entidades. A condição de existência dessas empresas é imprescindível, a qualificação do uso da gestão dos recursos humanos, já que tem demonstrado de grande valia para a sociedade como um todo. Conforme a CLT, os sindicatos são enquadrados conforme as atividades ou profissões que forem representadas. A pesquisa foi realizada por meio de estudo de caso na entidade Sindicato Rural de Chopinzinho, da cidade de Chopinzinho – PR. Os objetivos da pesquisa são verificar, identificar e analisar a gestão baseada no valor.
PALAVRAS CHAVE: Terceiro Setor, Associação, Fundação, Entidades Sindicais, Gestão.
ABSTRACT 
The article then comes to meet the need to study the third sector. A segment understudied but which has been gaining force in the modern world. The study will demonstrate how "Based Management Value Applied to the Third Sector", can help to quantify the importance of the third sector institutions present to its members or its partners. The third sector has main function is trying to ease the impact of the globalized world is generating in society. The third sector is composed of non-profit companies, with social objective together a particular class, What often happens that these companies are being managed by people who has not the least qualifications or business management experience. The effective management is an essential tool in the management of these entities. The condition of existence of these companies is essential, the qualification of the use of human resources management, as it has demonstrated very useful to society as a whole. According CLT, trade unions are classified according to activities or professions are represented. The research was conducted through case study in rural trade union entity Chopinzinho, in the city of Chopinzinho – PR. The objectives of the research are to verify, identify and analyze management based on value.
KEY-WORDS: Third Sector, Association, Foundation, Trade Unions, Management.
INTRODUÇÃO 
As constantes mudanças e a extrema competitividade entre as empresas vêm obrigando as mesmas a ter algo de diferencial no seu contexto. Como poucas empresas detêm grande parte dos recursos existem grandes dificuldades em atrair investimentos. Para Oliveira (2002, pag. 184), “o objetivo principal de todas as empresas deve ser a maximização dos lucros dos detentores de capital, isto é, remunerar os donos do dinheiro”. 
A principal meta das empresas é alavancar seus lucros, elas também estão preocupadas com a sua imagem perante a sociedade. Muitas empresas estão investindo em entidades sociais com o intuito de melhorar sua imagem e também recuperar o dano que estão fazendo ao meio ambiente e a sociedade. 
As parcerias com as empresas sem fins lucrativos tem sido uma alternativa bem atraente para diminuir o impacto negativo na imagem de muitas organizações. Contudo as empresas sem fins lucrativos enfrentam a dificuldade de lidar com a escassez de verbas, a falta de um planejamento financeiro, a administração interna precária. TEXEIRA (2004:7) aponta a deficiência na gestão como um dos fatores de restrição a um maior desenvolvimento do Terceiro Setor “As deficiências na gestão organizacional destas entidades, a pressão para buscarem sua auto sustentação financeira, a escassez de apoio técnico e a grande diversidade de membros que compõe suas estruturas são restrições a um maior desenvolvimento do terceiro setor”. 
	Daí a importância de estudar esse setor e tentar medir a real situação desse tipo de empresa. O presente trabalho trata-se de uma pesquisa qualitativa como um estudo de caso na empresa Sindicato Rural de Chopinzinho. O tema escolhido “Gestão Baseada em Valor Aplicada ao Terceiro Setor”, vem ao encontro da necessidade de estudar melhor esse segmento.
O Terceiro Setor é constituído de empresas sem fins lucrativos, com objetivo social perante uma classe definida, o que acontece muitas vezes que essas empresas estão sendo geridas por pessoas que não tem a menor qualificação ou noção de Gestão empresarial. A principal dificuldade dessas entidades é o gerenciamento das Receitas, que muitas vezes são provenientes de doações, transferências de fundos e de trabalho voluntário. Como mensurar o quão importante e atrativa a empresa pode ser, e como a mesma pode agregar valor para o bem estar da sociedade. Daí a importância de se estudar o terceiro setor, e de como avaliar o desempenho das organizações.
Com isso elaborou-se o seguinte problema: Seria possível utilizar a Gestão baseada em valor para suprir tal carência, o objetivo deste trabalho é analisar o aprimoramento da gestão nas empresas sem fins lucrativos, associada à necessidade de avaliar seu desempenho para alavancar recursos. 
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Terceiro Setor
O Terceiro Setor constitui-se de empresas sem fins lucrativos, com o intuito de beneficiar a sociedade de modo social. Essas empresas ou instituições, como muitas vezes são conhecidas, destacam-se como não governamentais, fundações de direito privado, entidade de assistência social, associações culturais e educacionais. Segundo o CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE (2003: p. 37);
	Suas atividades são tipicamente públicas, apesar de serem pessoas jurídicas de direito privado. Ocorre que o Estado não consegue desempenhar seu papel social de maneira satisfatória. Daí, a sociedade se organiza em associações e fundações, buscando, ao menos, amenizar a inoperância do Estado. Muito ainda precisa ser feito, mas a sociedade organizada tem desempenhado um papel da mais alta importância social.
As entidades do Terceiro Setor são regidas pelo Código Civil (Lei nº 10.406/02, com as introduções trazidas pelas Leis nº s. 10.825/03 e 11.127/05) e juridicamente constituídas sob a forma de associações ou fundações. Vale salientar que a constituição entende as empresas do Terceiro setor deve seguir normas como as demais empresas, para Juíza do Trabalho de Londrina Neide Akiko Fugivala Pedroso (2004, P.21), “na qualidade de instituições na área sociais sem fins lucrativos, muitas vezes com títulos de utilidade pública federal, para os efeitos trabalhistas equiparam-se ao empregador comum (§ 1 o do art. 2 o da CLT) na relação jurídica empregatícia do art. 3º.
O Terceiro setor vem sendo visto por muitas empresas como uma alternativa de recuperar sua imagem perante a sociedade e aumentar seus ganhos. Para Assaf Neto, Araújo e Fregonesi (2006) “as alianças com as empresas lucrativas são extremamente valiosas para as organizações sem fins lucrativos, pois, além de levarem recursos financeiros para essas entidades, disseminaram ainda mais, no Brasil, a cultura de preocupar-se com os problemas sociais do país”.
O surgimento dessas empresasou entidades do Terceiro Setor que foram criadas por pessoas que não tem muita noção de gestão, o que vem acarretando com inúmeros problemas, um deles destaca-se como a sustentabilidade dessas entidades. Para empresas com acionistas a função da mesma é aumentar os lucros de seus acionistas, mas nas entidades sem fins lucrativos o principal problema é mensurar o quão importante e o quanto de retorno a mesma pode dar de retorno a sociedade.
Mas para TEXEIRA (2004, p. 7) a deficiência na gestão é um dos fatores de restrição a um maior desenvolvimento do Terceiro Setor:
As deficiências na gestão organizacional destas entidades, a pressão para buscarem sua auto sustentação financeira, a escassez de apoio técnico e a grande diversidade de membros que compõe suas estruturas são restrições a um maior desenvolvimento do terceiro setor. Para reverter tal estado de coisas, uma grande parte de estudiosos do tema alerta para a necessidade de profissionalizar a gestão dessas instituições, ponto em que os conhecimentos e os princípios da Ciência da Administração podem dar uma significativa contribuição para o desenvolvimento do setor social.
A eficácia na gestão é um instrumento imprescindível na administração dessas entidades. A condição de existência dessas empresas é no mínimo os recursos humanos, já que tem demonstrado de grande valia para a sociedade como um todo. O art. 3 o da Lei n o 5764/71 define a Política Nacional de Cooperativismo: “Celebram contrato de sociedade cooperativa as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir com bens ou serviços para o exercício de uma atividade econômica, de proveito comum, sem objetivo de lucro”.
Quadro 1: Diferenciação entre Associação e Fundação
	
