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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SÃO PAULO PREPARO E PADRONIZAÇÃO DE SOLUÇÕES E DETERMINAÇÃO DA ACIDEZ DO LEITE SÃO PAULO 2016 RESUMO O estudo que segue apresenta o preparo de soluções de 0,1 mol.L- de hidróxido de sódio (NaOH) e ácido clorídrico (HCl) e as padronizações direta e indireta destes. Apresenta também a determinação da acidez de amostras A, B e C de leite a partir da solução padronizada de NaOH. Os procedimentos foram realizados pelo método de titulação volumétrica de neutralização. Pelos procedimentos de padronização obtiveram-se NaOH 0,1052 mol.L- e HCl 0,0986 mol.L-. Nos testes do leite, considerando a acidez, somente o leite C estava próprio para consumo (14,86 °D). 1. INTRODUÇÃO A química analítica propõe diversas técnicas e instrumentos para analisar substâncias e amostras. Uma técnica muito utilizada é a titulometria, que é utilizada para determinar espécies químicas por meio de uma reação entre o analito e um reagente padrão, denominado titulante. (SKOOG, 2006) Há vários métodos titulométricos, entre eles a titulação volumétrica de neutralização, em que espécies alcalinas e ácidas reagem, neutralizando a solução, sendo que a quantidade de número de mols que reagem é proporcional ao volume de titulante consumido pelo analito. (SKOOG, 2006) A neutralização é uma reação entre um ácido e uma base, que gera como produto sal (composto iônico) e água. A solução se torna neutra quando a titulação é realizada entre ácido forte e base forte, sendo este o momento em que a quantidade de mol do titulante é suficiente para neutralizar a mesma quantidade de mol do analito – estequiometria da reação e ponto de equivalência. (VOGEL, 2002) Um método simples de identificar o ponto de equivalência, é pelo uso de indicadores de pH ácido-base, que mudam de cor em meio ácido ou alcalino. (ATKINS, 2006) Os indicadores são ácidos ou bases orgânicas muito fracas e, aplicando tal afirmação à teoria de Brønsted, estes indicadores diferem da cor de sua base ou ácido conjugados quando não estão dissociados, como representados na Equação 1. (SKOOG, 2006) Equação 1 No trabalho em questão utiliza uma solução de hidróxido de sódio como titulante, então o indicador escolhido foi a fenolftaleína, que apresenta faixa de pH de viragem de 8,3 a 10,0, é incolor em solução ácida e vermelho (ou carmim) em solução básica. (VOGEL, 2002) Além das substâncias para padronizações, o trabalho também evidencia a acidez do leite por meio da titulação de neutralização. O leite é um dos alimentos mais consumidos no Brasil e é constituído por água, lactose, gordura, proteínas, substâncias minerais, ácidos orgânicos e outros. (SILVA, 1997) A acidez natural do leite se dá, principalmente, pela presença do ácido lático, formado pela ação de enzimas microbianas na lactose. Desta forma, o leite apresenta reação ácida com o indicador fenolftaleína. (SILVA, 1997) 1.1. OBJETIVOS Preparar uma solução 0,1 mol.L- de NaOH partindo de um soluto sólido e padronizá-la diretamente. Preparar uma solução 0,1 mol.L- de HCl partindo de um soluto líquido e padronizá-la indiretamente. Determinar a acidez de amostras de leite por meio da titulação de neutralização, para pensar nas questões de adulteração deste alimento. 2. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 2.1. Materiais e Reagentes A Tabela 1 apresenta os materiais e reagentes necessários para realizar os procedimentos experimentais. Tabela 1 – Materiais e Reagentes Materiais e Reagentes Bureta 25,00 mL Hidróxido de sódio (NaOH) 2 balões volumétricos 100 mL Ácido clorídrico 1,0 mol.L- (HCl) 2 Erlenmeyer 150 mL Indicador fenolftaleína Bastão de vidro Água destilada (H2O) Balança analítica Biftalato de potássio (C8H5O4K) Funil de colo curto Pipeta 10 mL A figura 1 ilustra a aparelhagem utilizada nos procedimentos. Figura 1 Aparelhagem, com instrumentos utilizados nas titulações. 