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pé diabético

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SUMÁRIO 
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................... 2 
2. DESENVOLVIMENTO ................................................................................... 3 
2.1 FISIOLOGIA DA DIABETES MELLITUS .................................................... 3 
2.2 COMPLICAÇÕES DIABÉTICA MELLITUS .................................................... 4 
2.2.1 Complicações Microvasculares ................................................................ 4 
2.2.1.1 Retinopatia Diabética ......................................................................... 4 
2.2.1.2 Nefropatia Diabética .......................................................................... 4 
2.2.1.3 Neuropatia Diabética ......................................................................... 5 
2.2.2 Complicações Macrovasculares ............................................................... 5 
2.2.2.1 Doença Arterial Periférica .................................................................. 6 
2.2.2.2 Doença Carotídea .............................................................................. 6 
2.2.2.3 Doença Arterial Coronariana .............................................................. 6 
2.3 NEUROPATIA DIABÉTICA ............................................................................ 7 
2.4 PÉ DIABÉTICO .............................................................................................. 8 
2.5 PREVENÇÃO DO PÉ DIABÉTICO ............................................................... 10 
2.6 TRATAMENTO CLINICO DO PÉ DIABÉTICO ............................................. 11 
2.7 TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO DO PÉ DIABÉTICO ......................... 13 
3. CONCLUSÃO .............................................................................................. 16 
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................. 17 
 
 
 
 
2 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
Este trabalho relatará sobre vários assuntos, sendo eles a fisiologia e as 
complicações da Diabetes Melittus que nada mais é que uma doença 
caracterizada pelo excesso de açúcar no sangue, abordará sobre a neuropatia 
Diabética que é um distúrbio nervoso causado pelo diabetes e sobre o conceito, 
prevenção e tratamento clínico e fisioterapêutico de pé diabético, que é um 
problema de saúde decorrente da Diabetes Melittus, e é causado por uma ferida 
que não cicatriza e infecciona, tornando-se uma úlcera. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
2. DESENVOLVIMENTO 
2.1 FISIOLOGIA DA DIABETES MELLITUS 
A fisiologia de todos os tipos de diabetes está relacionada com a hormona 
insulina, que é secretada pelas células beta do pâncreas. 
O diabetes é considerado fator de risco, principalmente devido aos 
distúrbios importantes causados no metabolismo de lipídeos. O diabetes mellitus 
é uma síndrome de comprometimento do metabolismo dos carboidratos, das 
gorduras e das proteínas, causada pela ausência de secreção de insulina ou por 
redução da sensibilidade dos tecidos à insulina. Um aspecto característico desta 
doença consiste na resposta secretora defeituosa ou deficiente de insulina, que 
se manifesta na utilização inadequada dos carboidratos (glicose), com 
consequente hiperglicemia (COTRAN, KUMAR; ROBBINS, 1994). 
 Se um indivíduo não tem glicose nas células, o organismo vai obter energia 
de outra fonte (lipídios). A glicose é o principal sinalizador para o pâncreas liberar 
a insulina pelas células β das ilhotas de Langerhans (GUYTON; HALL, 1997). 
As células possuem receptores de insulina, a insulina se liga aos receptores 
e mobiliza os transportadores de glicose (GLUT), no tecido adiposo tem GLUT 4, 
no pâncreas tem o GLUT 2. Os GLUT vão até a superfície das células e 
transportam a glicose para dentro das células (COTRAN; KUMAR; COLLINS, 
2000). 
 A maior parte da glicose vai para a via glicolítica, onde a maior parte é 
transformada em glicogênio (estoque de glicose), em situação de jejum 
prolongado e diabetes, as células estão com falta de glicose, há quebra dos 
triglicérides para obter energia (AZEVEDO; GROSS, 1990). 
 O diabetes é um distúrbio no metabolismo da glicose do organismo, no 
qual a glicose presente no sangue passa pela urina sem ser usada como um 
nutriente pelo corpo (GUYTON; HALL, 1997). 
O diabetes está associado ao aumento da mortalidade e ao alto risco de 
desenvolvimento de complicações micro e macro-vasculares, como também de 
neuropatias. Pode resultar em cegueiras, insuficiência renal e amputações de 
membros, sendo responsável por gastos excessivos em saúde e substancial 
 