DIFERENÇAS BÁSICAS ENTRE ASSOCIAÇÃO E FUNDAÇÃO 
QUADRO COMPARATIVO
	ASSOCIAÇÃO 
	FUNDAÇÃO
	Constituída por pessoas.
	Constituída por patrimônio, aprovado previamente pelo Ministério Público
	Pode (ou não) ter patrimônio inicial.
	O patrimônio é condição para sua criação.
	A finalidade é definida pelos associados
	A finalidade deve ser religiosa, moral, cultural ou de assistência, definida pelo instituidor
	A finalidade pode ser alterada.
	A finalidade é perene.
	Os associados deliberam livremente.
	As regras para deliberações são definidas pelo instituidor e fiscalizadas pelo Ministério Público.
	Registro e administração são mais simples.
	Registro e administração são mais burocráticos.
	Regida pelos artigos 44 a 61 do Código Civil.
	Regida pelos artigos 62 a 69 do Código Civil.
	Criada por intermédio de decisão em assembléia, com transcrição em ata e elaboração de um estatuto.
	Criada por intermédio de escritura pública ou testamento. Todos os atos de criação, inclusive o estatuto, ficam condicionados à prévia aprovação do Ministério Público.
Fonte: A Autora (2016)
2.2 Entidades Sindicais e Associações de Classe
	Uma das classes que também é considerada como pertencente à classe do terceiro setor, são os sindicatos, uma classe bastante questionada nos dias de hoje quanto a sua necessidade, segundo, NASCIMENTO, Amauri Mascaro (2008), esta entidade pose ser definida como, “É sujeito coletivo porque é uma organização destinada a representar interesses de um grupo, na esfera das relações trabalhistas; tem direitos, deveres, responsabilidades, patrimônio, filiados, estatutos, tudo como uma pessoa jurídica”. A CLT é bem clara nos artigos abaixo listados no quadro abaixo sobre a legalidade de atuação dos sindicatos:
Quadro 2: Disposições CLT sobre Sindicatos
	Art. 511. É lícita a associação para fins de estudo, defesa e coordenação dos seus interesses econômicos ou profissionais de todos os que, como empregadores, empregados, agentes ou trabalhadores autônomos ou profissionais liberais exerçam, respectivamente, a mesma atividade ou profissão ou atividades ou profissões similares ou conexas.
	§ 1º A solidariedade de interesses econômicos dos que empreendem atividades idênticas, similares ou conexas, constitui o vínculo social básico que se denomina categoria econômica.
     
