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SAVIANI, Demerval: A Pedagogia Histórico-Crítica TEXTO 002 MOISES TEIXEIRA NASCIMENTO

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Universidade do Estado do Amazonas – UEA
 Centro de Estudos Superiores de Tefé - CEST
 Curso: Licenciatura em História – 2º período
 Docente: Profª Drª Rita de Cássia Machado
 Trabalho da disciplina: Ficha de leitura
 Discente: Moisés Teixeira Nascimento– Matricula: 1516080038
FICHA DE LEITURA - 002
Referência do texto:SAVIANI, Demerval: A Pedagogia Histórico-Crítica 10º ed: COMPETENCIA POLÍTICA E COMPROMISSO TÉCNICO (O Pomo da Discórdia e o Fruto Proibido). In:______. Campinas: Autores Associados, 2008. (p. 23-64)
 No texto supracitado, Saviani expõe suas opiniões e seus pontos de vista e fazendo uma releitura do debate ocorrido em 1983, que discorreu sobre a polêmica instaurada pelo livro Magistério de 1º grau: da competência técnica ao compromisso político, de Guiomar Namo de Mello, este debate buscou esclarecer, no campo da teoria educacional, as relações entre a educação e a política, além do alcance da atuação política na prática educativa. A manifestação de Saviani foi estimulada após a publicação do artigo de Paolo Nosella: “O compromisso político como horizonte da competência técnica”.
 Saviani antes de mais nada, pergunta aos leitores quem tem medo da competência técnica ? E diz que muitos criticaram o livro antes mesmo de lê-lo.
 “Antes de entrar no mérito do livro Magistério de 1º Grau; da competência técnica ao compromisso político creio ser de interesse situar, para os leitores, o conteúdo global da obra em questão. Isto, além de facilitar o acompanhamento de meu raciocínio àqueles leitores que porventura não tenham tido acesso ao livro de Guiomar, me parece necessário também porque tenho notado que vários dos críticos que têm engrossado a polêmica em torno desse verdadeiro pomo da discórdia, sequer se deram ao trabalho de ler o referido livro. (SAVIANI, 10º Ed., 2008, p. 25, grifos nossos).
 Saviani classifica como “ a árvore do pomo da discórdia”, a tese de Guiomar Namo de Mello que parte do caráter mediador da escola no seio da sociedade e fala sobre as representações do professor de primeiro grau a respeito de sua prática docente.
 Para explicitar a teoria, Guiomar parte do caráter mediador da escola no seio da sociedade. Procede, então, a uma crítica da teoria da reprodução na versão representada pela teoria do sistema de ensino enquanto violência simbólica de Bourdieu-Passeron, visando limpar o caminho para expor sua visão de escola, visão essa centrada na categoria de mediação. Através de tal percurso formula suas principais hipóteses bem como sua tese central, esclarecendo a relação recíproca entre esse arsenal conceptual e seu objeto de estudo: as representações do professor de primeiro grau a respeito de sua prática docente. (SAVIANI, 10º Ed., 2008, p. 26).
 Segundo Saviani, a visão de Guiomar Namo de Mello sobre a competência técnica é o “pomo da discórdia” a que se refere o texto. 
 “ Vê-se, pois, que para Guiomar "competência técnica" tem um sentido claramente não tecnicista já que não diz respeito ao domínio de certas regras externas simplificadas e aplicáveis mecanicamente a tarefas fragmentadas e rotineiras. Ao contrário, compreende o domínio teórico e prático dos princípios e conhecimentos que regem a instituição escolar. Referi-me à instituição escolar pois se trata de uma delimitação importante. Em todo o trabalho Guiomar jamais pretende ultrapassar os limites da educação escolar. Sua tese relativa à competência técnica e seu significado político não pretende, pois, ter validade para a educação em geral”. (SAVIANI, 10º Ed., 2008, p. 29, grifos nossos).
 Saviani afirma categoricamente que quem tem medo da competência técnica é a classe dominante.
 “À luz da análise feita parece óbvio que as camadas trabalhadoras não têm qualquer motivo para temer a competência técnica. Ao contrário, é a classe dominante que tem razões para temê-la, tanto assim que, no empenho em preservar seus interesses acabou por provocar a produção da incompetência a despeito das proclamações em contrário. (SAVIANI, 10º Ed., 2008, p. 25, grifos nossos).
 Saviani, reconhece a competência política da autora Guiomar Namo de Mello.
 “Parece-me, pois, que fundamentalmente não existe oposição entre Guiomar e seus críticos. Existe, sim, uma diferença. Com efeito, o horizonte político de Guiomar, seu compromisso político é o mesmo do Paolo e tantos outros entre os quais me incluo. A diferença consiste em que, com os olhos fixos nesse horizonte, Guiomar está empenhada na caminhada para torná-lo menos distante. Está preocupada em encontrar as formas de traduzir praticamente a opção política que tem em comum com seus críticos. Está, como ela gosta de dizer, preocupada com a travessia: como atravessar o fosso que se interpõe entre as condições atuais e o nosso projeto de sociedade ?Mas nela essa preocupação não se detém num plano genérico, abstrato. Ela quer realizar concretamente esta caminhada. Volta-se, então, para a questão escolar e se posiciona: a escola tem uma contribuição específica a dar nessa travessia (confira p. 13 e 14). E seu problema é: como pode a escola dar essa contribuição, como pode ela cumprir a função política que lhe é própria (na perspectiva dos interesses das camadas trabalhadoras?) (SAVIANI, 10º Ed., 2008, p. 33).
 Segundo Saviani, a visão Paolo Nosella sobre o livro Magistério de 1º grau: da competência técnica ao compromisso político, de Guiomar Namo de Mello, gerou seu artigo “O compromisso político como horizonte da competência técnica”. Que segundo o autor trás metas que são tidas como “o fruto proibido”.
 “(...) para Paolo Nosella o compromisso político é o "ponto crítico do processo educativo”. O educador que queira se colocar na perspectiva da "emergente classe trabalhadora" deve, pois, romper com a velha concepção de cultura (a enciclopédico-burguesa). Isto implica desobedecer, quebrar as regras estabelecidas, ousar comer do fruto da "árvore da ciência do bem e do mal" negando, assim, a inocência paradisíaca que reina na escola capitalista. Utilizo essa simbologia porque ela me parece rica na medida em que permite entender o processo de desvelamento das leis que regem a sociedade capitalista. Nessa tarefa o educador não necessita começar do zero. Do seio da velha cultura emergiu a "visão cultural socialista" que, "embora dominada, é historicamente superior à burguesa e incorpora, de um novo ponto de vista, as conquistas das culturas passadas".21 E a expressão elaborada dessa nova cultura é a "filosofia da práxis". Esta é a ciência que desvenda os segredos da dominação burguesa. Já que esse ponto de vista é radicalmente novo, isto é, se constitui com uma "raiz substantivamente diferente" é apenas colocando-se nessa perspectiva que será possível imprimir uma direção genuinamente nova para a prática educativa. (SAVIANI, 10º Ed., 2008, p. 45 – 46, grifos nossos).
Tefé – AM, 12 de setembro de 2015
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MOISÉS TEIXEIRA NASCIMENTO
Matricula: 1516080038

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