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RAFAEL SOARES DA SILVA RA: 8039291 ATIVIDADE PORTFÓLIO Trabalho apresentado ao Centro Universitário Claretiano para a disciplina Ergonomia e Ginástica Laboral como requisito parcial para obtenção de avaliação, ministrado pelo professor Guilherme Tamanini. (POLO DE CURITIBA) 2018 DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE Com base nas leituras propostas, responda às questões a seguir: 1). De acordo com a International Ergonomics Association (IEA), existem três domínios da Ergonomia. Descreva-os e exemplifique com alguma atividade (ou a sua própria atividade) em que momentos, ações na prática você utiliza os domínios estudados. R: Ergonomia Física: domínio que contempla as características da anatomia humana, Antropometria, Fisiologia e Biomecânica e sua relação com os aspectos físicos da atividade. Enquadram-se nessa categoria o estudo das posturas no trabalho, o manuseio de materiais, os movimentos repetitivos, os distúrbios musculoesqueléticos relacionados ao trabalho, o projeto de postos de trabalho e os aspectos relacionados à segurança e à saúde do trabalhador. Exemplo a secretaria que trabalha sentada durante o expediente inteiro, quando se levanta para se alongar. (PADOVEZ, 2015). Ergonomia Cognitiva: domínio que inclui a abordagem dos processos mentais, como a percepção, memória, raciocínio, resposta motora e seus efeitos nas interações entre as pessoas e outros elementos de um sistema. O foco dessa abordagem está no estudo da carga mental de trabalho, na tomada de decisões, na interação homem-computador, no estresse ocupacional e nos efeitos do treinamento. Secretaria que realiza um relaxamento após horas de reunião. (PADOVEZ, 2015). Ergonomia Organizacional: domínio que aborda a otimização dos sistemas sócio-técnicos, abrangendo as estruturas organizacionais, regras e processos. Entre os focos de atenção dessa abordagem estão incluídos o projeto de trabalho, a programação do trabalho em grupo, a organização temporal do trabalho, o projeto participativo, o trabalho cooperativo, a cultura organizacional, as organizações em rede e a gestão da qualidade. Quando a secretaria delega atividades para terceiros otimizando os processos. (PADOVEZ, 2015). 2). O que você entende sobre o Taylorismo, e quais são os seus princípios? Discorra sobre cada um deles. R: Taylorismo é a iniciação de estudos sistêmicos realizados a partir do século passado, sendo um movimento de administração cientifica que foi elaborada pelo engenheiro norte-americano Frederick Winslow Taylor. Princípios do Taylorismo Encontrar uma melhor maneira: para Taylor, o trabalho é governado por leis científicas. Descobrir essas leis, para realizar o trabalho da melhor maneira, é o primeiro passo para a obtenção de uma produção eficiente. (PADOVEZ, 2015). Pessoas certas para as tarefas: para Taylor, as pessoas são diferentes. Assim, elas devem ser selecionadas "cientificamente" para executar determinadas tarefas. (PADOVEZ, 2015). Supervisão, recompensa e punição: para Taylor, a supervisão era essencial para assegurar que a melhor maneira de executar a tarefa fosse de fato empregada. (PADOVEZ, 2015). Sistema de incentivos salariais: Taylor acreditava que, se os trabalhadores entendessem a lógica que fundamentava o método de trabalho por ele proposto, com um sistema de incentivos salariais por peça, eles o utilizariam em benefício próprio. Esse incentivo recompensaria os operários que produzissem acima do nível esperado de produção, determinado "cientificamente" pela gerência, e penalizaria os operários que não conseguissem atingir esse nível. (PADOVEZ, 2015). 