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Processo Cautelar

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Medidas de urgência: antecipação de tutela e ação cautelar
DIFERENÇAS:
Características Cautelar Tutela Antecipada
Natureza Jurídica 
(1)
Garante o exercício do direito da parte Satisfaz o direito da parte
Requisitos para 
Concessão (2)
Fumus boni iuris (4) (Fumaça do bom direito) probabilidade
razoável do direito e periculum in mora, perigo na demora. (5)
Prova inequívoca da verossimilhança da 
alegação (probabilidade forte)
Atividade do Juiz Pode ser concedida de ofício em casos excepcionais com base no 
poder geral de cautela art.797 CPC
Só pode ser concedida mediante 
requerimento da parte. Art.273 CPC
Autonomia (3) Pode ser concedida em processo autônomo (preparatória ou 
incidental) ou no mesmo processo (art.273, §7o CPC)
Sempre no mesmo processo. 
OBS: 1 ) Art.269 do PLNCPC :
Art. 269. A tutela de urgência e a tutela da evidência podem ser requeridas antes ou no curso do processo, 
sejam essas medidas de natureza satisfativa ou cautelar.
§ 1º São medidas satisfativas as que visam a antecipar ao autor, no todo ou em parte, os efeitos da tutela 
pretendida.
§ 2º São medidas cautelares as que visam a afastar riscos e assegurar o resultado útil do processo.
Art. 276. A tutela de urgência será concedida quando forem demonstrados elementos que evidenciem a 
plausibilidade do direito, bem como o risco de dano irreparável ou de difícil reparação.
O STJ acatou a tese da gradação do convencimento do juiz, distinguindo entre aquele auferido pelo fumus boni iuris e 
aquele advindo da prova da verossimilhança. No PLNCPC a diferença de gradação desaparece. 
2)
Essa distinção acaba no PLNCPC. Passa a prever que qualquer tutela de urgência pode ser concedida em processo autônomo 
antecedente e também no curso do processo (incidental).
3)
Fumus boni iuris: "Traduz-se, literalmente, como “fumaça do bom direito”. É um sinal ou indício de que o direito pleiteado 
de fato existe. Não há, portanto, a necessidade de provar a existência do direito, bastando a mera suposição de 
verossimilhança. Esse conceito ganha sentido especial nas medidas de caráter urgente, juntamente com o periculum in 
mora." Portal STF
4)
Periculum in mora: "Traduz-se, literalmente, como “perigo na demora”. Para o direito brasileiro, é o receio que a demora da 
decisão judicial cause um dano grave ou de difícil reparação ao bem tutelado. Isso frustraria por completo a apreciação ou 
execução da ação principal. Portanto, juntamente com o fumus boni iuris, o periculum in mora é requisito indispensável 
para a proposição de medidas com caráter urgente (medidas cautelares, antecipação de tutela). A configuração do 
periculum in mora exige a demonstração de existência ou da possibilidade de ocorrer um dano jurídico ao direito da parte 
de obter uma tutela jurisdicional eficaz na ação principal."
5)
OBS: 1) Por serem provisórias devem ser confirmadas com a decisão definitiva do processo. A duração da tutela de urgência 
depende da duração do processo principal que concederá a tutela definitiva. O novo CPC trata do assunto:
Finalidade do Processo Cautelar:
O processo cautelar tem por finalidade assegurar a eficácia prática de uma providência cognitiva ou executiva. Busca assegurar a 
utilidade de um processo de conhecimento ou de execução, quanto à finalidade respectiva de cada um deles. 
Art. 796. O procedimento cautelar pode ser instaurado antes ou no curso do processo principal 
e deste é sempre dependente.
Art. 283. As medidas conservam a sua eficácia na pendência do processo em que 
esteja veiculado o pedido principal, mas podem, a qualquer tempo, ser revogadas ou 
modificadas, em decisão fundamentada, exceto quando um ou mais dos pedidos 
cumulados ou parcela deles mostrar-se incontroverso, caso em que a solução será 
definitiva.
Medidas de Urgência
segunda-feira, 14 de julho de 2014 16:52
 Página 1 de Jurisdição Cautelar 
IDENTIDADES (SEMELHANÇAS):
Características Tutela Antecipada e Cautelar 
Provisoriedade Pode ser revogada ou modificada a qualquer tempo (Art.273, §4o CPC e Art.807 CPC)
Cognição Sumária Para a concessão basta a cognição inicial (fumus boni iuris ou verossimilhança) 
Inexistência de satisfação 
jurídica
Não há solução definitiva da crise jurídica. (coisa julgada)
Requisitos para concessão Periculum in mora e fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação tem o mesmo 
sentido . (art.273, I CPC e 798 CPC)
Teoria da cognição no processo 
Brasileiro:
Horizontal Plena1)
Parcial, 
Limitada 
2)
a) plena: não há limitação ao quê o juiz conhecer;
b) parcial: limita-se o quê o juiz pode conhecer
"o objeto da cognição do juiz são todas 
as questões ligadas ao processo em si 
mesmo. Bem por isso e sendo as demais 
questões respeitantes ou à ação (para os 
que aceitam as condições da ação) ou ao 
mérito da causa, a designação genérica 
‘questões relativas ao processo’, como 
faz Cândido Dinamarco, dá bem a idéia 
do objeto do conhecimento do juiz. 
Kazuo Watanabe
Vertical 1)Exauriente
2)Sumária 
(superficial)
Exauriente: comum nos procedimentos de conhecimento, 
somente se compraz com um juízo de certeza, porque não 
é factível que qualquer juiz prolate uma decisão de mérito 
sem que tenha certeza (ou sem que se tenha convencido) 
do direito à tutela que está concedendo ou denegando.
a)
Sumaria: característica das antecipações de tutela e das 
tutelas cautelares, por sua vez, requer um exame um 
pouco mais profundo da matéria controvertida. 
Compatibiliza-se com um juízo de probabilidade. Provável 
é algo que ostenta a marca da quase-certeza.
b)
CONCLUSÕES:
1 - Aplicação subsidiária 
da teoria geral cautelar à 
antecipação de tutela
1 ) A tutela antecipada é regulada por um único artigo (art.273 do CPC) enquanto as cautelares 
possuem um arcabouço normativo de 16 artigos (art.796 a 812 CPC). Assim, quando o art.273 não for 
suficiente a resolver a questão pode-se utilizar a teoria geral das cautelares subsidiariamente.
2 ) Caução: Ainda que o artigo 273 do CPC não exija a prestação de caução para a concessão da tutela 
antecipada, é pacífico o entendimento que em casos nos quais haja risco de irreversibilidade, dano 
irreparável ou de difícil reparação nos casos de revogação da tutela, pode-se aplicar o art.804 CPC. 
Audiência prévia de justificação: da mesma maneira o art.273 CPC não prevê a necessidade de 
audiência prévia de justificação que é aquela prevista no art.804 do CPC para os casos em o juiz não 
esteja plenamente convencido ou não tenha dados suficientes para a concessão da liminar. No 
entanto, esta poderá ocorrer também para os casos de tutela antecipada. 
3)
Responsabilidade objetiva: o beneficiado pela concessão da cautelar ou da tutela antecipada tem 
responsabilidade objetiva pelos danos causados à outra parte quando a tutela a revogada. É a 
chamada teoria do risco-proveito. (art.811 CPC)
4)
Competência: as medidas são requeridas ao juiz da causa e quando preparatórias ao juiz 
competente para julgar a ação principal. Da mesma forma nas medidas de antecipação de tutela. 
(Art.800 CPC).
5)
Sentenças no processo cautelar: decidir o processo cautelar é conceder ou não a cautela sentença, 
confirmar ou revogar liminar anteriormente concedida. Os recursos contra as decisões que 
concedem tutelas de urgência não possuem em regra efeito suspensivo.
6)
Fungibilidade entre as 
espécies de tutela de 
urgência
2) O artigo 273, §7o do CPC consagrou a possibilidade de fungibilidade entre as medidas de urgência. 
Caso o autor requeira como tutela antecipada uma providência cautelar, desde que preenchidos os 
requisitos, o juiz deve adaptar o pedido à concessão de tutela cautelar e concedê-la. Isso gera algumas 
situações interessantes: 
A) quando o autor entrar com um processo cautelar incidental e a tutela for de natureza antecipatória, 
o juiz mandarábaixar o processo da distribuição e juntará a "inicial" no processo principal. 
b) quando a parte requerer uma medida antecipatória no processo principal mas esta tiver 
características de cautelar, o juiz poderá analisá-la nos autos do mesmo processo. 
c) no caso de processo cautelar preparatório e a medida for de antecipação de tutela, o juiz poderá 
intimar o autor para emendar a inicial em 10 (dez) dias, transformando o processo cautelar em 
principal. 
 Página 2 de Jurisdição Cautelar 
Ação cautelar, medida cautelar e processo cautelar, antecipação de tutela
Tutela Antecipada:
Art. 273. O juiz poderá, a requerimento da parte, antecipar, total ou parcialmente, os 
efeitos da tutela pretendida no pedido inicial, desde que, existindo prova inequívoca, 
se convença da verossimilhança da alegação e:
I - haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação; ou 
II - fique caracterizado o abuso de direito de defesa ou o manifesto propósito 
protelatório do réu. 
§ 1o Na decisão que antecipar a tutela, o juiz indicará, de modo claro e preciso, as 
razões do seu convencimento. 
§ 2o Não se concederá a antecipação da tutela quando houver perigo de 
irreversibilidade do provimento antecipado.
§ 3o A efetivação da tutela antecipada observará, no que couber e conforme sua 
natureza, as normas previstas nos arts. 588, 461, §§ 4o e 5o, e 461-A.
§ 4o A tutela antecipada poderá ser revogada ou modificada a qualquer tempo, em 
decisão fundamentada. 
§ 5o Concedida ou não a antecipação da tutela, prosseguirá o processo até final 
julgamento.
§ 6o A tutela antecipada também poderá ser concedida quando um ou mais dos 
pedidos cumulados, ou parcela deles, mostrar-se incontroverso.
§ 7o Se o autor, a título de antecipação de tutela, requerer providência de natureza 
cautelar, poderá o juiz, quando presentes os respectivos pressupostos, deferir a 
medida cautelar em caráter incidental do processo ajuizado. 
