Buscar

Análise microbiológica de água mineral

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Curso de Ciências Biológicas
Viviane Rodrigues SILVA
Análise Microbiológica de Água Mineral da Fonte ÁUREA DO BAIRRO DE VILA ÁUREA No Município de Poá, SP.
Guarulhos
2010�
Curso de Ciências Biológicas
Viviane Rodrigues SILVA
Análise Microbiológica de Água Mineral da Fonte ÁUREA DO BAIRRO DE VILA ÁUREA No Município de Poá, SP.
Guarulhos
2010
�
Dedico este trabalho ao meu esposo Denner
e ao meu filho Arthur, e aos meus pais
que me estimularam.
AGRADECIMENTOS
À Deus por ter me abençoado, e ter me dado a oportunidade para crescer profissionalmente.
À minha orientadora Prof. Dra. Marta Bastos pela colaboração e pela competência em todos os momentos.
À Universidade Guarulhos onde foi possível dar um grande passo ao crescimento científico e profissional.
À professora Maria Ester pelos ensinamentos e a ajuda direta ou indireta para a realização deste estudo.
À Valéria que me ajudou na parte prática deste estudo.
Aos meus colegas de classe que me apoiaram durante todo o curso.
O homem tem necessidade de Deus como tem necessidade de água e oxigênio.
Alexis Carrel
RESUMO
A água é fundamental à manutenção da vida, e sua qualidade depende das condições naturais e da ocupação do solo. O objetivo deste estudo foi avaliar a qualidade microbiológica da água de uma fonte de água mineral no município de Poá, SP. Foram analisadas cinco amostras de água, para determinar a presença de coliformes totais e fecais, enterococos, clostridios e Pseudomonas, por meio da técnica de fermentação em tubos múltiplos. A análise das 5 amostras de água coletada demonstrou ausência de crescimento para todos os microrganismos pesquisados. Os resultados obtidos no presente trabalho levaram a concluir que a água mineral coletada da fonte Áurea no município de Poá demonstrou estar dentro dos padrões exigidos pela legislação brasileira pois todas as amostras estudadas atenderam ao padrão de potabilidade da água mineral para consumo humano estabelecido pela RDC 54 de 15 de junho de 2000.
Palavras-chave: água mineral; análise microbiológica; contaminação; coliformes.
�
ABSTRACT
Water is a vital substance to maintenance of life and its quality depends of the natural conditions and land cover. The aim of this study was to evaluate the microbiological quality of water from a mineral spring from Poa city, São Paulo state. They were analyzed five samples of water, to determine the presence of total and fecal coliform, enterococci, clostridia and Pseudomonas. In this study was used the multiple tube fermentation technique. The analysis of water collected in May demonstrated absence of growth of all organisms analyzed. These samples were not contaminated with one or more microorganisms and are therefore in agreement with the microbiological standards established by the Brazilian legislation.
Keywords: mineral water, microbiological, contamination, coliform.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
	Figura 1
	Área de coleta das amostras da Fonte Áurea de Poá/SP..................................
	16
	Quadro 1
	Resultados das análises microbiológicas efetuadas nas amostras da fonte de água mineral ....................................................................................................
	18
	Figura 2
	Tubos com caldo EC e BVB ...........................................................................
	18
	Figura 3
	Tubos com caldo DRCM ................................................................................
	19
	Figura 4
	Tubos com caldo Asparagina ..........................................................................
	19
	Figura 5
	Tubos com caldo Azida ...................................................................................
	19
	
	
	
LISTA DE TABELAS
	Tabela 1
	Padrão microbiológico resolução 54, de 15 de junho de 2000 .......................
	12
	
	
	
	
	
	
	
	
	
SUMÁRIO
	INTRODUÇÃO ..............................................................................................................
Água ......................................................................................................................... 
A água mineral .........................................................................................................
Microrganismos .......................................................................................................
Coliformes .....................................................................................................
Pseudômonas aeruginosa ..............................................................................
Enterococos ....................................................................................................
Clostrídios ......................................................................................................
Água e doenças ..............................................................................................
Estância Hidromineral de Poá .................................................................................
	10
10
11
12
12
13
13
13
13
14
	OBJETIVOS ...................................................................................................................
	15
	MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................