3). Na ergonomia foram desenvolvidas duas correntes que se complementam entre si, a Ergonomia anglo-saxônica de países da língua inglesa e a Ergonomia francofônica, de países de língua francesa. Descreva o que diferencia uma da outra. R: Duas correntes acabaram se desenvolvendo dentro da Ergonomia: a anglo-saxônica, dos países de língua inglesa, conhecida como Ergonomia Física, e a Ergonomia francofônica, de países de língua francesa, conhecida como Ergonomia Cognitiva. Essas vertentes não são contraditórias, mas complementares entre si. (PADOVEZ, 2015). Como o próprio nome sugere, a Ergonomia Física apresenta uma abordagem voltada para o ambiente, para o posto de trabalho, abordando fatores de risco de natureza física, biomecânica. A Ergonomia Cognitiva tem a situação real como pressuposto-base para verificar os aspectos do trabalho que constituem fatores de risco para o trabalhador. Ou seja, enquanto a Ergonomia Física adota o conceito de adaptação da máquina ao homem, a Ergonomia Cognitiva desenvolve sua análise visando à adaptação do trabalho ao homem, numa abordagem que enfoca os aspectos psicossociais da organização do trabalho de forma mais ampla. (PADOVEZ, 2015). A Ergonomia Física, centra-se nos "fatores humanos", essa corrente orienta a ação ergonômica no sentido da concepção e/ ou transformação de dispositivos técnicos do trabalho como máquinas, ferramentas, postos de trabalho, programas etc., priorizando uma Ergonomia baseada nas características antropométricas, fisiológicas, cognitivas do trabalhador, de modo a tornar sua tarefa menos dispendiosa possível. (PADOVEZ, 2015). A Ergonomia Cognitiva, por sua vez, pode ser denominada Ergonomia da Atividade por ocupar-se da compreensão do trabalho em situação real. O foco central dessa corrente não está restrito à reformulação do posto e ao desenvolvimento de ferramentas de trabalho, mas sim na busca de compreender e atuar sobre a organização do trabalho e no conjunto de fatores que atuam na causa do problema. (PADOVEZ, 2015). Essa é a Ergonomia que atenta a todos os ângulos que definem a situação de trabalho, desde os aspectos físicos como iluminação, temperatura etc.; aspectos cognitivos, como a memória, linguagem etc.; e, finalmente, os aspectos psíquicos relacionados aos níveis de conflito no interior da representação consciente ou inconsciente das relações entre o indivíduo e a situação, ou seja, a organização do trabalho. (PADOVEZ, 2015). 4). Descreva sobre os principais pressupostos da Ergonomia utilizados na sua prática como princípios básicos e a importância destes princípios para a análise ergonômica do trabalho. R: A Ergonomia desenvolveu-se como ciência ao longo dos anos e sua prática é guiada por três princípios básicos: a interdisciplinaridade, a análise da situação real de trabalho e a participação dos sujeitos. (PADOVEZ, 2015). Interdisciplinaridade A interdisciplinaridade é o princípio que destaca a importância da análise das condições de trabalho sob diferentes perspectivas. Pelo estudo das capacidades, limitações e demais características do ser humano, é possível projetar boas interfaces homem-posto de trabalho, adequando a atividade de trabalho de modo a garantir a qualidade operacional deste projeto. Para que o objetivo final seja alcançado, é necessário que várias disciplinas como Fisiologia, Psicologia, Sociologia, Anatomia e práticas profissionais como a Medicina do Trabalho, o Design, a Sociotécnica e as Tecnologias de Estratégia e Organização interajam. Seus conteúdos se orientam para o design, Arquitetura e Engenharia, cuja inserção nesses quadrantes é basicamente a mesma. (PADOVEZ, 2015). Análise de situações reais Entender o trabalho real, considerando o que acontece na intimidade da produção, e identificar os fatores que mereçam tratamento particular é fundamental para otimizar o processo de produção como um todo, ou seja, tanto do ponto de vista técnico como do ponto de vista humano. (PADOVEZ, 2015). A situação real de trabalho significa o que é feito e como é feito pelo trabalhador, ou seja, é a combinação entre os objetivos e metas determinados pela tarefa e as características pessoais do trabalhador, a experiência e o treinamento de que dispõe o indivíduo. Através da análise da atividade, podemos identificar e valorizar a variabilidade das situações de trabalho e a variabilidade biológicae psicológica dos trabalhadores. (PADOVEZ, 2015). Envolvimento dos sujeitos Um dos critérios mais importantes relacionados ao sucesso da intervenção ergonômica está vinculado à participação dos próprios trabalhadores no processo de identificação de problemas, proposição de sugestões e avaliação final das mudanças implementadas. A visão dos trabalhadores é uma fonte importante de informações para orientar as hipóteses iniciais e definir o plano de trabalho desde a etapa de avaliação e coleta dos dados até a implementação das mudanças e avaliação final da intervenção. (PADOVEZ, 2015). A participação dos trabalhadores no processo da Análise Ergonômica do Trabalho pode se dar em reuniões com os representantes da organização pesquisada. A análise participativa permite a transformação das condições de trabalho por meio do auxílio à detecção de problemas, compreensão destes, sugestão de soluções, bem como validação da análise e das sugestões. (PADOVEZ, 2015). 