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CIÊNCIAS E ENGENHARIA DOS MATERIAIS Prof: Jailson Rolim Teodosio 2014.2 ESTRUTURA DOS MATERIAIS Polimorfismo: fenômeno no qual alguns metais e ametais podem apresentar mais de uma estrutura cristalina. Quando o polimorfismo é encontrado em sólidos elementares, o fenômeno é usualmente denominado alotropia. A estrutura cristalina ou forma alotrópica que prevalece no sólido depende da: • temperatura; • pressão externa. POLIMORFISMO E ALOTROPIA Exemplos: 1. Formas alotrópicas do carbono (C): • Grafita: polimorfo estável sob condições ambientais. • Diamante: formado sob pressões extremamente elevadas. 2. Formas alotrópicas do ferro puro (Fe): • Estrutura CCC: à temperatura ambiente. • Estrutura CFC: à temperatura > 912º C. Na maioria das vezes uma transformação polifórmica é acompanhada de mudança na massa específica e em outras propriedades físicas do material. POLIMORFISMO E ALOTROPIA Como há muitas estruturas cristalinas diferentes, convém dividi-las em grupos ou sistemas, conforme as configurações das células unitárias e/ou dos arranjos atômicos. Um dos enfoques está baseado na geometria da CU, independente das posições dos átomos, e consiste de um sistema de coordenadas xyz com as seguintes características: • origem localizada em um dos vértices da CU; • cada eixo x, y e z coincide com uma das três arestas do paralelepípedo; SISTEMAS CRISTALINOS • A geometria da CU é completamente definida em termos de seis parâmetros (parâmetros de rede cristalina): i. os comprimentos das três arestas: a, b e c; ii. os três ângulos entre os eixos: α, β e γ. Célula unitária mostrando: • os eixos coordenados: x, y e z. • os comprimentos axiais: a, b e c; • os ângulos entre eixos: α, β e γ. SISTEMAS CRISTALINOS A partir da combinação dos parâmetros de rede cristalina (a, b, c, α, β e γ ), podem ser definidos sete sistemas cristalinos: • Cúbico: a = b = c; α = β = γ = 90˚ • Hexagonal: a = b ≠ c; α = β = 90˚, γ = 120˚ SISTEMAS CRISTALINOS • Tetragonal: a = b ≠ c; α = β = γ = 90˚ • Romboédrico: a = b = c; (trigonal) α = β = γ ≠ 90˚ SISTEMAS CRISTALINOS • Ortorrômbico: a ≠ b ≠ c; α = β = γ = 90˚ • Monoclínico: a ≠ b ≠ c; α = γ = 90º ≠ β SISTEMAS CRISTALINOS • Triclínico: a ≠ b ≠ c; α ≠ β ≠ γ ≠ 90˚ Importante! • As estruturas CFC e CCC pertencem ao sistema cristalino cúbico. • A estrutura HC se enquadra no sistema hexagonal. SISTEMAS CRISTALINOS Objetivos Descrever a geometria, as posições atômicas, os planos e direções cristalográficas; Calcular a densidade linear e planar dos sólidos metálicos. PONTOS, DIREÇÕES E PLANOS CRISTALOGRÁFICOS O estudo de planos e direções atômicas é importante para: – A determinação da estrutura cristalina; – Analisar o comportamento da deformação plástica; – Auxiliar na compreensão das propriedades de transporte. Exemplo: Nos supercondutores a base de YBa2Cu3O7, alguns planos contêm somente Cu e O. Estes planos conduzem pares de elétrons (chamados pares de Cooper) que são os responsáveis pela supercondutividade. PONTOS, DIREÇÕES E PLANOS CRISTALOGRÁFICOS Para localizar as posições atômicas em células unitárias cúbicas, usam-se os eixos ortogonais x, y e z. Em cristalografia, o sentido positivo do eixo x tem geralmente a direção que sai do papel, o sentido positivo do eixo y aponta para a direita do papel, e o sentido positivo do eixo z aponta para cima Os sentidos negativos são os opostos aos que acabamos de descrever. PONTOS, DIREÇÕES E PLANOS CRISTALOGRÁFICOS PONTOS, DIREÇÕES E PLANOS CRISTALOGRÁFICOS Eixos ortogonais x, y, z utilizados para localizar as posições dos átomos nas células unitárias cúbicas. Fazer referência a direções específicas nas redes cristalinas é particularmente importante no caso dos metais e ligas com propriedades que variam com a orientação cristalográfica. Três índices são empregados para designar as localizações de pontos, as direções e os planos cristalográficos do sistema cristalino. Conforme visto, nos sistemas cristalinos hexagonal, romboédrico, monoclínico e triclínico, os três eixos não são mutuamente perpendiculares, como no sistema de coordenadas cartesianas familiar. PONTOS, DIREÇÕES E PLANOS CRISTALOGRÁFICOS A posição de qualquer ponto P no interior de uma CU é especificada por suas coordenadas na forma de múltiplos fracionários q, r e s (valores ≤ 1) dos comprimentos das arestas unitárias a, b e c nas direções x, y e z, respectivamente. Logo: P = (qa, rb, sc) COORDENADAS DOS PONTOS EXEMPLO 1. Para a célula unitária mostrada na figura, localize o ponto com coordenadas ¼ 1 ½. 2. Especifique as coordenadas dos pontos para todas as posições atômicas