2.2. Preparo de solução HCl 0,1 mol.L- No balão volumétrico 10 mL, adicionaram-se cerca de 50 mL de água destilada. Coletou-se uma alíquota de 10 mL da solução de HCl 1,0 mol.L- e transferiu-se para balão volumétrico. Completou-se o volume com água destilada e aferiu-se o menisco. Agitou-se a solução e reservou-a. A Figura 2 exibe o fluxograma do procedimento: Figura 2 – Representação do fluxograma do preparo da solução de HCl 0,1 mol.L - e o Diamante de Hommel desta substância. 2.3. Preparo de solução NaOH 0,1 mol.L- Pesou-se, em um béquer, aproximadamente 0,44 g de NaOH em balança analítica. Anotou-se a massa real. Adicionaram-se cerca de 30 mL de água destilada ao béquer e dissolveu-se o sal. Observou-se se houve desprendimento de calor. Com a solução em temperatura ambiente, transferiu-se a solução para o balão volumétrico 100 mL, com auxílio do funil. Completou-se o volume com água destilada e aferiu-se o menisco. Agitou-se a solução e reservou-a. A Figura 3 representa o procedimento em fluxograma: Figura 3 – Representação do fluxograma do preparo da solução de NaOH 0,1 mol.L - e Diamante de Hommel desta substância. 2.4. Padronização da solução de NaOH 0,1 mol.L- Primeiramente, lavou-se a bureta com água destilada e, em seguida, ambientou-a duas vezes com a solução de NaOH preparada. Prendeu-se a bureta n suporte universal e encheu-a, evitando a formação de bolhas (e tirando bolhas eventuais) e, deixou-se escoar até atingir o zero. Pesou-se, no Erlenmeyer, aproximadamente 0,31 g de C8H5O4K e anotou-se a massa real. Dissolveu-se o sal em 50 mL de água (atentando para que a dissolução fosse completa). Adicionaram-se 3 gotas do indicador fenolftaleína e agitou-se. Iniciou-se a titulação deixando NaOH escoar no Erlenmeyer até atingir o ponto de viragem (coloração levemente rósea). Anotou-se o volume gasto. Realizou-se o procedimento em duplicata. A Figura 4 apresenta o fluxograma deste procedimento. Figura 4 - Representação do fluxograma da padronização da solução de NaOH 0,111 mol.L - . 2.5. Padronização da solução de HCl 0,1 mol.L- Ainda com a solução de NaOH na bureta (já padronizada), aferiu-se seu volume até o zero. Coletou-se uma alíquota de 10 mL da solução preparada de HCl 0,1 mol.L- e transferiu-a para o Erlenmeyer. Adicionaram-se 3 gotas de indicador fenolftaleína no Erlenmeyer, agitou-o e iniciou-se a titulação até ponto de viragem (coloração levemente rósea). Anotou-se o volume gasto de NaOH. Realizou-se o procedimento em duplicata. Este procedimento pode ser realizado seguindo as instruções do fluxograma, expresso na Figura 5. Figura 5 - Representação do fluxograma da padronização da solução de HCl 0,1 mol.L - . 2.6. Determinação da acidez do leite Separaram-se amostras de leite Elegê Integral e testaram-nas com indicador fenolftaleína. Do sistema de titulação simples, retirou-se a bureta, lavou-a com água e em seguida com a solução de NaOH 0,1 mol.L- padronizada. Prendeu- se a bureta ao suporte, encheu-a e escoou o volume de solução até o zero. Coletou-se uma alíquota de 10 mL de leite e transferiu-se para o Erlenmeyer. Adicionaram-se 3 gotas de fenolftaleína e agitou-se o Erlenmeyer. Deixou-se o volume de NaOH escoar até a obtenção do ponto de viragem. Realizou-se o procedimento e anotou-se o volume gasto. O procedimento em questão pode ser realizado seguindo as instruções do fluxograma, expresso naFigura 6: Figura 6 – Representação do fluxograma do procedimento titulométrico para determinar a acidez das amostras de leite. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 3.1. Preparo de solução NaOH 0,1 mol.L- e padronização direta Para preparar a solução de NaOH, calculou-se a massa necessária para se obter uma concentração de 0,111 mol. L-1 em 100 mL de solução, com a Equação 2: Onde (M) é a concentração em mol.L-1, (n) é o numero de mols, (V) é o volume em L, (m) massa em gramas e (MM) massa molar em g.mol-1. Substituindo as variáveis na Equação 1, obteve-se a massa 0,444 g necessária. No entanto, a massa medida foi 0,4478 g de NaOH. Padronizou-se esta solução, uma vez que o NaOH é uma substância higroscópica, logo, não tem alto grau de pureza ou confiabilidade para a concentração seja exatamente 0,111 mol.L-. Os dados obtidos da titulação estão expressos na Tabela 2: Tabela 2 – Resultados da padronização do NaOH em duplicata Massa de C8H5O4K (g) Volume de NaOH consumido (mL) Titulação 1 0,3200 14,80 Titulação 2 0,3308 15,50 Segundo Vogel (cap. 10, p. 186, 2002), “o objetivo da titulação de uma solução básica com uma solução padronizada de um ácido é a determinação da quantidade exata de ácido que é equivalente à quantidade de base presente”. Assim, com base na reação que ocorre entre as espécies mencionadas e sabendo que a proporção estequiométrica é de 1:1 (Eq. 3), pode-se considerar a Figura 1, empregada por substituições das variáveis conhecidas da base e do padrão- primário. Eq. 3 Logo, Figura 7 – Série de equações para obter a concentração molar do NaOH. Onde é número de mols; é massa em gramas; é massa molecular; é concentração em mol.L-1; e é volume em litros. Desta forma, obtiveram-se as concentrações de NaOH através das equações da Figura 7: Titulação 1: Titulação 2: Calculou-se a média entre as concentrações obtidas nas titulações 1 e 2: (Eq. 4) Padronizar uma solução significa identificar a quantidade de mols da espécie utilizada que contém na solução com maior precisão. Isso porque nem todas as substâncias são puras e totalmente estáveis, podendo sofrer alterações com sua manipulação, como no caso do NaOH, e o preparo da solução envolve diversas variáveis, tais como a absorção da umidade do ar na pesagem do sólido, perda de volume de solução na transferência para balão volumétrico ou padrão das vidrarias utilizadas. Ainda assim, o resultado médio obtido está consideravelmente próximo do valor desejado. 3.2. Preparo de solução HCl 0,1 mol.L- e padronização indireta A padronização da solução de HCl 0,1 mol.L-1 através da solução recém padronizada de NaOH 1,052 mol.L-1 foi realizada utilizando fenolftaleína como indicador. Este indicador tem como ponto de equivalência a viragem da coloração da solução no erlenmeyer de incolor para levemente rósea prevalecente. Realizaram-se as titulações de padronização da solução do HCl utilizando a solução recém padronizada de NaOH como padrão secundário em triplicata e a tabela 3 mostra os dados obtidos: Tabela 3 – Resultados da padronização do HCl em triplicata Volume de solução de HCl (mL) Volume de NaOH consumido (mL) Titulação 1 10,00 9,40 Titulação 2 10,00 9,30 Titulação 3 10,00 9,40 Calculando-se a média dos volumes de NaOH consumido temos: Análoga à padronização do NaOH, a proporção estequiométrica é de 1:1, sendo necessário 1 mol de NaOH para reagir com 1 mol de HCl, conforme a representação simbólica da reação: Substituindo: (Eq. 7) Para o cálculo da concentração molar utilizou-se a média dos volumes de NaOH consumido, a concentração molar da solução recém padronizada de NaOH e o volume fixo de HCl, conforme expresso na equação 8: A concentração molar da solução esperada era de 0,1 mol. L-1 e o resultado obtido na análise (0,0986 mol. L-1) atende a expectativa, considerando os possíveis erros envolvidos na instrumentação e na técnica do operador. Sobre a técnica, tem-se que a titulação envolve duas espécies fortes de base e ácido. Tanto Vogel (2002) como Skoog (2006) dizem que a reação entre ácido forte e base forte resulta na formação de um sal correspondente e a solução será neutra em seu ponto de equivalência, com