§ 2º A similitude de condições de vida oriunda da profissão ou trabalho em comum, em situação de emprego na mesma atividade econômica ou em atividades econômicas similares ou conexas, compõe a expressão social elementar compreendida como categoria profissional.
 § 3º Categoria profissional diferenciada é a que se forma dos empregados que exerçam profissões ou funções diferenciadas por força de estatuto profissional especial ou em consequência de condições de vida singulares.
§ 4º Os limites de identidade, similaridade ou conexidade fixam as dimensões dentro das quais a categoria econômica ou profissional é homogênea e a associação é natural.
	Art. 512 – Somente as associações profissionais constituídas para os fins e na forma do artigo anterior e registradas de acordo com o art. 558 poderão ser reconhecidas como Sindicatos e investidas nas prerrogativas definidas nesta Lei. 
	
	Art. 513. São prerrogativas dos sindicatos:
	Representar, perante as autoridades administrativas e judiciárias os interesses gerais da respectiva categoria ou profissão liberal ou interesses individuais dos associados relativos á atividade ou profissão exercida;
Celebrar contratos coletivos de trabalho;
Eleger ou designar os representantes da respectiva categoria ou profissão liberal;
Colaborar com o Estado, como orgãos técnicos e consultivos, na estudo e solução dos problemas que se relacionam com a respectiva categoria ou profissão liberal;
Impor contribuições a todos aqueles que participam das categorias econômicas ou profissionais ou das profissões liberais representadas.
 Parágrafo Único. Os sindicatos de empregados terão, outrossim, a prerrogativa de fundar e manter agências de colocação.
	 Art. 560 -Não se reputará transmissão de bens, para efeitos fiscais, a incorporação do patrimônio de uma associação profissional ao da entidade sindical, ou das entidades aludidas entre si.
	
	Art. 561 – A denominação “sindicato” é privativa das associações profissionais de primeiro grau, reconhecidas na forma desta Lei.
	
