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Aula 5 — Planejamento e Tipos de trabalho científico

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Prévia do material em texto

5 Planejamentoe Tipos de trabalho 
científico
Metodologia Científica 
Roteiro de leitura 
Leitura da Apresentação do livro. 
Leitura, no capítulo 3: “Metodologia para a elaboração de trabalho 
científico” dos seguintes tópicos: 
 A pesquisa científica e o TCC (67) 
 Explorando a pesquisa bibliográfica (69) 
 Panorama sobre diferentes metodologias (72) 
 O Trabalho de Conclusão de Curso: roteiro para sua 
elaboração e normas técnicas (74-81) 
Objetivo desta Aula 
1) Relacionar os tipos de trabalho científico;
2) Relacionar o planejamento como fonte primordial para o desenvolvimento de um trabalho
científico;
3) Listar os tipos de trabalhos acadêmicos mais comuns, suas funções e particularidades.
Nesta aula, estudaremos os aspectos relacionados ao planejamento de uma pesquisa e à 
estrutura e tipos de trabalhos acadêmicos e científicos. 
Você aprenderá também a construir hipóteses que ajudarão na definição da pesquisa e a 
identificar as variáveis de um problema científico. 
A disciplina está dividida em 4 blocos: 
BLOCO 1 BLOCO 2 BLOCO 3 BLOCO 4 
Da Metodologia 
Científica 
Da Pesquisa Das Regras Da Aplicação 
 Conhecimento 
 Método 
 Leitura 
 Pesquisa 
 Como fazer IES 
Projeto Pedagógico 
Esta aula faz parte do terceiro bloco e visa estudar a Metodologia aplicada à pesquisa 
científica. 
Você sabe por onde começar um trabalho acadêmico? 
A primeira fase de qualquer trabalho de pesquisa é a definição do que será estudado. 
Se o tema da pesquisa não for estabelecido pelo professor, você terá liberdade para fazê-lo. 
Porém, você deve ter cautela ao escolher o assunto que pretende investigar, porque essa 
flexibilidade pode te colocar em uma enrascada. 
Pensamos logo em escolher um tema de nosso interesse pelo nosso gosto, não é mesmo? 
Algo sobre o qual queremos saber mais e achamos atraente. Mas isso pode não ser nada 
produtivo. 
Aula 5 Planejamento e Tipos de Trabalho Científico
Visite-nos: mrdezigner.com.br 2 METODOLOGIA CIENTÍFICA
Ao escolher um tema, devemos levar em consideração, por exemplo, se há uma bibliografia 
considerável sobre o assunto, se esta é fácil de ser encontrada, se estamos seguros para 
desenvolver os argumentos etc. 
Não podemos escolher algo sobre o qual não conseguiremos falar, não é verdade? Isso, sem 
dúvida, comprometerá o desenvolvimento do trabalho. 
Antes de iniciar uma pesquisa você deverá seguir os seguintes passos: 
1. Escolha do tema
O que vou pesquisar?
A inspiração para o tema pode vir de um aspecto ou uma área de interesse de um
assunto que se deseja provar ou desenvolver.
A vivência diária, as questões polêmicas, reflexão, leituras, debates, discussões também
nos servem como fontes de assuntos.
2. Originalidade
Precisa ser original?
Originalidade não é pré-requisito. Você pode pesquisar um tema mesmo que este não
seja inédito.
3. Revisão de Literatura
Se o tema não é inédito, quem já pesquisou algo semelhante?
É importante saber quem já pesquisou o assunto escolhido e que contribuição deu para o
seu desenvolvimento/conclusão.
Para isso, procure trabalhos semelhantes ou idênticos e pesquise publicações na área.
Depois liste os argumentos e veja quais textos você poderá utilizar para apoiar suas
ideias. Essa revisão da literatura o ajudará até mesmo a organizar a estrutura do
trabalho.
4. Justificativa
 Por que estudar esse tema? 
 Que vantagens e benefícios a pesquisa proporcionará? 
 Qual a importância profissional e cultural da pesquisa? 
As respostas dessas questões são as razões que o levarão a estudar o tema escolhido. 
5. Formulação do problema: levantamento das questões norteadoras
Que questões estou disposto a responder?
Deve-se definir claramente o problema, apresentá-lo no formato de perguntas e delimitá-
lo em termos de tempo e espaço.
6. Determinação de objetivos
O que pretendo alcançar com a pesquisa?
É importante formular um único objetivo geral que apresente o propósito da pesquisa.
Os objetivos específicos representam a divisão do objetivo geral em outros menores.
Tema: Liderança autoritária e a motivação
Problematização: Como a liderança autoritária pode comprometer a motivação dos
funcionários da Empresa XYZ?
Objetivo Geral: Investigar como o estilo de liderança autoritária compromete a motivação
dos funcionários na Empresa XYZ.
Objetivos específicos:
 Definir o conceito de liderança autoritária;
 Descrever alguns exemplos de liderança autoritária na Empresa XYZ;
Aula 5 Planejamento e Tipos de Trabalho Científico
Visite-nos: mrdezigner.com.br 3 METODOLOGIA CIENTÍFICA
 Definir o conceito de motivação; 
 Analisar a relação entre liderança e motivação nas organizações. 
Você percebeu que os objetivos específicos desdobram o objetivo geral da pesquisa? 
Que estão inseridos nesse contexto maior? 
Você observou também que o objetivo geral expressa exatamente o que se pretende 
provar a partir da problematização do tema? 
Por meio da pesquisa e da dedicação você delimitará facilmente tanto o objetivo geral 
quanto os específicos. 
Planejar e pesquisar são o lema 
Seguindo os passos que acabamos de analisar fica fácil perceber como é importante fazer 
um planejamento do trabalho, não é mesmo? 
Então, antes de iniciar qualquer trabalho acadêmico, dedique-se ao planejamento, procure 
traçar o caminho mais eficiente para ficar claro o que se pretende com ele. 
Esse planejamento o ajudará a encontrar um tema interessante e sem obstáculos que 
comprometam a sua pesquisa. Assim, você caminhará com mais segurança ao realizar o 
trabalho, aumentando inclusive as chances de terminá-lo no prazo sem passar apertos, já que 
tem uma boa ideia de quanto tempo precisará dedicar a cada fase da pesquisa. Vale o esforço! 
O planejamento ainda contribui para a escolha de um tema que pode levar seu trabalho a ter 
uma aplicação prática. O que é uma bela recompensa, não é mesmo? 
Prepare-se bem e você economizará tempo mais tarde e não terá a chance de escolher um 
tema improdutivo. Tenha certeza! 
Problematizar, eis a questão! 
Depois de escolhido o tema, deve-se pensar no problema a ser estudado. 
Sabemos que o mais comum ao ouvirmos a palavra problema é pensarmos em obstáculo, 
contratempo, situação difícil, conflito, não é? 
Mas, no nosso caso, o problema é científico e significa assunto controverso, isto é, refletir 
sobre um assunto que ainda não foi satisfatoriamente respondido, em qualquer campo de 
conhecimento. 
Este problema, então, faz de um tema um objeto de pesquisas científicas ou discussões 
acadêmicas, em qualquer domínio do conhecimento. 
A clareza na formulação do problema científico refletirá na formulação dos objetivos e, 
consequentemente, no sucesso de sua pesquisa. 
Por que elaborar problemas científicos? 
Problematizar consiste em formular questões sobre o tema, ou seja, apresentar um 
questionamento que envolve o tema da pesquisa. 
É preciso esclarecer, portanto, que não se trata de uma simples pergunta, mas de um 
enunciado construído pela observação e investigação a partir de leituras aprofundadas sobre o 
tema escolhido. 
Essa tarefa envolve habilidades do pesquisador, o domínio do assunto, bem como a 
bibliografia disponível. 
Veja estes três exemplos: 
Aula 5 Planejamento e Tipos de Trabalho Científico
Visite-nos: mrdezigner.com.br 4 METODOLOGIA CIENTÍFICA
1. Problema de Engenharia
Como fazer algo de maneira eficiente.
Veja dois exemplos:
 “Como fazer para melhorar os transportes urbanos?” 
 “Como aumentar a produtividade no trabalho?” 
2. Problema de Valor
Aqueles que indagam se algo é bom ou mau, desejável ou indesejável, certo ou errado,
melhor ou pior, se algo deve ou não ser feito.
Veja dois exemplos:
 “Os pais devem dar palmadas nos filhos?” 
 “Qual a melhor técnica para a propaganda?” 
3. Problema Científico
Um problema é considerado de natureza científicaquando envolve variáveis que podem
ser tidas como testáveis, podem ser observadas e manipuladas.
O termo variável é o dos mais empregados na linguagem dos pesquisadores. Seu 
objetivo é o de conferir maior precisão aos enunciados científicos, sejam hipóteses, 
teorias, leis, princípios ou generalizações. O conceito de variável refere-se a tudo 
aquilo que pode assumir diferentes valores ou diferentes aspectos, segundo os 
casos particulares ou as circunstâncias (GIL, 2002, p.36). 
Veja um exemplo: 
“Em que medida a escolaridade determina a preferência político-partidária?” 
Aqui temos duas variáveis relacionando-se: 
 Variável 1: escolaridade 
 Variável 2: preferência político-partidária 
As variáveis podem ser de três tipos: 
 Independente 
Variável que influencia, determina ou afeta outra variável, dando a condição ou a 
causa para certo resultado, efeito ou consequência. 
Exemplo: “Se dermos uma pancada no joelho dobrado de um indivíduo, sua perna 
esticará”. 
 Dependente 
Consiste nos valores a serem explicados ou descobertos, em virtude de serem 
influenciados, determinados ou afetados pela variável independente. 
Exemplo: “Se dermos uma pancada no joelho dobrado de um indivíduo, sua perna 
esticará”. 
 Interveniente 
É aquela que em uma sequência causal se coloca entre a variável independente e 
a dependente, tendo como função ampliar, diminuir ou anular a influência de uma 
sobre a outra. 
Exemplo: 
“A liderança autoritária influencia na motivação dos colaboradores.” 
Cada problema científico formulado conta com duas variáveis. 
