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Microbiologia Família Enterobacteriacea O habitat natural desses microorganismos é o tubo digestivo, porém nesse local temos outros microorganismos também. Isso é a teoria do conjunto, onde temos todos os microorganismos que compõe a microbiota intestinal, e dentro desse conjunto temos alguns subconjuntos, e essa família faz parte de um deles. Coletivamente temos as enterobactérias, depois temos vários grupos incluído a família enterobacteriaceas, e dentro dela vários gêneros (cerca de 72). Temos patógenos primários, secundários (oportunistas) e aqueles que se comportam como os dois. Um exemplo é a Escherichia coli (gastroenterites, infecções urinárias), que tem cepas atuando como patógenos primários na África por exemplo, causando infecção. Outro que atua como os dois é a KPC - Klebsiella Pneumoniae Carbapenemase (pneumonias). Os patógenos primários mais frequentes são shigella, salmonela e yersínia (sepse, infecções ganglionares), e os secundários mais conhecidos são Proteus, Providencia e Serratia. Proteus contamina tudo em laboratórios. Características: Forma: bastonetes delgados, não são grandes, pleomórficos; Tamanho: 0,4 – 0,6μm x 2 – 3μm (no seu maior eixo - longitudinal); Coloração: se coram de vermelho, estrutura GRAM- Disposição: normalmente visto isolados, célula isolada. Esporos ausentes Móveis (com flagelos peritríquios) e Imóveis. Com o teste de mobilidade, vemos a bactéria crescendo apenas no eixo de inoculação, e se ela é móvel é possível ver a vedação do meio de cultura, como uma parede. Existem muitas modalidades infecciosas, como gastroenterites, pneumonia, infecções de corrente sanguíneas, onde a endotoxina fica livre (sepse), infecções de sitio cirúrgico por contaminação secundária, por exemplo, otites, meningites, infecções urinárias. Estrutura: Parede celular: parede GRAM-, LPS (importante na patogenia - estrutural) - Antígeno O - do LPS; Cápsula: presente na maioria dos gêneros - Antígeno K - da cápsula; Flagelo: presente nas bactérias móveis - Antígeno H - do flagelo; Membrana plasmática convencional Camada de peptideoglicanos Membrana externa contendo LPS (lipopolissacarídeos - endotoxinas ou toxinas estruturais liberadas sempre que a bactéria morre ou quando se reproduz Presença de porina - várias proteínas que se organizam para formar um poro que liga a porção externa a porção interna da cél. Só entram substâncias compatíveis com a porina, cada espécie de bactéria tem um tipo de porina. Só passam antimicrobianos específicos. Antígeno pode ser reconhecido pelas células do SI e pode desencadear a formação de anticorpos. Esses antígenos O, K e H podem ser caracterizados pela ligação com anticorpos, que é a base dos testes sorológicos. Temos várias tipificações com relação aos antígenos, utilizada na epidemiologia respondendo a algumas questões: quem (qual o animal está sendo afetado), quando (qual estação do ano, frequência que essa cepa atua), onde (qual a localidade) e como (via de transmissão, como atinge o animal). Fatores de Patogenicidade: Liberação do LPS (morte e reprodução - rompimento de parede); LPS é formado por um lipídeo, o lipídeo A, que é a parte mais interna do LPS, o Cori, a porção central e o antígeno O, porção tipável, ou porção antigênica. Porções repetidas ou fragmentos repetidos de carboidratos que formam o antígeno O, por exemplo, são o que dão para a cél a capacidade de despertar o SI. O que provoca o reconhecimento é o lipídio O, porém o que provoca o efeito sistêmico do LPS é o lipídeo A, sendo a porção tóxica. Atividade do LPS sobre céls do organismo: Atividade sobre céls endoteliais, quando uma substancia atua de forma vasoativa ela aumenta a permeabilidade vascular, e o primeiro efeito clinico dessa permeabilidade é o edema, e o efeito sistêmico é a hipovolemia, hipotensão e choque. Atuação sobre macrófagos para que eles possam liberar algumas interleucinas especificas que também vão ter