	 Art. 570. Os sindicatos constituir-se-ão, normalmente, por categorias econômicas ou profissionais, específicas, na conformidade da discriminação do quadro das atividades e profissões a que se refere o art. 577 ou segundo as subdivisões que, sob proposta da Comissão do Enquadramento Sindical, de que trata o art. 576, forem criadas pelo ministro do Trabalho, Indústria e Comércio.
	 Parágrafo único – Quando os exercentes de quaisquer atividades ou profissões se constituírem, seja pelo número reduzido, seja pela natureza mesma dessas atividades ou profissões, seja pelas afinidades existentes entre elas, em condições tais que não se possam sindicalizar eficientemente pelo critério de especificidade de categoria, é-lhes permitido sindicalizar-se pelo critério de categorias similares ou conexas, entendendo-se como tais as que se acham compreendidas nos limites de cada grupo constante do Quadro de Atividades e Profissões.
  Fonte: A Autora (2016)
 A CLT é bem clara quanto à distinção do enquadramento sindical, cada classe, empregados ou empregadores, pertenceram a determinado Sindicato. Desde ao funcionário rural a empresas multinacionais, todas as classes seguem regras determinadas por seus sindicatos, dentro do que a CLT permite. 
2.3 Gestão Baseada em Valor
 A Value-Based Management (VBM), gestão baseada em valor, consiste basicamente em maximizar valor para seus acionistas, no caso do Terceiro Setor em o quanto a entidade tem de valor perante a sociedade para seus sócios. A definição de Fernandes (1997, p. 27) para Terceiro Setor:
É composto de organizações sem fins lucrativos, criadas e mantidas principalmente pela participação voluntária, em um âmbito não governamental, dando continuidade às práticas tradicionais da caridade, da filantropia e do mecenato e expandindo o seu sentido para outros domínios, graças, sobretudo, à incorporaçãodo conceito de cidadania e de suas múltiplas manifestações na sociedade civil.
A gestão baseada em valor não é considerada um indicador, mas uma metodologia que se utiliza de estratégias próprias para o gerenciamento no aumento dos lucros para empresa. A gestão baseada em valor possui um modelo para auxiliar na criação de valor que é, segundo Copeland, Koller & Murrin (2000, p.90), “... a combinação de uma cultura voltada para a criação de valor e dos processos e sistemas administrativos necessários para traduzir essa cultura em ação”.
Uma das metodologias que melhor se adaptam para o cálculo da gestão baseada em valor é o EVA que segundo Assaf Neto, Araújo e Fregonesi (2006) é definida como:
	Ele é conceituado como uma medida de desempenho econômico. É conhecido pela sigla EVA®. Foi desenvolvida por economistas e surgiu há mais de duzentos anos, com o objetivo inicial de medida de desempenho e sistema de gestão. (...) Na ênfase atual, EVA® é a estrutura para um sistema completo de gerência financeira e remuneração variável que pode auxiliar o processo de tomada de decisões das empresas.
A gestão irá funcionar como uma empresa normal, a empresa deve definir estratégias de competitividade, benefícios e vantagens para seus associados e principalmente agregar vantagem econômica para o negócio e para seus beneficiados, Rappaport (2001, p. 98) “Sem criar valor para o consumidor, não pode haver valor para o acionista. (...) Há custos associados com criar valor para o consumidor. O valor para o acionista somente irá materializar-se se os clientes estiverem dispostos a pagar estes custos”.
Quadro 3 – Estratégias Financeiras e Direcionadores de Valor
	Estratégias Financeiras
	Objetivo Estratégico 
	Direcionadores de Valor
	Operacionais 
	Maximizar a eficiência das decisões operacionais, estabelecendo políticas de preços, compras, vendas e estoques, etc, voltadas a criar valor.
	Crescimento das vendas; prazos operacionais de cobrança e pagamentos; Giro de estoques; 
Margem de lucro.
	Financiamento 
	Através das decisões de financiamento procura-se minimizar o custo do capital empresa, promovendo o incremento de seu valor no mercado.
	Estrutura de Capital;
Custo do Capital próprio;
Custo do Capital de Terceiros
Risco Financeiro
	Investimento 
	Implementar estratégias de investimento voltadas a agregar valor aos acionistas, através da obtenção de uma taxa de retorno maior que o custo de capital.
	Investimento em Capital de Giro;
Investimento em Capital Fixo;
Oportunidades de Investimento;
Analise de giro x margem;
Risco Operacional
Fonte: Alexandre Assaf Neto (2003)
METODOLOGIA
3.1 Definição do Tipo de Pesquisa
A pesquisa foi realizada por meio de estudo de caso na entidade Sindicato Rural de Chopinzinho, da cidade de Chopinzinho – PR. Os objetivos da pesquisa eram verificar, identificar e analisar a gestão baseada no valor.
Verificar qual o nível de retorno quanto a gestão baseada em valor, analisar o retorno que a entidade pode oferecer para seu associado. O estudo teve um recorte quantitativo, com variáveis contínuas, que é descrito por Silva (2004, p.27) como sendo: “quantitativas são características cujos dados se referem a quantidades, isto é, são medidos numa escala numérica, e variáveis contínuas são características cujos dados podem assumir qualquer valor do conjunto dos números reais.” 
A pesquisa tem como seus objetivos a se classificar como exploratória, que:
Visa proporcionar maior familiaridade com o problema com vistas a torná-lo explícito ou a construir hipóteses. Envolve levantamento bibliográfico; entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado; análise de exemplos que estimulem a compreensão. Assume, em geral, as formas de Pesquisas Bibliográficas e Estudos de Caso. Pesquisa Descritiva: visa descrever as características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis. Envolve o uso de técnicas padronizadas de coleta de dados: questionário e observação sistemática. Assume, em geral, a forma de Levantamento. (GIL, 1991, apud SILVA e MENEZES, 2001, p. 21).
3.2 Definição Dos Procedimentos Metodológicos
O trabalho seguiu os procedimentos de pesquisa bibliográfica, para se levantar o referencial teórico necessário à sustentação das conclusões do trabalho. Segundo Silva (2004, p.41), pesquisa bibliográfica: 
Diz respeito ao conjunto de conhecimentos humanos reunidos nas obras. Tem como base fundamental conduzir o leitor a determinado assunto e a produção, coleção, armazenamento, reprodução, utilização e comunicação das informações coletadas para o desempenho da pesquisa. A pesquisa bibliográfica constitui o ato de ler, selecionar, fichar, organizar e arquivar tópicos de interesses para a pesquisa que se quer realizar.
 