pH (potencial hidrogeniônico) igual a 7. Observou-se que a escolha do NaOH como solução padrão para a padronização do HCl baseou-se no fator de que a titulação por neutralização com ácidos ou bases fortes fornecem pontos finais mais nítidos, pois essas substâncias reagem de forma completa com os analítos quando comparado aquelas mais fracas. (SKOOG, 2006, p. 350 – 351) Os reagentes padrão utilizados nas titulações ácido/base são sempre ácidos ou bases fortes, mais comumente HCl, HClO4, H2SO4, NaOH e KOH. Os ácidos e bases fracos nunca são empregados como reagentes padrão porque reagem de forma incompleta com os analitos. (SKOOG, 2006; Cap. 14 A, p. 351) 3.3. Determinação da acidez no leite Na verificação da acidez do leite pelo método de titulação por neutralização como representada pela reação: Equação 9: Neutralização do leite com NaOH Obtiveram-se para as amostras A, B e C de leite Elegê integral os resultados expressos na Tabela 4: Tabela 4 – Volume de leite e volume de NaOH consumido para neutralização do leite Amostra A B C Volume de leite 10 mL 10 mL 10 mL Volume de NaOH consumido (mL) 2,50 4,00 1,70 Com os dados obtidos em análise foi possível determinar a concentração de acido lático em cada uma das amostras. Como a acidez do leite deve ser expressa em graus Dornic (BRITO et al., 2016), considera-se a relação que esta unidade estabelece, sendo que para cada 1 Grau Dornic (1°D) tem-se 0,01% de ácido lático (NALGON, 2016). Além disso, para cada 0,1 mL de NaOH N/9 adicionado à amostra de leite durante a titulação corresponde a 1°D, pois também há relação com o volume de titulante consumido. (BRITO et al., 1995) Para converter os resultados em Grau Dornic considerou-se que concentração de NaOH padronizado era 0,0970 mol.L-, então foi necessário relacionar com a informação de que cada 1 mL de NaOH de concentração 1/9 representa 1°D. Se a concentração do titulante é maior que a do titulado, então o volume gasto para a neutralização será pequeno, e vice-versa. Desta forma, há uma relação indiretamente proporcional entre volume e concentração, como mostra a Equação 10: Considerando que 1°D está para V0,0970 mol.L - e que este é proporcionalao °D do leite pelo volume consumido na análise do leite, tem-se a Equação 11: Substituindo a igualdade da Equação 10 na Equação 11: Sabendo que os volumes gastos foram A = 2,50 mL; B = 4,00 mL; C = 1,70 mL e aplicando na Equação 12, os resultados foram obtidos conforme a Figura 8: Figura 8 – Aplicação da Equação 12 para obter a acidez do leite nas amostras A, B e C, substituindo os volumes de NaOH consumidos. A Tabela 5 expõe a acidez titulada para cada uma das amostras: Tabela 5 - Acidez obtida experimentalmente em ºD Amostra A B C Acidez ºD 21,85 34,95 14,86 O nível de acidez previsto como padrão para o consumo humano é entre 15 a 18 °D, de acordo com a Embrapa. Das amostras analisadas, a C é a única que atende os padrões aceitos para o consumo humano. Percebeu-se que nas amostras A e B, os níveis de acidez estão muito acima do recomendado e, por se tratar de amostras de leite da mesma marca, subtende-se que houve uma possível adulteração do leite A e B ou que a fermentação da lactose (fonte do ácido lático) foi muito intensa para estas amostras. 4. CONCLUSÃO Com base nos resultados das padronizações, pode-se considerar que o método utilizado é confiável e que as medidas foram obtidas com precisão, pois a molaridade das padronizações de NaOH e d HCl foram relativamente próximas às concentrações esperadas. Analisando as amostras de leite Elegê Integral A, B e C, foi possível identificar que somente a amostra C está dentro do parâmetro adequado para consumo (15 a 18 °D – Embrapa), pois o resultado obtido foi de 14,86°D. Como todas as amostras eram da mesma marca, presume-se que houve adulteração ácida nas amostras A