Espécies de Tutela Antecipada:
Tutela antecipada como tutela de urgência:1)
É a mais comum. Os requisitos para concessão são a prova inequívoca da verossimilhança da alegação e o fundado receio de dano
irreparável ou de difícil reparação. Trata-se de tutela provisória concedida mediante cognição sumária. 
Tutela sancionatória:2)
Forma de apenar a parte que tenta protelar o resultado util do processo, violando os princípios de boa fé e lealdade. Seus requisitos 
são a prova inequívoca da verossimilhança da alegação e o abuso do direito de defesa ou manifesto propósito protelatório do réu. 
Trata-se de tutela provisória concedida mediante cognição sumária. 
intimar o autor para emendar a inicial em 10 (dez) dias, transformando o processo cautelar em 
principal. 
Ação Cautelar É o direito de provocar o órgão jurisdicional para tomada de providências que "conservem e assegurem os 
elementos do processo principal (pessoas, provas e bens), eliminando a ameaça de perigo ou prejuízo iminente e 
irreparável ao interesse tutelado no processo principal" - Humberto Teodoro - art.5o, XXXV da CF
Medida 
Cautelar
"providência concreta tomada pelo órgão judicial para eliminar uma situação de perigo para direito ou interesse 
do litigante, mediante conservação do estado de fato ou de direito que envolve as partes, durante todo o tempo 
necessário para o desenvolvimento do processo principal" Humberto Teodoro
Processo 
Cautelar
O processo cautelar tem por finalidade assegurar, na máxima medida possível, a eficácia prática de uma 
providência cognitiva ou executiva.
Antecipação 
de Tutela
o instituto está previsto no artigo 273 do Código de Processo Civil que autoriza ao juiz conceder ao autor (ou ao 
réu, nas ações dúplices) um provimento imediato que, provisoriamente, lhe assegure o bem jurídico a que se 
refere a prestação do direito material reclamada no litígio.
 Página 3 de Jurisdição Cautelar 
OBS: Não é tutela de urgência!!!! Logo dispensa a demonstração do periculum in mora.
Tutela de parcela incontroversa da pretensão: (art.273, §6o)3)
Tem por requisito unicamente o fato de um ou mais pedidos cumulados, ou parcelas deles mostrar-se incontroverso. 
É a mais polêmica espécie de tutela antecipada.
POLEMICA: A tutela concedida com base no §6o é uma tutela antecipada ou um julgamento antecipado da lide?
Art. 330. O juiz conhecerá diretamente do pedido, proferindo sentença: 
I - quando a questão de mérito for unicamente de direito, ou, sendo de direito e de fato, 
não houver necessidade de produzir prova em audiência; 
II - quando ocorrer a revelia (art. 319)
Para parte da doutrina a tutela concedida é verdadeiro julgamento antecipado da lide porque parte de uma premissa de cognição
exauriente (juízo de certeza). 
Outra corrente defende que a tutela concedida com base no §6o é tutela antecipada, podendo ser revogada a qualquer tempo a teor 
do §4o. Acreditam se tratar de um juízo de probabilidade mais robusto, no entanto não configura ainda juízo de certeza. 
A segunda corrente é a preponderante. Se a análise da parte incontroversa foi inserida no tópico da tutela antecipada, é de se 
presumir que o §4o e §5o do 273 CPCP se apliquem ao caso. 
OBS: PEDIDO 
INCONTROVERSO: 
Para que o pedido seja incontroverso é necessário o reconhecimento jurídico do pedido ou ao menos a 
ausência de impugnação quanto a parcela do pedido. 
Reconhecimento jurídico do pedido: a atividade do juiz é meramente homologatória. O réu reconhece e 
aceita o pedido do autor.
•
Ausência de impugnação: a atividade do juiz é genuinamente decisória mas a mera ausência de impugnação 
não leva ao reconhecimento do pedido do autor. Há casos em que o réu deixará de impugnar o pedido do 
autor e ainda assim o autor não terá razão. 
•
Há corrente doutrinária que defende a aplicação do §6o do CPC quando a impugnação apresentada pelo reú 
não for séria. 
•
Processos e Procedimentos compatíveis com a tutela antecipada:
Procedimento 
comuns sumário e 
ordinário
Não há dúvida sobre a possibilidade de antecipação de tutela nesses procedimentos.•
Procedimentos 
especiais (CPC e leis 
extravagantes)
Também é possível a tutela antecipada.•
Juizados Especiais 
(Lei n.9099/95 e 
10259/01)
Compatível•
Processo de 
Execução
Única hipótese vislumbrada para antecipação de tutela seria com base no inciso II do art.273, em 
que o réu esteja dificultando a sua própria citação. Nesse caso seria possível a tutela antecipada 
para já determinar os atos de satisfação do direito do autor (penhora, busca apreensão etc...) 
antes mesmo da citação. 
•
Embargos à 
execução
Compatível. Tanto embargante quanto embargado podem requerer antecipação de tutela•
Cautelar A liminar no processo cautelar, concedida sem oitiva do réu (art.804), é satisfativa, podendo ser 
considerada uma antecipação de tutela. No entanto, é possível ainda o pedido de antecipação de 
tutela com base no art.273 CPC mesmo após a citação do réu. 
•
OBS: Nos procedimentos especiais em que há a previsão de liminar para os casos de tutela de urgência, este instituto deve ser
utilizado. No entanto, se o pedido do autor utiliza a fundamentação no inciso II do art.273 do CPC pode ser utilizada a tutela 
antecipada. 
*** procedimentos especiais: 
a) ação de consignação em pagamento ( arts. 890 – 900 do CPC);
 Página 4 de Jurisdição Cautelar 
a) ação de consignação em pagamento ( arts. 890 – 900 do CPC);
b) ação de depósito ( arts. 901/906 do CPC);
c) ação de anulação e substituição de títulos ao portador ( arts. 907-913 do CPC);
d) ação de prestação de contas ( arts 914 – 919 do CPC);
e) ações possessórias (arts. 920 – 933 do CPC);
f) ação de nunciação de obra nova (art. 934 – 940 do CPC);
g) ação de usucapião de terras particulares (arts. 941-945 do CPC);
h) ação de divisão e demarcação de terras particulares (art. 946-981 do CPC);
i) inventárioe partilha ( arts. 982 e 1.045 do CPC);
j) embargos de terceiro (art. 1.046 – 1.054 do CPC);
l) habilitação (arts 1.055 – 1.062 do CPC);
m) vendas a crédito com reserva de domínio ( arts. 1.070-1.071 do CPC);
n) arbitragem (Lei 9.307/96);
o) ação monitória (arts. 1102 a - 1102 c do CPC).
1.3. Condições da ação cautelar 1.4. Requisitos específicos da cautelar 1.5. Princípios da ação cautelar 
 Página 5 de Jurisdição Cautelar 
1 - Sumariedade:
A sumariedade da tutela cautelar deve ser analisada sob dois enfoques:
Formal: procedimento sumário aplicável à tutela cautelar (prazos reduzidos)a)
Material: análise de probabilidade (fumus boni iuris) para concessão da tutela. Não é 
necessário juízo de certeza (cognição exauriente)
b)
O procedimento cautelar não se confunde com o procedimento comum. É regulado pelos art.801 e 
segs. Do CPC..
2 - Provisoriedade:
As medidas cautelares podem ser a qualquer tempo revogadas ou modificadas, art.807 CPC.
A duração da tutela de urgência depende da demora para a concessão da tutela definitiva. 
3 - Instrumentalidade:
O processo cautelar tem a sua função ligada a outro processo, servindo de instrumento para que o 
resultado deste processo seja útil. 
Todo processo é instrumental. O cautelar é duplamente instrumental. 
4 - Revogabilidade:
A tutela cautelar pode ser revogada a qualquer tempo.
Vale lembrar que a tutela pode ser concedida tanto liminarmente quanto na sentença.
Liminarmente: O juiz, havendo a modificação dos fatos e circunstâncias ensejadores da concessão 
da medida (fumus boni iuris e periculum in mora) pode a requerimento da parte 
interessada ou de ofício revogar a tutela concedida.
Na sentença Quando a tutela é concedida na sentença do processo cautelar ocorre o transito 
em julgado, haverá coisa julgada formal. Nessa hipótese, o juiz não mais poderá 
modificar de ofício a decisão, dependendo de requerimento da parte em um novo 
processo. A melhor doutrina entende pela desnecessidade de um novo processo 
cautelar para modificar a sentença, bastando para tanto, com base no sincretismo 
processual (economia), uma petição nos autos do processo principal. 
5 - Fungibilidade:
Uma das características da tutela cautelar é a sua instrumentalidade. Pelo princípio da 
instrumentalidade das formas um ato jurídico, ainda que praticado sem atenção aos requisitos de 
forma, não será nulo, desde que atinja a sua finalidade e não cause prejuízo às partes. 
O artigo 273, §7o do CPC consagrou a possibilidade de fungibilidade entre as medidas de urgência. 
Caso o autor requeira como tutela antecipada uma providência cautelar, desde que preenchidos os 
requisitos, o juiz deve adaptar o pedido à concessão de tutela cautelar e concedê-la. Isso gera 
algumas situações interessantes: 
Características da Tutela Cautelar:
quinta-feira, 7 de agosto de 2014 14:08
 Página 6 de Jurisdição Cautelar 
A) quando o autor entrar com um processo cautelar incidental e a tutela for de natureza 
antecipatória, o juiz mandará baixar o processo da distribuição e juntará a "inicial" no processo 
principal. 
b) quando a parte requerer uma medida antecipatória no processo principal mas esta tiver 
características de cautelar, o juiz poderá analisá-la nos autos do mesmo processo. 
c) no caso de processo cautelar preparatório e a medida for de antecipação de tutela, o juiz poderá 
intimar o autor para emendar a inicial em 10 (dez) dias, transformando o processo cautelar em 
principal. 
TENDENCIA - EXTINÇÃO DO PROCESSO CAUTELAR.
 Página 7 de Jurisdição Cautelar 
Condições da ação cautelar: (Referência: **(Darci Guimarães Ribeiro, Doutor 
em Direito Processual (Universidad de Barcelona). Mestre em Direito (PUCRS). 
Especialista em Direito Processual (PUCRS))
a) Possibilidade Jurídica do Pedido - inexistência, no ordenamento jurídico, de uma previsão que o 
torne o pedido inviável. 
Em relação às ações cautelares, o poder geral de cautela dilatou muito a possibilidade jurídica das 
medidas de segurança. Basta a possibilidade de ocorrência de dano irreparável ou de difícil 
reparação para que a medida seja viável. 