5). A Análise Ergonômica do Trabalho (AET) permite identificar e ajustar as condições de trabalho que possam trazer prejuízos a saúde do trabalhador. Baseado no protocolo de identificação de fatores de riscos dos postos de trabalho, elaborada pelo grupo Ergo & Ação e SimuCad da UFSCAR, cite os itens que são analisados em uma situação de trabalho, e o que é recomendado em especial para os itens citados a seguir: Visão. R: A distância visual deve ser proporcional ao tamanho do objeto de trabalho: um objeto pequeno requer uma distância menor e uma superfície de trabalho mais alta. Os objetos que são comparados continuamente em uma distância visual fixa (menor que um metro) devem estar situados a uma mesma distância visual. O objeto de maior frequência de observação deve ser centralizado em frente ao trabalhador. O ângulo de visão recomendado (medido a partir da linha horizontal da visão) varia entre 15° e 45°, dependendo da postura de trabalho. (PADOVEZ, 2015). Espaço para pernas. R: Durante o trabalho sentado, deve haver espaço suficiente entre a parte de baixo da bancada de trabalho e o assento, para permitir o movimento das pernas. O espaço recomendado para as pernas é de 60cm. A profundidade no nível do joelho deve ter no mínimo 45cm e, no nível do piso, 65cm. Durante o trabalho em pé, o espaço para os dedos do pé deve ter no mínimo 15cm de profundidade e de altura. Recomenda-se que o espaço livre atrás do trabalhador seja de, no mínimo, 90cm, desde que os objetos grandes não sejam manuseados. (PADOVEZ, 2015). Assento. R: Um assento usado continuamente deve conter: Altura ajustável; Estofamento permeável; Apoio ajustável para as costas. Assentos usados por diversas pessoas devem ser facilmente ajustáveis. A necessidade de cadeiras com rodinhas e apoio para coluna cervical ou para os braços depende do tipo de trabalho a ser realizado. Para o trabalho em pé, um banco alto ou um apoio lombar deve estar disponível para o uso temporário. (PADOVEZ, 2015). Levantamento de cargas R: O esforço requerido pelo levantamento é dado pelo peso da carga, pela distância horizontal entre a carga e o corpo e pela altura de elevação. Os valores apresentados na tabela foram estabelecidos para condições adequadas de levantamento. Em outras palavras, a pessoa que realiza a elevação utiliza as duas mãos para conseguir uma boa pega, diretamente em frente ao corpo, em uma superfície não escorregadia. (PADOVEZ, 2015). A tarefa será avaliada como mais difícil em relação aos valores indicados na tabela. São consideradas condições inadequadas de elevação aquelas que ocorrem com elevação de peso acima dos ombros e as que ocorrem várias vezes por minuto. Nesse caso, a tarefa será avaliada como mais difícil do que os valores indicados na tabela. (PADOVEZ, 2015). Confira a altura na qual a elevação ocorre. Em uma altura de "elevação normal", a elevação ascendente ou descendente está compreendida em uma região entre a altura do ombro e a altura dos dedos das mãos na postura ereta. (PADOVEZ, 2015). Riscos de acidentes R: Risco de acidente refere-se a qualquer possibilidade de lesão aguda ou intoxicação causada pela exposição ao trabalho durante uma jornada. É determinado por meio da possibilidade de o acidente ocorrer e sua severidade. (PADOVEZ, 2015). Deve-se analisar os seguintes itens: Familiarize-se com as estatísticas de acidente no posto de trabalho e entreviste a equipe da segurança do trabalho. Pode-se também consultar a lista de riscos que será estudada a seguir, para determinar se há risco de acidente. (PADOVEZ, 2015). Avalie a possibilidade de ocorrência de um acidente e sua severidade e escolha a classificação correspondente. (PADOVEZ, 2015). REFERÊNCIAS PADOVEZ, R. F. C. M. Ergonomia e Ginástica Laboral. Batatais: Claretiano, 2015.