na célula unitária CCC da figura. APLICAÇÃO 1 É definida como uma linha entre dois pontos ou um vetor. As seguintes etapas são consideradas para determinar os três índices direcionais: 1. Um vetor de comprimento conveniente é posicionado de maneira tal que passe na origem do sistema de coordenadas. Qualquer vetor pode ser transladado por toda a rede cristalina sem sofrer alternação, desde que o paralelismo seja mantido; 2. São determinados os comprimentos das projeções do vetor sobre cada um dos três eixos. Esses comprimentos são medidos em termos das dimensões a, b, e c da CU; 3. Esses três números são multiplicados ou divididos por um fator comum, para reduzi-los aos menores valores inteiros; 4. O três índices, sem separação por vírgulas, são colocados entre colchetes: [u v w]. Os inteiros u, v e w correspondem às projeções reduzidas ao longo dos eixos x, y e z. DIREÇÕES CRISTALOGRÁFICAS • Para cada um dos três eixos existirão tanto coordenadas positivas quanto negativas; • Os índices negativos são representados por uma barra sobre o número: DIREÇÕES CRISTALOGRÁFICAS IMPORTANTE No sistema cúbico, as direções que possuem índices iguais, independentemente da ordem em que aparecem ou de seus sinais, são equivalentes. Por exemplo, os índices são equivalentes e por conveniência , são a grupados como uma família, a qual é representada como Isto não é válido para outros sistemas cristalinos. Por exemplo, nos cristais com simetria tetragonal, as direções e , são equivalentes, mas as direções , não o são. DIREÇÕES CRISTALOGRÁFICAS 1. Determine os índices para a direção mostrada na figura abaixo. 2. Desenhe a direção em uma célula cúbica. APLICAÇÃO 2 Desenhe os seguintes vetores-direção, em células unitárias cúbicas: (a) [100] e [110]; (b) [112]; (c) [110] e (d) [321] APLICAÇÃO 2 É um sistema de coordenadas com quatro eixos, utilizado para definir as direções cristalográficas no sistema hexagonal, visando resolver questões relacionadas a famílias de índices equivalentes. Os três eixos, a1, a2 e a3, estão contidos em um único plano, denominado plano basal, e formam entre si ângulos de 120º. O eixo z é perpendicular ao plano basal e coincide com o centro do hexágono. Os índices direcionais são representados por quatro índices no formato [u v t w], que pertencem aos eixos a1, a2, a3 e z, respectivamente. SISTEMA DE MILLER - BRAVAISSistema de eixos co- ordenados para uma célula unitária hexagonal – Esquema de Miller-Bravais. SISTEMA DE MILLER - BRAVAIS SISTEMA DE MILLER - BRAVAIS Conversão do sistema de 3 índices para o sistema de 4 índices é obtida com o uso das seguintes equações: SISTEMA DE MILLER - BRAVAIS Numa estrutura cristalina é, por vezes, necessário fazer referência a determinados planos de átomos, ou pode haver interesse em conhecer a orientação cristalográfica de um plano ou conjunto de planos de uma rede cristalina. Em todos os sistemas cristalográficos, à exceção do hexagonal, os planos cristalográficos são especificados por três índices de Miller na forma (hkl). A sua determinação tem por base também a célula unitária. Quaisquer dois planos paralelos entre si são equivalentes e possuem índices idênticos. PLANOS CRISTALOGRÁFICOS Procedimento para determinação de h, k e l: Se o plano passa através da origem que foi selecionada, deve- se: Construir outro plano paralelo no interior da CU mediante uma translação apropriada; ou Estabelecer uma nova origem no vértice de outra célula unitária. O plano cristalográfico intercepta ou é paralelo a um dos três eixos. O comprimento da interseção planar é determinado em termos dos parâmetros a, b e c. Obter os valores inversos desses números. Um plano paralelo a um eixo pode ser considerado como tendo uma interseção no infinito e, portanto, um índice igual a zero. PLANOS CRISTALOGRÁFICOS 4. Se necessário, mudar os três números para um conjunto de números inteiros menores, multiplicando ou dividindo por um fator comum; 5. Colocar os índices inteiros, não separados por vírgula, entre parênteses (h k l). PLANOS CRISTALOGRÁFICOS PLANOS CRISTALOGRÁFICOS trado na figura abaixo. Resp: Densidade Linear na Célula Unitária 1. Calcule a densidade atômica linear ρL na direção [110] da rede cristalina do cobre, em átomos por mm. O cobre é CFC e o parâmetro de rede é 0,361 nm. Resp: ρL = 3,92 x 10 6 átomos /mm APLICAÇÃO Densidade Planar na Célula Unitária APLICAÇÃO 1. Calcule a densidade atômica planar ρp, em átomos por milímetro quadrado, no plano (110) do ferro-α, cuja rede é CCC. O parâmetro de rede do ferro-α é 0,287 nm. Resp: ρp = 1,72 x 10 13 átomos /mm2
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