	16
	Coleta das amostras .................................................................................................
Análises microbiológicas das águas ........................................................................
	16
16
	RESULTADOS ..............................................................................................................
	18
	DISCUSSÃO ..................................................................................................................
	20
	CONCLUSÃO ................................................................................................................
	21
	REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................
	22
	
	
�
1. INTRODUÇÃO
Água
A água é considerada elemento vital para o desenvolvimento e manutenção da vida, inclusive existem hipóteses de que a vida se originou na água. (Philippi, 2005). Todos os seres vivos apresentam água em sua composição, o corpo humano é constituído de 60% de água, que é indispensável para vida celular, assim como todos os organismos que também são compostos por água, além de dar forma à superfície terrestre, remover e diluir poluentes e resíduos (Miller, 2007). Sua importância fisiológica se dá pela dissolução de diversos compostos minerais dissolvidos na água importantes para a manutenção osmótica celular (Branco, 1986).
A água pode ser utilizada de diversas formas, seu uso está relacionado diretamente com a economia. O uso diversificado e complexo tem grande impacto na economia regional e nacional, pois os impactos gerados demandam custos para a recuperação de águas. Os recursos hídricos são utilizados com freqüência para: uso doméstico, industrial, irrigação e hidroeletricidade (Tundisi, 2003).
De acordo com a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental – CETESB (2009), o volume total da água no mundo é estimado em torno de 1,5 bilhões de quilômetros cúbicos. Cerca de 97,5% de toda água no planeta constituem os oceanos, enquanto que aproximadamente 1,9% encontram-se nas calotas polares e geleiras e 0,6% apenas, estão na forma de águassubterrâneas, lagos, rios e em vapor na atmosfera . Águas subterrâneas são aquelas que penetram no solo e nas rochas através da precipitação pluvial. A água subterrânea pode ser utilizada de várias formas, mas se o seu uso for superior à reposição natural acarretará em uma diminuição nos níveis freáticos (Drew, 2005). Há muito tempo se tem a idéia de que a água é infinita por se tratar de um recurso natural auto-sustentável, mas sua má utilização e a poluição têm comprometido sua qualidade e quantidade, por esta razão a água atualmente é conhecida como o ouro azul do terceiro milênio (Philippi, 2005).
No mundo inteiro, o uso da água aumentou em dez vezes entre os anos de 1900 a 2000. O consumo de água aumenta conforme ocorre a diversificação das atividades econômicas, de tal forma que o consumo se superpõe ao ciclo hidrológico causando inúmeras conseqüências (Tundisi, 2003).
Desde o final do século XIX e início do século XX que a qualidade da água vem se tornando um interesse de saúde pública devido à relação existente entre água e doenças (Freitas e Freitas, 2005). Dessa forma, têm sido descrito que a qualidade está associada à ocupação do solo e as condições naturais, que podem prejudicar as águas subterrâneas por meio de escoamento indevido ou de infiltração das precipitações atmosféricas (Von Sperling, 1996).
A água mineral
De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA (2004) e o Departamento Nacional de Produção Mineral – DNPM (1945), é considerada água mineral aquela derivada de fontes naturais e de origem subterrânea, caracterizada pela suas propriedades físico-químicas que diferencia das águas comuns e com benefícios para a saúde. 
O consumo popular de água mineral consiste, em parte, pelas propriedades medicinais e terapêuticas atribuídas à água, mas seu principal uso está relacionado ao conceito de que a água mineral é pura (Eiroa et al., 1996).
Segundo a Associação Brasileira de Indústria de Águas Minerais (ABINAM), nos últimos três anos o mercado nacional de águas engarrafadas cresceu cerca de 10% ao ano. Este crescimento se deve à desconfiança da população da potabilidade da água potável. No ano de 2005 foram produzidos cerca de 5,5 bilhões de litros de água mineral, e em 2007 este número saltou para 6,8 bilhões de litros. O Brasil é um dos países que mais consome água engarrafada, ocupando o quarto lugar no ranking mundial de produtores, perdendo para os Estados Unidos, México e China, pois a água mineral brasileira é uma das mais baratas no mundo (Jornal Estadão, 2009).