Contudo, há normas legais e circunstâncias que cerceiam a adoção destas medidas 
inadvertidamente. O exemplo clássico é a impossibilidade da adoção da medida de arresto sobre 
bens impenhoráveis, em conseqüência do art. 821 do CPC. 
b) Legitimação para a Causa - A legitimidade está intimamente relacionada com a titularidade do 
direito de agir. 
No que diz respeito as cautelares, a legitimação apresenta características distintas conforme se trate 
de cautelar antecedente ou incidente.
Nas medidas antecedentes, só poderão figurar como partes os mesmos possíveis titulares do direito 
da ação principal ou, eventualmente, seus sucessores, devendo ocupar obrigatoriamente o mesmo 
pólo, sob pena de carência de ação. 
Já nas medidas incidentes, a legitimação se amplia e a posição das partes pode sofrer inversão em 
relação à causa principal já em desenvolvimento, pois quem é autor da ação cautelar pode ser autor 
ou réu da ação principal. 
Abre-se, também, a possibilidade à terceiros intervenientes e detentores do interesse jurídico, bem 
como o Ministério Público e aos substitutos processuais, nos casos previstos em lei, inclusive para 
propor medidas antecedentes.
c) Interesse de Agir - Esta condição da ação consiste no interesse em obter uma providência 
jurisdicional quanto a um direito material, ou pretensão. É, segundo LIEBMAN “ a relação de 
utilidade entre a afirmada lesão de um direito e o provimento de tutela jurisdicional pedido”. É a 
demonstração da utilidade da medida. 
Pressupostos específicos da cautelar 
As ações cautelares possuem condições peculiares, específicas que devem estar presentes, para que 
o juiz conheça do pedido do autor:
São elas: *
o perigo de dano iminente e irreparável ou de difícil reparação (mais conhecido como 
periculum in mora)
1)
o fumus boni iuris (juízo de probabilidade)2)
Temporariedade (provisoriedade)3)
Condições da Ação Cautelar e Princípios
terça-feira, 12 de agosto de 2014 10:59
 Página 8 de Jurisdição Cautelar 
Temporariedade (provisoriedade)3)
Princípios da ação cautelar (fonte: Rosa Benites Pelicani)
PRINCÍPIOS DO PROCESSO CAUTELAR
1. AUTONOMIA
2. ACESSORIEDADE
3. INSTRUMENTALIDADE
4. PREVENTIVIDADE
5. URGÊNCIA
6. SUMARIEDADE DA COGNIÇÃO
7. PROVISORIEDADE
8. REVOGABILIDADE
9. INEXISTÊNCIA DE COISA JULGADA
10. FUNGIBILIDADE
11. EFICIÊNCIA DA MEDIDA CAUTELAR
1. AUTONOMIA
O processo cautelar é um processo autônomo, apesar de ser acessório, instrumental e dependente 
do processo principal. 
Tem começo, meio e fim: petição inicial, instrução e sentença.
Nada impede que seja decidido junto com o processo principal.
A autonomia se expressa também pelo que está previsto no artigo 710:
“Art. 810. O indeferimento da medida não obsta a que a parte intente 
a ação, nem influi no julgamento desta, salvo se o juiz, no 
procedimento cautelar, acolher a alegação de decadência ou de 
prescrição do direito do autor.”
2. ACESSORIEDADE
“Art. 796. O procedimento cautelar pode ser instaurado antes ou no 
curso do processo principal e deste é sempre dependente.”
Se o processo cautelar existe em razão de um processo principal, dele é sempre dependente. É a 
regra do artigo 796:
3. INSTRUMENTALIDADE
O processo cautelar é um instrumento do processo principal, para se obter uma medida 
assecuratória do resultado útil do processo principal.
O processo cautelar é um instrumento do instrumento. (Dupla instrumentalidade ou instrumento ao 
quadrado)
Calamandrei afirma que o processo cautelar é um instrumento elevado ao quadrado. Porque o 
processo cautelar é um instrumento do processo principal. E o processo principal é um instrumento 
da jurisdição.
4. PREVENTIVIDADEPágina 9 de Jurisdição Cautelar 
No sentido de afastar, evitar, a ocorrência do dano irreparável ou de difícil reparação.
5. URGÊNCIA
Em razão da situação de perigo. Por isso, a tutela cautelar é uma das tutelas de urgência. São 
ESPÉCIES da tutela de urgência a CAUTELAR e a ANTECIPADA, que é o próprio pedido que precisa ser 
já concedido, para se evitar a ocorrência do dano irreparável ou de difícil reparação.
6. SUMARIEDADE DA COGNIÇÃO
A cognição é superficial. Basta a APARÊNCIA DO DIREITO. Juízo de probabilidade. 
Para a tutela cautelar basta o fumus boni iuris – a POSSIBILIDADE da existência do direito invocado 
pelo requerente.
7. PROVISORIEDADE
Tanto a medida concedida como tutela antecipada como a cautelar podem ser revogadas a qualquer 
tempo.
Sendo provisório, o processo cautelar não é uma medida definitiva.
Vai durar:
- enquanto durar o processo principal. Se o processo principal for extinto, 
também o será a ação cautelar.
- até que uma medida definitiva a substitua; 
- no prazo de 30 DIAS caso a ação principal não seja proposta; 
- se fato superveniente a torne desnecessária.
Art. 796. O procedimento cautelar pode ser instaurado antes ou no curso do 
processo principal e deste é sempre dependente.
Art. 806. Cabe à parte propor a ação, no prazo de 30 (trinta) dias, contados 
da data da efetivação da medida cautelar, quando esta for concedida em 
procedimento preparatório.
Se a ação cautelar for proposta antes e o juiz conceder a medida, a parte (o 
requerente) tem 30 dias para propor a ação principal. Se ele não propuser a 
ação principal nesse prazo, cessará a eficácia da medida.
Art. 807. As medidas cautelares conservam a sua eficácia no prazo do artigo 
antecedente e na pendência do processo principal; mas podem, a qualquer 
tempo, ser revogadas ou modificadas.
8. REVOGABILIDADE
Tanto a medida concedida em processo cautelar como a antecipação de tutela podem ser em 
qualquer momento revogadas e modificadas, desde que as circunstâncias ensejadoras da concessão 
da medida tenham se alterado.
9. INEXISTÊNCIA DE COISA JULGADA
Em sendo provisória, a medida cautelar não gera coisa julgada material.
10. FUNGIBILIDADE
 Página 10 de Jurisdição Cautelar 
Coisa fungível é a que pode ser substituída, uma por outra.
É a possibilidade de o juiz conceder a medida cautelar que lhe pareça mais adequada, para proteger 
o direito da parte, ainda que não corresponda àquela que foi pedida.
O pedido é para garantir o RESULTADO ÚTIL do processo principal.
Se o juiz pode o mais (determinar de ofício), pode também o menos (determinar a medida 
adequada).
Aqui é importante fazer uma distinção entre cautelares inominadas e nominadas.
As cautelares nominadas atendem a situações específicas e possuem requisitos próprios. 
A princípio, não se pode, com base no princípio da fungibilidade, conceder-se uma providencia 
própria de cautelar nominada via cautelar inominada (poder geral de cautela) deixando de observar 
requisito. 
Exemplo: na ação de arresto, o credor deve provar que é titular de dívida líquida e certa.
Suponha que o credor peça o bloqueio da conta-corrente do requerido – é caso de arresto.
O JUIZ PODE APLICAR O PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE ENTRE CAUTELAR NOMINADA E CAUTELAR 
INOMINADA, SE PEDIDA UMA INOMINADA, SE DEVERIAM ESTAR PRESENTES OS REQUISITOS DA 
NOMINADA?
Depende: 
Não.Porque seria uma forma de se burlar as exigências das ações nominadas.
Sim.Desde que presentes os pressupostos da ação nominada.
11 - EFICIÊNCIA DA MEDIDA CAUTELAR
As regras relativas ao processo cautelar devem ser interpretadas de modo a garantir a máxima 
eficiência da tutela de urgência. 
 Página 11 de Jurisdição Cautelar 
As Ações Cautelares podem ser:
Antecedentes 
(preparatórias
Propostas de forma anterior à ação principal
Incidentais Propostas no curso da ação principal
Inominadas 
(Procedimentos 
cautelares inominados)
A tutela cautelar visa garantir o resultado útil da tutela de conhecimento 
ou de execução. Tem, portanto, a função de proteger, assegurar, prevenir 
a efetividade da tutela final, retirando de situação periclitante as pessoas, 
as provas e os bens envolvidos no processo, sem maiores incursões no 
direito das partes.
Nominadas 
(Procedimentos 
cautelares específicos) 
São ações cautelares previstas de forma específica com requisitos próprios 
no âmbito de estudo do processo cautelar. 
Observação: ao prever procedimentos cautelares específicos, o CPC não se vale de boa 
técnica. Promove verdadeira miscelânea, ao tratar de procedimentos 
verdadeiramente cautelares (ex.: arresto e sequestro), além de outros que 
exigem rito mais célere, mas não possuem natureza propriamente cautelar 
(ex.: alimentos provisionais) ou mesmo contenciosa (ex.: protestos, 
notificações, justificação etc.). Há, ainda, alguns de natureza híbrida, com 
feição cautelar ou satisfativa (ex.: busca e apreensão). A todos se aplicam, 
naquilo que couber, as disposições gerais do processo cautelar, já 
estudadas.
São procedimentos cautelares específicos:
ARRESTO ART.813 CAUTELAR
SEQUESTRO ART.822 CAUTELAR
CAUÇÃO ART.826 CONTRA - CAUTELA
BUSCA E APREENSÃO ART.839 EXECUTIVA
EXIBIÇÃO ART.844 PROBATORIA
PRODUÇÃO ANTECIPADA DE PROVA ART.846 PROBATÓRIA
ALIMENTOS PROVISIONAIS ART. 852 HIBRIDA
ARROLAMENTO DE BENS ART.855 CAUTELAR
JUSTIFICAÇÃO ART.861 PROBATORIA
PROTESTO, NOTIFICAÇÕES, INTERPELAÇÕES ART.867 PROBATORIA
POSSE EM NOME DE NASCITURO ART.877 CAUTELAR
ATENTADO ART.879 CONTENCIOSA
PROTESTO E APREENSÃO DE TÍTULOS ART.882 HIBRIDA
Tipos de Procedimentos Cautelares:
terça-feira, 12 de agosto de 2014 14:45
 Página 12 de Jurisdição Cautelar 
REGRA GERAL:
Art. 800. As medidas cautelares serão requeridas ao juiz da causa; e, quando preparatórias, ao juiz 
competente para conhecer da ação principal.