 
4 
 
redução da capacidade de trabalho e da expectativa de vida (BATISTA ; et al, 
2005) . 
2.2 COMPLICAÇÕES DIABÉTICA MELLITUS 
 
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) as complicações do 
diabetes são divididas em dois grandes grupos, micro e macro vasculares. As 
complicações microvasculares são àquelas que causam danos aos pequenos 
vasos sanguíneos, como as que acometem os olhos, rins e nervos. Já as 
macrovasculares incluem as doenças cardíacas e o fluxo insuficiente de sangue 
para as extremidades do corpo, principalmente pernas. 
2.2.1 Complicações Microvasculares 
2.2.1.1 Retinopatia Diabética 
A Retinopatia Diabética é a principal causa de cegueira adquirida na 
população. A retinopatia pode ocorrer em qualquer tipo de DM sendo a elevação 
permanente da glicemia (açúcar no sangue) o principal fator responsável por esta 
complicação. Assim, quanto melhor o controle glicêmico, menores as chances de 
comprometimento dos pequenos vasos da retina e perda da visão. Para reduzir a 
incidência desta grave complicação recomenda-se, portanto, que além de um 
adequado controle da glicemia, todos os pacientes portadores de DM2 e aqueles 
portadores de DM1 com mais de 5 anos de doença devam ser submetidos 
anualmente ao exame de fundo de olho (fundoscopia), a fim de que a alteração 
nos vasos da retina possa ser identificado e tratado precocemente. (Sociedade 
Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional do Rio de Janeiro). 
2.2.1.2 Nefropatia Diabética 
A Nefropatia Diabética é uma complicação associada à importante aumento 
da mortalidade sendo a principal causa de insuficiência renal crônica e 
hemodiálise em nosso país. Esta alteração também está relacionada à lesão de 
pequenos vasos sanguíneos decorrente da elevação crônica dos níveis de glicose 
no sangue. O diagnóstico da nefropatia diabética é tradicionalmente definido pelos 
níveis de proteína presentes na urina, porém, nas fases iniciais, a nefropatia já 
 
 
5 
 
pode ser identificada pelo aumento dos níveis de albumina na urina. A pesquisa 
anual de microalbuminúria (eliminação discretamente elevada de albumina na 
urina) é, portanto, o exame indicado para o diagnóstico precoce desta 
complicação. (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional do 
Rio de Janeiro). 
2.2.1.3 Neuropatia Diabética 
A Neuropatia Diabética é uma complicação freqüente do DM podendo 
manifestar-se de várias formas, de acordo com o tipo de fibra nervosa acometida. 
Mais comumente a neuropatia diabética manifesta-se pela redução da 
sensibilidade superficial ou sensação de formigamento, envolvendo 
particularmente as regiões mais distais do corpo (mãos e pés). A diminuição de 
sensibilidade na pele aumenta o risco de lesões nas regiões afetadas, pois, os 
traumatismos locais podem passar despercebidos. Essas lesões, observadas 
principalmente nos pés, estão sujeitas a infecções que são facilitadas por 
deficiências circulatórias associadas e por deficiências nosistema imune, comuns 
nos pacientes diabéticos. Além disso, a alteração nos nervos pode gerar uma 
condição conhecida como dor neuropática, a qual muitas vezes pode ser intensa, 
incapacitante e de difícil tratamento. Embora a eletroneuromiografia seja o exame 
capaz de identificar mais precocemente as alterações características da 
neuropatia, na prática clínica o mais importante é que os pacientes obtenham um 
bom controle glicêmico, protejam-se de traumatismos e tenham o hábito de 
examinar seus pés diariamente, identificando pequenas lesões de pele que 
possam ser sítios de infecção. (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e 
Metabologia Regional do Rio de Janeiro). 
2.2.2 Complicações Macrovasculares 
As complicações macrovasculares estão relacionadas à obstrução dos 
grandes vasos sanguíneos e são responsáveis por mais de 75% das internações 
hospitalares e por cerca de 80 % da mortalidade em pacientes diabéticos. Tais 
obstruções decorrem de um processo de aterosclerose o qual está diretamente 
vinculado às elevações dos níveis de glicose no sangue, da pressão arterial e dos 
lipídios (colesterol e triglicerídeos) sendo agravado pelo tabagismo, excesso de 
 