Então, em ordem de importância, arraste os botões com o motivo das variáveis 
para as áreas correspondentes em branco: 
Aula 5 Planejamento e Tipos de Trabalho Científico
Visite-nos: mrdezigner.com.br 5 METODOLOGIA CIENTÍFICA
“Os alunos de Administração são mais conservadores do que os de Ciência 
Sociais.” 
Variável 1: Curso 
Variável 2: Conservadorismo 
A variável relacionada ao Curso é independente em relação à variável relacionada 
ao Conservadorismo. Por isso, é mais importante. 
Conservadorismo, por sua vez, é uma variável dependente da primeira (Curso). 
Sendo, assim, menos importante. 
“A classe social da mãe influencia no tempo de amamentação dos filhos.” 
Variável 1: Classe social 
Variável 2: Tempo de amamentação 
A variável relacionada à Classe social é independente em relação à variável 
relacionada ao Tempo de amamentação. Por isso, é mais importante. 
Tempo de amamentação, por sua vez, é uma variável dependente da primeira 
(Classe social). Sendo, assim, menos importante. 
Marque um X nas respectivas colunas para classificar os problemas abaixo como problemas 
de engenharia, de valor ou científico: 
Problema: Engenharia Valor Científico 
É lícito fazer experiência com seres humanos? ❑ ❑ ✅ 
O que pode ser feito para melhorar a distribuição de 
renda? ✅ ❑ ❑ 
Qual a melhor técnica psicoterápica? ❑ ✅ ❑ 
Em que medida a escolaridade determina a 
preferência político partidária? ❑ ❑ ✅ 
A pesquisa científica não pode dar respostas a questões de engenharia ou de valor porque tais 
dados não são passíveis de verificação. Nesse sentido, o problema deve ser claro e preciso, ou 
seja, não deve ser formulado de maneira vaga e os termos usados devem ser adequados. 
O problema deve ser delimitado a uma dimensão viável, o que significa dizer que a delimitação 
do problema deve estar relacionada aos meios disponíveis para investigação. 
Dos problemas às hipóteses 
Ao seguirmos a ordem das razões, podemos afirmar que a formulação de uma hipótese de 
pesquisa decorre da problematização. 
As hipóteses são as possíveis respostas encontradas para o problema formulado. 
A problematização requer possibilidades de respostas, que compõem alternativas que devem 
ser consideradas e examinadas. 
Aula 5 Planejamento e Tipos de Trabalho Científico
Visite-nos: mrdezigner.com.br 6 METODOLOGIA CIENTÍFICA
Exemplo de hipótese 
Tema: mortalidade infantil 
Problematização: em que medida o fenômeno da mortalidade infantil está relacionado à 
desnutrição da criança? 
 
Você percebeu que o pesquisador ao constatar a relação entre as variáveis (mortalidade infantil 
e desnutrição) formulou uma hipótese? 
 
Relatório 
O Relatório é a parte final de uma pesquisa. Seu objetivo consiste em dar ao leitor o resultado 
completo do estudo, apresentando fatos, dados, procedimentos utilizados, resultados obtidos, 
chegando a certas conclusões e recomendações (RAMPAZZO, 2005). 
 
O Relatório está estruturado em: 
Elementos Pré-textuais Elementos textuais Elementos Pós-textuais 
Capa 
 
Folha de rosto 
Introdução: escolha do 
assunto, delimitação, 
justificativa e objetivos; 
 
Revisão da bibliografia: 
apresentação da pesquisa 
bibliográfica sobre o assunto; 
 
Metodologia: procedimentos 
empregados para obtenção 
dos dados; 
 
Conclusão: análise e 
interpretação dos dados. 
Lista de referências usadas 
no texto. As referências 
devem ser elaboradas 
conforme as normas da 
ABNT. 
 
Agora é com você! 
Siga as pistas e cace 5 tipos de trabalhos acadêmicos bens comuns: 
1. Parte final de uma pesquisa. Seu objetivo consiste em dar ao leitor o resultado completo do 
estudo. Relatório 
2. Tipo de trabalho que tem 3 subtipos. Monografia 
3. Muitas pessoas estão envolvidas na elaboração deste trabalho. Seminário 
4. Estudo preparatório, esboço ou conjunto dos estudos preliminares, que irão constituir as 
diretrizes básicas do projeto definitivo. Anteprojeto 
5. Pontos principais que revelam a definição de um problema, a revisão sucinta da bibliografia e 
a metodologia. Pesquisa 
Aula 5 Planejamento e Tipos de Trabalho Científico
Visite-nos: mrdezigner.com.br 7 METODOLOGIA CIENTÍFICA
 
 
Chegamos ao final de mais uma aula 
Nesta aula aprendemos que planejar não é perda de tempo! 
Agora vai outra dica importante: após delimitar o tema, 
procure ler o que os autores falam sobre ele e anote 
como eles problematizaram esse tema. 
Observe como levantaram questões norteadoras da 
pesquisa, bem como responderam a essas questões 
formuladas. 
Isso o ajudará a formular a questão que será respondida 
no seu trabalho. 
E, lembre-se, é muito importante ter consciência do tipo 
de trabalho que se pretende escrever e sua função para 
obter sucesso na apresentação de suas pesquisas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aula 5 Planejamento e Tipos de Trabalho Científico
Visite-nos: mrdezigner.com.br 8 METODOLOGIA CIENTÍFICA
APRENDA MAIS 
BELL, Judith. Projeto de pesquisa: guia para pesquisadores iniciantes em educação, saúde e 
ciências sociais. 4.ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. 
FACHIN, O. Fundamentos de metodologia. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2006. 
FRANCO, Jeferson Cardoso. Como elaborar trabalhos acadêmicos nos padrões da ABNT: 
aplicando recursos de informática. Rio de Janeiro: Ciência Moderna, 2006. 
JACOBINI, Maria Letícia de Paiva. Metodologia do trabalho acadêmico. Campinas: Alínea, 
2006. 
KAHLMEYER-MERTENS, R. et al. Como elaborar projetos de pesquisa: linguagem e método. 
Rio de Janeiro: FGV, 2007. 
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia Científica. 4 ed. São Paulo: 
Atlas, 2004. 
MAIA, Paulo Leandro. O a b c da metodologia: métodos e técnicas para elaborar trabalhos 
científicos (ABNT). 2. ed. São Paulo: LEUD, 2008. 
RAMPAZZO, Lino. Metodologia 
SÍNTESE DA AULA 
Nesta aula, você: 
Analisou a estrutura os tipos de trabalho científico e relacionou o planejamento como fonte 
primordial para o desenvolvimento de um trabalho científico. Além disso, conheceu os tipos de 
trabalhos acadêmicos mais comuns, suas funções e particularidades. 
Aula 5 Planejamento e Tipos de Trabalho Científico
Visite-nos: mrdezigner.com.br 9 METODOLOGIA CIENTÍFICA
A pesquisa científica e o TCC
Uma vez feita a revisão de literatura, o próximo passoé escolher o tipo de 
TCC que você vai fazer. Nas áreas ligadas às Ciências Humanas e Sociais, 
geralmente o TCC é uma monografia, relacionada a uma pesquisa. Em 
cursos ditos técnicos, o trabalho final costuma ser um produto, como 
um banco de dados, um software, um modelo de organização para 
departa-mento de pessoal, uma máquina, um protótipo, um projeto de 
arquitetu-ra, a testagem de um novo medicamento em animais etc. 
Tudo em um TCC é feito para que o leitor possa compreender seu 
trabalho, por isso é importante fazê-lo, pois vai aprender a se 
comunicar por escrito com um público que tem a mesma formação 
que você. É um conhecimento importante para profissionais de todas 
as áreas. Vejamos abaixo alguns exemplos de temas e respectivos 
resumos/descrições:
EXEMPLO
Exemplo 1 (TCC do Curso de Informática para negócios)
Título: Projeto de banco de dados, apresentando as vantagens da implementação 
de aplicações no banco de dados.
Resumo: hoje em dia o conceito de banco de dados vem sendo amplamente utiliza-
do em diversos projetos, inclusive para o desenvolvimento de aplicações, implemen-
tando a lógica do negócio, segurança como controle de acessos, regras de negócios 
e outras funcionalidades no próprio banco de dados. Isso vem sendo possível com 
o avanço dos desenvolvedores de SGBDs (Sistemas de Gerenciadores de Banco
de Dados), que vem agregando todas essas funcionalidade ao SGBD. O objetivo é
estudar e demonstrar as vantagens da implementação lógica de uma aplicação, em
um banco de dados, por meio da pesquisa e aplicação da teoria em um projeto no
SGBD Sql Server com interface VB.
(Fonte: http://fateczl.edu.br/TCC/2010-2/TCC-001.pdf)
COMENTÁRIO
Técnicos
Mesmo em cursos técnicos, o TCC pode 
ser uma monografia que explora a utili-
zação de um produto. Na sequência do 
texto, você encontrará alguns exemplos. 
Os cursos geralmente têm orientado os 
alunos na escolha do tema e do tipo de 
TCC que irão desenvolver. Seu orienta-
dor irá fazer algumas sugestões entre 
as quais o curso disponibiliza. 
Aula 5 Planejamento e Tipos de Trabalho Científico
Visite-nos: mrdezigner.com.br 10 METODOLOGIA CIENTÍFICA
EXEMPLO
Exemplo 2 (TCC em Design Gráfico)
Título: Projeto de criação de embalagem para a cooperativa de produtores de cachaça de São João de Boa Vista.
Descrição: objetivo do projeto foi a criação de marca e embalagem para uma nova marca da cachaça de 
São João da Boa Vista e para o lançamento de uma única marca para o mercado da Grande São Paulo. 
(Fonte: http://pt.slideshare.net/vicentedesign/apresentao-tcc-pesquisa-conceito-e-produto-cachaa-raiz)
EXEMPLO
Exemplo 3 (TCC em Direito)
Título: Investigação de paternidade: quando a paternidade socioafetiva sobrepõe a biológica.
Resumo: o presente trabalho de conclusão de curso trata do reconhecimento da paternidade socioafetiva, 
em uma ação de investigação de paternidade, quando esta estiver em conflito com a paternidade biológica. 