Parágrafo único. Interposto o recurso, a medida cautelar será requerida diretamente ao tribunal.
Regra:
No caso das cautelares o juízo que será o competente para julgar a ação principal será aquele que conheceu da ação cautelar 
antecedente. Da mesma forma, quando incidental, o juiz competente será aquele que preside o processo principal. 
Desta maneira a competência é funcional com prevenção RECÍPROCA, isto é, tanto na hipótese de cautelares preparatórias quanto
incidentais, o Juiz prevento e competente será aquele que estiver presidindo o processo principal. 
Críticas:
As críticas da doutrina sobre essa regra de competência para as cautelares é no sentido de que o legislador priorizou o objeto da ação 
principal para definição da competência de deixou de lado o objeto da cautelar que é investido de necessidade de urgência e r ito 
sumário. 
A doutrina defende a aplicação do PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA DA MEDIDA CAUTELAR ao caso. 
Quando se trata de medidas constritivas de coisas e pessoas parte significativa da doutrina entende ser possível a proposição de 
cautelares no local de situação da coisa ou domicilio da pessoa pouco importando qual seria o juízo competente para conhecer a ação 
principal. (Daniel Assumpção)
Exemplo: imagine que vc pretende a constrição (arresto ou sequestro) de um rebanho bovino que está pastando no Acre. O foro 
competente para a ação principal é Goiânia. Se entrar com a cautelar aqui, até que a carta precatória seja cumprida, o rebanho já se 
dissipou. 
A doutrina majoritária entende que a exceção acima tratada só se aplica a casos de competência relativa. 
Cautelares Nominadas Probatórias: (produção antecipada de prova, exibição de coisa ou documento, justificação, notificação ou
interpelação)
Existem basicamente duas categorias de ações cautelares. As cautelares inominadas e as cautelares nominadas. Dentre estas ultimas 
existe um grupo específico de cautelares que tem a finalidade de constituir prova. (produçãoantecipada de prova, exibição de coisa ou 
documento, justificação, notificação ou interpelação). 
È de se perceber que não faz o menor sentido a exigência de propositura de uma cautelar para formação da prova em local totalmente 
diverso e distante daquele onde a efetivação da prova e sua produção devem ocorrer. 
Nesses casos, segundo a melhor doutrina, a competência deve ser deslocada para o local onde a prova deve ser produzida otimizando a 
prestação jurisdicional, evitando-se a emissão de precatórias. 
O fundamento para esse entendimento é a aplicação do PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA DA MEDIDA CAUTELAR. 
Prevenção: fixação da competência entre órgãos que são abstratamente competentes. 2)
OBS: 1) Prevenção do juízo nas cautelares probatórias: entendimento do STJ é no sentido de que a produção antecipada de provas, por 
sí só, não previne a competência para a ação principal. Só faz sentido falar-se em prevenção nesses casos se se tratar de mesma base 
territorial. 
Competência
quinta-feira, 7 de agosto de 2014 15:14
 Página 13 de Jurisdição Cautelar 
Esquema
CAutelar
Petição inicial da ação cautelar :
Requisitos:
I - a autoridade judiciária, a que for dirigida;
Quem é o juiz competente para o julgamento da cautelar?
Regra do art.800. Juiz do processo principal. Lembrar também do 
princípio da eficiência das medidas cautelares. 
II - o nome, o estado civil, a profissão e a residência do requerente e do 
requerido;
É importante lembrar que somente aquele que tiver legitimidade para 
ajuizar a ação principal, e aquele em relação ao qual ela é ajuizada, ou, 
em outras palavras, aqueles que são partes legítimas para a ação 
principal é que poderão figurar como partes na ação cautelar. Afinal, se 
a sentença a ser proferida na ação principal somente poderá beneficiar 
ou prejudicar as partes daquele processo (CPC, art. 472), somente elas 
é que podem ser prejudicadas pelos danos decorrentes da demora da 
tutela nele buscada, e, em conseqüência, somente elas é que têm 
legitimidade para figurar no pólo ativo e passivo da relação processual 
da ação cautelar.
III - a lide e seu fundamento;
a exigência é exatamente da indicação da lide principal, bem como dos 
fundamentos a serem indicados na ação que visa compô-la. Tal 
requisito destina-se a permitir ao juiz analisar o fumus boni iuris, que, 
para alguns é a plausibilidade do direito e para outros é a presença das 
condições da ação principal. Obviamente, se se tratar de cautelar 
incidental, desnecessária essa indicação, pois o exame desse requisito 
será feito pelo exame da petição inicial da ação principal.
IV - a exposição sumária do direito ameaçado e o receio da lesão;
Também deve, a petição inicial, conter a exposição sumária do direito 
ameaçado e o receio da lesão. Aqui se situa mais um requisito da ação 
cautelar - o periculum in mora. Deve se indicar os elementos utilizados 
para se chegar à conclusão positiva do juízo de probabilidade da 
ineficácia da tutela principal em razão do tempo do processo. Se se 
pretender obter a cautelar liminarmente, deve-se indicar as razões que 
Art. 801. O requerente pleiteará a medida cautelar em petição escrita, que 
indicará:
Referência: Fernando Gajardoni
Procedimento Cautelar
quinta-feira, 14 de agosto de 2014 09:11
 Página 14 de Jurisdição Cautelar 
pretender obter a cautelar liminarmente, deve-se indicar as razões que 
levaram à conclusão da ineficácia da cautelar, se dela tomar 
conhecimento o requerido antes de sua concessão.
V - as provas que serão produzidas.
Havendo outras provas a serem produzidas, a petição inicial deve 
indicá-las. Também deve conter o pedido de citação do requerido e a 
indicação do valor, pois a toda causa deve ser atribuído um valor (CPC, 
art. 258).
Parágrafo único. Não se exigirá o requisito do no III senão quando a 
medida cautelar for requerida em procedimento preparatório.
Procedimento Cautelar: 
Petição Inicial Ao analisar a petição inicial o juiz: 
1 ) Verifica preenchimento de requisitos art.801. (apresenta defeitos ou irregularidades 
capazes de dificultar o julgamento do mérito)
2) Se não preenche os requisitos deverá determinar que o requerente a emende ou a 
complete no prazo de 10 (dez) dias (CPC, art. 284). 
3)Se o requerente não atender a determinação, a petição inicial será indeferida (CPC, 
art. 284, § único), ato que se qualifica como sentença, pois põe fim ao processo da ação 
cautelar, impugnável através de apelação (CPC, art. 513).
Análise da 
liminar
(fumus boni iuris 
e periculum in 
mora)
Análise superficial (juízo de probabilidade) da possibilidade do acolhimento. O juiz 
verificará a pretensão cautelar e o risco de ineficácia da providência se concedida após 
a citação do réu, deferirá a medida ou designará justificação prévia. 
1)
A audiência de justificação somente é necessária se para em sede de concessão liminar, 
alguns fatos tiverem de ser demonstrados por testemunhas. 
2)
Os testemunhos colhidos na justificação prévia não podem, depois, serem utilizados 
para a sentença final, como elementos únicos, porque colhidos sem o amparo do 
contraditório.
3)
Se a petição inicial está em ordem e houver pedido de concessão liminar da medida cautelar, 
ou após justificação prévia:
Caução Ao conceder a medida cautelar liminarmente, ou após justificação prévia, o juiz poderá 
exigir do requerente uma contra-cautela consistente em caução, real ou fidejussória, para 
garantir a indenização dos danos que a execução da cautelar ocasionar ao requerido. 
1)
Entende-se tal possibilidade porque a medida, que pode ocasionar danos, está sendo 
concedida sem ouvir o requerido (CPC, art. 804).
2)
Citação A citação do requerido será feita por qualquer das formas previstas nos arts. 213 e 
seguintes do Código de Processo Civil. 
1)
Do mandado, da carta ou do edital deverá constar a advertência de que, não sendo 
contestado o pedido, presumir-se-ão aceitos pelo requerido, como verdadeiros, os fatos 
alegados na petição inicial. 
2)
Ausente a advertência, os efeitos da ausência de contestação não poderão ser admitidos.3)
SUPERDICA (concurso): “Tem-se entendido em jurisprudência que o despacho da 
cautelar preparatória seguido da regular citação regular (art. 202, I, do CC e 219, § 1º, do 
CPC) interrompe a prescrição para a pretensão principal.”
E isso é fundamental que você tenha bastante em mente porque você não perde o prazo 
para o exercício da pretensão se você exercitou essa pretensão ainda que de forma 
cautelar. 
 Página 15 de Jurisdição Cautelar 
Prazo para 
contestar
O prazo para contestar é de 5 (cinco) dias. Se do mandado, por equívoco, constar prazo 
maior, deverá este ser observado. 
1)
da juntada do mandado aos autos; 1.
do mandado de citação devidamente cumprido;2.
do mandado de execução da medida concedida liminarmente; ou após justificação 
prévia (CPC, art. 802).
3.
O prazo conta-se: 2)
SUPERDICA (concurso): Para contestar, o MP e Fazenda pública têm prazo em 
quádruplo e também litisconsortes com diferentes procuradores tem prazo diferenciado. 
Aplicação dos artigos 188 e 191 CPC.
Art. 188 - Computar-se-á em quádruplo o prazo para contestar e em dobro para 
recorrer quando a parte for a Fazenda Pública ou o Ministério Público.
Art. 191 - Quando os litisconsortes tiverem diferentes procuradores, ser-lhes-ão 
contados em dobro os prazos para contestar, para recorrer e, de modo geral, para 
falar nos autos.
Matéria da 
Contestação
A contestação deve, em princípio, limitar-se ao fumus boni iuris e ao periculum in mora. O 
requerido procurará demonstrar a ausência da aparência do bom direito ou das condições 
da ação principal, bem como demonstrar a ausência de risco de ineficácia da sentença a ser 
proferida no processo principal em razão do tempo. 
1)
Além desses doistemas, poderá abordar, também, a decadência e a prescrição do direito 
alegado. 