e B. 5. REFERÊNCIAS ATKINS, P. JONES, L. Princípios de Química – Questionando a Vida Moderna e o Meio Ambiente. Editora Bookman, 3ª Ed. e 5º Ed. Porto Alegre, 2006 e 2012. BRITO, M. A., BRITO, J. R., ARCURI, E., LANGE, C., SILVA, M.; SOUZA, G.. Acidez Titulável. Embrapa – Agencia de Informação Embrapa: Agronegócio do Leite. Disponível em: < http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Agencia8/AG01/arvore/AG01_194_2172 0039246.html>. Acesso em: 4 set. 2016. FELTRE, R. Química. Físico-Química. Vol. 2. Ed. 6; Editora Moderna, São Paulo, 2004. NALGON. Acidímetro de Dornic – Equipamentos Científicos. Disponível em: < http://www.nalgon.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=106: acidimetro-de-dornic-ref2270&catid=44:diversos&Itemid=220>. Acesso em: 4 set. 2016. SILVA, P. H. F. Leite: Aspectos de Composição e Propriedades. Química e Sociedade. Química Nova na Escola, nº 6; Novembro, 1997. Disponível em: <http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc06/quimsoc.pdf>. Acesso em: 05 set. 2016. SKOOG, WEST, HOLLER, CROUCH. Fundamentos de Química Analítica, Tradução da 8ª Edição norte-americana, Editora Thomson, São Paulo-SP, 2006. VOGEL, A. I. MENDHAM, J. DENNEY, R. C. BARNES, J. D. THOMAS, M. J. K. Análise Química Quantitativa. Editora LTC, 6º Ed. Rio de Janeiro, 2002. 6. QUESTIONÁRIO 6.1. Preparo e Padronização de Soluções 1. O que é padrão primário? R: Padrão primário é um composto de alta pureza, usado como referencia para métodos titulométricos, volumétricos ou de massa. (Skoog) 2. Quais são as exigências requeridas para ter-se um padrão primário? R: Os requisitos para que o composto seja classificado como padrão-primário são: Alta pureza, estabilidade à atmosfera, ausência de água de hidratação para não alterar a composição do sólido com a variação da umidade, custo baixo, solubilidade razoável no meio de titulação, massa molar grande para que o erro relativo associado com a pesagem do padrão seja diminuído. (SKOOG, 2006) 3. Quais os cuidados que devem ser tomados na preparação de solução do hidróxido de sódio padrão? R: O hidróxido de sódio é uma substancia higroscópica, por isso sua pesagem, ou seja, seu contato com o ar deve ser rápido. O NaOH é também uma base forte do tipo exotérmica, por esta razão deve sempre ser diluída em água, e nunca o contrario. Após a diluição deve-se aguardar a solução resfriar no béquer antes de transferi-la para um material volumétrico, além de cuidados com a manipulação da solução por ser corrosiva como indica o diamante de Hommel: Figura 1 – Diamante de Hommel do NaOH 4. Calcular a massa de NaOH e o volume de HCl conc., na preparação de soluções 0,1 mol/L pedidas. R: 5. Apresente as equações da reações ácido-base na padronização das soluções. R: Padronização do HCl com NaOH: Padronização do NaOH com Biftalato de Potássio: Figura 2 – Reação de neutralização entre padrão-primário biftalato de potássio e a solução de hidróxido de sódio 0,111 mol.L - . 6. Apresente os cálculos na padronização das soluções. R: Cálculo da massa de NaOH para o preparo de uma solução 0,111mol.L-1 Cálculo da concentração da solução de NaOH: Titulação 1: Titulação 2: Média entre as concentrações obtidas nas titulações 1 e 2: (concentração da solução de NaOH) Cálculos da concentração de HCl: Média dos volumes de NaOH consumido. Concentração de HCl na solução. 7. O que se entende por dissolução endotérmica e exotérmica? Se a dissolução do cloreto de amônio em água é endotérmica, então a solução preparada deste sal fica mais fria que a água usada, por que? R: Dissolução endotérmica é aquela que dissolve com a absorção de calor, já a dissolução exotérmica é aquela que libera calor durante a dissolução. (Feltre) A solução do cloreto de amônio fica mais fria que a água usada, por que a dissolução do sal é endotérmica, por isso absorve calor da água usada. 