 
6 
 
peso e sedentarismo. (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia 
Regional do Rio de Janeiro). 
2.2.2.1 Doença Arterial Periférica 
A Doença Arterial Periférica representa a principal causa de amputação 
não-traumática na população adulta. Um controle glicêmico ruim e o hábito do 
tabagismo parecem ser os principais fatores no desenvolvimento desta grave 
complicação. (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional do 
Rio de Janeiro). 
2.2.2.2 Doença Carotídea 
A Doença Carotídea é a obstrução das artérias carótidas por placas 
ateroscleróticas que podem ocasionar a interrupção do fluxo de sangue para o 
cérebro desencadeando um Acidente Vascular Encefálico conhecido como 
isquemia cerebral. O impacto desta complicação sobre a vida dos pacientes, 
assim como o seu custo no sistema de saúde é enorme, de modo que o controle 
do DM e dos demais fatores de risco se torna imprescindível. (Sociedade 
Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional do Rio de Janeiro). 
2.2.2.3 Doença Arterial Coronariana 
A Doença Arterial Coronariana pode manifestar-se por episódios de angina 
e por infarto agudo do miocárdio constituindo-se a principal causa de morte nos 
pacientes diabéticos. É importante ressaltar que no paciente diabético, devido à 
neuropatia, o infarto pode ocorrer sem a característica “dor no peito”, sendo 
diagnosticado retrospectivamente. Portanto, é de suma importância que todos os 
pacientes diabéticos sejam avaliados regularmente por seu endocrinologista e 
cardiologista que, analisando a história clínica, exame físico e exames 
especializados tais como o eletrocardiograma, ecocardiograma, cintilografia 
miocárdica, poderão identificar a existência de comprometimento da circulação 
coronariana. (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional do 
Rio de Janeiro). 
 
 
 
7 
 
2.3 NEUROPATIA DIABÉTICA 
 
Neuropatia diabética (ND) constitui um grupo heterogêneo de 
manifestações clínicas ou subclínicas, que acometem o sistema nervoso periférico 
(SNP) como complicação do diabetes mellitus (DM). Pode apresentar-se de 
diferentes formas clínicas, mecanismos fisiopatológicos, instalação e evolução. 
Apenas em 1864, o DM foi reconhecido como causa de neuropatia 
periférica (NP). Anos depois, observou-se o envolvimento de nervos cranianos em 
pacientes diabéticos. Já a perda de reflexos tendinosos em membros inferiores 
(MMII) foi descrita por Bouchard em 18844 e a ocorrência de sintomas 
espontâneos como dor e hiperestesia por Pavy em 18855. As manifestações 
motoras foram documentadas por Buzzard em 1890. 
A primeira classificação de ND foi sugerida por Leyden (1893), 
subdividindo-a em formas sensitivas e motoras. Já Jordon e Crabtree (1935)8 
foram os primeiros a suscitarem os mecanismos fisiopatológicos da ND. Após o 
advento da insulina na década de 1930 como tratamento do DM, a prevalência da 
ND apresentou significativo incremento, já que os pacientes diabéticos passaram 
a ter uma expectativa de vida maior. 
 Os estudos realizados por Fagerberg , Mulder et al.10 e Pirart, Lauvaux e 
Rey11, comprovaram a correlação da ND com outras complicações 
microvasculares como a nefropatia e a retinopatia diabéticas. 
Diante de um número alarmante de pacientes com DM, a prevalência de 
ND vem acompanhando este crescimento e já desponta como a principal causa 
de NP em países desenvolvidos. Destaca-se por ser a complicação microvascular 
mais prevalente, estimando-se que pelo menos metade dos pacientes diabéticos 
desenvolverá esta neuropatia em algum momento de sua evolução clínica. 
 A polineuropatia simétrica distal constitui sua forma clínica mais frequente, 
apresentando-se geralmente de maneira assintomática14. Menos da metade dos 
pacientes apresenta algum tipo de sintoma neuropático, sendo na maioria das 
vezes sintomas sensitivos15. Entre os pacientes com ND, aproximadamente 20% 
apresentam dor neuropática, implicando em redução significativa da qualidade de 
vida e capacidade funcional16. Além disso, a ND constitui fator de risco importante 
 