2)
A contestação também deve vir instruída com os documentos destinados a comprovar as 
alegações feitas e indicar, se for o caso, as provas que o requerido pretende produzir.
3)
SUPERDICA (concurso): Há alguns procedimentos cautelares que não têm resposta. 
Alguns exemplos: notificações (o réu é notificado. Se quiser fazer algo, faz 
autonomamente), justificação (forma de documentar prova oral para fins não contenciosos. 
Caso do INSS em que preciso provar que se trabalhou na roça. O INSS é até citado para 
acompanhar o ato, mas não é contencioso o procedimento).
Revelia Não vindo a contestação, o juiz verificará se ocorreram os efeitos da ausência dela. Em caso 
positivo, decidirá em 5 (cinco) dias (CPC, art. 803). 
1)
Lembre-se que a presunção de veracidade, decorrente da ausência de contestação, é 
relativa.
2)
SUPERDICA (concurso): A jurisprudência tem se inclinado de forma bastante 
uniforme para dizer que existe revelia no processo cautelar. Consequentemente, presumem-
se verdadeiros os fatos alegados na petição inicial. A revelia é do processo cautelar! A 
revelia do processo cautelar não afeta a ação principal e isso significa dizer que não afeta 
também o resultado da ação principal.
Instrução Se, nesta fase, existirem ainda fatos controvertidos e que podem ser demonstrados por 
provas orais, o juiz designará audiência de instrução e julgamento para a colheita dessas 
provas. 
1)
Colhidas as provas e debatidas, o juiz decidirá no ato ou em 5 (cinco) dias. A decisão é uma 
sentença, contra a qual caberá apelação, com efeito apenas devolutivo, de sorte que, 
concedida a medida, deverá ser executada independentemente do recurso.
2)
Sentença Concedida a medida, quer liminarmente, quer após justificação prévia, quer na sentença 1)
 Página 16 de Jurisdição Cautelar 
Sentença Concedida a medida, quer liminarmente, quer após justificação prévia, quer na sentença 
recorrível, ela deverá ser executada no prazo máximo de 30 (trinta) dias, sob pena de perda 
da eficácia da medida concedida (CPC, art. 808, II). 
1)
Também, se for cautelar preparatória, a ação principal deverá ser ajuizada no prazo 
máximo de 30 (trinta) dias, contados da efetivação da medida cautelar, sob pena de perda 
de sua eficácia (CPC, art. 808, I).
2)
PRATICA: Acontece que, na prática....... O juiz, em vez de julgá-la de modo autônomo, ele 
aprecia a liminar da cautelar, dá ou não dá e depois ele mete um despacho na cautelar 
dizendo simplesmente: “julgamento conjunto com a ação principal”. Ele deixa para julgar a 
cautelar junto com a ação principal em uma sentença só. E aí no mesmo tempo, ele julga a 
cautelar e julga a principal. (Fernando Gajardoni)
Duração dos 
Efeitos da 
Medida
Uma vez concedida a medida e efetivada, ela conserva sua eficácia até o encerramento da 
ação principal. 
1)
Caso haja suspensão da ação principal, ainda que por convenção das partes, permanece a 
eficácia da medida cautelar, salvo se em contrário decidir o juiz. 
2)
A cautelar poderá ser modificada ou revogada, se alterações ocorrerem a justificar essa 
modificação ou revogação (CPC, art. 807).
3)
SUPERDICA (concurso): Propositura da Ação principal: O prazo de 30 dias 
não se conta do dia que foi dada a liminar, do dia que o réu foi intimado. O prazo de 30 dias 
se conta da efetivação da medida cautelar. O que significa dizer que 30 dias começam a 
correr do dia que a liminar, que a cautelar foi executada. Exemplo: entrei com a cautelar de 
separação de corpos. O juiz deu a liminar, não começa a contar. Expediu o mandado, não 
começa a contar. O oficial de justiça notifica o réu, não começa a contar. O oficial de justiça 
deu um pé nos fundilhos do réu e o botou para fora de casa. É aí que começa a contar." 
(Fernando Gajardoni)
Perda da eficácia 
da medida 
cautelar
Se ela foi concedida liminarmente e o requerente não providenciar a citação do 
requerido no prazo de 5 (cinco) dias (CPC, art. 811, II). 
1.
Da mesma forma, se o processo principal for julgado extinto, com ou sem julgamento 
do mérito, ou se a sentença proferida no processo principal for desfavorável ao 
requerente da medida cautelar.
2.
Outras hipóteses podem acarretar a perda da eficácia da medida:1)
3. Por fim, nos casos de perda de eficácia da medida cautelar, se a sua execução 
provocou prejuízos, o requerente por eles responde. Nesse caso, a responsabilidade é 
objetiva e apenas se apurará o montante dos danos, nos próprios autos da cautelar, 
através de liquidação (CPC, art. 811 e § único).
OBSERVAÇÔES: Nada impede que, enquanto não decidido o processo principal, seja 
renovada a medida cautelar que perdeu sua eficácia, desde que o novo pedido se apóie em 
fundamento novo.
 Página 17 de Jurisdição Cautelar 
UNIDADE II. MEDIDAS CAUTELARES NOMINADAS E INOMINADAS
2.1. Arresto 2.2. Seqüestro. 2.3. Medida cautelar de caução 2.4. Busca e apreensão 2.5. Exibição 2.6. Produção 
antecipada de provas 2.7. Alimentos provisionais
ARRESTO
Conceito: providência destinada a PRESERVAR BENS DO DEVEDOR, como garantia de uma futura penhora e expropriação, quando 
ele ameaça dilapidar o seu patrimônio ou tornar-se insolvente. 
OBSERVAÇÃO: - arresto cautelar X arresto executivo: o primeiro é ação cautelar autônoma; o segundo, mero incidente do 
processo de execução, que cabe quando o executado não é localizado, mas o oficial de justiça encontra bens que garantam o 
débito.
Requisitos:
- requisitos (art. 814):
Prova literal da dívida líquida e certa:
Da leitura do dispositivo contido no art.814 pode-se ter a impressão de que para a propositura de uma cautelar de arresto seria 
necessário que o autor estivesse munido de um título executivo. No entanto, por se tratar de uma cautelar, basta que o juiz se 
convença da verossimilhança da alegação, e que a prova do débito deve ser factível. 
A melhor interpretação é a de que é necessária PROVA DOCUMENTAL DA DÍVIDA. 
OBSERVAÇÃO: Ainda que o juiz não possa conceder o arresto pela inexistência de prova literal da dívida ele poderá fazê-lo 
utilizando-se dos critérios da cautelar inominada. 
Perigo na demora:
Risco de dano irreparável ou de difícil reparação. 
O art.813 enumera hipóteses e que o dano estará configurado. 
Art. 813. O arresto tem lugar:
I - quando o devedor sem domicílio certo intenta ausentar-se ou alienar os bens que possui, ou deixa 
de pagar a obrigação no prazo estipulado;
II - quando o devedor, que tem domicílio:
a) se ausenta ou tenta ausentar-se furtivamente;
b) caindo em insolvência, aliena ou tenta alienar bens que possui; contrai ou tenta contrair dívidas 
extraordinárias; põe ou tenta pôr os seus bens em nome de terceiros; ou comete outro qualquer 
artifício fraudulento, a fim de frustrar a execução ou lesar credores;
III - quando o devedor, que possui bens de raiz, intenta aliená-los, hipotecá-los ou dá-los em 
anticrese, sem ficar com algum ou alguns, livres e desembargados, equivalentes às dívidas;
IV - nos demais casos expressos em lei.
Observação: A anticrese é um instituto civil, espécie de direito real de garantia, ao lado do penhor e da hipoteca, no qual o 
devedor, ou representante deste, entrega um bem imóvel ao credor, para que os frutos deste bem compensem a dívida. Como 
exemplo deste direito temos o imóvel locado, que quem passa a receber o valor do aluguel é o credor até que cesse a dívida. 
O rol não é taxativo. Podem existir outras situações que caracterizem o perigo suficiente a justificar o arresto. 
SEMPRE QUE O DEVEDOR TENTAR SE FURTAR DE UMA EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA MANIPULANDO SEU PATRIMONIO E 
HOUVER PROVA DOCUMENTAL DA DIVIDA, CABERÁ ARRESTO. 
Bens que podem ser arrestados:
Arresto, Sequestro, Busca e Apreensão
segunda-feira, 14 de julho de 2014 16:52Página 18 de Medidas Cautelares Nominadas e Inominadas 
Bens que podem ser arrestados:
Como o arresto se converte em penhora posteriormente, TODOS OS BENS SUJEITOS A PENHORA PODEM SER ARRESTADOS. 
Art.649 do CPC - Bens Impenhoráveis
SEQUESTRO:
Conceito: é medida cautelar de constrição de BENS DETERMINADOS E ESPECÍFICOS, discutidos em processo judicial, que correm o 
risco de PERECER OU DANIFICAR-SE
O sequestro não tem relação com uma dívida em dinheiro, mas sim com a discussão, um litígio sobre determinado bem. 
O sequestro não se converte em penhora. Ele garante futura execução para entrega de coisa. 
ARRESTO - "VIRA DINHEIRO"
SEQUESTRO - "VIRA ENTREGA DE COISA"
Requisitos: 
Perigo na demora:
As hipóteses em que o risco estará configurado estão relacionadas no artigo 822 do CPC:
Art. 822. O juiz, a requerimento da parte, pode decretar o seqüestro:
I - de bens móveis, semoventes ou imóveis, quando Ihes for disputada a propriedade ou a 
posse, havendo fundado receio de rixas ou danificações;
II - dos frutos e rendimentos do imóvel reivindicando, se o réu, depois de condenado por 
sentença ainda sujeita a recurso, os dissipar;
III - dos bens do casal, nas ações de separação judicial e de anulação de casamento, se o 
cônjuge os estiver dilapidando;
IV - nos demais casos expressos em lei.
O risco que se pretende evitar com o sequestro é de que a COISA QUE DEVERIA SER ENTREGUE SE PERCA, POR DETERIORAÇÃO OU 
DANIFICAÇÃO
Observação: Os frutos e rendimentos dos bens objeto do litígio podem ser objeto de sequestro. 