atividade sobre céls endoteliais. Febre e Alterações hepáticas - gera alteração fisiológica Ativa também céls T que vão liberar interleucinas para ativar macrófagos. Atividade sobre complemento e liberação de fragmentos do complemento que fazem vasodilatação, vasoativação, que induzem ao choque Atuam sobre a coagulação, promovendo trombose - fígado Atuam sobre as plaquetas, que liberam mediadores que interferem permeabilidade vascular Todos os GRAM- têm a habilidade de liberar LPS. A primeira coisa que difere os membros da família enterobacteriaceas das outras é a capacidade de fermentação de carboidratos. São bactérias que fazem fermentação e usamos os produtos dessa fermentação para diagnóstico, especialmente, fermentadores de glicose. Gram- Fisiologia: Nutrição: Não exigentes Respiração: Anaeróbios Facultativos Redutores de nitrato e nitrito Fermentadores de glicose Oxidase-negativa - não têm a citocromo oxidase Reprodução assexuada por divisão binária (alguns têm pili sexual p/ conjugação = variabilidade genética) Sensibilidade: Raios UV Dessecação - redução da atividade de água Pasteurização - aumento e redução de temperatura Desinfetantes comuns Antimicrobianos - possuem muitos plasmídeos R, que codificam para resistência, que são acumulativos. Esse plasmídeo pode adquirir um gene diferente e alterar a forma de suas porinas. Produtos elaborados: Endotoxina Sideróforos - moléculas capazes de captar ferro Exotoxinas proteicas - fator de patogenicidade estrutural - algumas fazem alteração na abertura de canais de cloro, abrindo totalmente esses canais, perdemos agua, e sais, causando diarreia; toxinas entram e matam as céls. Diagnóstico: Gram Oxidase/redução de nitrato Provas bioquímicas Diferenciação entre especies Fermentação de lactose TSI: Lactose 1%, Glicose 0,1%, Sacarose 1% Motilidade Urease IMViC, LIA/LDC Testes sorológicos Cultivo - Agar MacConkey, Agar verde brilhante, Agar xilose-lisina-desoxicolato, agar entérico de Hektoen Atividade Bioquímica - chave de classificação de uma serie bioquímica. No centro de cada chave tem um teste, de acordo com os resultados vai lendo se é positivo ou negativo. Serve para que possamos por meio desses testes para chegar a classificação de gêneros e espécies. Escherichia coli Microbiota normal / Oportunista Abcessos, infecções urinárias e pneumonias Composição celular: Adesina Produtos elaborados: Enterotoxinas LT/ST Toxina shiga-símile: causa lesão vascular Hemolisina Aerobactina Patogenia: Diarreia Enterotoxigênica - adesinas e enterotoxina (leitões, cordeiros e bezerros) Doença invasiva - adesina, endotoxina e hemolisina (neonatos) Diarreia não-enterotoxigênica - pili - fixação e esfacelamento (todos) Doença edematosa - toxina shiga-símile (suínos) Cocobacilose dos pintinhos - infecção do embrião (pintinhos) Transmissão: Oro-fecal Sensibilidade a antimicrobianos: Gentamicina, amicacina, sulfonamida-trimetroprim Salmonella Produtos elaborados: Adesinas: F1, fimbria plasmidial e polar longa Invasinas: desorganização do citoesqueleto (retenção) Exotoxinas: ação sobre metabolismo celular intestinal Enterobactina: liberados na restrição da Fe Patogenia: Diarreia - Adesinas, invasinas, exotoxinas (ruminantes jovens e adultos) Pneumonia Septicemia - pós-sepse, pili - fixação e esfacelamento (bezerros e suínos) Diarreia - desequilíbrio da microbiota (equinos) Septicemia (Salmonella pullorum) - infecção do óvulo seguido de contaminação ambiental (perus e galinhas) Reservatório: Intestino e ambiente Transmissão: Ingestão dose dependente x resistência Sensibilidade a antimicrobianos: Fluoroquinolonas, Ampicilina, Cloranfenicol, Sulfonamida-Trimetoprim Shigella Estrutura: Ausência de cápsula e flagelos LPS: determinante das espécies S. flexneri, S. boydii e S. sonnei: disenteria bacilar Primatas: baixa imunidade e estresse Produção de adesinas Produtos elaborados: Toxina Shiga: apoptose Habitat: IG: doentes, convalescentes e assintomáticos Patogenia: Disenteria