 
8 
 
para úlceras, deformidades, amputações de MMII e para o desenvolvimento de 
outras complicações microvasculares. 
Além disso, aumenta as taxas de internações hospitalares e mortalidade 
cardiovascular em pacientes diabéticos devido ao acometimento autonômico. 
2.4 PÉ DIABÉTICO 
 
O pé diabético é caracterizado por uma complicação do diabetes Melittus, 
ocorre quando há um ferimento no pé e esse ferimento não cicatriza e infecciona, 
tornando-se uma úlcera no pé, que nada mais é do que uma grande ferida. 
Ochoa-Vigo afirma que: 
Denomina-se pé diabético um estado fisiopatológico multifacetado, 
caracterizado por lesões que surgem nos pés da pessoa com diabetes 
e ocorrem como consequência de neuropatia em 90% dos casos, de 
doença vascular periférica e de deformidades. As lesões geralmente 
decorrem de trauma e frequentemente se complicam com gangrena e 
infecção, ocasionadas por falhas no processo de cicatrização as quais 
podem resultar em amputação, quando não se institui tratamento 
precoce e adequado. 
Essa doença tem como principal causa a desordem glicêmica, ou seja, a 
falta de controle da glicemia. Há muitos pacientes diabéticos que não fazem o 
controle de sua glicemia, o que consequentemente acarreta em uma elevada taxa 
de açúcar no sangue. 
Essa grande quantidade de açúcar na corrente sanguínea prejudica a 
circulação, podendo culminar em uma série de problemas, dentre as quais 
podemos citar úlceras nos pés, facite plantar, esporão calcanhar, rachaduras nos 
pés, dormência nos pés e claro, feridas nos pés, que inclusive é um dos principais 
sintomas do diabetes tipo 2. 
Observa-se que 85% dos casos graves que necessitam de hospitalização 
são causados por úlceras superficiais ou lesões pré-ulcerativas, as quais 
apresentam diminuição da sensibilidade devido à neuropatia diabética. Esses 
casos estão associados a pequenos traumas originados por uso de calçados 
impróprios, dermatoses comuns, manipulações incorretas dos pés ou unhas, seja 
pela própria pessoa ou por outras não habilitadas. (GROSS, 1999) 
 
 
9 
 
 As lesões do pé diabético resultam da combinação de dois ou mais fatores 
de risco que atuam concomitantemente e podem ser desencadeadas, tanto por 
traumas intrínsecos como extrínsecos, associados à neuropatia periférica, à 
doença vascular periférica e à alteração biomecânica. (PEDROSA, 1998) 
De etiologia frequentemente multifatorial,o pé diabético caracteriza-se por 
uma variedade de anormalidades resultante da combinação de neuropatia e/ou 
vasculopatia em pacientes portadores do diabetes melito. 
A neuropatia, cujo mecanismo patogênico mais aceito é o da via poliol, 
pode apresentar-se sob três formas: 1) motora, caracterizada por alteração da 
arquitetura do pé que desloca os sítios de pressão plantar e por alterações do 
colágeno, queratina e coxim adiposo; 2) autonômica, em que há disfunção 
simpática, resultando em redução da sudorese e alteração da microcirculação; 3) 
sensorial, a mais comum, na qual se observa perda da sensação protetora de 
pressão, calor e propriocepção, de modo que traumas menores repetitivos e, até 
mesmo, danos maiores, não são percebidos pelos pacientes. (BRASILEIRO et. 
Al., 2005) 
Quanto à vasculopatia diabética, estudos observaram que a idade e a 
duração do diabetes melito, assim como na neuropatia, também estavam 
correlacionadas com a sua prevalência. A vasculopatia pode apresentar-se sob 
duas formas: 1) microangiopatia, que, segundo LoGerfo & Coffman18, não é 
considerada um fator importante na patogênese das lesões, pois, apesar do 
espessamento da membrana basal capilar, não compromete a redução do fluxo 
sangüíneo para o pé no diabético; 2) macroangiopatia, que resulta em processo 
aterosclerótico que, no diabético, é mais freqüente, prematuro, progressivo e mais 
distal, portanto, mais grave. No membro inferior, os vasos mais comumente 
afetados por arteriosclerose são as artérias tibiais, sendo geralmente preservadas 
as artérias fibulares e as do pé. A calcificação arterial pode estar presente, sendo 
observada em 94% dos pacientes cuja duração da patologia diabética foi de 35 
anos. (BRASILEIRO et. al., 2005) 
Há ainda a forma mista (neuroisquêmica), em que tanto a neuropatia como 
a angiopatia contribuem para o desenvolvimento de lesões no pé. (BRASILEIRO 
et. al., 2005) 
 