Cabendo ao julgador prestigiar a paternidade socioafetiva quando o filho já vive a posse de estado de filho, e 
preenche todos os requisitos que caracterizam tal estado. São diversas circunstâncias que exteriorizam a condi-
ção de filho, porque quando educa, cria e zela, aquele que considera como filho, está manifestando a função de 
pai publicamente, somente dessa forma a paternidade socioafetiva poderá se sobrepor à paternidade biológica. 
(Fonte: http://www.jurisway.org.br/monografias/monografia.asp?id_dh=11386)
EXEMPLO
Exemplo 4 (TCC em Engenharia Elétrica)
Título: Aplicação de painéis solares fotovoltaicos como fonte geradora complementar de energia elétrica 
em residências.
Resumo: o presente trabalho investiga a viabilidade econômica da implementação de um sistema fotovoltaico co-
nectado à rede elétrica de baixa tensão na cidade de Curitiba/PR, para suprir parcialmente o consumo de energia 
elétrica de uma residência de médio/alto padrão com quatro habitantes, cujo consumo mensal é de aproximada-
mente 400 kWh. Considerando que a barreira técnica para a disseminação dessa forma de produção de energia 
descentralizada já foi superada, estudar a viabilidade econômica de sua instalação poderá ajudar na propagação 
dessa tecnologia no país. A questão de busca de fontes alternativas e renováveis de produção de energia elétrica, 
que não ocasionam graves problemas ambientais, há muito tempo deixou de ser uma utopia. Já é uma realidade 
concreta e confiável, visível em muitos países considerados desenvolvidos. Hoje em dia, é possível encontrar te-
lhados fotovoltaicos em edificações de diversos tipos em centros urbanos dos principais países da Europa, nota-
damente Alemanha e Espanha, gerando energia limpa. No Brasil, a energia solar fotovoltaica ainda não conseguiu 
superar a barreira econômica, pois a energia gerada pelos módulos fotovoltaicos continua tendo um custo elevado 
em comparação à geração hidrelétrica, principal fonte energética na matriz de geração do país. Analisando os re-
sultados obtidos na análise do projeto proposto, este trabalho mostra que a produção de energia solar fotovoltaica 
está em vias de se tornar um investimento ao alcance da população de classe média alta, mas ainda necessita de 
um ambiente mais favorável para sua expansão, onde incentivos fiscais e de produção sejam concedidos por parte 
do governo, justificado pelo impacto ambiental que a disseminação desta tecnologia proporcionaria. 
(Fonte: http://www.eletrica.ufpr.br/p/tcc:listagem)
Aula 5 Planejamento e Tipos de Trabalho Científico
Visite-nos: mrdezigner.com.br 11 METODOLOGIA CIENTÍFICA
Os trabalhos de conclusão de cursos de graduação, no caso das mono-
grafias, são reflexões feitas a com base em dados de pesquisa. Os critérios 
para classificação das pesquisas têm sido criados pelas práticas dos pesqui-
sadores. Algumas se relacionam com os campos em que têm sido aplicadas, 
como na Educação, na História, na Medicina, na Matemática ou na Biologia, 
por exemplo. Outras se relacionam com os objetivos da pesquisa: descrever, 
prever, encontrar as causas de um fenômeno. Outras ainda se relacionam 
com o lugar de realização da pesquisa, em campo ou em laboratório, ou ain-
da em relação à sua aplicação, como a pesquisa pura ou aplicada. 
REFLEXÃO
Existem ainda aquelas relacionadas aos recursos de coleta de dados, como questioná-
rios, testes, entrevistas, bibliografias ou aos métodos para estabelecer relações, como a 
correlacional, a experimental e mais uma infinita lista de categorias. Na prática, o pesqui-
sador utiliza às vezes mais de um tipo de pesquisa, ou faz adaptações dos vários tipos. 
Explorando a pesquisa bibliográfica
No próximo capítulo, você encontrará alguns tipos de pesquisa. Neste, 
vamos nos dedicar a apenas um deles, que é muito utilizado em mono-
grafias, e pode ser considerado uma extensão da revisão de literatura. 
Trata-se da pesquisa	bibliográfica.
A pesquisa bibliográfica geralmente é delimitada pelo tema das obras, 
pelo período em que foram escritas e por alguns conceitos e ideias que 
analisa. Uma vez delimitada, a pesquisa será feita com base na seleção das 
obras que a integrarão, por sua leitura e análise. Essas obras serão lidas 
a com base no que foi considerado nessa delimitação, isto é, pelo tema, 
período e conceitos e ideias que se pretende analisar. Vejamos um passo 
a passo para elaboração de uma pesquisa bibliográfica:
REFLEXÃO
1) Delimitação do que será analisado na pesquisa bibliográfica – nesse passo, será
definido o tema, o período e o tipo de produção científica que será analisada: artigos,
monografias, teses etc.
Por exemplo, para o tema sugerido pelo título trabalho cooperativo em redes 
sociais, como é um tema recente, o indicado seria trabalhar comum período 
próximo (por exemplo, os últimos três anos anteriores ao início da pesquisa). 
Como devem ser poucos os livros escritos sobre o assunto, uma boa escolha 
seria o estudo de dissertações sobre o tema.
CONCEITO
Pesquisa bibliográfica
A pesquisa bibliográfica investiga 
ideias e conceitos que comparam as 
posições de diversos autores em re-
lação a um tema específico, estabe-
lecendo uma reflexão crítica sobre as 
ideias e conceitos escolhidos e defen-
dendo uma ou várias afirmativas, que 
podemos caracterizar como argumen-
tos. Ela começou com os estudos da 
Sociologia do Conhecimento e, hoje, 
tem sido utilizada em outros campos. 
Aula 5 Planejamento e Tipos de Trabalho Científico
Visite-nos: mrdezigner.com.br 12 METODOLOGIA CIENTÍFICA
2) Delimitação dos conceitos e ideias a serem analisados – há duas formas de
escolher as ideias e os conceitos a serem analisados nas obras: ou eles serão esco-
lhidos anteriormente à leitura das obras, por se tratarem de um interesse do pesqui-
sador; ou eles serão escolhidos após a leitura dos textos, por serem as ideias e os
conceitos que caracterizam o tema ou o período da análise.
Por exemplo: a) os objetivos da análise; b) o tipo mais comum de pesquisa 
feita sobre o tema ou o que mais se pesquisou sobre o tema; c) as referên-
cias teóricas utilizadas pelos autores, se eles utilizam os mesmos autores e 
mesmos conceitos, ou se são pesquisas com referências muito diferentes e 
quais são elas; d) os resultados alcançados ou se os resultados são coeren-
tes entre si e quais são os mais relevantes etc. 
3) Análise dos dados – o trabalho de análise de qualquer pesquisa bibliográfica
deve ser organizado com base nos conceitos e ideias que foram selecionados. Um
quadro comparativo pode ajudar nesse momento, levantando os conceitos utilizados,
as ideias mais frequentes, as lacunas deixadas pelos autores etc.
Nesse quadro, você deve fazer um levantamento de quais ideias e concei-
tos são tratados na bibliografia estudada, descrever como os autores tratam 
cada um deles. O exame desse quadro pode fornecer o que esses autores 
consideram essencial. É importante ainda levantar os principais achados das 
pesquisas e as conclusões a que chegaram.
Esse tipo de pesquisa também pode se apresentar como estado	da	arte 
sobre algum tema. A delimitação, nos estados da arte, é feita do mesmo 
modo que qualquer pesquisa bibliográfica. A diferença é que a análise vai 
procurar dar conta de tudo o que foi produzido sobre o assunto, de maneira 
crítica. Os estados da arte apontam o que já foi pesquisado, quais perguntas 
foram respondidas e o que ainda está por fazer. É sempre bom lembrar que 
outros pesquisadores irão se servir dos dados encontrados por eles.
EXEMPLO
Exemplo 1 de pesquisa bibliográfica (TCC em Pediatria)
Título: Doença celíaca: revisão bibliográfica.
Resumo: a doença celíaca é uma afecção inflamatória do intestino delgado associada à 
intolerância permanente ao glúten, que ocorre em indivíduos geneticamente suscetíveis. 
Pensava-se ser uma doença rara da infância caracterizada pela diarreia. Mas a doença 
celíaca é uma desordem multissistêmica que ocorre em consequência de uma resposta 
imune ao glúten ingerido em indivíduos geneticamente predispostos. Estudo de scree-
ning tem revelado que a DC é comum em pacientes assintomáticos. Embora o progresso 
científico considerável em compreender a doença celíaca e em impedir ou curar suas 
manifestações, uma dieta isenta de glúten é o único tratamento para doença celíaca. 
CONCEITO
Estado da arte
Esse é o termo utilizado para designar 
um tipo de pesquisa bibliográfica que 
procura descrever e analisar tudo o que 
foi escrito sobre um tema em um perí-
odo determinado, de modo a informar 
outros pesquisadores do mesmo cam-
po sobre a produção científica daquele 
tema. Fazer o estado da arte significa 
informar, criticamente, como se encon-
tra a produção de artigos, livros, mono-
grafia, teses, dissertações e resenhas, 
dependendo da delimitação feita.
Aula 5 Planejamento e Tipos de Trabalho Científico
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O diagnóstico precoce e o tratamento, junto com visitas regulares a um nutricionista, são necessários para 
assegurar adequada dieta e para impedir a desnutrição ao aderir à dieta isenta de glúten durante toda a vida. 
A finalidade desta revisão é fornecer informação atualizada sobre a doença celíaca, sua apresentação clínica 
diversa, prevalência aumentada, a forte predisposição genética à doença celíaca e seu diagnóstico. 
(Fonte: http://www.paulomargotto.com.br/documentos/Monografia_doen%C3%A7a%20cel%C3%ADaca.pdf)
EXEMPLO
Exemplo 2 de pesquisa bibliográfica (TCC em Ciências Contábeis)
Título: A influência da substituição tributária do ICMS no custo das mercadorias em uma empresa do 
segmento de comércio de equipamentos de telecomunicações.