A água mineral natural deve apresentar qualidade que garanta ausência de risco à saúde do consumidor, devendo ser captada, processada e armazenada obedecendo às condições higiênico-sanitárias e as boas práticas de fabricação (Brasil, 2000).
No Brasil, a RDC 54 de 15 de junho de 2000 estabelece o padrão de potabilidade da água mineral para consumo humano (Tabela 1).
Tabela 1 – Padrão microbiológico resolução 54, de 15 de junho de 2000. 
	Microrganismos
	Limites
	Coliformes fecais em 100 ml
Coliformes totais em 100 ml
Enterococos em 100 ml
Pseudomonas aeruginosa em 100 ml
Clostridios sulfito redutores em 100 ml
	Ausência
<1,0 UFC; <1,1 NMP ou ausência
<1,0 UFC; <1,1 NMP ou ausência
<1,0 UFC; <1,1 NMP ou ausência
<1,0 UFC; <1,1 NMP ou ausência
Fonte: Anvisa
Nota: Unidade formadora de colônias (UFC) e Número mais provável (NMP).
Microorganismos
	As bactérias são organismos simples, de uma única célula (unicelulares), denominadas procariotos, pois seu material genético não é envolvido por uma membrana nuclear. Se reproduzem por fissão binária, onde uma célula se divide em duas células idênticas (Tortora et al., 2007). podem se apresentar de formas esféricas, normalmente chamadas de cocos, cilíndricas ou bacilos e de espiral. A forma das bactérias é uma característica genética, as bactérias, geralmente, são monomórficas, ou seja, mantém uma única forma (Trabulsi e Alterthum, 2008).
1.2.1 Coliformes
	Na análise de qualidade da água existem indicadores biológicos específicos como os coliformes, bastonetes Gram-negativos da Família Enterobacteraceae, são empregados nos estudos de qualidade da água (Silva, 1999).
	Alguns gêneros de coliformes como Escherichia, Enterobacter, Citrobacter, Klebisiella e Serratia vivem na água, no solo e na flora intestinal do homem. (Koneman et al. 2001; Franco e Landgraf, 2008).
	Os coliformes totais são indicadores das condições higiênicas em indústrias alimentícias, indicando contaminação pelas práticas de higiene e sanificação (Silva et al. 1997).
Os coliformes termotolerantes se reproduzem a 44,5ºC e fermentam carboidratos. Estas bactérias indicam contaminação sanitária e são responsáveis pela transmissão de doenças de veiculação hídrica, como a febre tifóide, febre paratifóide, desinteria bacilar e cólera (CETESB, 2010).
1.2.2 Pseudomonas aeruginosa
Segundo Trabulsi e Alterthum (2008), P. aeruginosa é um microrganismo encontrado no solo na água, nos vegetais, nos animais, nos alimentos e nos diversos ambientes hospitalares.
São bacilos Gram-negativos retos ou curvos, móveis com flagelação polar. P. aeruginosa produz substâncias tóxicas e são patógenos humanos oportunistas (Franco e Landgraf, 2008). Este organismo pode infectar o trato urinário, queimaduras, e feridas, e causar infecções sangüíneas, abcessos e meningite (Tortora et al., 2007).
1.2.3 Enterococos
Os enterococos fazem parte da microbiota normal do trato intestinal dos seres humanos, podendo ser encontrado também na mucosa oral, vaginal e na pele. Além disso, é freqüente nos alimentos, na água, no solo e no meio ambiente em geral (Trabulsi e Alterthum, 2008). São responsáveis por infecções em feridas cirúrgicas e no trato urinário (Tortora et al., 2007).
Para Riedel (2005), várias espécies de enterococos são conhecidas por se adaptarem e crescerem facilmente em vários ambientes mesmo sob condições adversas. Muitos são tolerantes ao sal, são anaeróbicos facultativos e crescem bem a 45ºC.
1.2.4 Clostrídios
Clostrídios foram sugeridos como indicadores de contaminação fecal, mas não são específicos de fezes humanas (Franco e Landgraf, 2008).	
Clostridium perfringens são bacilos Gram-positivos esporulados, anaeróbios obrigatórios e produz esporos sob condições especiais. Também produz uma variedade de toxinas letais aos animais e também uma enterotoxina que causa diarréia no homem. O tempo de geração de C. perfringens é de 10 a 12 minutos, quando a temperatura é de 43ºC a 47ºC, produzindo muitas células vegetativas (Trabulsi e Alterthum, 2008).