 
10 
 
Além disso, a perda da sensibilidade nos membros inferiores pode resultar 
na formação da osteoartropatia neurogênica (neuroartropatia diabética ou 
artropatia de Charcot). Uma complicação que afeta aproximadamente 0,2% dos 
diabéticos, em geral entre 50 e 60 anos de idade, com patologia de pelo menos 
10 anos de duração. Resulta em fraturas agudas, subluxações ou deslocamento 
que geram deformidade permanente no pé, esta geralmente associada a redução 
ou perda da sensação protetora e seletiva da sensação térmica e vibratória, 
apresentando curso clínico assintomático, com progressiva degeneração óssea e 
articular. (BRASILEIRO et. al., 2005) 
Quanto ao desenvolvimento de ulceração no pé diabético, a neuropatia e a 
vasculopatia periféricas são os fatores mais importantes, contudo, o 
comprometimento neural é a principal causa da maioria das lesões no pé 
diabético. Em geral, os pacientes procuram o hospital devido a ulcerações ou 
necrose secundárias ao trauma trivial não doloroso. O fato mais importante da 
neuropatia periférica sobre o pé diabético é a perda da sensibilidade, que o torna 
vulnerável aos traumas triviais, é porta de entrada das bactérias, e ocasiona 
infecções silenciosas e graves, caso não sejam tratadas precocemente. 
(BRASILEIRO et. al., 2005). 
2.5 PREVENÇÃO DO PÉ DIABÉTICO 
 
Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes para se prevenir quanto ao 
surgimento do Pé Diabético, é preciso tomar algumas medidas práticas e procurar 
o médico tão logo surja algum sintoma. 
• Manter os níveis de glicemia bem controlados e o acompanhamento 
médico constante; 
 
• Prestar atenção ao surgimento de sintomas como formigamento ou 
dormência nos pés, sensação de agulhadas ou de queimação, perda de 
sensibilidade ou fraqueza nas pernas. É comum que tais sintomas 
apareçam à noite; 
• Examinar os pés diariamente em local bem iluminado a fim de identificar 
mudanças na coloração da pele, o surgimento de frieiras, calos, 
 
 
11 
 
escamações ou feridas. Se for difícil visualizar o pé inteiro, utilize um 
espelho ou peça ajuda; 
• Manter os pés sempre limpos, utilizando água morna (água quente pode 
causar queimaduras) e secá-los bem, com toalha macia; 
• Cortar as unhas com cuidado e utilizar instrumentos adequados, não 
retirando a cutícula. Evitar pedicures, a menos que seja uma pessoa 
acostumada aos cuidados com diabéticos. Se houver calos, conversar com 
o médico antes de retirá-los; 
• Usar meias de algodão ou de lã, sem costuras. Evitar tecidos sintéticos; 
• Usar calçados confortáveis e firmes, de preferência fechados. As mulheres 
devem evitar sapatos muito apertados e utilizar saltos baixos e quadrados. 
Em passeios como praia ou piscina, manter os pés protegidos. 
2.6 TRATAMENTO CLINICO DO PÉ DIABÉTICO 
Para o sucesso do tratamento de uma úlcera, é importante, ainda na 
avaliação inicial, determinar o fator etiológico, o que pode ser realizado através de 
dados clínicos e exames complementares (MELLO, 1998). 
A presença de infecção também deve ser investigada precocemente 
através do exame do pé ou na vigência de desordem sistêmica, pois constitui um 
fator importante de morbidade e mortalidade em pacientes com úlceras. A maior 
suscetibilidade do diabético à infecção é decorrente do prejuízo da resposta 
inflamatória e do sistema antioxidante, da alteração da migração, fagocitose e 
quimiotaxia de leucócitos e da menor produção de citocinas. A hiperglicemia é o 
sinal mais precoce de infecção, enquanto que a febre, a leucocitose, os calafrios 
e os sinais de inflamação podem estar ausentes em até 2/3 dos casos, devido à 
presença concomitante de alterações neuropáticas e/ou vasculares. Assim, a 
severidade da infecção não está relacionada ao patógeno causal e não deve ser 
a base para a decisão da terapia. (ROCHA, 2002). 
 