Resumo: este estudo monográfico intitulado A Influência da Substituição Tributária do ICMS no custo das 
Mercadorias em uma Empresa do Segmento de Comércio de Equipamentos de Telecomunicações tem 
como objetivo realizar uma pesquisa sobre o instituto tributário, chamado Substituição Tributária, adotado 
pelo Governo na cobrança do ICMS, e apresentar sua influência nos custos das mercadorias de uma em-
presa no ramo do comércio de equipamentos de telecomunicação. Para desenvolvimento do referido estu-
do, utilizou-se primeiramente o método de pesquisa bibliográfica com o objetivo de apresentar os conceitos 
dos vários elementos que compõem a substituição tributária, por meio de livros e artigos que abordam este 
assunto. Após todo o estudo realizado, foi possível constatar que a substituição tributária influencia sim no 
custo das mercadorias, deixando mais oneroso. E quando as duas tributações são comparadas, observa-se 
que a carga tributária efetiva é maior na tributação de substituição tributária. Por consequência, na compa-
ração dos resultados, a margem operacional é menor na tributação de substituição tributária sendo menos 
lucrativa que a tributação normal. Isso leva a concluir que o regime de substituição tributária beneficia em 
maior proporção o Sujeito Ativo, facilitando na cobrança do tributo ao Sujeito Passivo. 
(Fonte: http://www.flf.edu.br/revista-flf/monografias-contabeis/monografia-rafael-barros.pdf)
EXEMPLO
Exemplo 3 de pesquisa bibliográfica (Especialização em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde)
Título: Estresse e o trabalho do enfermeiro: uma revisão bibliográfica.
Resumo: trata-se de uma revisão bibliográfica sobre o estresse e o trabalho do enfermeiro hospitalar. 
Objetivos: apresentar uma revisão bibliográfica dos estudos epidemiológicos existentes sobre estresse e 
trabalhadores de enfermagem, realizados a partir do ano de 1990. Foram examinadas as prevalências e os 
fatores de risco para o estresse no trabalho hospitalar. 
Método: pesquisa de revisão bibliográfica, em que foram incluídos na revisão artigos indexados, publica-
dos desde 1990, escritos em português, que determinaram a prevalência do estresse nos enfermeiros 
hospitalares. Resultados e conclusão: Constatou-se que os enfermeiros que atuam em unidades de en-
fermaria obtiveram maior nível de estresse do que aqueles que trabalham em unidades fechadas, como 
as unidades de terapia intensiva, e praticamente a atuação relacionada à administração de pessoal foi 
considerada estressante para a totalidade de enfermeiros. É necessária a educação do enfermeiro para 
minimizar esses fatores estressantes. 
(Fonte: http://www.cpqam.fiocruz.br/bibpdf/2011alves-acgc.pdf)
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ATIVIDADE
Experimenteos conhecimentos que você obteve sobre a pesquisa bibliográfica!
1) Descreva um tema pelo qual se interesse em um parágrafo. Escolha 3 palavras-
chave para ele. Faça uma busca em sites confiáveis e tente levantar 20 títulos sobre
o tema;
2) Agora limite o período para as obras escolhidas, por exemplo, os últimos cinco
anos. Das 20 obras encontradas, verifique quantas estão no período escolhido. Leia
o resumo das que ficaram e verifique se o interesse nelas permanece. Os títulos que
ficaram devem ser armazenados para futura leitura.
COMENTÁRIO
O procedimento de encontrar obras sobre um tema determinado pode ser 
enriquecido com outros que você ache pertinentes. Isto se deve ao fato de 
que cada assunto tem características próprias. Por exemplo, pode ser que 
sua pesquisa seja histórica e que muitos autores tenham escrito sobre o 
tema em uma década determinada. Pode acontecer de haver muita literatura 
sobre um produto na época em que foi criado. Esses são fatores que depen-
dem diretamente do tema e que não podem ser padronizados. É importante, 
portanto, usar seu conhecimento sobre o assunto e sua intuição.
Panorama sobre diferentes metodologias
Uma vez definido o tipo de pesquisa que será feita, a próxima escolha 
a fazer é qual metodologia utilizar para coletar os dados da pesquisa. A 
metodologia de pesquisa a ser adotada é uma escolha do pesquisador, 
porém, deve estar em sintonia com os objetivos do trabalho e de acordo 
com a questão que você pretende estudar, pois ela é escolhida para res-
ponder tal questão. A metodologia determina como a pesquisa será rea-
lizada e deve ser pensada antes de iniciar a pesquisa, pois ela indicará os 
caminhos a serem seguidos.
A seleção das ferramentas metodológicas de pesquisa é feita depois 
que forem estabelecidas as questões e as hipóteses de pesquisa. Assim, 
você escolherá com seu orientador o procedimento a ser utilizado, ou 
seja, como fazer e por que fazer de um determinado jeito. 
ATENÇÃO
É importante saber por que usar tal método ou técnica, e qual tipo de informação 
aquele método ou aquela técnica permitem obter, de forma a viabilizar um material 
realmente útil para sua pesquisa. É nessa etapa que você deverá também identificar 
COMENTÁRIO
Metodologia
Entrar em campo sem definir a meto-
dologia é um desperdício de tempo e 
de investimento. Enfim, a metodologia 
não é algo que se possa descartar, ela é 
necessária para você saber o que fazer, 
que caminhos trilhar para desenvolver 
seu TCC. Deve-se escolher uma meto-
dologia em qualquer caso de trabalho 
científico, seja uma monografia ou o de-
senvolvimento de um produto. O capítu-
lo seguinte vai mostrar alguns exemplos 
de ferramentas metodológicas utiliza-
das em Trabalhos de Conclusão de Cur-
so, no caso das monografias.
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a população a ser investigada, que chamamos sujeitos da pesquisa, caso seja uma 
pesquisa com pessoas. Nesse caso, você e seu orientador precisarão definir algum 
critério para a escolha dos sujeitos de pesquisa, ou seja, por que escolher determi-
nados sujeitos e não outros.
EXEMPLO
Exemplo 1 (TCC em Letras)
Título: análise comparativa das diferentes abordagens das gramáticas normativas 
sobre o emprego dos pronomes relativos em francês e português.
Metodologia utilizada: foi feita uma análise comparativa das gramáticas de língua 
portuguesa. 
(Fonte: http://www.letras.ufpr.br/documentos/graduacao/monografias/ss_2007/
Julio_Cesar_Araujo.pdf)
Exemplo 2 (TCC em Direito)
Título: a importância da retórica para o direito para uma justificação razoável das 
decisões.
Metodologia utilizada: pesquisa bibliográfica. 
(Fonte: http://www.academia.edu/1166990/A_importancia_da_retorica_para_o_
direito_para_uma_justificacao_razoavel_das_decisoes)
Exemplo 3 (TCC em Engenharia Civil)
Título: alternativas sustentáveis para a circulação urbana – estudo de caso as cida-
des de Guaratinguetá e Lorena.
Metodologia utilizada: estudo de caso. 
(Fonte: http://www.athena.biblioteca.unesp.br/exlibris/bd/tcc/beg/19386/2011/
oliveira_bc_tcc_guara.pdf)
Exemplo 4 (TCC em Geografia)
Título: quilombos urbanos, segregação espacial e resistência em Porto Alegre/RS: 
uma análise a partir dos Quilombos do Areal e da Família Silva.
Metodologia utilizada: pesquisa de campo de cunho etnográfico. 
(Fonte: http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/1600
Como você pode observar nos exemplos, a metodologia serve para 
você saber como deve proceder em cada caso. Geralmente os pesquisa-
dores usam um capítulo para descrever os procedimentos metodológi-
cos utilizados para coletar os dados. Este capítulo é muito importante 
para outros pesquisadores. 
Dizer como foi feita a pesquisa, baseada em que prática, de qual pes-
quisador e quais foram os problemas	enfrentados, vai auxiliar outros pes-
quisadores na hora de planejar suas pesquisas e avaliar os resultados da 
sua, na perspectiva da intersubjetividade, como você viu no Capítulo 1. 
COMENTÁRIO
Problemas enfrentados
Ao contrário do que possa parecer, 
descrever os problemas enfrentados 
não é uma falha do pesquisador, mas 
um dos elementos mais cobiçados por 
quem se inicia na pesquisa ou em um 
tipo de pesquisa que lhe é pouco co-
nhecido, e isso vale inclusive para pes-
quisadores experientes.
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O Trabalho de Conclusão de Curso: roteiro para sua 
elaboração e normas técnicas
No Brasil, o órgão que regulamenta as regras utilizadas para padronizar os trabalhos cien-
tíficos é a ABNT — Associação Brasileira de Normas Técnicas. As regras da ABNT são facil-
mente encontradas em sites de universidades, periódicos científicos e outros que utilizam 
esse tipo de informação. Tais regras foram pensadas para facilitar a produção de trabalhos 
científicos e a comunicação entre os pesquisadores. 
ATENÇÃO
A construção de um TCC depende muito do que ele vai ser, se uma monografia ou um produto. As regras 
para elaborar um TCC, no entanto, são as mesmas para qualquer um dos casos. Para ambos, você deve 
começar pela revisão de literatura, já que outros passos podem variar. 
Roteiro para a elaboração de produtos
Desenvolver um produto depende principalmente a que ele se propõe. Um banco de dados, 
por exemplo, pode ter muitas utilidades e o objetivo de sua criação é que vai determinar os 
passos a serem dados. A revisão de literatura também vai indicar modos de desenvolver seu 
produto. De um modo geral, consideramos os seguintes passos:
Passo 1: definição do produto
A definição do que será o produto a ser desenvolvido será sempre uma decisão tomada pelo 
aluno em conjunto com seu orientador. A escolha deve ser feita levando em conta a sua 
carreira e aquilo que interessa a você. 
ATENÇÃO
Assim que se defina o produto a ser desenvolvido, iniciar a revisão de literatura, procurando 
trabalhos de desenvolvimento, ou de produtos similares ou do mesmo, conforme o caso. 
Essa leitura vai economizar muito trabalho, pois esclarecerá o estado a importância do de-
senvolvimento de seu produto, sua aceitação e possíveis caminhos a serem tomados.