Água e doenças
As doenças de veiculação hídrica são aquelas em que a água serve como meio de transporte de agentes patogênicos eliminados pelo ser humano através dos degetos, ou de poluentes químicos e radioativos presentes nos esgotos industriais (Rouquayrol e Filho, 2003).
Segundo Von Sperling (2005), os principais organismos de interesse de saúde pública, com associação com a água ou com as fezes são as bactérias, os vírus, os protozoários e os helmintos.
As principais doenças de transmissão hídrica são: febre tifóide, cólera, salmonelose, shigelose e outras gastrenterites, poliomelite, hepatite A, verminose, amebíase e giardíse (Leser et al., 1997).
Estância Hidromineral de Poá
O município de Poá está localizado na Região Leste do estado de São Paulo e apresenta área territorial de 17Km2 habitada por cerca de 112,5 mil habitantes. Faz divisa com os municípios de Ferraz de Vasconcelos, Suzano, Itaquaquecetuba e São Paulo. Em 20 de maio de 1970, a cidade passou a ser considerada “Estância Hidromineral”, devido ao valor da Água Mineral da Fonte Áurea, localizada no bairro de Vila Áurea e, que obtém uma vazão de 480 mil litros/dia (Prefeitura da Estância Hidromineral de Poá, 2010).
A ação antropogênica afeta os recursos hídricos com o despejo de resíduos domésticos e industriais, construção de aterros sanitáriosque contaminam os lençóis freáticos com microorganismos patogênicos como bactéria, vírus e parasitas comprometendo a qualidade da água. A qualidade da água está associada ao seu uso, estabelecendo padrões de qualidade para minimizar os danos à saúde humana (Freitas e Almeida, 2001; Philippi, 2005).
A ocupação irregular em áreas próximas a Fonte Áurea ameaçam a qualidade de suas águas. Medidas de controle estão sendo adotadas pela prefeitura, para preservar a qualidade da água e impedir a construção irregular de moradias próximas à fonte (Jornal do Município, 2010).
Diante desses fatores, é de grande importância a avaliação da qualidade da água consumida por indivíduos que residem em áreas próximas as fontes de água mineral, por meio de estudos que visem caracterizar a qualidade microbiológica da água de uma fonte de água mineral.
�
2. OBJETIVOS
Este estudo teve como objetivo avaliar a qualidade microbiológica de amostras de água coletada da Fonte Áurea, do município de Poá, estado de São Paulo. Para isto, o presente avaliou:
a presença de coliformes totais e fecais;
os níveis de contaminação por enterococos, P. aeruginosa e clostrídios sulfito redutores;
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Coleta das amostras
	Foram coletadas cinco amostras de água de uma fonte de água mineral localizada no município de Poá no Estado de São Paulo nos período de outubro e novembro de 2009 (Fig.1).
Figura 1 – Área de coleta das amostras da Fonte Áurea de Poá/SP
Fonte: Google Earth, 2009
As coletas foram realizadas em frascos esterilizados contendo EDTA e tiossulfato de sódio a 10% diretamente da torneira da fonte. Antes da coleta de água a torneira foi aberta para escoar a água por 2 minutos, conforme preconizado pela Fundação Nacional de Saúde – FUNASA (2006). 
3.2 Análises microbiológicas das águas
	As amostras foram examinadas quanto à presença de coliformes totais e fecais, clostrídios sulfito redutores, enterococos e P. aeruginosa através da técnica dos tubos múltiplos, seguindo as orientações do fabricante e da CETESB (1996).
Para a determinação de coliformes totais e fecais foram inoculados 1 mL da amostra em 5 tubos contendo Caldo Bile Verde (BVB) e Caldo Escherichia coli (EC) respectivamente, que também continham tubos de Durham invertidos, e incubados por 24h, sendo o caldo BVB a 37ºC em estufa e o caldo EC a 44,5ºC em banho-maria. A presença de gás nos tubos de Durhan indicariam resultados positivos.