 Foi realizada uma pesquisa de campo, por meio de levantamentos de dados contábeis e relatórios administrativos para avaliar o nível de conhecimento dos entrevistados, sobre o tema proposto. 
Foi realizada análise dos resultados através das tabelas, cálculos realizados e analise dos relatórios gerenciais, para comprovar os pressupostos da pesquisa e auxiliar na consolidação dos resultados da pesquisa.
Delimitação do tema e da Pesquisa
 A pesquisa foi realizada no município de Chopinzinho, através de estudo de caso com dados retirados da Balanço Patrimonial. O Estudo foi realizado nos meses de maio e junho de 2016. A realização dos comparativos ocorreu de forma didática sendo realizado com auxílio dos dados da entidade Sindicato Rural de Chopinzinho.
O estudo utilizou como base o balanço patrimonial de 2014 e 2015, fazendo a divisão entre receitas e despesas, fazendo o comparativo entre os dois anos. O comparativo tem como objetivo mensurar a entidade.
 ESTUDO DE CASO
O objeto de estudo, neste item, é o Sindicato Rural de Chopinzinho, entidade de Direito privado sem fins lucrativos;
A subdivisão da classe Patronal Rural segue a seguinte sequência:
CNA – confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil;
FAEP – Federação da Agricultura do Estado do Paraná;
Sindicato Rural de Chopinzinho
Missão: Legitimo órgão representante dos produtores rurais, com o objetivo de orientar, fortalecer e unir a classe.
Visão: Ser reconhecido como uma instituição forte, atuante, confiável e organizada, onde diretores funcionários e associados trabalham integrados a sociedade para uma melhor qualidade de vida.
Conforme a CLT os sindicatos são enquadrados conforme as atividades ou profissões que forem representadas. O Sindicato Rural de Chopinzinho está enquadrado como classe representante Patronal Rural, ou seja, representa os agricultores empregadores da cidade de chopinzinho.
A principal função do Sindicato Rural de Chopinzinho é atender aos agricultores enquadrados como empregadores conforme legislação vigente de enquadramento sindical, oferecer toda assessoria necessária quanto as suas necessidades e defender os mesmos perante órgãos governamentais. Levantando questões pertinentes a essa classe e tentando buscar soluções e medidas que venham a sanar a necessidade da classe rural. 
No quadro abaixo podemos observar o comparativo das receitas e despesas dos anos de 2014 e 2015, foi sintetizado os valores nos principais eventos das receitas e despesas. O quadro tenta demonstrar a evolução da entidade. 
Tabela 1: Comparativos Balanços 2014 e 2015 
	Cálculo do Resultado Operacional (em R$)
	