8. Por que não se deve completar o volume de solução, em um balão volumétrico, antes de a solução ser resfriada? R: Por que uma solução quente possuium volume expandido, e em materiais volumétricos, como o balão volumétrico, não se deve colocar soluções quentes, pois a variação de temperatura pode dilatar o material alterando assim o seu padrão. 9. Apresentes os resultados obtidos com os testes dos indicadores nas soluções preparadas. R: Indicador Fenolftaleína: Na amostra de HCl a solução permaneceu com sua cor original, somente com adição de NaOH que ficaram róseas. 10. Quais são as massas de hidróxido de potássio que devem se pesadas para preparar as seguintes soluções? a) 250 mL de solução 0,1 mol/L R: b) 500 mL de solução 25 g/L. R: 11. Dissolveram-se 56,8 g de sulfato de sódio em água e completou- se o volume para 1000 mL. Qual a molaridade da solução preparada? R: 12. 250 mL de uma solução de ácido sulfúrico foram preparados a partir de 20 mL de ácido concentrado de densidade 1,85 g/mL e contendo 96% de H2SO4 em peso. Calcular com duas casas decimais a molaridade dessa solução. R: 6.2. Determinação da Acidez do Leite 1. Escreva a equação da reação de neutralização considerando que o ácido lático como o principal componente responsável pela acidez natural do leite. Figura 3 – Reação de neutralização entre o ácido lático presente no leite e a solução de hidróxido de sódio 0,0970 mol.L - , previamente padronizada. 2. A Acidez do leite pode ser indicada com graus Dornic (oD). Explique essa unidade. Converta o resultado obtido no experimento para esta unidade. R: A unidade graus Dornic expressa a acidez do leite titulável, sendo equivalente a porcentagem de ácido lático no leite. (BRITO et al., 1995) Cada 1 Gau Dornic (1°D) corresponde a 0,01% de ácido lático (NALGON, 2016) e, além disso, a cada 0,1 mL de NaOH N/9 adicionado à amostra de leite durante a titulação corresponde a 1°D. (BRITO et al., 1995) Os resultados para cada amostra pôde ser representado em Grau Dornic pela seguinte forma, sabendo que a concentração de NaOH padronizado é 0,0970 mol.L- , os volumes gatos são A = 2,50 mL; B = 4,00 mL; C = 1,70 mL e que 0,1 mL de NaOH 0,111 mol.L-: **Vale ressaltar que a relação que há entre 0,1 mL de NaOH e a concentração de 0,111 mol.L- é, quando variada, inversamente proporcional. Desta forma, quanto maior a concentração da base, menor será o volume consumido pelo leite. 3. Caso a amostra esteja com um grau de acidez alto (acima de 20ºD), o que isso pode significar? Se num lote de leite, a acidez total for superior a 20°D, a correção desta acidez com hidróxido de sódio seria suficiente para tornar este leite próprio para consumo? R: Considerando que, segundo a Embrapa (BRITO, 2016), a acidez do leite próprio para o consumo pode variar de 15 a 18 °D, acima disso o leite já começa a fermentar, não resistir aquecimentos e, muito acima disso, começa a flocular à temperatura ambiente. A correção deste leite com NaOH somente diminuiria a quantidade de ácido latido, por meio de uma reação de neutralização, mas, em contrapartida, contaminaria o alimento e este não seria próprio para o uso. A soda caustica (NaOH) é corrosiva e não deve ser ingerida. 4. Calcule a massa de ácido lático presente em 1 litro de cada amostra de leite analisada. Sabendo que a massa molar do ácido lático é 90 g.mol-: 5. Faça uma pesquisa sobre adulteração do leite. R: A Revista Veja.com publicou uma série de matérias sobre a adulteração do leite, dentre elas a matéria “Leite com formol, soda cáustica e água oxigenada foi vendido em SP”, que teve como princípio informar a ação de fiscalização do Ministério Público e expor que “(...) cerca de 300 mil litros de leite adulterado das marcas Parmalat e Líder chegaram a ser vendidos aos estados de São Paulo e do Paraná (...)”