Passo 2: desenvolvimento do produto
Nessa etapa, seu orientador é a pessoa mais importante para você manter um diálogo. 
Ele vai fazer sugestões que vão dirigir o que deve ser feito e como.
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Passo 3: testagem do produto
Uma vez que o produto esteja desenvolvido, ele deve ser testado para 
que se tenha ideia se está funcionando dojeito esperado.
Passo 4: homologação do produto
Após a testagem, seu produto deve ser apresentado a outros para sofrer crí-
ticas ou possíveis ajustes. Como dito anteriormente, a crítica faz parte de 
um trabalho científico, ela é um dos quesitos para validar o que foi feito.
Roteiro para elaboração de uma monografia: introdução
Os passos que vamos apresentar foram pensados a partir da experiência 
de orientadores de monografias e outros trabalhos científicos. Aconse-
lhamos que você siga os passos indicados, pois só depois que se apren-
de como fazer o primeiro trabalho científico, é possível inventar, fazer 
diferente. Para começar é mais prudente seguir os passos e entendê-los, 
pois eles são fundamentais para a elaboração do seu trabalho. Vamos 
discutir cada um deles separadamente de modo que fique bem claro o 
que deve conter uma monografia. 
Roteiro para elaboração de uma monografia: escolha do tema
Fazer uma monografia supõe uma pesquisa que será orientada, sobre-
tudo, pela revisão de literatura. Somente iniciamos a revisão de litera-
tura após a escolha	do	tema, pois ele é que vai fornecer o conjunto de 
palavras-chave necessário para a revisão da literatura. A escolha do tema 
é o primeiro passo na elaboração de uma monografia, pois permitirá a 
sistematização das ideias que levará à necessidade de investigação. 
EXEMPLO
Exemplo 1 (TCC em Tecnologia em Redes de Computadores)
Título: TV digital interativa
Resumo: o objetivo do trabalho foi levantar a trajetória de implantação da TV digital 
no Brasil. O trabalho explica o funcionamento de uma TV digital interativa. 
(Fonte: http://pt.slideshare.net/JooXimenes/apresentao)
Exemplo 2 (TCC em Ciências Econômicas)
Título: Fordismo: uma análise aplicada aos casos do Brasil e Japão.
Resumo: o presente trabalho tem por objetivo caracterizar o Modelo de Desenvol-
vimento Fordista de Produção nas economias dos Estados Unidos, Brasil e Japão. 
Serão caracterizadas as principais políticas adotadas pelos países referentes à política 
COMENTÁRIO
Escolha do tema
O tema deve ser definido em poucas 
páginas e deve descrever todos os ele-
mentos necessários à compreensão da 
questão que será investigada. A escrita 
de um texto que explique o tema aju-
da a torná-lo claro inclusive para você. 
Por isso, um bom exercício é escrever 
algumas páginas e contar com seus 
parceiros (seu orientador, colegas de 
curso etc.) para a leitura delas. Se ficar 
claro para eles, é um bom sinal; caso 
contrário, será preciso voltar e escrever 
de forma mais clara.
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de defesa da concorrência, desenvolvimento econômico, implantação de novas tecno-
logias, mudanças organizacionais, o papel do Estado na adoção de políticas industriais, 
bem como um comparativo entre os padrões de desenvolvimento brasileiro e japonês 
vigorados entre os anos de 1950 a 1970. A partir daí, serão identificados, avaliados 
e comparados os principais resultados oriundos das políticas adotadas no Brasil e 
Japão, durante o processo de vigência do modelo de produção estabelecido na época, 
por cada um desses países. 
(Fonte: http://tcc.bu.ufsc.br/Economia300197)
Vejamos algumas dicas:
• A definição do tema é o passo inicial que possibilita a revisão de literatura;
• Tema confuso, sem clareza, leva à perda de tempo e a fracasso no percurso;
• O tema, por si só, não define o problema. O problema é a questão que
será investigada;
• O bom tema é aquele que temos fácil acesso, boa familiaridade (ou
interesse) e facilidade em problematizar;
• É importante definir um título para o trabalho, ainda que provisório.
ATIVIDADE
Treinando a escrita sobre um tema
1) Escreva quatro páginas descrevendo seu tema de pesquisa. Selecione um colega 
ou professor para ler criticamente.
2) Com base nas críticas de seu leitor, reescreva o texto, agora com seis páginas.
COMENTÁRIO
A escrita é a forma melhor para se esclarecer um tema. Não existe receita 
para isso, o mais indicado é contar com um leitor, pode ser um professor ou 
um colega que se interesse por seu tema. Ter alguém para conversar sobre 
o tema ajuda a organizar as ideias sobre ele. Só se aprende a escrever,
escrevendo. Portanto, faça esse esforço inicial, você verá que quanto mais
escreve, mais aprende sobre o assunto.
Roteiro para elaboração de uma monografia: questão 
problema e/ou hipótese
O tema, uma vez escolhido, é seguido do que chamamos problema-
tização: relacionamos alguns sinais para os quais não temos explicação 
COMENTÁRIO
Título
Normalmente o título de um trabalho 
científico é definido ao final, quando 
praticamente toda a pesquisa foi reali-
zada. É exceção à regra um título inicial 
permanecer o mesmo até o encerra-
mento da pesquisa. Entretanto, é impor-
tante estabeler um, ainda que provisó-
rio, inclusive para ajudar a quem irá ler 
e também para dar coerência ao tema 
de pesquisa.
CONCEITO
Problematização
O conjunto de perguntas para as quais 
não temos uma explicação satisfatória 
ou suficiente é o que lançamos mão 
para a problematização. 
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ou que desconfiamos da explicação aceita com excessiva naturalidade 
e, para isso, uma sugestão é elaborar um conjunto de boas perguntas 
sobre o fenômeno que desejamos estudar. 
As perguntas devem ser relativas àqueles sinais que identificamos ou ao 
que a revisão de literatura apontou como mal explicado, incompleto ou, até 
mesmo, sem uma explicação. Por isso, 
uma vez que temos esse conjunto de 
perguntas, procuramos respondê-las. 
Aquelas que nos parecem já bem res-
pondidas, devem ser abandonadas. 
Qual é o inconveniente de uma dada situação, qual é a sua origem? 
Existem causas? A quem atinge? Algumas respostas podem ser de fácil 
identificação, outras vão depender da realização de uma pesquisa pré-
via, outras ainda vão gerar um conjunto distinto de perguntas, e pode 
haver perguntas que não requerem resposta alguma. 
REFLEXÃO
É importante, porém, assumir sempre uma atitude de desconfiança em relação à 
resposta imediata única. Frequentemente, o que temos é um conjunto de respostas. 
Algumas mais complexas. Outras mais simples. Você deve procurar sempre os mo-
tivos que sustentam uma delas como sendo a resposta melhor. Na construção do 
problema é importante definir bem um conjunto de perguntas e respostas, seja em 
termos de possibilidade ou em termos de escolha.
Quando escolhemos um tema e um conjunto de boas perguntas, temos 
o esboço de um problema. O tema de uma pesquisa será sempre um modo, 
dentre outros, de olhar para um problema. A problematização do tema par-
ticulariza um ponto de vista. Não existe o problema associado a um tema, 
a construção de um problema já é resultado de uma reflexão sobre o tema.
No trabalho científico, problema é um conceito fundamental e pre-
ciso, não é um dado imediato nem evidente. O dado imediato é sempre 
um sintoma de um problema: uma dada situação pode apresentar in-
convenientes, obstáculos e mais um conjunto de sinais indesejáveis, e 
esses serão um motivador para a construção do problema. Nesse caso, 
definir um problema significará, na realidade, construir um problema.
Não é possível definir um problema quando não se tem uma análi-
se da situação que serve de pano de fundo ao tema. A contextualização 
da situação que deu origem ao tema faz parte também da construção	
do	problema. A necessidade da pesquisa nasce a partir da construção 
do problema, e este definirá a necessidade ou não da realização de uma 
pesquisa que informeum bom conjunto de perguntas e respostas. O 
momento dessa construção é, portanto, de fundamental importância.
A construção de 
um problema 
supõe a formulação 
de boas perguntas. 
COMENTÁRIO
Problema
Em nossas relações sociais, usamos a 
palavra problema para designar fatos 
que nos incomodam, pessoas inconve-
nientes, empecilhos ao trabalho, desa-
fios e mais uma infinidade de coisas que 
nos apresentam, na maioria das vezes, 
como negativas. Problema é um termo 
que pode ser usado com uma grande 
variedade de sentidos no linguajar co-
tidiano. Em todos esses usos, no en-
tanto, problema é um dado imediato: ou 
identificamos um problema, ou alguém 
causa problemas, ou algo é um proble-
ma. Enfim, não precisamos de grandes 
esforços para chegar ao problema e ele 
nos parece sempre evidente.
COMENTÁRIO
Construção do problema
Um problema mal formulado acarre-
tará respostas inúteis. É importante 
você gastar tempo e esforço cons-
truindo bem a questão de estudo. É 
preciso estar atento ao fato de que 
cada pergunta levanta um ponto de 
vista e, mesmo que esse ponto de vis-
ta não seja relevante, ele dimensiona 
e esclarece mais o problema.
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EXEMPLO
Imagine uma pesquisa cujo tema versa sobre a saúde de meninos de rua. Podemos 
partir daquilo que é incômodo, daquilo que é visível. Morrem muitos meninos de rua. 
Mas eles morrem de quê? Pois se morrem assassinados, não teremos um problema 
relacionado à saúde, mas um problema de justiça. De que morrem os meninos de 
rua? Respostas: de doença, assassinato, acidente de trânsito, de má nutrição. Mas, 
digamos que se quer ainda analisar a saúde de outros pontos de vista. As condições 
de saúde afetam a escolaridade dos meninos? Impedem-nos de estudar? As condi-
ções de saúde afetam o lazer dos meninos? Meninos de rua se divertem? E a saúde 
mental? Como já foi dito, cada pergunta levanta um ponto de vista e ele dimensiona 
e esclarece mais o problema. 