DIFERENÇAS:
O arresto incide sobre qualquer bem penhorável do devedor, desde que necessário para assegurar a solução da dívida, ao passo 
que o sequestro recai sobre bem específico, certo, determinado, fungível ou não. Por isso, o arresto aparece como uma medida de 
segurança do cumprimento da sentença que resulta a obrigação de pagar soma em dinheiro (art. 475-J) ou da ação de execução por 
quantia certa (art. 646). De outro lado, o sequestro se apresenta como uma cautela ao cumprimento da decisão que determina a 
entrega da coisa (vg. art. 461-A) ou da ação executiva de título extrajudicial promovida para esse mesmo fim (art. 621).
BUSCA E APREENSÃO:
NÃO SE CONFUNDE COM ARRESTO E SEQUESTRO. NAO VISA GARANTIR PATRIMONIO DO DEVEDOR PARA FUTURA EXECUÇÃO POR 
QUANTIA CERTA OU ENTREGA DE COISA. 
A Busca e Apreensão pode recair sobre coisas e pessoas. (art.839 CPC)
Vamos por partes. 
Busca e apreensão de bens (coisas):
No resultado a busca e apreensão se assemelha com o arresto e o sequestro. Reserva de determinado bem do patrimônio do 
devedor. 
O que a distingui é a primeira fase, a BUSCA: a busca pressupõe um bem ou pessoa cujo paradeiro não seja conhecido, sendo 
 Página 19 de Medidas Cautelares Nominadas e Inominadas 
O que a distingui é a primeira fase, a BUSCA: a busca pressupõe um bem ou pessoa cujo paradeiro não seja conhecido, sendo 
necessárias diligências para sua localização. 
No arresto e no sequestro o paradeiro do bem deve ser indicado pelo credor. (Ora, se vc tem que provar que o devedor está 
tentando dilapidar ou destruir o bem vc sabe onde está o bem....)
OBSERVAÇÃO: A busca e apreensão pode ou não ter natureza cautelar. 
Ex (1) : pai pretende ajuizar ação para modificação de guarda da criança tendo em vista que a mãe está agredindo 
o incapaz. Ajuíza cautelar de busca e apreensão e no prazo legal propõe a ação principal para modificação da 
guarda. (NATUREZA CAUTELAR)
Ex (2) : pai retira a criança no período de visitas e não a restitui à mãe que tem a guarda. A mão propõe ação de 
busca e apreensão para reaver a criança. Natureza satisfativa, não haverá ação principal. (NÃO TEM NATUREZA 
CAUTELAR). 
Leis especiais que preveem a busca e apreensão: 
Alienação Fiduciária em Garantia: (Decreto n. 911/69)
O devedor (que tomou o empréstimo) e adquiriu o bem transfere ao Banco a propriedade resolúvel, isto é, entrega o bem em 
garantia da dívida assumida.
No caso de adimplemento poderá o credor ajuizar ação de busca e apreensão regida pelo Decreto Lei n.911/69. Para que seja 
ajuizada, o devedor deverá ter sido constituído em mora. 
STJ Súmula nº 72 - 14/04/1993 - DJ 20.04.1993
Mora - Busca e Apreensão - Alienação Fiduciária
 A comprovação da mora é imprescindível à busca e apreensão do bem alienado fiduciariamente.
ESTA AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO PREVISTA NO DECRETO 911/69 NÃO TEM NADA DE CAUTELAR. 
Inicial instruída com o contrato que prevê a alienação fiduciária em garantia, memória de cálculo do valor devido, indicação 
do bem, prova da constituição do devedor em mora;
1)
Pode ser concedida liminarmente desde que comprovada constituição da mora e a inadimplência do devedor;2)
Transcorridos cinco dias da efetivação da medida liminar a propriedade e a posse plena do bem retornam ao credor;3)
No mesmo prazo de 5 dias o devedor pode efetuar o pagamento devendo o bem ser-lhe restituído;4)
A resposta poderá ser apresentada ainda que o devedor tenha quitado o valor apresentado na inicial;a.
O devedor ainda poderá apresentar resposta no prazo de 15 dias da execução da liminar;5)
Se a ação for improcedente o credor será condenado em multa de 50% sobre o valor originalmente financiado devidamente 
atualizado caso o bem tenha sido alienado.
6)
Caso o bem não seja encontrado com o devedor o credor solicitará a conversão da busca e apreensão em ação de depósito;7)
O credor poderá optar pela ação de execução, caso em que serão penhorados bens do devedor para garantia. 8)
Procedimento: 
Busca e Apreensão Cautelar:
Na petição inicial o autor deverá expor as razões da medida e fornecerá indicações do paradeiro do bem ou da pessoa 
(art.840)
•
O juiz caso não se convença inicialmente, poderá designar audiência de justificação prévia, que será realizada em segredo de 
justiça. 
•
O segredo é principalmente em relação ao réu que, caso fique sabendo da medida, pode sumir com o bem ou a pessoa;•
Deferida a medida será cumprida por dois oficiais de justiça acompanhados de testemunhas (art.842)•
 Página 20 de Medidas Cautelares Nominadas e Inominadas 
Responsabilidade Patrimonial: é a sujeição do patrimônio de alguém ao cumprimento de uma obrigação.
OBRIGAÇÃO E RESPONSABILIDADE SURGEM EM MOMENTOS DISTINTOS. A OBRIGAÇÃO SURGE QUANDO O DÉBITO É CONTRAÍDO E A 
SEGUNDA NO CASO DE INADIMPLEMENTO.
O débito inicial é sempre do devedor. Já a responsabilidade poderá ser atribuída a outras pessoas como no caso do fiador, da 
desconsideração da personalidade jurídica, do avalista. 
BENS SUJEITOS A EXECUÇÃO:
Art. 591. O devedor responde, para o cumprimento de suas obrigações, com todos os seus bens presentes e 
futuros, salvo as restrições estabelecidas em lei.
REGRA GERAL: Todos os bens estão sujeitos, os que existiam no momento em que a obrigação foi contraída e os que surgiram depois, 
sejam eles corpóreos ou incorpóreos, desde que tenham valor econômico.
OBS: Bem corpóreo: é aquele que tem existência física, material, que podem ser tocados ou perceptíveis por 
outros sentidos (gases, vapor a eletricidade).
Bem incorpóreo: é aquele que tem existência abstrata ou ideal mas valor econômico (direito autoral, 
direito ao crédito, know-how (conhecimento técnico de valor econômico concernente à indústria ou 
comércio), o software (programa de computador), direito de herança.
Art. 649. São absolutamente impenhoráveis:
I - os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução;
II - os móveis, pertences e utilidades domésticas que guarnecem a residência do executado, salvo os de 
elevado valor ou que ultrapassem as necessidades comuns correspondentes a um médio padrão de 
vida; (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006).
III - os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de elevado valor; 
(Redaçãodada pela Lei nº 11.382, de 2006).
IV - os vencimentos, subsídios, soldos, salários, remunerações, proventos de aposentadoria, pensões, 
pecúlios e montepios; as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do 
devedor e sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, 
observado o disposto no § 3o deste artigo; (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006).
V - os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros bens móveis 
necessários ou úteis ao exercício de qualquer profissão; (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006).
VI - o seguro de vida; (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006).
VII - os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas forem penhoradas; (Redação 
dada pela Lei nº 11.382, de 2006).
VIII - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família; (Redação 
dada pela Lei nº 11.382, de 2006).
IX - os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação compulsória em educação, 
saúde ou assistência social; (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006).
X - até o limite de 40 (quarenta) salários mínimos, a quantia depositada em caderneta de poupança. 
(Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006).
XI - os recursos públicos do fundo partidário recebidos, nos termos da lei, por partido político. (Incluído 
pela Lei nº 11.694, de 2008)
§ 1o A impenhorabilidade não é oponível à cobrança do crédito concedido para a aquisição do próprio 
Da Responsabilidade Patrimonial
terça-feira, 26 de agosto de 2014 14:18
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§ 1o A impenhorabilidade não é oponível à cobrança do crédito concedido para a aquisição do próprio 
bem. (Incluído pela Lei nº 11.382, de 2006).
§ 2o O disposto no inciso IV do caput deste artigo não se aplica no caso de penhora para pagamento de 
prestação alimentícia. 
O rol do CPC foi aumentado significativamente pela Lei n.8009/90 que trata do bem de família:
Art. 1º O imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade familiar, é impenhorável e não responderá 
por qualquer tipo de dívida civil, comercial, fiscal, previdenciária ou de outra natureza, contraída pelos 
cônjuges ou pelos pais ou filhos que sejam seus proprietários e nele residam, salvo nas hipóteses 
previstas nesta lei.
Parágrafo único. A impenhorabilidade compreende o imóvel sobre o qual se assentam a construção, as 
plantações, as benfeitorias de qualquer natureza e todos os equipamentos, inclusive os de uso 
profissional, ou móveis que guarnecem a casa, desde que quitados.
Art. 2º Excluem-se da impenhorabilidade os veículos de transporte, obras de arte e adornos suntuosos.
Parágrafo único. No caso de imóvel locado, a impenhorabilidade aplica-se aos bens móveis quitados 
que guarneçam a residência e que sejam de propriedade do locatário, observado o disposto neste 
artigo.
Art. 3º A impenhorabilidade é oponível em qualquer processo de execução civil, fiscal, previdenciária, 
trabalhista ou de outra natureza, salvo se movido:
I - em razão dos créditos de trabalhadores da própria residência e das respectivas contribuições 
previdenciárias;
II - pelo titular do crédito decorrente do financiamento destinado à construção ou à aquisição do 
imóvel, no limite dos créditos e acréscimos constituídos em função do respectivo contrato;
III -- pelo credor de pensão alimentícia;
IV - para cobrança de impostos, predial ou territorial, taxas e contribuições devidas em função do 
imóvel familiar;
V - para execução de hipoteca sobre o imóvel oferecido como garantia real pelo casal ou pela entidade 
familiar;
VI - por ter sido adquirido com produto de crime ou para execução de sentença penal condenatória a 
ressarcimento, indenização ou perdimento de bens.
VII - por obrigação decorrente de fiança concedida em contrato de locação. (Incluído pela Lei nº 8.245, 
de 1991)
Art. 4º Não se beneficiará do disposto nesta lei aquele que, sabendo-se insolvente, adquire de má-fé 
imóvel mais valioso para transferir a residência familiar, desfazendo-se ou não da moradia antiga.
§ 1º Neste caso, poderá o juiz, na respectiva ação do credor, transferir a impenhorabilidade para a 
moradia familiar anterior, ou anular-lhe a venda, liberando a mais valiosa para execução ou concurso, 
conforme a hipótese.