bacilar - apoptose celular, LPS, inflamação,ativação de fosfolipase C (primatas) Transmissão Fecal-oral e fômites (baixa dose) Tratamento: Antimicrobianos: seleção de resistentes - Sulfa-trimetroprim ou fluoroquinolonas ______________________________________________________________________________________________ Brucella Causa brucelose, zoonose que acomete homens e animais, sintomas inespecíficos que dificultam o diagnóstico. Pertence ao gênero Brucella, tem várias espécies: B. abortus, B. canis, B. melitensis, B. neotomae, B. ovis, B. suis. A especificidade por hospedeiro é relativa, por exemplo, a B. canis pode infectar outros animais além dos cachorros. Habitat: Parasita obrigatório: Necessita de um hospedeiro (relativo - pois sobrevive fora do hospedeiro) Sistema reticuloendotelial - SI - fígado e baço (locais onde existe metabolismo de céls sanguíneas) Trato geniturinário - orquite (reação inflamatória em testículos) e abortos. A Brucella entra no organismo do animal e pela via sanguínea vai direto para o fígado e baço, lá podem ser fagocitadas e destruídas ou fagocitadas e permanecerem viáveis. Características: Forma: cocobacilos - levemente alongados (monomórficos - forma não varia) Tamanho: 0,6 –1,5μm 0,5 a 0,7μm Coloração: vermelha GRAM- Disposição: geralmente isolados, porém podem formar cachos Estrutura: ausência de cápsula, flagelo e esporos Não tem antígeno K e H, apenas o O (LPS) > existem dois antígenos dentro do LPS, o A e o M, que formam cadeias laterais de polissacarídeos, que fazem o papel de capsula. Cepas lisas, que tem essas cadeias são mais virulentas que as cepas rugosas. Presença de porina - função antigênica (é reconhecida pelo SI) Fisiologia: Têm crescimento lento (cerca de 21 dias), dependendo da qnt de CO2 pode crescer em 14 dias Temperatura: mesófila (37ºC) pH: médio - 6,6/7 Fastidiosos - algumas mais que outras Aspecto liso (L) relacionado à presença da cadeia lateral de polissacarídeo no LPS De forma geral a Brucella, sobrevive bem em ambientes úmidos, ricos em matéria orgânicas e onde tem pouca insolação. Sensibilidade: Baixas temperaturas e matéria orgânica Pasteurização Dessecação: sensível Calor: sensível Antissépticos / desinfetantes: sensível Antimicrobianos Transmissão: O microorganismo tem facilidade em ser eliminado e ter acesso a outro animal suscetível Fonte de infecção: animal infectado, portador que carreia a Brucella Via de eliminação: leite, anexos do feto no ambiente, secreção vaginal, sêmen e fezes Via de transmissão: ambiente contaminado, aerossóis (contato direto) Porta de entrada: trato digestivo, conjuntiva ocular, mucosa, pele lesada, mucosa íntegra Patogenia: LPS varia em lisas ou rugosas Persistência em macrófagos Inibição da função do fagolisossomo Bacteremias Órgãos alvo Nas vacas, no útero gravídico existem fatores de crescimento que são hormonais, logo esses hormônios propiciam o crescimento dessas bactérias (eritritol). O microorganismo entra no corpo do animal e dissemina principalmente pela via hematogênica, depois vai para os linfonodos que pode ser fagocitado e destruído pelo macrófago ou pode resistir. A Brucella reduz a capacidade de inibir a função do fagolisossomo. Reduz a capacidade do fagolisossomo produzir o sistema da mieloperoxidade, que é o sistema digestivo. Se o macrófago estiver adequadamente ativado por citocinas derivadas de linfócito T a destruição pode acontecer, se não, a bactéria reduz a função do fagolisossomo, persistindo no interior do macrófago. Patologia: Abortos: Necrose de cotilédone placentário, liberação de LPS com efeito no feto, inflamação de tecido fetal Hiperplasia do epidídimo Necrose do parênquima testicular Vesiculite seminal fibrinopurulenta Formas da doença: Trato reprodutivo: - Fêmeas: aborto - Machos: orquite, epididimite uni ou bilaterais - Tumefação de escroto e esterilidade Lesões extragenitais: - Atrite, espondilite lombar (inflamação no disco intervertebral), meningoencefalite - Osteomielite, manifestações oculares (reação inflamatória devido ao acumulo de complexo antígeno/anticorpo) Diagnóstico: Sorológico é o mais efetivo Coloração de GRAM Testes bioquímicos Imunodiagnóstico Controle e Prevenção: Imunização, teste e abate (bovinos) Teste e abate sem imunização (ovinos, caprinos e cães) Campylobacter Características: Forma: bastonetes Coloração: GRAM- Tamanho: 0,2 - 0,5μm Antígenos: K, O e H Fisiologia: Crescimento: Capnofílicas (meios ótimos) Nutrição: fastidiosos Respiração: Microaerófilas (pouco oxigênio) Temperatura: >40ºC Oxidase + Não fermentadoras de carboidratos Produtos elaborados: Exotoxina Adesinas Capsula antifagocítica Reservatório: C.fetus veneralis: aparelho reprodutor C.fetus fetus: intestino de ovinos recuperados C.fetus jejuni: intestino de animais normais ou recuperados Patogenia: Infecções uterinas com abortos esporádicos Aumento do intervalo entre partos Imunidade: Anticorpos IgG e IgM – ativação do complemento Eliminação se não houver reinfecção Vacinação de novilhas + eliminação de portadores (reprodutor) Ovinos e caprinos imunes após aborto Diagnóstico: Imunofluorescência Isolamento Sorológico Molecular Tratamento e controle: Bovinos - Estreptomicina e penicilina - Vacinação e teste dos reprodutores - Evitar reposição com fêmeas desconhecidas - Práticas de manejo Ovinos e caprinos - Penicilina - Isolamento das fêmeas doentes - Vacina prévia ao cruzamento ______________________________________________________________________________________________ Espiroquetas Características: Tem variações com relação a forma do espiralado e rigidez da célula. São céls isoladas, tipicamente não se agrupam por padrão de divisão. Quimicamente Gram-, membrana externa com endotoxina (possui estrutura semelhante ao LPS, e desempenha o mesmo papel), existe um espaço entre a membrana externa e a plasmática que é denominado periplasmático, onde se encontra fina camada de peptideoglicano caracterizando a parede celular GRAM-. Nesse espaço, encontramos o endoflagelo, que é um flagelo interno, no interior da estrutura da cel. O filamento do flagelo não é livre, ele está contido no espaço, fazendo um movimento de rotação em volta de si mesma e com isso ela consegue penetrar em tecidos com facilidade. São móveis, movimentos de rotação. São céls muito estreitas, muito finas, porém longas Dificilmente cultiváveis Coloração de impregnação por prata Fisiologia: Crescimento: lento - longo tempo de geração Nutrição: Fastidiosas Leptospira Habitat: Leptospiras de vida livre - saprófilos Leptospiras patogênicas: predileção pelo fígado, túbulos renais e trato geniturinário Fisiologia: Respiração: Aeróbios estritos Ambientes úmidos e aquosos Crescimento: difícil - agar liquido Nutrição: fastidiosa Temperatura: 30º Oxidase e catalase positiva Produtos elaborados: Exotoxina hemolítica Citotoxina Proteínas hemostáticas + colagenase = hemorragia Transmissão: Esgoto não tratado, quando corre em meio aberto Enchentes (verão - altas temperaturas - índices pluviométricos altos) Alimentos contaminados Contato direto: mucosas, pele íntegra Contato indireto: fômites Aerossóis: xixi, fluído genital, espirro, sangue (contato direto) Contato sexual Variabilidade: Sorotipos: - Hospedeiro - Região geográfica - Patogenicidade Epidemiologia: Urina - principalmente Todos os fluídos corporais Sensibilidade: Ambiente úmido de temperaturas amenas Dessecação Congelamento Calor Desinfetantes e ácidos Antimicrobianos Microorganismo caracterizado com poucas espécies, com vários sorovares, que se distribuem não de forma igual, exibem alguma especificidade por certos animais, regiões do globo e com relação a patogenicidade também, sendo alguns mais patogênicos que outros. Exemplo: cachorro entra em contato com um sorovar, tem a possibilidade de morrer ou ficar crônico. Depois da cronificação ele pode continuar eliminando, a partir do momento que chega nos rins e fígado ele passa a eliminar. Patogenia:Citotoxidade - lesão