 
12 
 
A cultura de uma lesão infectada pode identificar os agentes etiológicos, 
porém, somente se for coletada e processada adequadamente. A curetagem ou 
raspado de lesão da base de uma úlcera desbridada e o material cirúrgico obtido 
do tecido constituem peças confiáveis para cultura, sendo que geralmente a 
infecção é de natureza polimicrobiana, envolvendo microrganismos aeróbicos e 
anaeróbicos. (BRASILEIRO et. al., 2005). 
Conforme Brasileiro et. al. (2005), 
Quanto aos exames radiológicos, a tomografia computadorizada 
helicoidal permite rápida avaliação dos membros, porém possui alto 
custo. A ressonância magnética, além de ser um exame caro, não 
permite a avaliação da densidade física direta, apesar de Gefen et al.32 
terem considerado tal exame efetivo na demonstração de tecidos 
lesados por ulceração. A ultrassonografia é pouco eficiente por causa 
das sombras do osso e por não penetrar efetivamente na presença de 
ar. Já a radiografia digital e a convencional geram perda de informações 
tridimensionais, distorção geométrica e relativa pobreza de contraste de 
tecidos moles, embora sejam úteis no diagnóstico de artropatia de 
Charcot e da osteomielite. 
Para a avaliação vascular, o nível anatômico da estenose arterial pode ser 
obtido através da palpação de pulsos em membros inferiores. A arteriografia com 
contraste é considerada o padrão-ouro, mas a medida do índice de pressão 
tornozelo/braquial permanece um instrumento essencial para avaliação, exceto na 
presen- ça de calcificação de artérias do membro inferior. (BRASILEIRO et. al., 
2005). 
Quanto à avaliação da neuropatia, a biópsia do nervo inteiro ou a punção 
de pele associada à imunoistoquímica, e os testes eletrofisiológicos e de 
sensibilidade vibratória e tátil são alguns dos métodos existentes, porém, na 
prática clínica diária, o exame físico com monofilamento e o diapasão são os 
métodos mais utilizados da pressão tecidual dopé, controle da infecção, correção 
isquêmica e cuidados com a lesão. O repouso e a elevação do membro devem 
ser iniciados imediatamente, sendo ideal a retirada de todo peso nos membros 
inferiores. Quanto à infecção, apesar da cultura e do antibiograma ajudarem na 
escolha de regimes antimicrobianos, na maioria das vezes, a terapia empírica com 
drogas de largo espectro é necessária antes dos resultados da cultura estarem 
disponíveis. Comprometimento vascular deve ser investigado no exame físico 
inicial e também na vigência de uma má resposta terapêutica, tornando a correção 
 
 
13 
 
da doença oclusiva vascular necessária, já que dificulta o fornecimento de 
nutrientes e antibióticos à área lesada. (BRASILEIRO et. al., 2005). 
Em relação a intervenção cirúrgica, o desbridamento é um importante 
método auxiliar, pois remove tecido desvitalizado, ajuda no controle da infecção e 
estimula a fase proliferativa da cicatrização. Já a ressecção de cabeça do 
metatarso baseia-se na finalidade de diminuir o elevado pico de pressão focal em 
torno das cabeças metatarsianas afetadas, contudo, Edmonds observou uma taxa 
de reulceração de 52% após 35 meses de acompanhamento. (BRASILEIRO et. 
al., 2005). 
Dependendo da evolução clínica e do grau de comprometimento, a 
amputação do membro inferior, apesar de suas implicações individuais e sociais, 
pode ser necessária. É classificada em duas formas: menor (quando é realizada 
distalmente ao tornozelo) e maior (quando realizada proximalmente ao tornozelo). 
(BRASILEIRO et. al., 2005). 
 2.7 TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO DO PÉ DIABÉTICO 
 