Para a pesquisa prévia de clostrídios, foi utilizado 5 tubos de caldo diferencial para clostrídios (DRCM), a amostra foi submetida a choque térmico a 75º durante dez minutos para eliminação de células vegetativas e ativação de esporos. Os inóculos foram incubados em jarra de anaerobiose a 37 ºC/24-48 h e possíveis amostras positivas inoculadas em caldo de leite tornassolado para confirmação.
Para isolamento de P. aeruginosa e enterococos foram utilizados os meios contendo 5 tubos com Caldo Asparagina e 5 tubos com Caldo Azida, respectivamente, onde foram introduzidos 1 mL da amostra de água nos tubos e incubados a 37 ºC/24-48 h. A turvação dos meios e a produção de pigmentos fluorescentes no caldo asparagina sugeriam a presença destes microrganismos.
4. RESULTADOS
Inicialmente, a análise microbiológica das águas foi realizada pelo teste dos tubos múltiplos, que demonstrou ausência de crescimento para as amostras de água coletas na fonte. Os resultados foram ilustrados no Quadro 1.
	Amostra
	Coliformes fecais
	Coliformes totais
	Clostridium perfringens
	Enterococos
	Pseudomonas aeruginosa
	A1
	N
	N
	N
	N
	N
	A2
	N
	N
	N
	N
	N
	A3
	N
	N
	N
	N
	N
	A4
	N
	N
	N
	N
	N
	A5
	N
	N
	N
	N
	N
Quadro 1: Resultados das análises microbiológicas efetuadas nas amostras da fonte de água mineral. Onde: N= negativo, P= positivo.
As análises revelaram ausência de contaminação de coliformes totais e fecais nos tubos contendo Caldo BVB e Caldo EC respectivamente, pois não houve presença de gás nos tubos de Durhan (Fig.2).
Figura 2 – Tubos com caldo EC e BVB
Fonte: Viviane Rodrigues Silva, 2009
A contaminação da água por clostrídios foi avaliada pelo caldo diferencial para clostrídios (DRCM) e não foi observado crescimento em nenhuma das amostras (Fig.3).
Figura 3 – Tubos com caldo DRCM
Fonte: Viviane Rodrigues Silva, 2009
Quanto a presença de P. aeruginosa todas as amostras contendo Caldo Asparagina foram aprovadas, pois não foi encontrada bactéria indicadora de contaminação e não houve presença de pigmentos fluorescentes sob luz ultravioleta (Fig.4).
Figura 4 – Tubos com caldo Asparagina
Fonte: Viviane Rodrigues Silva, 2009
Os tubos com Caldo Azida apresentaram resultado negativo para enterococos, pois não foi encontrada turvação dos meios de cultura (Fig.5).
Figura 5 – Tubos com caldo Azida
Fonte: Viviane Rodrigues Silva, 2009
5. DISCUSSÃO
Segundo a RDC 54 de 15 de junho de 2000, a água será condenada quando houver a presença de coliformes fecais em qualquer quantidade, o número (NMP) de coliformes totais e/ou P. aeruginosa e/ou enterococos e/ou clostrídios sulfito redutores, em amostra indicativa, não pode ser maior que 1,1/ 100mL. 
A análise microbiológica da fonte de água mineral realizada neste estudo revelou ausência de contaminação para coliformes totais e fecais. Resultados semelhantes para coliformes totais e fecais também foram encontrados nos estudos realizados em águas minerais envasadas no município de São José do Rio Preto (SP) por Reis et al. (2006) e águas minerais comercializadas em Ouro Preto (MG) por Sabioni e Silva (2006). As águas minerais de diferentes marcas comercializadas em Vassoura (RJ), foram analisadas por Sant´Ana et al. (2003), que observaram que de 44 amostras avaliadas, 25% encontravam-se contaminadas por coliformes totais e 20,4% por coliformes fecais.
Resultados negativos para coliformes fecais não indicam ausência de contaminação fecal, pois o número e o tamanho da amostra, sensibilidade da metodologia, quantidade e de coliformes, interação sinérgica com P. aeruginosa e cepas de Salmonella mais resistentes que os coliformes influenciam o resultado (Franco e Landgraf, 2008).
No Quadro 1 é possível observar que 5 amostras (100%) não apresentaram enterococos, estando, portanto de acordo com a legislação vigente. Sabioni e Silva (2006) e Sant´Ana et al. (2003) também não encontraram a presença de enterococos na amostras de água mineral analisadas.