celular e reações inflamatórias Colagenases Hemaglutinas frias: provocam hipersensibilidade do tipo 3 Colonização Evasão do SI Deposição do anticorpo nas paredes dos vasos - lesão vascular e sangramento Auto-anticorpos (direcionados contra os próprios anticorpos) - Anemia hemolítica (destruição de hemácias) Formas da doença: L. bo rgpetersenii hardjo L. interrogans hardjo Bovinos, ovinos Humanos Abortos, natimortos, agalactia Doença hepática e renal L. borgpetersenii tarassovi Suínos Abortos, natimortos L. interrogans bratislava Suínos, eqüinos e cães Abortos e natimortos L. interrogans canicola Cães Suínos Nefrite e doença renal crônica Abortos, natimortos e renal L. interrogans grippotyphosa Bovinos, suínos e cães Sepse e abortos L. interrogans icterohaemorrhagiaae Bovinos, ovinos e suínos Cães, humanos Sepse, abortos Doença hemorrágica e hepatite L. interrogans pomona Bovinos, ovinos Suínos Eqüinos Doença hemolítica e aborto Sepse Aborto e oftalmia Pode ocorrer meningite em alguns animais também. Diagnóstico: Microscopia óptica convencional Microscopia de Contrate de fase Microscopia de campo escuro (diferença em uma peça que direciona a luz obliquamente à amostra) Imunofluorescência - pode ser feita de tecidos e utiliza anticorpos específicos Sorologia - teste de conjugação/aglutinação Impregnação pela prata Imunidade: Imunidade humoral -- produção de anticorpos - Atua diminuindo a quantidade de microorganismos na corrente sanguínea, papel importante na hipersensibilidade tipo 3, produção de auto-anticorpos Imunidade soroespecífica - Anticorpos específicos para antígenos externos que são proteicos de membrana externa, antígenos de endotoxina Imunização artificial - Especifica para determinadas regiões e para determinados animais - Imunidade temporária - conta com dose reforço - Previne apenas a doença Tratamento e controle: Penicilina e estreptomicina (principalmente) são os mais usados, tetraciclinas, fluoroquinolonas, cloranfenicol e eritromicina Vacinação: dose / reforço Estado de portador Borrelia Características: Cromossomo linear e vários plasmídeos lineares também. Antígenos de superfície da borrelia soa antigênicos e imunogênicos, e são codificados por genes que estão presentes em todos os elementos genéticos. Suponhamos que a borrelia tenha 50 plasmídeos, ela terá cópia de todos os genes para codificar todos os antígenos de superfície que ela tem. Transmissão via vetores Forma: Espiral mais aberto Coloração: GRAM Tamanho - pode atingir 30μm Disposição: isoladas Móveis: endoflagelo - movimento rotatório Estrutura GRAM-, com a mesma ressalva da Leptospira Parte externa com toxina - endotoxina Catalase e oxidase positiva Quando há produção de anticorpos específicos para determinados antígenos de superfície, a borrelia é capaz de fazer alteração de fase, ou seja, ela deixa de expressar esses antígenos de superfície para expressar outros antígenos de superfície, obrigando o SI a começar novamente a produção de novos anticorpos específicos para esses novos antígenos. Isso é uma forma de evasão de imunidade humoral. Fisiologia: Respiração: microaerófila (5% de oxigênio) Temperatura: abaixo de 36º Sensibilidade: Altas temperaturas Dessecação Patogenia: Autoimunidade - hipersensibilidade do tipo 3 É necessário um vetor ou animal de manutenção, aquele que vai levar a borrelia para o hospedeiro definitivo. Esse vetor é sempre um artrópode, que transmite para animais domésticos e para o homem através da picada. Espécies Vetor Hospedeiros Condições clínicas B. burgdorferi Espécies de Ixodes Roedores Doença cardíaca, neurológica e artrítica em cães, bovinos, ovinos, equinos e humanos B. anserina Espécies de Argas Aves Febre, emaciação e anemia em aves B. theileri Muitas espécies de Carrapatos Bovinos, ovinos, eqüinos Febre e anemia B. coriciaceae Espécies de Ornithodoros Bovinos e cervídeos Aborto bovino Doença de Lyme: O hospedeiro de manutenção não adoece, apenas mantém a borrelia no ambiente. O