Além das boas perguntas, a construção do problema pode requerer 
uma análise prévia da situação. Pode até ser preciso fazer uma pesquisa 
para formular outras perguntas. A construção do problema gera a neces-
sidade de explorar a situação para elaborar um conjunto o mais comple-
to possível de boas perguntas. 
ATENÇÃO
Com base em de perguntas que possam ser respondidas pela investigação, baseadas 
na reflexão sobre as ideias iniciais e na investigação sobre o tema, devem ser criados 
argumentos de defesa do problema e sua importância que justificam o estudo.
Quando se vivencia um problema, na maioria das vezes, algumas 
hipóteses são levantadas sobre a realidade a ser estudada, mas não é 
necessário que isso ocorra. Pode-se querer simplesmente colher mais 
informações sobre a questão. As hipóteses são afirmativas que aposta-
mos serem verdadeiras. A pesquisa não demonstra a hipótese, mas pode 
fortalecê-la. Uma hipótese é um pré-lançamento, seguindo algum faro, 
que por isso é essencialmente aberto. A hipótese mal feita ou mal defini-
da leva a caminhos variados e mesmo contraditórios.
Pode acontecer de a realidade não estar de acordo com a previsão 
dos pesquisadores. Nesse caso, as hipóteses levantadas serão enfraque-
cidas pela pesquisa. Como vimos no Capítulo 1, sobretudo nas ciências 
reconstrutivas, como as Ciências da Natureza e as Ciências Humanas e 
Sociais, a confiabilidade do conhecimento científico é dada pelo rigor 
no uso da metodologia.
O momento de análise dos dados, nesse caso, é de fundamental 
importância. Se a análise dos dados é feita sem critérios e sem método, 
pode conduzir o pesquisador e seus parceiros de investigação a organi-
zarem os dados de maneira que suas hipóteses sejam fortalecidas. Mui-
tas vezes, ocorre uma sucessão de equívocos que começam a partir da 
própria construção da questão do estudo. Para esse tipo de erro, o me-
COMENTÁRIO
Hipóteses
A hipótese é inventada para sugerir um 
caminho e lançar luz sobre ele. Mesmo 
não podendo responder definitivamente 
às perguntas levantadas pela pesquisa, 
a hipótese orienta o estudo sobre os 
tipos de resposta que a pesquisa pode 
encontrar e estabelecer uma hierarquia 
entre eles. É um exercício lógico, em que 
um conhecimento prévio da situação é 
organizado. A importância das hipóteses 
levantadas vai depender dos dados con-
seguidos a partir da revisão bibliográfica, 
dos conhecimentos que o grupo de pes-
quisa (seus parceiros) tem sobre a situa-
ção e de como você consegue articular 
estes conhecimentos. O ideal é que as 
hipóteses sejam discutidas em grupo e, 
é claro, com o seu orientador. 
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lhor é contar com a coerência entre os objetivos e a metodologia escolhi-
da. Se a pesquisa está bem planejada, diminuímos as possibilidades de 
induzir resultados. Boas hipóteses geralmente são obtidas na revisão de 
literatura, quando analisamos resultados de pesquisas assemelhadas.
RESUMO
• A questão problema (e hipótese) inicia-se com o levantamento de boas perguntas;
• São perguntas abertas, feitas para direcionar o percurso;
• Apontam algum problema que gostaríamos de enfrentar, alguma pergunta que
mereceria resposta, algum objetivo ainda não explorado;
• Têm a finalidade de orientar o trabalho dentro de certo caminho que imaginamos
promissor, permitindo também selecionar bibliografia, conceitos-chave, procedimen-
tos metodológicos.
Roteiro para elaboração de uma monografia: fundamentos 
teóricos e metodológicos
O quadro teórico é o modo pelo qual definimos os termos utilizados para 
descrever a questão a ser estudada. A teoria define os termos que usamos 
para olhar uma determinada problemática, mostra como esses termos se 
relacionam, o que possibilita o rigor necessário ao trabalho científico. 
EXEMPLO
Por exemplo, se queremos pesquisar as atitudes democráticas de professores em 
sala de aula, temos de ter definido o que são as atitudes democráticas, como pode-
mos identificá-las e qual é a relação desses termos com os outros necessários para 
explicar esse fenômeno. 
A fundamentação	teórica tem de nos dizer como é que cada termo se 
apresenta para nós, pois temos de saber identificar, pela definição dos 
termos, o que olhar. É a fundamentação teórica escolhida que define 
os termos usados em uma monografia, e esses termos devem estar de 
acordo com ela. Um mesmo problema pode ser tratado por diferentes 
pontos de vista, por diferentes teorias, e o resultado da pesquisa que elas 
sustentam será restrito ao seu poder explicativo. Você deve evitar usar 
uma teoria muito rebuscada, pois o mais importante é que você saiba o 
significado dos conceitos que vai usar.
CONCEITO
Fundamentação teórica
A fundamentação teórica vem também 
da necessidade de desenvolver uma 
argumentação para sustentar a res-
posta da questão escolhida e fortale-
cer a hipótese. Por isso, ela certamente 
não é um enfeite. Ela serve exatamente 
para que a argumentação que será fei-
ta para defender suas conclusões seja 
fortalecida. 
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RESUMO
• Definir os termos que serão utilizados para explicar a questão escolhida;
• Montar uma argumentação a partir das leituras feitas na revisão de literatura;
• Como o trabalho científico é também um exercício de argumentação, quanto mais
sucinto, melhor. Lembre-se do princípio da parcimônia, discutido no Capítulo 1;
• Saber argumentar de forma consistente e bem fundamentadatanto do ponto de
vista teórico como empírico é, portanto, o fator mais decisivo.
Roteiro para elaboração de uma monografia: coleta e 
produção de dados
Quando você já tem as questões, as hipóteses e os termos definidos, 
deve escolher o procedimento a ser utilizado, ou seja, como fazer para 
encontrar dados para a explicação da questão. É importante saber por 
que usar tal método ou técnica, qual o tipo de informação aquele méto-
do ou aquela técnica permite obter. 
ATENÇÃO
Importante: o dado já é, ele mesmo, construído, um produto teórico, pois indica a 
parte da realidade que foi considerada importante para sua coleta e tratamento.
Para que os dados sejam confiáveis, o melhor é que sejam submeti-
dos à crítica, pois ela traz confiabilidade ao trabalho científico. Segundo 
Alves-Mazzotti (2000, p. 123),
Ao contrário do que supõe o senso comum, na atividade científica, a crítica 
não é uma forma de destruir o conhecimento, e sim uma forma de construí
-lo. As áreas do saber que mais progridem são aquelas que mais se expõem
e que mais naturalmente aceitam a crítica mútua como prática essencial ao
processo de produção do conhecimento. Nesse sentido, criticar o trabalho
de um aluno ou de um colega é uma demonstração de respeito a esse tra-
balho e de reconhecimento da maturidade do pesquisador que o realizou.
Roteiro para elaboração de uma monografia: avaliação das 
questões e as conjecturas possíveis
Avaliar questões e conjecturas significa verificar se as perguntas foram 
respondidas ou se a promessa da hipótese se sustenta ou não. Lembre-se 
COMENTÁRIO
Procedimento
Sabendo o que você quer ou precisa co-
letar, você deve procurar os instrumentos 
adequados. Muitas vezes, é preciso refor-
mular os instrumentos durante a execu-
ção da pesquisa. Por outro lado, podem 
ocorrer situações em que você encontra 
dificuldades na coleta de dados em razão 
de uma possível inadequação dos instru-
mentos. Em alguns casos, convém adap-
tá-los, em outros, deve-se buscar outros 
instrumentos.
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que não se buscam resultados definitivos, mas sim evidências e argumen-
tos inteligentes que revelem capacidade explicativa, habilidade de escre-
ver um texto com profundidade, competência metodológica para ordenar 
um tema e oferecer-lhe corpo elaborado.
Roteiro para elaboração de uma monografia: conclusões
Nas conclusões, procuramos responder a pergunta que fizemos, proble-
matizando o tema. Trata-se de uma reflexão crítica e lógica sobre os da-
dos obtidos em função do problema de pesquisa. Nesse momento, você 
deve se preocupar com a divulgação dos resultados (para o que existem 
muitos instrumentos).
Roteiro para elaboração de uma monografia: referências 
bibliográficas
As referências bibliográficas são feitas segundo as normas da ABNT, as 
quais determinam que, ao	longo	do	texto, faz-se uma menção breve e, ao 
final, coloca-se a obra completa que é descrita. 
EXEMPLO
As referências ao longo do texto devem ser colocadas da seguinte forma:
1) Quando o autor faz parte do texto:
Para Demo (2000, p.10), “atingir patamares aceitáveis de qualificação dos professores (...)”
2) Quando o autor não faz parte do texto:
O professor tem sido o foco de intensas críticas relativas ao fracasso escolar
(FERNANDES, 2005).
As referências bibliográficas ao final do trabalho (aquelas que você 
indicou ao longo do trabalho, especialmente) devem ser completas e 
em ordem alfabética. 
EXEMPLO
Veja alguns exemplos para cada tipo de referência:
1) Livro de um só autor:
SOBRENOME, Nome. Título em itálico. Edição. Local de edição: Editora, ano de edição.
Exemplo: MARCUSE, Herbert. Razão e Revolução: Hegel e advento da teo-
ria social. 4. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978.
COMENTÁRIO
Ao longo do texto
As referências feitas ao longo do texto 
servem para que o leitor saiba de qual 
autor você está falando. Tais referências 
resumem a fonte de consulta completa 
que irá constar ao final do texto. 
Aula 5 Planejamento e Tipos de Trabalho Científico
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2) Livro de dois autores:
SOBRENOME, Nome; SOBRENOME, Nome. (O restante permanece como no primeiro exemplo).
Exemplo: MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. A ideologia alemã. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
3) Livro de três autores:
SOBRENOME, Nome; SOBRENOME, Nome; SOBRENOME, Nome. (O restante permanece como no pri-
meiro exemplo).
4) Livro de mais de três autores:
SOBRENOME, Nome et al. (et al, em Latim, significa “e outros”). (O restante permanece como no
primeiro exemplo).