 A atuação de fisioterapia ocorre da seguinte forma: reabilitação 
cardíaca/prescrição de exercícios e no pé diabético (Martins, 2007). 
Segundo Silva et al. (2012) a atuação da Fisioterapia frente ao portador de 
pé diabético se faz através de ações para minimizar as sequelas oriundas de 
complicações. Outros autores com Barros et al (2012), reforçam que tão 
importante quanto o tratamento é a prevenção das úlceras. 
Os autores Barros et al. (2012) realizaram um estudo para avaliar o impacto 
de uma intervenção fisioterapêutica na prevenção do pé diabético, desenvolvida 
com 24 usuários, divididos em três grupos. Cada grupo foi submetido a oito 
sessões de tratamento, desenvolvidas por dois fisioterapeutas, uma vez por 
semana, perfazendo dois meses de intervenção, tendo a sessão 1 hora e 30 
minutos. 
O tratamento fisioterapêutico supracitado foi: exercícios gerais de 
alongamento; Caminhadas; exercícios do tipo ativo livre e ativo resistido para a 
flexão plantar, dorsiflexão, inversão e eversão do tornozelo (dez minutos); flexão, 
 
 
14 
 
extensão, abdução e adução dos dedos dos pés; utilização de bolas, faixas 
elásticas e bastões para os exercícios ativos livres e pesos de ½ kg para os 
exercícios resistidos; exercícios para a propriocepção dos pés (dez minutos), 
empregando-se materiais de diferentes texturas (areia e grãos); massoterapia 
superficial e profunda para os pés e orientações sobre a marcha. 
Ao fim da ação, verificou-se importantes alterações: redução do hábito de 
andar sem calçado, prática de examinar os pés com frequência, conscientização 
de secar corretamente os pés. 
Mendonça; Morais e Moura (2011) colocam que uma avaliação clínica 
minuciosa pode prevenir ou reduzir os impactos das feridas neuropáticas. Neste 
sentido, os autores propõem um protocolo de avaliação fisioterapêutica para os 
pés de diabéticos. 
O protocolo sugerido por estes autores é composto por três etapas: estudo 
do perfil epidemiológico; abordagem dos aspectos clínicos e avaliação do 
autocuidado com os pés. Esta última etapa avalia os calçados, higiene dos pés e 
corte das unhas. 
Sobre o aparelho ultra-som, os autores Tronquini e Libanore (2008) 
realizaram um estudo para avaliar a taxa de cicatrização de úlceras diabéticas 
com a utilização do ultra-som de alta intensidade. Empregaram uma freqüência 
de 1 MHz, e intensidade de 0,5W/cm2, contínuo. Como resultado do estudo, foi 
observado as úlceras tratadas com ultra-som apresentaram sinais de melhora, 
uma vez que foi verificado aumento na angiogênese, na produção de colágeno e 
formação de tecido de granulação. 
Por sua vez Jorge (2009) empregando ultra-som pulsado de baixa 
intensidade na cicatrização de úlcera crônica, obteve resultados superiores em 
comparação ao tratamento convencional (sulfadiazina de prata 1%). 
Em termos de eletroterapia é de grande utilidade o emprego do TENS, que 
é uma corrente elétrica de alta freqüência, que bloqueia os canais de dor, e na 
grande maioria dos pacientes leva a um grande alívio da mesma (Martins, 2007). 
 
 
15 
 
Silva (2009) avaliou os efeitos da estimulação elétrica de alta voltagem 
(EEAV) no tratamento de úlceras crônicas de membros inferiores. No final do 
estudo a autora concluiu que a EEAV é um método eficaz no tratamento das 
úlceras. 
Ramos et al (2014) verificaram os efeitos da laserterapia de baixa potência 
como coadjuvante no tratamento de úlcera diabética em um estudo de caso com 
uma paciente idosa. No estudo, a paciente foi submetida à aplicação de laser tipo 
Hélio Neônio - Hene, com os seguintes parâmetros: comprimento de onda de 670 
nm, modo pulsado, método pontual, densidade de energia de 6 J/cm2, duração 
de 5 minutos em cada ponto. 
O procedimento ocorreu durante 5 vezes por semana, perfazendo um 
período de 6 semanas. No final do trabalho, verificou-se melhora e redução da 
úlcera a partir da terceira sessão. Assim, de acordo com os resultados, o laser foi 
eficaz no tratamento da úlcera no aspecto cicatrização. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
3. CONCLUSÃO 
 
Através da realização deste trabalho concluímos que a diabetes é uma 
doença real e não pode ser ignorada. As consequências desta doença podem 
trazer diversas complicações para o nosso organismo, podendo ter a amputação 
de membros. A prevenção tem que ser tida em conta visto que há tipos de 
diabetes incuráveis e fatais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
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