carrapato infectado transfere a borrelia que tem determinado perfil antigênico para o hospedeiro. Essa borrelia cai na corrente sanguínea, começa a produzir anticorpos, a borrelia faz alteração de fase, essa mutação ocorre espontaneamente. O que provoca efetivamente as manifestações da doença é a presença dos complexos antígeno-anticorpo nas articulações, nervos, cérebro, em outros tecidos como músculos. Essa reação inflamatória progride até a morte do animal ou cronicidade da doença. Tratamento e controle: Tetraciclina, Doxiciclina, fluoroquinolona, eritromicina e penicilina Controle do vetor Vacina ______________________________________________________________________________________________ Mycoplasmas São gêneros agrupados por questão de conveniência. Relacionado com conformação de parede parasitismo intracelular e colorações que não são de GRAM, são colorações de céls sanguíneas, especialmente porque o parasitismo ocorre em céls sanguíneas. De forma geral são chamados de Molicutes ou Mycoplasmas, embora não tem tecidos e pele, têm ausência de parede celular. Não existe peptideoglicano, que tem funções como controle osmótico, manter a forma e fazer a divisão celular. Logo a bactéria tem esteroide membrana, que não é complexo, mas que favorece o equilíbrio osmótico. Porém o problema da forma não é resolvido, então elas são amórficas. Características: Forma: amórficas Tamanho: corte transversal torno de 0,3μm (menores procariotos de vida livre) Coloração: para céls sanguíneas Disposição: variável devido ao pleomorfismo Divisão: binária Ausência de parede - membrana trilaminar (envoltório celular - membrana plasmática e membrana externa) Capsuladas ou não Produtos elaborados: Envolvidos em reações inflamatórias agudas ou crônicas Vesícula apolar - faz sucção da mucosa Adesinas especificas para mucosa Peroxido e superóxido - pró-inlfamatório Uréase - quebra ureia e faz aumento de pH - inibe sistema complemento Atividade endotóxica - liberação de interleucina - atividade pró-inflamatória e lesão vascular IgA protease - mecanismo de imunossupressão - protease que inativa a IgA na superfície de mucosa Hemolisinas - atividade hemolítica e pró-inflamatória Fatores de patogenicidade: Vesícula polar: estrutura para sucção, para fazer adesão maior com o tecido Adesinas: fimbrias comuns sem maior especificidade, adesina de pili e receptor no tecido Adesão > colonização > evasão do SI Cápsula Mecanismo de cobertura - microorganismo pega substancias no hospedeiro e recobre a superfície de seu envoltório Mecanismos de mimetismo biológico - tem antígenos que são compartilhados Fisiologia: Crescimento: tempo longo, tempo de geração pode ser superior a 12h Disposição: Colônia patognomônica Nutrição: fastidiosas Respiração: anaeróbias facultativas Capnofílicas Divisão: binária Sensibilidade: Antimicrobianos no gera que atuam sobre a síntese de proteínas: tetraciclinas Dessecação Resistentes a antimicrobianos que não atuam em parede - betalactâmicos Reservatórios: São os animais que tem o microorganismo associado às mucosas Podem ficar nos Portadores assintomáticos podem apresentar infecções subclínicas, quando há queda de imunidade Transmissão: Contato direto Aerossóis Fômites Verticalmente por meio de ovos - mãe para filho Patogenia: As formas agudas são induzidas por interleucina, esse mecanismo de indução de reações inflamatórias agudas. Acontecem sobre as membranas sinoviais e sobre as serosas (pleura, peritônio, pericárdio), nas articulações a distensão por conteúdo fibrinogênio, abcessos por necrose coagulativa, mastite. As formas crônicas são induzidas pela persistência do microorganismo, relacionado com hipersensibilidade do tipo 3, reações autoimunes, deposição de complexos antígeno-anticorpo. Diagnóstico: Sorológico - principal forma por ser rápidoe barato Mecanismos moleculares Cultivo - demorado e ineficiente Imunidade: A própria evolução da infecção favorece as lesões Envolvimento de linfócitos