§ 2º Quando a residência familiar constituir-se em imóvel rural, a impenhorabilidade restringir-se-á à 
sede de moradia, com os respectivos bens móveis, e, nos casos do art. 5º, inciso XXVI, da Constituição, à 
área limitada como pequena propriedade rural.
Art. 5º Para os efeitos de impenhorabilidade, de que trata esta lei, considera-se residência um único 
imóvel utilizado pelo casal ou pela entidade familiar para moradia permanente.
Parágrafo único. Na hipótese de o casal, ou entidade familiar, ser possuidor de vários imóveis utilizados 
como residência, a impenhorabilidade recairá sobre o de menor valor, salvo se outro tiver sido 
registrado, para esse fim, no Registro de Imóveis e na forma do art. 70 do Código Civil.
STJ Súmula nº 449 - 02/06/2010 - DJe 21/06/2010
Vaga de Garagem que Possui Matrícula Própria no Registro de Imóveis - Constituição de Bem de Família para Efeito de Penhora
 Página 22 de Medidas Cautelares Nominadas e Inominadas 
Vaga de Garagem que Possui Matrícula Própria no Registro de Imóveis - Constituição de Bem de Família para Efeito de Penhora
 A vaga de garagem que possui matrícula própria no registro de imóveis não constitui bem de família para efeito de penhora.
STJ Súmula nº 364 - 15/10/2008 - DJe 03/11/2008
Conceito de Impenhorabilidade de Bem de Família - Abrangência - Pessoas Solteiras, Separadas e Viúvas
 O conceito de impenhorabilidade de bem de família abrange também o imóvel pertencente a pessoas solteiras, separadas e viúvas .
EM QUALQUER CASO A IMPENHORABILIDADE CESSA SE O DEVEDOR OFERECE O BEM A PENHORA, 
COM O QUE TERÁ RENUNCIADO AO BENEFÍCIO. (Marcus Vinicius Rios Gonçalves)
Responsabilidade patrimonial de terceiros:
Art. 592. Ficam sujeitos à execução os bens:
I - do sucessor a título singular, tratando-se de execução fundada em direito real ou obrigação 
reipersecutória; (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006).
II - do sócio, nos termos da lei;
III - do devedor, quando em poder de terceiros;
IV - do cônjuge, nos casos em que os seus bens próprios, reservados ou de sua meação respondem pela 
dívida;
V - alienados ou gravados com ônus real em fraude de execução.
Devedor a título singular:1)
Hipóteses: (art.592) 
A hipótese é de alienação de coisa litigiosa. Se no curso do processo que versa sobre direito real ou obrigação reipersecutória o 
devedor aliena a coisa a um terceiro, a sentença estende seus efeitos a ele, nos termos do artigo 42, §3o do CPC. 
Art. 42. A alienação da coisa ou do direito litigioso, a título particular, por ato entre vivos, não altera a 
legitimidade das partes.
§ 3o A sentença, proferida entre as partes originárias, estende os seus efeitos ao adquirente ou ao 
cessionário.
OBS: ação reipersecutória: diz-se da ação em que demandamos o que é nosso e que está fora do nosso patrimônio. Uma ação é 
reipersecutória quando reivindica a posse ou propriedade sobre uma coisa, geralmente em ações de execução de dívidas ou de posse 
e propriedade (como execução de penhora, hipoteca ou alienação fiduciária).
A alienação de coisa litigiosa é ineficaz perante o credor, feita no curso de ação fundada em direito real configura fraude a execução 
nos termos do artigo 593, I do CPC. 
Bens dos sócios:2)
Somente ocorrerá quando os bens da empresa não forem suficientes para o cumprimento de suas obrigações ou nos casos em que 
for desconsiderada a personalidade jurídica da empresa, por desvio de finalidade. 
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA: (DISREGARD OFLEGAL ENTITY) "Em caso de abuso da personalidade jurídica da 
empresa, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir a requerimento da parte ou do MP 
quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações obrigacionais sejam estendidos aos bens 
particulares dos administradores ou sócios da empresa. " Art.50 CC.
Nas relações de consumo a desconsideração vem autorizada pelo artigo 28 do CDC.
03/06/2014 - TRT 1
Ementa: RESPONSABILIDADE DO EX-SÓCIO. TEORIA DA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE 
JURÍDICA DA EMPRESA. O sócio retirante que tenha se beneficiado do resultado da prestação de 
serviços do trabalhador, é responsável pelas obrigações trabalhistas inadimplidas, pela teoria da 
desconsideração da personalidade jurídica da empresa.
Bens do executado em poder de terceiros:3)
 Página 23 de Medidas Cautelares Nominadas e Inominadas 
Bens do executado em poder de terceiros:3)
Não interessa com quem estão os bens do devedor primário. Todos respondem pela obrigação. 
Bens do Cônjuge:4)
REGRA GERAL: UM CONJUGE SO TEM RESPONSABILIDADE PELAS DIVIDAS CONTRAIDAS PELO OUTRO SE ELAS TIVEREM REVERTIDO 
EM BENEFÍCIO DO CASAL. 
NO ENTANTO, HÁ PRESUNÇÃO DE QUE UMA DIVIDA DE UM DOS CONJUGES REVERTE EM PROVEITO DO OUTRO SALVO QUANDO 
DECORRENTE DE ATO ILÍCITO. 
A presunção é relativa e pode ser afastada se o cônjuge provar que não se beneficiou da dívida. 
Alienados ou gravados com ônus real em fraude a execução:5)
Ônus reais são obrigações que limitam a fruição e a disposição da propriedade, representam direitos sobre alguma coisa alheia.
Como vimos os bens alienados em fraude à execução são ineficazes em relação ao credor. O que diferencia este caso do caso do
conjuge é que naquele o conjuge responde pela obrigação como um todo e neste caso o adquirente só responde dentro dos limites
do bem alienado. 
O CESSIONÁRIO NÃO IRÁ RESPONDER POR TODA A DÍVIDA, MAS O BEM A ELE TRANSFERIDO FICARÁ SUJEITO A EXECUÇÃO. 
OBS: Fraude a Execução: é um ato atentatório contra a dignidade da justiça e difere-se da fraude contra credores prevista no artigo 
158 do CC. 
Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar 
o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão 
ser anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos.
§ 1o Igual direito assiste aos credores cuja garantia se tornar insuficiente.
§ 2o Só os credores que já o eram ao tempo daqueles atos podem pleitear a anulação 
deles.
A fraude contra credores atinge o direito dos credores. A fraude a execução atinge o bom funcionamento do poder judiciário.
Art. 593. Considera-se em fraude de execução a alienação ou oneração de bens:
I - quando sobre eles pender ação fundada em direito real;
II - quando, ao tempo da alienação ou oneração, corria contra o devedor demanda capaz de 
reduzi-lo à insolvência;
III - nos demais casos expressos em lei.
NA FRAUDE CONTRA CREDORES A ALIENAÇÃO É FEITA QUANDO AINDA NÃO HAVIA AÇÃO EM CURSO AO PASSO QUE A FRAUDE A 
EXECUÇÃO SO EXISTE SE A AÇÃO ESTAVA EM ANDAMENTO. EM AMBOS OS CASOS O DEVEDOR TENTA SE TORNAR INSOLVENTE.
A fraude à execução pode ser declarada nos mesmos autos em que tramita a execução. Já a contra credores deve ser manejada por
ação própria chamada PAULIANA. 
Requisitos da fraude a execução:
Processo 
pendente
NÃO NECESSARIAMENTE UM PROCESSO DE EXECUÇÃO. Iniciado qualquer tipo de processo (conhecimento, 
cautelar ou execução) e houver alienação dos bens nos termos do artigo 593 poderá ser declarada a fraude 
a execução. Considera-se pendente o processo desde a citação válida do réu.
Art.615 A do CPC Para evitar que o réu se desfizesse de seus bens no período entre a proposição da ação e a citação editou-
se o artigo 615 A do CPC. "Art. 615-A. O exeqüente poderá, no ato da distribuição, obter certidão 
comprobatória do ajuizamento da execução, com identificação das partes e valor da causa, para fins de 
averbação no registro de imóveis, registro de veículos ou registro de outros bens sujeitos à penhora ou 
arresto." Assim consegue-se evitar a fraude a partir do registro da certidão.
Coisa litigiosa ou 
insolvência do 
Art.593, I e II CPC. Alienação de bem sobre o qual pende ação real. O bem é o próprio objeto do litígio. Se 
for alienado é fraude a execução ainda que o devedor possua outros bens e seja solvente. Acolhida a ação 
 Página 24 de Medidas Cautelares Nominadas e Inominadas 
insolvência do 
devedor
for alienado é fraude a execução ainda que o devedor possua outros bens e seja solvente. Acolhida a ação 
real o autor terá direito ao bem ainda que tenha sido transferido a terceiro de boa fé. 
Na hipótese do inciso II não um litigio envolvendo a propriedade sobre um bem determinado mas a 
alienação pode levar o devedor à insolvência no curso da ação, em detrimento do credor. 
A FRAUDE A EXECUÇÃO SE CARACTERIZA NÃO SÓ PELA VENDA DE UM BEM DETERMINADO, MAS DE 
QUALQUER BEM DO DEVEDOR DESDE QUE ISSO RESULTE A SUA INSOLVENCIA. 
Se iniciada a execução e os bens do devedor não forem encontrados e identificados presumir-se-á a 
insolvência, e todos os bens alienados a contar da citação na fase cognitiva serão declarados em fraude a 
execução. 
Má fé do 
adquirente
Na fraude contra credores (art.161 CC) é requisito a demonstração da má fé do adquirente. 
STJ Súmula nº 375 - 18/03/2009 - DJe 30/03/2009
"O reconhecimento da fraude à execução depende do registro da penhora do bem alienado ou da prova de 
má-fé do terceiro adquirente." Assim, feito o registro da penhora presume-se a má fé do adquirente. Caso 
não tenha sido realizado, deve ser demonstrada a má fé. Percebam!!! Cabe ao credor tomar as 
providências para resguardar o seu direito. 
Ineficácia da alienação:
O reconhecimento da fraude contra credores ou da fraude à execução não implicará na declaração de nulidade ou na anulação 
do ato de alienação, mas tão somente a sua ineficácia em relação ao credor. 