. Além disso, informou que “(...) as empresas transportadoras – Italac, Mumu, Líder e Latvida – acrescentavam formol nos lotes durante o processo de transporte do leite cru, antes mesmo de ele ser envasado. (...) Em um dos casos mais graves dos últimos anos, cooperados da Parmalat informaram que todo o leite UHT da empresa continha soda cáustica e água oxigenada.”. Referência: REDAÇÃO; Leite com formol, soda cáustica e água oxigenada foi vendido em SP. Revista Veja.com; 14 mar. 2014. Disponível em: <http://veja.abril.com.br/economia/leite-com-formol-soda-caustica-e- agua-oxigenada-foi-vendido-em-sp/>. Acesso em: 4 mar. 2016. 6. Após leitura, faça um resumo do artigo indicado no link: http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc06/quimsoc.pdf Para uma boa qualidade de vida, é necessário o uso de alimentos com alto valor nutricional, e um dos alimentos que mais se encaixa nesse padrão é o leite, que contém nutrientes e gorduras importantes para o desenvolvimento de um ser humano saudável. Com o aumento da população mundial no decorrer do tempo, foi necessário aperfeiçoar o sistema de produção, processamento e distribuição do leite, porém, certos processos podem afetar as composições e comprometer a qualidade do produto final. Por essas razões, existe um estudo do leite na área da química que garante a qualidade e desenvolvimento de produtos latrocínios. A produção do leite começa na glândula mamária e tem como principal controle a situação hormonal do animal, que será determinante para a qualidade do leite. Estima-se que tenha em torno de 100 mil constituintes (podem ser sintetizados no próprio sangue, em células secretoras ou no epitélio glandular), onde os mais citados são: a água, a lactose, o glucídeo característico do leite, formado a partir da galactose, podendo ser alterado pelo tempo de aquecimento; as enzimas, facilmente alteradas por processos tecnológicos – como o método de Maillard, que usa tratamento térmico no processamento para obter produtos com boas propriedades sensoriais e menor perda nutricional; a gordura, composta por tricligiceróis envoltos por uma membrana proteicas à base de 440 ésteres de ácido graxo (como o ácido palmítico e o ácido oleico); os sais minerais: principalmente cloro, potássio, cálcio, sódio, magnésio e apresentam baixos teores de ferro, alumínio, bromo e zinco (formando sais orgânicos e inorgânicos); e, para uma boa coleta de leite, depende de fatores como a espécie, raça, alimentação, período de lactação, fraudes e adulterações. Além da composição direta do leite, são alteradas propriedades físico-químicas para melhorar aspectos e condiçõesdo leite, como o sabor, apresentadas como doce e salgado (ou não ácido e não amargo) que pode ser afetado pela ocorrência de infecções do úbere; a cor branca característica do leite, que resulta na dispersão da luz refletida pelos glóbulos de gordura, e quando apresenta outras cores, como o amarelo, vermelho ou azul, está presente uma bactéria específica que altera essa propriedade; como a acidez, que apresenta caráter ácido logo após a ordenha , presente não somente pela ação fermentadora do ácido láctico, mas também pela presença de caseína, dióxido de carbono e citratos; sua densidade varia entre 1,023 à 1,040 g/mL e depende do teor de gordura presente no meio; os seus pontos de congelamento e ebulição são próximos ao da água ; e sua viscosidade é maior do que a água decorrente da maior presença de lipídeos e proteínas, podendo sofrer alterações por processos industriais. Portanto, a interação com o estudo do leite é de extrema importância para obter produtos de bom valor nutricional, de bons aspectos e de boa qualidade e, assim, satisfazer a necessidade desse alimento em nossa sociedade.
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