T citotóxicos Fenômeno de autoimunidade - devido ao mimetismo biológico ou cobertura Redução da atividade de fagócitos - imunossupressão Vacinas Tratamento e controle: Antimicrobianos - tetraciclina é mais eficiente Identificação do portador assintomático Controle de manejo Quarentena de animais Clamydia Relacionado com doenças sexualmente transmissíveis. É parasita intracelular obrigatório, não tem peptideoglicano e não tem esterol, logo ela precisa do parasitismo para se manter viva. Existe um ciclo biológico que conta com uma fase intracelular que é proliferativa e uma extracelular que é uma forma latente, metabolicamente inativa. Características: Forma: cocobacilos, monomórficos ou pleomórficos não definidos Tamanho: corte longitudinal - 1,5μm Disposição: isoladas Coloração: coloração sanguínea Não tem peptideoglicano - membrana trilaminar Produtos elaborados: Hemaglutinina Derivados semelhantes à heparina Fisiologia: Reprodução no interior da cél hospedeira - quando é corpúsculo reticular No final do ciclo ela mata a cél hospedeira Nutrição: utiliza o que a cél tem Patogenia: Redução de função de tecido - redução de cél viável Ruptura de homeostasia - reação inflamatória Sobrevivem fora da cél em forma de corpúsculos elementares, e entram na cél dessa forma, começam a proliferar e viram corpúsculos reticulares. O metabolismo celular só é realizado dentro da cél hospedeira. Sensibilidade: Dessecação - corpos elementares conseguem sobreviver Antimicrobianos Reservatórios: Vias aéreas Intestino Trato geniturinário Transmissão: Inalação Ingestão Via vertical - mãe para filho Patogenias: Tecido pulmonar aquisição pelo TRS Contato sexual - aborto Sepses - seguidas de poliartrites (articulações) Conjuntivites - olhos Encefalites - tecido nervoso Imunidade: Imunidade adquirida - resistência soroespecífica Diagnóstico: Inoculação de ovos Imunofluorescência Testes sorológicos Tratamento: Antimicrobiano: tetraciclina Vacina: evita aborto Isolamento de contato Rickettsia São parasitas de endotélio, parasitas de macrófagos, de granulócitos, plaquetas, hemácias; se as Rickettsias são parasitas intracelulares obrigatórios, se eles sobrevivem no interior dessas células e fazem lise celular, no caso de parasitarem células do endotélio, há rompimento de vasos sanguíneos, levando a hemorragia e vasculite; destruição de hemácias: anemia, hipóxia, formação de trombos, coagulação disseminada, aumento da frequência cardíaca e respiratória, desidratação, necrose tecidual, edema. Nos macrófagos e granulócitos ocorre redução da imunidade. Sobre plaquetas não há coagulação de sangue, hemorragia. Nas hemácias: causa anemia, hipóxia. Características: Forma: pleomórficas Coloração: sanguínea - de Giemsa Disposição: isolados - não se agrupam Estrutura de GRAM- típica: algumas espécies têm peptideoglicano Atividade endotóxica Fisiologia: Cultivo: ovos embrionados ou modelo animal/cultura de céls Temperatura: 33º/35ºC Reprodução: divisão binária Transmissão: Via artrópodes. A fêmea contaminada transmite para os ovos, larvas, ninfas, gerando adultos machos ou fêmeas contaminadas. Aerógena: espécie Coxiella Patogenia: Entra pelo parasita, endocitado pelas céls, e se prolifera provocando ruptura na cél, reações inflamatórias decorrentes dessa ruptura ou da liberação de LPS. Vasculite, obstrução por agregação plaquetária. Coxiella - manifestações pulmonares Doenças: Febre maculosa Artrose Aborto Anemias Erliquiose Imunidade: Complexos imunes associados a patogenia Imunidade celular - linfócitos T Ausência de imunização artificial Profilaxia e tratamento: Controle de carrapato Limpeza Evitar contato dos animais com os carrapatos Controle dos vetores Tetraciclinas, fluoroquinolonas, cloranfenicol Suplementação alimentar com tetraciclina Diagnóstico: Imunofluorescência Teste sorológico ______________________________________________________________________________________________
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