	RECEITAS 
	2015
	2014
	Receitas Operacionais 
	309.613,45
	358.635,32
	Taxas de Associados
	 3.000,00 
	6.750,00
	Senar
	 8.809,00
	18.176,50
	Alugueis 
	 36.983,00
	40.347,60
	CNA –Conf. Da Agricultura e Pecuária do Brasil
	251.165,04
	201.738,96
	Prestação de Serviço a vista
	2.285,15
	810,00
	Patrocínios 
	2.900,00
	-
	Outras Receitas 
	4.471,26
	13.571,68
	Vendas de Mercadorias
	-
	77.240,58
	
	
	
	Deduções das Receitas
	-
	(4.307,26)
	Cancelamento e Devoluções
	-(510,00)
	Impostos Incidentes sobre mercadoria
	-
	(3.797,26)
	
	
	
	Receitas não Operacional
	-
	22.800,00
	Venda de Imobilizado
	-
	22.800,00
	
	
	
	Receitas Financeiras
	34.733,48
	8.490,92
	Descontos Obtidos
	657,32
	1.811,98
	Rendimentos Aplicação 
	34.076,16
	6.186,66
	Juros Recebidos
	-
	492,28
	
	
	
	Total das Receitas
	344.346,93
	362.818,98
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	DESPESAS
	2015
	2014
	Custo Mercadoria
	-
	113.541,24
	Custo Mercadoria Vendida
	-
	113.541,24
	
	
	
	Despesas com Vendas
	30.794,00
	37.586,83
	Perdas Com Vendas
	30.794,00
	-
	Despesas Com Pessoal
	-
	20.757,23
	Utilizadas e Serviços
	-
	10.630,43
	Despesas Com Veículos
	-
	2.221,57
	Despesas Gerais
	-
	3.977,60
	
	
	
	Despesas Administrativas
	205.671,21
	
	Despesas com Pessoal
	91.288,52
	87.959,78
	Propaganda e Publicidade
	14.090,40
	9.681,22
	Viagens e Representações
	6.306,37
	6.012,67
	Ocupação
	4.003,10
	2.733,83
	Depreciação e Amortização 
	5.266,49
	7.117,52
	Utilização e Serviço
	33.289,62
	19.074,60
	Despesas Com Veículos
	2.596,14
	1.455,00
	Despesas Gerais
	48.830,57
	50.919,21
	
	
	
	Despesas Tributárias 
	7.736,09
	9.051,58
	Contribuições Impostos e Taxas
	7.736,09
	9.051,58
	
	
	
	Despesas Financeiras
	4.000,95
	2.823,63
	Despesas Gerais
	4.000,95
	2.823,63
	
	
	
	Despesas Não Operacionais
	-
	23.745,16
	Custo Vendas Imobilizado
	-
	23.745,16
	
	
	
	Total das Despesas
	248.202,25
	348.902,27
Fonte: Balanço Sindicato Rural de Chopinzinho	(2014-2015)
	 O que pode-se observar com o comparativo das receitas e despesas do ano de 2014 e 2015, foi o aumento significativo nos valores em reais. O Sindicato no ano de 2014 também exercia atividades de comercio, o que não ocorreu no ano de 2015. Podemos observar que a principal receita é decorrente de cobrança sindical e a despesa é despesas com pessoal.
	Em relação as receitas houve uma retração no 2015 em decorrência do fechamento do segmento de comercio existente no Sindicato. A principal diferença observada nos comparativos foi na despesa, onde houve uma diferença de um ano para outro significativa, com uma retração bem considerável.
	No próximo quadro tentei evidenciar o cálculo do EVA em um quadro comparativo 2014/2015, onde pode-se observar a evolução do Sindicato.
Tabela 2: Cálculo do EVA
	Cálculo EVA
	