5) Capítulo em livros:
SOBRENOME, Nome. Título do artigo. In: SOBRENOME, Nome (Ed./Org.). Título do livro em itálico. (O
restante permanece como no primeiro exemplo). Número das páginas inicial e final.
Exemplo: SANFELICE, José Luís. Dialética e pesquisa em Educação. In: LOMBARDI, J.; SAVIANI, 
Demerval. (Org.). Marxismo e educação: debates contemporâneos. Campinas: Autores Associa-
dos, 2005. Pgs. 41-59.
6) Artigos em periódicos:
SOBRENOME, Nome. Título do artigo sem aspas ou itálico. Nome da Revista em itálico, Local da publica-
ção, volume, número, página(s), mês/ano.
Exemplo: DELUIZ, Neize; et al. Trabalho, meio ambiente e educação: um estudo das práticas 
educativas das ONGs. Educação e Cultura Contemporânea, Rio de Janeiro, v.1, n.1, p. 23-34, 
jan./jun.2004. 
7) Dissertações e Teses:
SOBRENOME, Nome. Título da dissertação ou tese em itálico. Total de folhas. Tipo (Dissertação ou Tese).
Nome do curso. (Mestrado em Educação ou Doutorado em Educação), Nome da Instituição (Faculdade,
Universidade), Local, data.
Exemplo: COSTA, Viviane da. Argumentos católicos contra John Dewey: análise retórica do dis-
curso de oposição à pedagogia nova. 205p. Dissertação (Mestrado em Educação Escolar), Fa-
culdade de Ciências e Letras, Universidade Estadual Paulista, Araraquara, 2005.
8) Artigos em jornais:
SOBRENOME, Nome. Título do artigo sem aspas ou itálico. Nome do jornal em itálico, Local, data, Cader-
no/Seção, número, página(s).
Exemplo: MATTOS, Paulo. Crianças e internet. Diário Catarinense, Florianópolis, 16 fev. 2013. 
Caderno Variedades, p.3.
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9) Trabalho em evento:
SOBRENOME, Nome. Título do artigo sem aspas ou itálico. In: Nome do evento em maiúsculas, ano, local,
Título dos Anais em itálico. Local de Edição: Editora, ano. página(s).
Exemplo: GUIMARÃES, Edilene. O trato com o conhecimento escolar no ensino público técnico 
profissional. In: ENCONTRO NACIONAL DE DIDÁTICA E PRÁTICA DE ENSINO, XI., 2002, Goiâ-
nia. Anais: igualdade e diversidade na educação. Goiânia: ENDIPE, 2002. 1 CD-ROM.
10) Material disponível na internet:
Referenciar de acordo com o tipo de material, como nos itens acima, e ao final acrescentar Disponível em:
<endereço da página>. Acesso em: data do acesso.
Exemplo: CIAVATTA, Maria. A formação integrada: a escola e o trabalho como lugares de memória 
e de identidade. Niterói: EdUFF, 2005. Disponível em:
http://www.uff.br/trabalhonecessario/MMGN3.htm> Acesso em: 10 abr. 2005.
ATIVIDADE
Fazendo a bibliografia do seu trabalho científico
Esta atividade vai servir para experimentar os conhecimentos que você obteve sobre a bibliografia. 
1) Da sua revisão bibliográfica, pegue três títulos. Faça a referência deles.
2) Compare o que fez com os exemplos das referências deste livro. Verifique se faltou alguma coisa, vír-
gulas, pontos, letra maiúscula etc.
COMENTÁRIO
A bibliografia de seu trabalho deve ser feita constantemente. Não deixe para o final.Quando termi-
namos um trabalho, é difícil prestar atenção a detalhes, e a bibliografia é cheia de detalhes. Cada 
vez que ler uma obra, um artigo, um livro, uma dissertação de mestrado, uma monografia, faça logo 
a referência bibliográfica dela. Quando acabar seu trabalho, a bibliografia estará pronta.
Agora, conhecendo as várias etapas de elaboração do seu TCC, você estará preparado 
para avaliar o que irá utilizar para obter os dados de que necessita para fazer seu trabalho 
final. Nos capítulos que seguem, você vai encontrar diversas ferramentas ou técnicas de 
investigação que poderá utilizar para a coleta e a análise de dados de pesquisa, seja ela feita 
na internet, com pessoas, em jornais, em bibliotecas ou em outros trabalhos científicos.
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Visite-nos: mrdezigner.com.br 26 METODOLOGIA CIENTÍFICA
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALBERTI, V. Manual de história oral. Rio de Janeiro: FGV, 2004.
ALVES-MAZZOTTI, A. J., GEWANDSZNAJDER, F. O método nas ciências naturais e sociais: pesquisa quantitativa e 
qualitativa. 2ª ed. São Paulo: Pioneira, 2000.
ALVES-MAZZOTTI, A. J. Usos e abusos dos estudos de caso. In: Cadernos de Pesquisa. São Paulo, Fundação Carlos 
Chagas/Cortez, n. 129, 2006.
BASTOS, L. R; PAIXÃO, L.; FERNANDES, L.M.; DELUIZ, N. Manual para a elaboração de projetos e relatórios de 
pesquisa, teses, dissertações e monografias. 6ª ed. Rio de Janeiro: LTC, 2003. 
BOGDAN, Robert, BIKLEN, Sari. Investigação qualitativa em educação: uma introdução à teoria e aos métodos. In: 
Coleção ciência da educação, 12. Portugal: Porto, 1994 
BOSI, E. O tempo vivo da memória: ensaios de psicologia social. São Paulo: Ateliê Editorial, 2003.
BIANCHETTI, L.; MACHADO, A. M. N. (Org.). A bússola do escrever: desafios e estratégias na orientação de teses e 
dissertações. São Paulo: Cortez, 2002.
CASTRO, Monica Rabello de; FERREIRA, Giselle; GONZALEZ, Wania. Metodologia da Pesquisa em Educação. Nova 
Iguaçu: Marsupial, 2013.
DE BRUYNE, P. et al. Dinâmica da pesquisa em Ciências Sociais: os pólos da prática metodológica. Rio de Janeiro: 
Francisco Alves, 1977.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 1991.
HIRANO, Sedi (Org.). Pesquisa social: projeto e planejamento. São Paulo: TA Queiroz, 1979.
MEIHY, J. C. S. B.; HOLANDA, F. História oral: como fazer, como pensar. São Paulo: Contexto, 2010.
RIZZINI, I.; CASTRO, M. R.; SARTOR, C. Pesquisando: guia de metodologia de pesquisa para programas sociais. Rio de 
Janeiro: Universidade Santa Úrsula, 1999.
SALOMON, Délcio Vieira. Como fazer uma monografia. 3ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 1994.
SELLTIZ ET AL. Métodos de pesquisa nas relações sociais. São Paulo: Universidade de São Paulo, 1974.
TURATO, E. R. Tratado da Metodologia da Pesquisa Clínico-qualitativa. Rio de Janeiro: Vozes, 2003.
ZAGO, N.; CARVALHO, M. P.; VILELA, R. A. T. (Org.). Itinerários de pesquisa: perspectivas qualitativas em Sociologia 
da Educação. Rio de Janeiro: DP&A, 2003.
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	Metodologia Científica
	Roteiro de leitura
	Leitura da Apresentação do livro.
	Leitura, no capítulo 3: “Metodologia para a elaboração de trabalho científico” dos seguintes tópicos:
	 A pesquisa científica e o TCC (67)
	 Explorando a pesquisa bibliográfica (69)
	 Panorama sobre diferentes metodologias (72)
	 O Trabalho de Conclusão de Curso: roteiro para sua elaboração e normas técnicas (74-81)
	Objetivo desta Aula 
	1) Relacionar os tipos de trabalho científico;
	2) Relacionar o planejamento como fonte primordial para o desenvolvimento de um trabalho científico;
	3) Listar os tipos de trabalhos acadêmicos mais comuns, suas funções e particularidades.
	Nesta aula, estudaremos os aspectos relacionados ao planejamento de uma pesquisa e à estrutura e tipos de trabalhos acadêmicos e científicos.
	Você aprenderá também a construir hipóteses que ajudarão na definição da pesquisa e a identificar as variáveis de um problema científico.
	A disciplina está dividida em 4 blocos:
	Esta aula faz parte do terceiro bloco e visa estudar a Metodologia aplicada à pesquisa científica.
	Você sabe por onde começar um trabalho acadêmico?
	A primeira fase de qualquer trabalho de pesquisa é a definição do que será estudado.
	Se o tema da pesquisa não for estabelecido pelo professor, você terá liberdade para fazê-lo. Porém, você deve ter cautela ao escolher o assunto que pretende investigar, porque essa flexibilidade pode te colocar em uma enrascada.
	Pensamos logo em escolher um tema de nosso interesse pelo nosso gosto, não é mesmo? Algo sobre o qual queremos saber mais e achamos atraente. Mas isso pode não ser nada produtivo.
	Ao escolher um tema, devemos levar em consideração, por exemplo, se há uma bibliografia considerável sobre o assunto, se esta é fácil de ser encontrada, se estamos seguros para desenvolver os argumentos etc.
	Não podemos escolher algo sobre o qual não conseguiremos falar, não é verdade? Isso, sem dúvida, comprometerá o desenvolvimento do trabalho.
	Antes de iniciar uma pesquisa você deverá seguir os seguintes passos:
	1. Escolha do tema
	O que vou pesquisar?
	A inspiração para o tema pode vir de um aspecto ou uma área de interesse de um assunto que se deseja provar ou desenvolver.
	A vivência diária, as questões polêmicas, reflexão, leituras, debates, discussões também nos servem como fontes de assuntos.
	2. Originalidade
	Precisa ser original?
	Originalidade não é pré-requisito. Você pode pesquisar um tema mesmo que este não seja inédito.
	3. Revisão de Literatura
	Se o tema não é inédito, quem já pesquisou algo semelhante?
	É importante saber quem já pesquisou o assunto escolhido e que contribuição deu para o seu desenvolvimento/conclusão.
	Para isso, procure trabalhos semelhantes ou idênticos e pesquise publicações na área.
