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O PRINCIPE MAQUIAVEL

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS 
CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO 
 
 
 
 
 
 
 
 
LUCAS BASGAL DE OLIVEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O PRINCIPE – MAQUIAVEL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Boa Vista – RR 
2017
LUCAS BASGAL DE OLIVEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O PRINCIPE – MAQUIAVEL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho elaborado como pré- 
requisito para obtenção de nota na 
disciplina de Teoria geral do estado 
e ciência politica, do curso de 
Bacharelado em Direito do Instituto 
de Ciências Jurídicas da 
Universidade Federal de Roraima 
(UFRR). 
 
Orientadora: Me. Priscilla Cardoso 
Rodrigues 
 
 
 
 
 
 
Boa Vista - RR 
2017 
O PRINCIPE 
 
O Príncipe (em italiano, il Principe) é um livro escrito por Nicolau Maquiavel em 
1512, cuja primeira edição foi publicada postumamente em 1532. 
O livro tem como objetivo instruir a conduta de um príncipe, o autor por meio de 
sua obra expressou pela primeira vez a noção de Estado como forma de organização 
da sociedade do modo como a conhecemos hoje. Esse é um dos motivos para que o 
autor seja conhecido como o pai da ciência politica. 
Ele ensina o novos príncipes a agirem de forma rígida e por muitas vezes com 
requintes de crueldade, o que seria uma característica necessária para conservar o 
poder e o controle em seu Estado. 
Em certas partes do livro, Nicolau cita conselhos para que o príncipe se torne um 
governante sábio e soberano. Alguns desses conselhos podem parecer cruéis mas 
esta essência se resume na sua mais famosa frase, “os fins justificam os meios”, ou 
seja, o livro está repleto de situações, por vezes desumanas, que indicam que o mais 
importante é o poder em si e não as formas para alcança-lo. 
Nos capítulos iniciais da obra, Maquiavel se preocupa em explicar como são os 
tipos de principados, as causas do bom e do mau funcionamento destes principados e 
as maneiras como são adquiridos, como os conservam e porque os perdem. 
Já chegando pela metade da obra, Maquiavel se dirige ao poderio militar dos 
principados, que seria o exercito, ele faz uma observação sobre o perigo das milícias 
mercenárias e auxiliares que poderiam por em risco o poder do príncipe. Ele cita na 
obra sobre essas milícias mercenárias “Digo, pois, que as armas com as quais um 
príncipe defende o seu Estado, ou são suas próprias ou são mercenárias, ou auxiliares 
ou mistas. As mercenárias e as auxiliares são inúteis e perigosas [...]”. (MAQUIAVEL, 
p.50). 
O autor instrui o príncipe a lutar com suas próprias armas, ou seja, criar um 
exercito forte e leal ao seu senhor, com isso o príncipe se tornaria mais poderoso e 
respeitado dentro do principado e também seria reconhecido por outros principados. 
Com essas armas e leis justas o principado se tornaria mais forte, pois “Os principais 
fundamentos que os Estados têm, tanto os novos como os velhos ou os mistos, são as 
boas leis e as boas armas”. 
Nesta terceira parte do livro Nicolau faz atribuições para a conduta de um 
príncipe para com o seu povo, ele entende que, um príncipe primeiramente deve ter a 
capacidade de manter o bem estar do seu povo, seja pela força ou pela bondade, 
porém jamais beneficiando apenas um lado, como foi no caso da derrota por qual 
passou Roma, sendo que “propendiam para satisfazer aos soldados, pouco se 
preocupando com o fato de por tal forma ofender o povo.” Assim, o príncipe deve, 
agradar a todos seja aos soldados, seja ao povo, para isso ele deve ser prudente em 
suas escolhas. 
Outro ponto que Maquiavel fala é sobre a crueldade e a piedade, devendo o 
príncipe ao utilizá-las com sabedoria, pois o objetivo único é manter seu povo unido 
abaixo de sua soberania, mesmo que para isso o príncipe tenha que recorrer à 
crueldade, por isso “Um príncipe não deve, pois, temer a má fama de cruel, desde que 
por ela mantenha seus súditos unidos e leais [...]”. 
Sobre isso o autor traz a uma das mais importantes questões da obra a tona, que 
é a de se o príncipe deve ser temido ou amado, “A resposta é de que seria necessário 
ser uma coisa e outra; mas, como é difícil reuni-las, em tendo que faltar uma das duas 
é muito mais seguro ser temido do que amado.”, para justificar essa conclusão ele cita: 
“[...] os homens têm menos escrúpulo em ofender a alguém que se faça amar do 
que a quem se faça temer, posto que a amizade é mantida por um vínculo de 
obrigação que, por serem os homens maus, é quebrado em cada oportunidade que a 
eles convenha; mas o temor é mantido pelo receio de castigo que jamais se 
abandona”. (MAQUIAVEL, p.68) 
Portanto o autor afirma que é melhor ser temido do que amado, e diz que o 
príncipe deverá ter a astucia de uma raposa e a ferocidade e força de um leão, para 
que haja equilíbrio dentro do principado. 
Outra parte importante é quando o autor evidencia outra questão relevante, a 
habilidade que um príncipe deve ter em aparentar ser aquilo que agrada ao povo, 
mesmo que não seja. Ele se refere a características com âmbito moral e ético, que 
muitas vezes são contrários ao do povo, por isso ele instrui o príncipe a esconder 
certas características para manter o equilíbrio dentro do principado. 
Os as partes principais da obra de Nicolau Maquiavel são aqueles que se dirigem 
a questões éticas e morais de um governante, como por exemplo, no trecho em que, 
se referindo à bondade, fidelidade, humanidade, dignidade, dentre outros, Maquiavel 
diz que “A um príncipe, portanto, não é essencial possuir todas as qualidades [...] 
mencionadas, mas é bem necessário parecer possuí-las.”, ou seja, não é preciso ser 
bondoso, nem correto, nem ético, nem moral, contanto que se aparente ser, pois como 
o próprio Maquiavel diz, o que realmente é levado em conta é a aparência e é isso que 
os príncipes devem tomar como mais importante, ter a aparência agradável ao povo, 
com isso ele não quer dizer que o príncipe deve ser bonito, mas sim que suas atitudes 
sejam como o povo espera. 
No fim do livro o autor fala sobre a situação da Itália que não teve um bom 
governante e acabou sofrendo, ele diz que ela esta “mais escravizada do que os 
hebreus, mais oprimida do que os persas, mais desunida do que os atenienses, sem 
chefe, sem ordem, batida, espoliada, lacerada, invadida”, convida o governante atual 
para retomar o controle do principado. E explica como tomar a Itália e como se manter 
na linha entre a fortuna e Deus dizendo que os líderes devem adaptar-se ao tempo em 
que vivem, para manter-se no poder por mais tempo. O livro retrata a experiência de 
Maquiavel em analisar as estruturas de um governo, oferecendo ao Príncipe Lorenzo 
de Médici uma forma de manter-se permanentemente no poder, sem ser odiado por 
seu povo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
MAQUIAVEL, Nicolau. O Príncipe. [tradução Maria Júlia Goldwasser]. 2ª ed. 
São Paulo: Wmf Martins Fontes, 1996.

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