	2015
	2014
	ROI
	5,76 %
	0,86 %
	Resultado Operacional 
	96.144,68
	13.916,71
	Investimento
	1.666.888,61
	1.625.302,43
	CMPC (Selic)
	1,16 %
	0,96 %
	EVA = (ROI – CMPC)
 x INV
	= (5,76 – 1,16) x 1.666.888,61
	= (0,86 - 0,96) x 1.625.302,43
	
	= 76.678,87
	= (1.625,30)
Fonte: Balanço Sindicato Rural de Chopinzinho (2016)
	No cálculo para evidenciar a EVA utilizei dados retirados do balanço, a taxa utilizada foi a taxa SELIC de dezembro de 2014 e 2015 para os respectivos anos calculados. No comparativo foi observado que houve um aumento do ROI o que pode demonstrar que o Sindicato Rural de Chopinzinho, apresentou uma evolução de seus indicadores. 
	Somente esses cálculos metodológicos não são suficientes para assegurar que a entidade estudada apresenta um crescimento no quis respeito ao retorno do investimento para o seu quadro societário. Os cálculos realizados pode relatar superficialmente o quão importante as classes do terceiro setor desempenham para a sociedade o quanto uma entidade de classe pode representar e ajudar no progresso de uma classe. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
	
	Uma das principais conclusões que podemos chegar, que apesar de todas as tecnologias mais revolucionárias que existe, apesar de todos os meios mais modernos utilizados nas organizações para medir desempenho, o principal capital das empresas ainda é o capital intelectual.
	O que não podemos deixar de considerar o papel importante das entidades sem fins lucrativos, ou denominadas de classes do terceiro setor, na sociedade atual. Elas desempenham um papel que vem a suprir a necessidade da sociedade em melhorias, assessoria ou simplesmente fazer a assistência social.
	No estudo de caso tentamos demonstrar em números o percentual que essas entidades podem retribuir para seus associados ou parceiros. Fizemos um comparativo entre os dois últimos exercícios através do cálculo do ROI. O resultado não foi muito satisfatório devido à falta de instrumentos metodológicos para que possam evidenciar esse retorno. Podemos concluir que a principal fonte de melhorias que as entidades podem se utilizar para o melhoramento de seu desempenho perante a sociedade é o melhoramento do capital intelectual, só assim as mesmas poderão desempenhar um papel continuo de utilidade a classe beneficiada.
	 
	
REFERÊNCIAS
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CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Manual de procedimentos contábeis e prestação de contas das entidades de interesse social. Brasília: CFC, 2003. Disponível em Acesso em 28/03/2016.
CLT COMENTADA https://cltcomentada.wordpress.com/2011/08/28/titulo-v-da-organizacao-sindical/, acesso em 21 de jul de 2016.
CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO (CLT). 33 ed. São Paulo: Saraiva, 2006.
COPELAND, Tom; KOLLER, Tim; MURRIN, Jack. Avaliação de Empresas: Valuation. São Paulo: Makron Books, 2000.
FERNANDES, R.C. O que é o Terceiro Setor? São Paulo: Paz e terra, 1997.
NASCIMENTO, Amauri Mascaro.  Compêndio de direito sindical. 6. ed. LTr: São Paulo, 2008, p. 283.
SILVA, Edna Lúcia da, MENEZES, Estela Muszkat. Metodologia da Pesquisa e Elaboração de Dissertação. 3. Ed. Revisada e atualizada. Florianópolis: 2001. 
SILVA, Ernesto José. Manual Básico: Métodos e Técnicas de Pesquisa Contábil. Unicentro, 2004.
TEIXEIRA, R.F. Discutindo o terceiro setor sob o enfoque de concepções tradicionais e inovadoras de Administração. Caderno de Pesquisas em Administração. São Paulo: FEA-USP, v.11, nº. 1, p. 1-15, 2004.

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