	Depois liste os argumentos e veja quais textos você poderá utilizar para apoiar suas ideias. Essa revisão da literatura o ajudará até mesmo a organizar a estrutura do trabalho.
	4. Justificativa
	 Por que estudar esse tema?
	 Que vantagens e benefícios a pesquisa proporcionará?
	 Qual a importância profissional e cultural da pesquisa?
	As respostas dessas questões são as razões que o levarão a estudar o tema escolhido.
	5. Formulação do problema: levantamento das questões norteadoras
	Que questões estou disposto a responder?
	Deve-se definir claramente o problema, apresentá-lo no formato de perguntas e delimitá-lo em termos de tempo e espaço.
	6. Determinação de objetivos
	O que pretendo alcançar com a pesquisa?
	É importante formular um único objetivo geral que apresente o propósito da pesquisa.
	Os objetivos específicos representam a divisão do objetivo geral em outros menores.
	Tema: Liderança autoritária e a motivação
	Problematização: Como a liderança autoritária pode comprometer a motivação dos funcionários da Empresa XYZ?
	Objetivo Geral: Investigar como o estilo de liderança autoritária compromete a motivação dos funcionários na Empresa XYZ.
	Objetivos específicos:
	 Definir o conceito de liderança autoritária;
	 Descrever alguns exemplos de liderança autoritária na Empresa XYZ;
	 Definir o conceito de motivação;
	 Analisar a relação entre liderança e motivação nas organizações.
	Você percebeu que os objetivos específicos desdobram o objetivo geral da pesquisa? Que estão inseridos nesse contexto maior?
	Você observou também que o objetivo geral expressa exatamente o que se pretende provar a partir da problematização do tema?
	Por meio da pesquisa e da dedicação você delimitará facilmente tanto o objetivo geral quanto os específicos.
	Planejar e pesquisar são o lema
	Seguindo os passos que acabamos de analisar fica fácil perceber como é importante fazer um planejamento do trabalho, não é mesmo?
	Então, antes de iniciarqualquer trabalho acadêmico, dedique-se ao planejamento, procure traçar o caminho mais eficiente para ficar claro o que se pretende com ele.
	Esse planejamento o ajudará a encontrar um tema interessante e sem obstáculos que comprometam a sua pesquisa. Assim, você caminhará com mais segurança ao realizar o trabalho, aumentando inclusive as chances de terminá-lo no prazo sem passar apertos, já que tem uma boa ideia de quanto tempo precisará dedicar a cada fase da pesquisa. Vale o esforço!
	O planejamento ainda contribui para a escolha de um tema que pode levar seu trabalho a ter uma aplicação prática. O que é uma bela recompensa, não é mesmo?
	Prepare-se bem e você economizará tempo mais tarde e não terá a chance de escolher um tema improdutivo. Tenha certeza!
	Problematizar, eis a questão!
	Depois de escolhido o tema, deve-se pensar no problema a ser estudado.
	Sabemos que o mais comum ao ouvirmos a palavra problema é pensarmos em obstáculo, contratempo, situação difícil, conflito, não é?
	Mas, no nosso caso, o problema é científico e significa assunto controverso, isto é, refletir sobre um assunto que ainda não foi satisfatoriamente respondido, em qualquer campo de conhecimento.
	Este problema, então, faz de um tema um objeto de pesquisas científicas ou discussões acadêmicas, em qualquer domínio do conhecimento.
	A clareza na formulação do problema científico refletirá na formulação dos objetivos e, consequentemente, no sucesso de sua pesquisa.
	Por que elaborar problemas científicos?
	Problematizar consiste em formular questões sobre o tema, ou seja, apresentar um questionamento que envolve o tema da pesquisa.
	É preciso esclarecer, portanto, que não se trata de uma simples pergunta, mas de um enunciado construído pela observação e investigação a partir de leituras aprofundadas sobre o tema escolhido.
	Essa tarefa envolve habilidades do pesquisador, o domínio do assunto, bem como a bibliografia disponível.
	Veja estes três exemplos:
	1. Problema de EngenhariaComo fazer algo de maneira eficiente.
	Veja dois exemplos:
	 “Como fazer para melhorar os transportes urbanos?”
	 “Como aumentar a produtividade no trabalho?”
	2. Problema de Valor
	Aqueles que indagam se algo é bom ou mau, desejável ou indesejável, certo ou errado, melhor ou pior, se algo deve ou não ser feito.
	Veja dois exemplos:
	 “Os pais devem dar palmadas nos filhos?”
	 “Qual a melhor técnica para a propaganda?”
	3. Problema Científico
	Um problema é considerado de natureza científica quando envolve variáveis que podem ser tidas como testáveis, podem ser observadas e manipuladas.
	O termo variável é o dos mais empregados na linguagem dos pesquisadores. Seu objetivo é o de conferir maior precisão aos enunciados científicos, sejam hipóteses, teorias, leis, princípios ou generalizações. O conceito de variável refere-se a tudo aquilo que pode assumir diferentes valores ou diferentes aspectos, segundo os casos particulares ou as circunstâncias (GIL, 2002, p.36).
	Veja um exemplo:
	“Em que medida a escolaridade determina a preferência político-partidária?”
	Aqui temos duas variáveis relacionando-se:
	 Variável 1: escolaridade
	 Variável 2: preferência político-partidária 
	As variáveis podem ser de três tipos:
	 IndependenteVariável que influencia, determina ou afeta outra variável, dando a condição ou a causa para certo resultado, efeito ou consequência.
	Exemplo: “Se dermos uma pancada no joelho dobrado de um indivíduo, sua perna esticará”.
	 DependenteConsiste nos valores a serem explicados ou descobertos, em virtude de serem influenciados, determinados ou afetados pela variável independente.
	Exemplo: “Se dermos uma pancada no joelho dobrado de um indivíduo, sua perna esticará”.
	 IntervenienteÉ aquela que em uma sequência causal se coloca entre a variável independente e a dependente, tendo como função ampliar, diminuir ou anular a influência de uma sobre a outra.
	Exemplo: 
	“A liderança autoritária influencia na motivação dos colaboradores.”
	Cada problema científico formulado conta com duas variáveis.
	Então, em ordem de importância, arraste os botões com o motivo das variáveis para as áreas correspondentes em branco:
	“Os alunos de Administração são mais conservadores do que os de Ciência Sociais.”
	Variável 1: Curso
	Variável 2: Conservadorismo
	A variável relacionada ao Curso é independente em relação à variável relacionada ao Conservadorismo. Por isso, é mais importante.
	Conservadorismo, por sua vez, é uma variável dependente da primeira (Curso). Sendo, assim, menos importante.
	“A classe social da mãe influencia no tempo de amamentação dos filhos.”
	Variável 1: Classe social
	Variável 2: Tempo de amamentação
	A variável relacionada à Classe social é independente em relação à variável relacionada ao Tempo de amamentação. Por isso, é mais importante.
	Tempo de amamentação, por sua vez, é uma variável dependente da primeira (Classe social). Sendo, assim, menos importante.
	Marque um X nas respectivas colunas para classificar os problemas abaixo como problemas de engenharia, de valor ou científico:
	A pesquisa científica não pode dar respostas a questões de engenharia ou de valor porque tais dados não são passíveis de verificação. Nesse sentido, o problema deve ser claro e preciso, ou seja, não deve ser formulado de maneira vaga e os termos usados devem ser adequados.
	O problema deve ser delimitado a uma dimensão viável, o que significa dizer que a delimitação do problema deve estar relacionada aos meios disponíveis para investigação.
	Dos problemas às hipóteses
	Ao seguirmos a ordem das razões, podemos afirmar que a formulação de uma hipótese de pesquisa decorre da problematização.
	As hipóteses são as possíveis respostas encontradas para o problema formulado.
	A problematização requer possibilidades de respostas, que compõem alternativas que devem ser consideradas e examinadas.
	Exemplo de hipótese
	Tema: mortalidade infantil
	Problematização: em que medida o fenômeno da mortalidade infantil está relacionado à desnutrição da criança?
	/
	Você percebeu que o pesquisador ao constatar a relação entre as variáveis (mortalidade infantil e desnutrição) formulou uma hipótese?
	Relatório
	O Relatório é a parte final de uma pesquisa. Seu objetivo consiste em dar ao leitor o resultado completo do estudo, apresentando fatos, dados, procedimentos utilizados, resultados obtidos, chegando a certas conclusões e recomendações (RAMPAZZO, 2005).
	O Relatório está estruturado em:
	Agora é com você!
	Siga as pistas e cace 5 tipos de trabalhos acadêmicos bens comuns:
	1. Parte final de uma pesquisa. Seu objetivo consiste em dar ao leitor o resultado completo do estudo. Relatório
	2. Tipo de trabalho que tem 3 subtipos. Monografia
	3. Muitas pessoas estão envolvidas na elaboração deste trabalho. Seminário
	4. Estudo preparatório, esboço ou conjunto dos estudos preliminares, que irão constituir as diretrizes básicas do projeto definitivo. Anteprojeto
	5. Pontos principais que revelam a definição de um problema, a revisão sucinta da bibliografia e a metodologia. Pesquisa
	/
	Chegamos ao final de mais uma aula
	Nesta aula aprendemos que planejar não é perda de tempo!
	Agora vai outra dica importante: após delimitar o tema, procure ler o que os autores falam sobre ele e anote como eles problematizaram esse tema.
	Observe como levantaram questões norteadoras da pesquisa, bem como responderam a essas questões formuladas.
	Isso o ajudará a formular a questão que será respondida no seu trabalho.
	E, lembre-se, é muito importante ter consciência do tipo de trabalho que se pretende escrever e sua função para obter sucesso na apresentação de suas pesquisas.
	APRENDA MAIS
	BELL, Judith. Projeto de pesquisa: guia para pesquisadores iniciantes em educação, saúde e ciências sociais. 4.ed. Porto Alegre: Artmed, 2008.
	FACHIN, O. Fundamentos de metodologia. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2006.
	FRANCO, Jeferson Cardoso. Como elaborar trabalhos acadêmicos nos padrões da ABNT:

Outros materiais