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PROCESSAMENTO DE TECIDOS HISTOLÓGICOS PREPARO DAS PEÇAS O tecido a fresco contêm cerca de 85% de líquido, que ficam retidos em seu interior mesmo após a fixação. Para que se torne possível o corte dos tecidos, é necessário que eles passem por três etapas de processamento: • Desidratação; • Diafanização ou Clareamento; • Impregnação ou infiltração. Este processamento pode ocorre por diferentes formas: ▪ Processamento manual – O técnico manualmente corre o material por cubas contendo os reagentes, obedecendo o tempo de permanência em cada cuba; ▪ Processamento automático – O técnico coloca o material em aparelhos programáveis para realizarem o processamento; ▪ Processamento automático aquecido – Igual ao anterior, porém todas as cubas possuem aquecimento, tornando o processamento mais rápido e mais eficaz. Processamento automático DESIDRATAÇÃO A desidratação é o primeiro passo do processamento do tecido. Esse processo consiste em retirar a água que há no tecido. É feita pelo álcool etílico, pois é o reagente mais vantajoso para este fim. Durante a desidratação é possível verificar que a peça além de readquirir a sua cor natural, ela diminui de tamanho, explicado pela saída da água, que ocupa um determinado espaço no tecido. O processo de diminuição do volume da peça é chamado de retração. A retração provocada pelo álcool varia de acordo com a técnica de desidratação empregada. Para evitar uma grande retração tecidual, não se deve iniciar a desidratação em álcool absoluto e sim fazer uma desidratação progressiva, isto é iniciar por álcoois de baixa graduação, 70° ou 80° e ir elevando a concentração até atingir o álcool absoluto. É necessário a troca regular das cubas de processamento, pois sendo a água mais densa que o álcool, esta se deposita no fundo do recipiente, ocasionando uma má desidratação e interferindo em todo processamento. Os protocolos variam de acordo com o tipo de processamento. Peças mais gordurosas como mama, são melhores processadas em aparelhos automáticos aquecidos. Já as biópsias gástricas são melhores processadas manualmente, pois são pequenas e o tempo de processamento deve ser controlado. Quando o processamento ocorre em aparelho, o protocolo varia de 5 à 6 cubas com álcool com o tempo de uma hora em cada cuba. Cuidado com o álcool DIAFANIZAÇÃO OU CLARIFICAÇÃO É a operação pela qual o álcool da peça é substituído por um solvente da parafina. Os solventes mais utilizados são: Xilol, Benzol e Toluol. Esses diafanizadores, que são insolúveis em água e bem solúveis em álcool etílico, têm a densidade maior que o álcool, deste modo o álcool se encontra na parte superior da cuba. DIAFANIZAÇÃO OU CLARIFICAÇÃO Em um processamento manual não se deve agitar o recipiente que contém o diafanizador, para que ele fique separado do álcool que vai sair da peça. Quando a peça ainda não está completamente desidratada e é passada para o diafanizador forma-se uma nuvem branca. As bibliografias sugerem 3 cubas de diafanizadores, com uma hora de permanência em cada uma. IMPREGNAÇÃO OU INFILTRAÇÃO PELA PARAFINA Como a parafina é sólida à temperatura ambiente, esta deve ser aquecida um pouco acima do seu ponto de fusão (58°- 60°). Esta temperatura deve ser monitorada para nunca ultrapassar os 60°, pois são as elevações das temperaturas que tornamos tecidos muito retraídos, extremamente duros e difíceis de serem cortados, e não uma maior permanência da peça em parafina. IMPREGNAÇÃO OU INFILTRAÇÃO PELA PARAFINA O diafanizador que embebe a peça, dissolve a parafina; deste modo, é uma solução de parafina com o diafanizador que aos poucos vai penetrando na peça. A peça deve ser impregnada por uma parafina cada vez mais pura. Como o diafanizador é um dissolvente da peça, para se conseguir uma boa consistência de bloco de parafina, ele precisa ser eliminado totalmente da peça. USO DO FORNO DE MICROONDAS O forno de microondas pode fazer o papel da estufa no laboratório, servir para encurtar o tempo de fixação, inclusão na parafina e mesmo na coloração especial. O tempo – cada laboratório deverá encontrar o seu ótimo, testando. Em geral 1 minuto de microondas equivale a 1hora de do tempo de incubação da temperatura ambiente. A temperatura – os tecidos podem queimar-se em temperaturas muito elevadas. Usar no máximo 80%. USO DO FORNO DE MICROONDAS Precauções: para evitar exposição excessivas de energia do forno deve-se ter os seguintes cuidados: ✓ Não tentar operar no forno com a porta aberta, porque poderá danificar a energia do microondas; ✓ Não colocar qualquer objeto entre a face frontal e a porta ou deixar sujeira ou resíduos de limpeza acumular-se nas superfícies de fechamento; ✓ Não operar em microondas danificado. OBSERVAÇÕES: ✓ Algumas bibliografias não indicam o processamento aquecido, por prejudicar o tecido e o aspecto dos preparados. Exemplo o álcool que é mais volátil que a água, o aquecimento determinará hidratação do próprio álcool prejudicando o processamento; ✓ Quando o material for mal processado é possível reprocessá-lo. Porém deve-se ter o cuidado de fazer o caminho inverso antes de iniciar um novo processamento; ✓ Lembrar sempre que para ter um bom processamento é necessário primeiro ter uma boa fixação;