Semelhante aos resultados do presente estudos, das 44 amostras avaliadas por Sant´Ana et al. (2003), nenhuma apresentou contaminação por clostrídios sulfito redutores. 
Também não foi encontrada a presença de P. aeruginosa em 100% das amostras analisadas (Quadro 1), estando dentro do padrão estabelecido pela legislação. Resultados positivos foram encontrados no estudo realizado por Farache Filho et al. (2008), nas águas minerais em embalagens de 1,5 das 110 amostras (100%) 5 (4,5%) não atenderam ao padrão para água mineral.
Segundo Trabulsi e Alterthum (2008), a presença deste microrganismo em águas engarrafadas pode ser explicada por sua capacidade de se aderir a superfície das garrafas e por ter grande capacidade de se proliferar em água destilada e águas minerais.
6. CONCLUSÃO
	Os resultados obtidos no presente trabalho levaram a concluir que a água mineral coletada da fonte Áurea no município de Poá demonstrou estar dentro dos padrões exigidos pela legislação brasileira pois todas as amostras estudadas atenderam ao padrão de potabilidade da água mineral para consumo humano estabelecido pela RDC 54 de 15 de junho de 2000.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Philippi Jr., Arlindo. Saneamento, saúde e ambiente: fundamentos para um desenvolvimento sustentável. Editora Manole. São Paulo. 2004.
Miller Jr, GT.Ciência Ambiental. Thomson Pioneira. São Paulo. 2007.
Branco, SM. Hidrobiologia aplicada à engenharia sanitária. CETESB/ASCETESB. São Paulo. 3ªed. 1986.
Tundisi, JG. Ciclo hidrológico e gerenciamento integrado. Gestão das Águas. Cienc. e Cult. 2003; 55(4): 31-33
CETESB. Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental. Ciclo das águas. Disponível em <http://www.cetesb.sp.gov.br/Agua/rios/ciclo.asp>. Acesso em: 01 jul.2009.
Drew, D. Processos interativos homem – meio ambiente. Bertrand Brasil. Rio de Janeiro. 6ªed. 2005.
Freitas MB, Freitas, CM. A vigilância da qualidade da água para consumo humano – desafios e perspectivas para o Sistema Único de Saúde. Ciência e Saúde Coletiva. 2005.10(4): 993-1004.
Sperling MV. Introdução à qualidade das águas e tratamento de esgotos. 2ª ed. Belo Horizonte: Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental, Universidade Federal de Minas Gerais, 1996.
Brasil. Ministério da Saúde. RDC nº. 274, de 22 de setembro de 2005. Regulamento técnico para águas envasadas e gelo. Diário Oficial. Brasília. 26 de março de 2004. Acessado em maio de 2009 disponível em http://e-legis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?id=18835.
Brasil. Ministério da Saúde. Decreto-Lei nº. 7841, de 08 de agosto de 1945. Código de águas minerais. Diário Oficial. Brasília. 20 de agosto de 1945. Acessado em junho 2009 disponível em http://www.dnpm-pe.gov.br/Legisla/cam_00.php
 Eiroa, MNU, Junqueira, VCA, Silveira, NF de A. Avaliação microbiológica de linhas de captação e engarrafamento de água mineral. Ciênc. e Tecnol. de Aliment. 1996.16(2): 165-169.
 Lucas Frasão. O mercado de 7 bilhões de litros. Jornal Estadão. [online]. 2009 abril. [Capturado 15 abril 2010]. Disponível em: http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,o-mercado-de-7-bi-de-litros,342621,0.htm
 Brasil. Ministério da Saúde. Resolução – RDC nº. 54, de 15 de junho de 2000. Dispõe sobre o Regulamento Técnico para Fixação de Identidade e Qualidade de Água Mineral Natural e Água Natural. Diário Oficial. Brasilia. 19 junho de 2000.
Tortora, GJ, Funke BR, Case CL. Microbiologia. Editora Artmed. Porto Alegre. 8ªed. 2007.
 Trabulsi, LR, Alterthum, F. Microbiologia. 5ª ed. São Paulo: Atheneu, 2008.