SE O DEVEDOR SALDAR O DEBITO PERANTE O CREDOR A ALIENAÇÃO REMANECERÁ INTEGRA E VALIDA, AINDA QUE O JUIZO 
TENHA RECONHECIDO A FRAUDE. 
Assim, se a dívida era inferior ao valor do imóvel e este tenha sido penhorado e alienado pelo juízo, o saldo remanescente 
caberá ao terceiro adquirente e não ao devedor. 
Reconhecimento das Fraudes:
STJ Súmula nº 195 - 01/10/1997 - DJ 09.10.1997
Embargos de Terceiro - Anulação de Ato Jurídico - Fraude Contra Credores
 Em embargos de terceiro não se anula ato jurídico, por fraude contra credores.
Outra diferença entre a fraude contra credores e a fraude à execução é que a primeira somente poderá ser declarada em ação 
própria, chamada PAULIANA. Não pode ser decidida no curso do processo ou em embargos de terceiro. Quem deve figurar no 
polo passivo da ação Pauliana é o adquirente. 
A AÇÃO PAULIANA NÃO DESCONSTITUI A ALIENAÇÃO. ELA DECLARA INEFICÁCIA PERANTE O CREDOR. 
O reconhecimento da fraude a execução prescinde de ação declaratória e pode ser feita incidentalmente no bojo da própria 
execução quando o juiz verificar que o devedor está insolvente e que alienou bens após a citação. O Juiz reconhecerá a fraude
por simples decisão interlocutória e determinará a constrição do bem em nome do adquirente, dando sequencia à execução. 
Posição do terceiro responsável pela obrigação:
O terceiro responsável é aquele que não é o devedor principal mas assumiu a responsabilidade pela obrigação no caso de 
inadimplemento. 
STJ TEM ENTENDIDO QUE SEMPRE QUE O JUIZ DETERMINAR A PENHORA DE BENS O RESPONSÁVEL DEVERÁ SER CITADO PARA 
INTEGRAR O POLO PASSIVO NA CONDIÇÃO DE LITISCONSORTE DO DEVEDOR. 
TÍTULO FRAUDE CONTRA CREDORES FRAUDE A EXECUÇÃO
Executivo Judicial (Execução Imediata) Antes da citaçãono processo de 
conhecimento
Após citação no processo de 
conhecimento
Executivo Extrajudicial (execução 
autônoma)
Antes da citação no processo de execução Após a citação no processo de 
execução
Diferenças:
FRAUDE CONTRA CREDORES FRAUDE A EXECUÇÃO
 Página 25 de Medidas Cautelares Nominadas e Inominadas 
FRAUDE CONTRA CREDORES FRAUDE A EXECUÇÃO
Instituto de direito Material (previsto no CC artigo 158) Instituto de direito processual (art.593 CPC)
Defeito do negócio jurídico Ato atentatório à dignidade da justiça
Dívida já existente, contudo não há ação (de conhecimento, cautelar 
ou execução) em andamento. 
O credor já demandou o devedor e este foi citado (para 
qualquer tipo de ação)
Ineficácia contra o credor deve ser conhecida em ação própria 
chamada Pauliana.
Ineficácia contra o credor é reconhecida nos próprios 
autos. 
Semelhanças:
FRAUDE CONTRA CREDORES FRAUDE A EXECUÇÃO
Gera ineficácia do negócio jurídico fraudulento 
em relação ao credor mas exige ação própria
Gera ineficácia do negócio fraudulento e pode ser conhecida no mesmo 
processo
Depende de comprovação de má fé do 
adquirente
Tambem exige prova de má fé do adquirente (Súmula 375 STJ) que só será 
presumida se a penhora, a distribuição da execução (art.615 A) ou a citação 
nas ações reais ou reipersecutórias for levada a registro
 Página 26 de Medidas Cautelares Nominadas e Inominadas 
EXIBIÇÃO:
A exibição poderá ser proposta como cautelar autônoma ou incidental. A primeira é tratada nos 
artigos 844 e 845 enquanto a segunda é tratada nos artigos 355 a 363 do CPC. 
Prestem atenção!!
A AÇÃO CAUTELAR DE EXIBIÇÃO é sempre preparatória nos termos do artigo 844 do CPC. No 
entanto, nos casos em que o autor se satisfizer unicamente com a exibição do documento, não 
haverá a ação principal.
Vale ressaltar ainda que quando a necessidade de exibição surgir já com o processo em curso, não se 
deve propor nova ação cautelar, optando-se pelo incidente previsto no art.355 a 363 do CPC. 
Para que a exibição tenha caráter cautelar ela deve visar preservar o documento para uma futura 
ação principal. Devem estar presentes o fumus boni iuris traduzido nas hipóteses do artigo 844 do 
CPC e o periculum in mora eventual possibilidade de perda, desaparecimento ou destruição. 
Só se pode pedir a exibição de COISA MÓVEL! Se o autor quer ter acesso a um imóvel ele deve 
preitear uma VISTORIA (tipo de perícia) prevista no artigo 420 do CPC que pode ser realizada pela via 
da produção antecipada de prova. O autor também pode intentar uma cautelar inominada, desde 
que atenda aos seus requisitos. 
A diferença entre a ação cautelar de exibição de documentos e o incidente para exibição de 
documentos (art.355 a 363) é que na primeira o requerido deve ser citado e o julgamento far-se-á 
por sentença. Na segunda, o requerido será intimado no mesmo processo e a decisão será 
interlocutória. 
PRODUÇÃO ANTECIPADA DE PROVAS:
É a ação cautelar que visa antecipar a produção de determinada prova realizando-a em momento 
anterior àquele em que normalmente seria produzida. 
A prova normalmente é produzida após a citação do réu e o despacho de saneamento (análise de 
regularidade do processo, verificação se não se trata de caso de julgamento antecipado, 
providências preliminares). 
O que justifica a produção antecipada?
Risco de perda da prova É a causa mais comum. 
Ex: A parte poderá intentar por exemplo um pedido de perícia de imóvel 
para resguardar a situação atual com receio de que ela seja modificada. 
Pedir a oitiva de uma testemunha que vai se mudar para o exterior ou se 
encontra doente etc...
Reunião de elementos 
necessários para 
propositura da ação 
principal
Existem situações em que se não proposta a produção antecipada ficará 
dificultado o exercício do direito de ação do autor na principal. 
Ex: houve uma infiltração de grandes proporções no apartamento. Existe 
dúvida se a responsabilidade é do vizinho do andar de cima ou do 
condomínio. Pede-se a produção de uma prova pericial antecipada para 
definir contra quem será proposta a ação principal. 
EXIBIÇÃO, PRODUÇÃO ANTECIPADA DE PROVAS
quinta-feira, 21 de agosto de 2014 15:00
 Página 27 de Medidas Cautelares Nominadas e Inominadas 
definir contra quem será proposta a ação principal. 
Somente no primeiro caso a ação será cautelar. No segundo terá natureza satisfativa. O autor 
pretendia buscar a informação e não resguardar resultado da ação futura. 
TIPOS DE PROVAS QUE PODEM SER ANTECIPADAS:
1 - Interrogatório da parte
2 - Inquirição de testemunhas
3 - Exame Pericial
Não há possibilidade de antecipar a produção de prova documental. O interessado deve valer-se da 
exibição de documentos ou da busca e apreensão. 
DETALHE: O interrogatório é ato do juiz, e é praticado de ofício. Assim, as partes não têm interesse 
em produzi-lo.
O que pode ser antecipado é o depoimento pessoal da parte a respeito de algum fato que seja 
relevante para o deslinde do processo. O depoimento pessoal deve ser requerido pelas partes. 
ATENÇÃO!!!!
A produção antecipada de prova pode ter caráter preparatório (proposta antes da ação principal) ou 
incidental (no curso do processo) desde que ainda não se tenha atingido a instrução. Somente não 
haverá interesse se o processo estiver nesta fase. 
A produção antecipada pode ser requerida tanto pelo autor quanto pelo réu. 
Ver Artigo 848 CPC sobre requisitos da petição inicial. 
 Página 28 de Medidas Cautelares Nominadas e Inominadas 
CAUÇÃO:
Ementa: Agravo de instrumento. Ação ordinária. Liminar. Suspensão do protesto. Caução em dinheiro. Necessidade. O 
artigo 804, CPC, possibilita ao julgador exigir caução para fins de deferimento da medida cautelar, sempre que esta 
possa causar algum tipo de prejuízo ao réu, o que se convencionou chamar 'contracautela', que pode ser real ou 
fidejussória. (Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais – Décima Segunda Câmara Cível/ Agravo de Instrumento Cv 
1.0672.12.029581-7/001/ Relator: Desembargador Domingos Coelho/ Julgado em 06.02.2013/ Publicado em 
18.02.2013).
Ementa: Processual Civil. Agravo. Decisão monocrática. Jurisprudência dominante. Medida cautelar. Garantia 
antecipada. Crédito tributário. Caução. Pressuposto. Suficiência. De acordo com jurisprudência dominante, para a 
obtenção de medida cautelar, mediante oferta de contracautela (caução), é indispensável a suficiência da garantia. 
Hipótese de retratação não configurada. (Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul – Vigésima Segunda 
Câmara Cível/ Agravo de Instrumento nº 70048030019/ Relatora: Desembargadora Mara Larsen Chechi/ Julgado em 
31.05.2012).
Ementa: Agravo de instrumento. Medida cautelar. Liminar condicionada a prestação de caução. No caso concreto, 
verificada a possibilidade do periculum in verso é fundamental para a concessão da cautela, que seja prestada a 
contracautela (caução). Negaram provimento ao agravo. Unânime. (Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul –
Décima Oitava Câmara Cível/ Agravo de Instrumento Nº 70020536512/ Relator: Desembargador Nelson José Gonzaga/ 
Julgado em 06.09.2007).
Conceito:
Caução é a cautela que alguém tem ou toma como garantia de indenização de algum dano possível ou devido à possível 
falta do cumprimento de alguma obrigação. 
O termo é usado, genericamente, para indicar as várias formas de garantias usadas para a concretização de um ato, quer 
negociado entre as partes, quer por exigência judicial ou mesmo de cunho legal.
Características Gerais:
A caução que se presta por meio do procedimento regulado nos artigos 826 e seguintes do Estatuto Processual Civil não 
goza de natureza cautelar. “Esta constitui o objeto principal de um processo autônomo, não tendo por função assegurar 
a efetividade de outro processo, sendo, em verdade,

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