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Aula 4 – Defeitos na Estrutura Cristalina Profa. Me. Camila Lopes Maler 2 UE 5 - DEFEITOS NA ESTRUTURA CRISTALINA Objetivo: Distinguir os defeitos possíveis em sólidos e suas consequências. Conteúdo : •Defeitos Puntiformes. •Defeitos de Linha (Discordâncias). •Defeitos Bidimensionais e de Planos. •Importância dos defeitos. •Defeitos superficiais. Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler 3 Introdução O sólido idealizado (perfeito) não existe! Defeitos Cristalinos/ Imperfeições Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler 4 O que é um Defeito? É uma imperfeição ou um "erro" no arranjo periódico regular dos átomos em um cristal. Podem envolver uma irregularidade a posição dos átomos no tipo de átomos O tipo e o número de defeitos dependem do material, do meio ambiente e das circunstâncias sob as quais o cristal é processado. Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler 5 Imperfeições Estruturais Defeitos Pontuais Vacâncias ou lacunas Soluções Sólidas Defeitos em Linha (Discordâncias) Discordância em aresta Discordância em espiral Discordância Mista Defeitos Bidimensionais e de Planos Contornos de grão Contornos de macla Superfícies livres Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler 6 Defeitos Pontuais - Lacunas Lacunas podem ser criadas por: Deformação plástica ou irradiação com partículas de alta energia (nêutrons, elétrons ou íons). Resfriamento rápido de um cristal a partir de altas temperaturas (‘’quenching’’). Podem ser formadas dilacunas, trilacunas, etc. As lacunas podem migrar nos cristais, trocando de lugar com átomos vizinhos. Esse mecanismo é o que possibilita a movimentação dos átomos da rede cristalina. Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler 7 Defeitos Pontuais – Auto-intersticiais Auto – Intersticial é um átomo que ocupa um interstício da estrutura cristalina. Causam uma grande distorção do reticulado cristalino a sua volta. Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler 8 Impurezas em sólidos - Soluções Sólidas Solvente: Elemento presente em maior quantidade. ‘’Átomos hospedeiros’’ Soluto: Elemento presente em menor concentração Impurezas são adicionadas intencionalmente com a finalidade de: Aumentar a resistência mecânica Aumentar a resistência à corrosão Aumentar a condutividade elétrica Exemplo: Ligas metálicas Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler 9 Impurezas em sólidos – Soluções Sólidas São basicamente dois tipos de impurezas em soluções sólidas: Substitucionais: Átomos de soluto têm tamanho aproximadamente igual ao tamanho do solvente e não têm preferência por posições especificas da rede. Ex: Si, Mn, Cr, Mo e Ni no Ferro. Intersticiais: Átomos de soluto são muito menores que o solvente, portanto ocupam posições intersticiais. Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler 10 Soluções Sólidas Substitucionais Regras de Hume-Rothery para a formação de soluções sólidas substitucionais: Raios atômicos dos elementos não devem diferir em mais de 15% Estrutura cristalina dos elementos deve ser a mesma Eletronegatividade próximas Valências deve ser a mesma ou maior que a do hospedeiro Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler 11 Soluções Sólidas Substitucionais Exemplo: Cobre e Níquel – Solúveis em todas as proporções Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler 12 Soluções Sólidas Intersticiais Os átomos de impurezas ou os elementos de liga ocupam os espaços dos interstícios Ocorre quando a impureza apresenta raio atômico bem menor que o hospedeiro Como os materiais metálicos tem geralmente fator de empacotamento alto as posições intersticiais são relativamente pequenas Geralmente, no máximo 10% de impurezas são incorporadas nos interstícios Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler 13 Soluções Sólidas Intersticiais Exemplo de solução sólida intersticial: Fe + C solubilidade máxima do C no Fe é 2,1% a 910° C (Fe - CFC) O Carbono tem raio atômico bastante pequeno se comparado com o Ferro rC = 0,071 nm = 0,71 A rFe = 0,124 nm = 1,24 A Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler 14 Defeitos Pontuais – Efeito sobre a estrutura do cristal Lacuna Intersticial Átomo Substitucional Pequeno Átomo Substitucional Grande Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler 15 Defeitos Lineares (Discordâncias) Discordância é um defeito em uma dimensão ao redor do qual alguns átomos encontram-se desalinhados. As discordâncias estão associadas com a cristalização e a deformação (origem: térmica, mecânica e supersaturação de defeitos pontuais) Tipos de discordância: Discordância aresta Discordância espiral Discordância mista Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler 16 Defeitos Lineares (Discordâncias) Discordância aresta: discordância introduzida no cristal pela adição de um “meio plano extra” de átomos. A B C A – Cristal Perfeito B – Plano extra é inserido no cristal A C – O Vetor Burguers corresponde à distância necessária para fechar o contorno formado pelo mesmo número de átomos ao redor da discordância Aresta. Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler 17 Defeitos Lineares (Discordâncias) Discordância aresta Vetor de Burgers Linha da discordância aresta Vetor de Burgers: Dá a magnitude e a direção de distorção da rede. Neste caso é perpendicular à linha de discordância aresta. „ Corresponde à distância de deslocamento dos átomos ao redor da discordância Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler 18 Defeitos Lineares (Discordâncias) Discordância espiral: discordância produzida pela distorção (torção) de um cristal, de modo que um plano atômico produza uma rampa ao redor da discordância (caminho para a discordância). A B C Linha de discordância Vetor de Burguers (b)A – Cristal Perfeito B e C – Deslocamento de uma secção transversal. O vetor de burguers, b, é paralelo à linha de discordância em uma discordância em espiral Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler 19 Defeitos Lineares (Discordâncias) Discordância espiral Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler 20 Defeitos Lineares (Discordâncias) Discordância Mista Discordâncias aresta e espiral raramente ocorrem separadamente! O Vetor de Burgers mantém uma direção fixa no espaço. Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler 21 Discordâncias - Observações As discordâncias podem ser observadas em mediante o uso de técnicas de microscopia eletrônica. As discordâncias estão envolvidas na deformação plástica de materiais cristalinos. Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler 22 Discordâncias e Deformação Plástica Deformação em materiais: deslizamento de planos atômicos. Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler 23 Discordâncias e Deformação Plástica Tensão cisalhante crítica: acima deste valor o material começa a sofrer cisalhamento. Os valores teóricos desta tensão são muito maiores que os observados experimentalmente. Explicação:as discordâncias reduzem a tensão necessária para o cisalhamento ao introduzir um processo sequencial para o rompimento das ligações atômicas no plano de deslizamento. Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler 24 Discordâncias e Deformação Plástica Esquema de movimento de discordância em aresta originando um degrau unitário de deslizamento. Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler 25 Defeitos Interfaciais Envolvem fronteiras (defeitos em duas dimensões) e normalmente separam regiões dos materiais de diferentes estruturas cristalinas ou orientações cristalográficas. „Essas imperfeições incluem: ‰Superfície externa ‰Contorno de grão ‰Fronteiras entre fases ‰Maclas ou Twins ‰Defeitos de empilhamento Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler 26 Corresponde à região que separa dois ou mais cristais de orientações diferentes. „ No interior de cada grão todos os átomos estão arranjados segundo um único modelo e única orientação, caracterizada pela célula unitária. Contornos de Grão Os átomos próximos aos contornos não possuem uma distância de equilíbrio ou arranjo definido. Microestrutura do Pd Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler 27 A formação dos Contornos de Grão é ocorre durante a solidificação do material, ao longo da formação de cristais. Para ocorrer solidificação é necessário ocorrer uma transformação de fase líquida para fase sólida A transformação de fases é dividida em: Nucleação Crescimento Contornos de Grão – Formação do Grão Núcleos Líquido Líquido Cristais que formarão grãos Grãos Contornos de grão 28 Contornos de Grão – Formação do Grão A forma do grão é controlada: pela presença dos grãos circunvizinhos O tamanho de grão é controlado: Pela composição Pela taxa de cristalização ou solidificação Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler 29 Sulfato de Amônio Nitrato de Potássio Cloreto de Sódio Contornos de Grão – Cristais e Contornos 30 Contornos de Grão Grãos e contornos de grão em uma amostra de aço inoxidável . Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler 31 Contornos de Macla (‘’Twins’’) Aplicação de tensão em um cristal perfeito (a) pode causar um deslocamento dos átomos, resultando na formação de uma macla (b). Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler 32 Contornos de Macla As maclas resultam de deslocamentos atômicos que são produzidos a partir de: ‰Forças mecânicas de cisalhamento ‰Tratamentos térmicos de recozimento realizado após deformação Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler 33 Defeitos Volumétricos Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler 34 Mecanismos de Aumento de Resistência A habilidade de um metal se deformar depende da facilidade com que as discordâncias podem se mover; A restrição ao movimento de uma discordância torna o material mais resistentes; Mecanismos de aumento de resistência em materiais monofásicos: Diminuição do tamanho do grão; Por solução sólida; Encruamento. Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler 35 Mecanismos de Aumento de Resistência Uma discordância cruzando um grão poderá ter que mudar sua direção de movimentação quando encontrar outro grão, logo o contorno de grão torna-se um obstáculo; A desordem de um contorno de grão resultará em uma descontinuidade dos planos de escorregamento de um grão para outro; A redução do tamanho de grão, ou o aumento do contorno de grão resultará em um aumento da resistência de materiais metálicos policristalinos. Tamanho do Grão Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler 36 Mecanismos de Aumento de Resistência Solução Sólida Átomo de substituição menor que o hospedeiro Deformação por tração Átomo de substituição maior que o hospedeiro Deformação por compressão Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler Átomos de impureza → deformações na rede cristalina Interações dos campos de deformação da rede cristalina e discordâncias → movimento de discordâncias restringido. 37 Mecanismos de Aumento de Resistência Encruamento: Aumento da resistência e da dureza de um metal após deformação plástica Material é tracionado acima do limite de escoamento Agora o material possui um limite de escoamento maior, mas uma ductilidade menor. Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler
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