 Silva, CHP. de M. Bacteriologia: um texto ilustrado. Teresópolis: Eventos, 1999.
 Koneman, EW., Allen, SD., Janda, WM., Schreckenberger, PC., Winn Jr., WC. Diagnóstico Microbiológico. 5.ed., Rio de Janeiro: MEDSI, 2001
 Franco, BDG. de M, Landgraf, M. Microbiologia dos alimentos. São Paulo: Atheneu, 2008.
 Silva, N., Junqueira, VCA., Silveira, NFA. Manual de métodos de análise microbiológica de alimentos. São Paulo: Varela, 1997.
CETESB. Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental. Variáveis de qualidade das águas. Disponível em <http://www.cetesb.sp.gov.br/Agua/rios/ciclo.asp>. Acesso em: 31 out. 2010.
Riedel, G. Controle sanitário dos alimentos. São Paulo: Atheneu, 1992.
Rouquayrol, MZ., Filho, NA. Epidemiologia e saúde. 6ª ed. Rio de Janeiro: Medsi, 2003.
Sperling MV. Princípios do tratamento biológico de águas residuárias. 3ª ed. Volume 1. Belo Horizonte: Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental, Universidade Federal de Minas Gerais, 2005.
Leser, W., Franco, LJ., Ribeiro, MBD., Baruzzi, RG., Barbosa, V. Elementos de epidemiologia geral. São Paulo: Atheneu, 1997.
Prefeitura da Estância Hidromineral de Poá. Cidade. Acesso em 19 de setembro de 2010. Disponível em: http://www.poa.sp.gov.br/cidade/cidade.php.
 Freitas MB, Brilhante OM, Almeida LM. Importância da análise de água para a saúde pública em duas regiões do Estado do Rio de Janeiro: enfoque para coliformes fecais, nitrato e alumínio. Cad. de Saúde Pública. 2001.17(3): 651-60.
Danilo Moreira. “Parque das Águas” na Fonte Áurea é a proposta de prefeituráveis. Jornal do Município. [online]. 2008 setembro. [Capturado 19 de outubro de 2010]. Disponível em: http://www.jornaldomunicipio.com.br/modules/news/article.php?storyid=3588
 Fundação Nacional de Saúde (FUNASA). Manual Prático de análise de água. 2ª ed. Brasília. 2006.
 Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental - CETESB. Determinação do N.M.P. de Estreptococos fecais pela técnica de tubos múltiplos (Normalização Técnica - L5.205). São Paulo, 1978.
 Reis, JA dos, Hoffmann, P, Hoffmann, FL. Ocorrência de bactérias aeróbias mesófilas, coliformes totais, fecais e Escherichia coli, em amostras de águas minerais envasadas, comercializadas no município de São José do Rio Preto, SP. Hig. Alim. 2006.20(145): 109-116.
 Sabioni, JG, Silva, IT. Qualidade microbiológica de águas minerais comercializadas em Ouro Preto, MG. Hig. Alim. 2006. 20(143): 72-78.
 Sant´Ana, A, Silva, SCFL, Farani, IO Jr, Amaral, CHR, Macedo, VF. Qualidade Microbiológica de águas minerais. Ciênc. Tecnol. Aliment. 2003. 23(suppl): 190-194.
 Farache Filho, A, Dias, MFF, Taromaru, PH, Cerqueira, CS, Duque, JG. Qualidade microbiológica de águas minerais não carbonatadas em embalagens de 1,5 litros, comercializadas em Araraquara, SP. Alim. Nutr. 2008. 19(4): 421-425.
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Ciências Biológicas da Universidade Guarulhos como parte dos requisitos para obtenção do grau de Bacharel em Ciências Biológicas.
Orientador: Profa. Dra. Marta Ferreira Bastos
Silva, Viviane Rodrigues
	Análise Microbiológica de água mineral da Fonte Áurea do Bairro de Vila Áurea no município de Poá, SP/ Viviane Rodrigues Silva. Guarulhos, 2010.
	24p.
	Trabalho de Conclusão de Curso – Curso de Ciências Biológicas – Universidade Guarulhos.
	Orientador: Profa. Dra. Marta Ferreira Bastos
1. Água mineral; 2. Análise Microbiológica; 3. Contaminação;
4. coliformes.

Continue navegando