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Sociedade, Comunicação e Cultura Aula 15 Os direitos desta obra foram cedidos à Universidade Nove de Julho Este material é parte integrante da disciplina oferecida pela UNINOVE. O acesso às atividades, conteúdos multimídia e interativo, encontros virtuais, fóruns de discussão e a comunicação com o professor devem ser feitos diretamente no ambiente virtual de aprendizagem UNINOVE. Uso consciente do papel. Cause boa impressão, imprima menos. Aula 15: Cibercultura e a sociedade em rede Objetivo: Entender o que é a cibercultura e as possibilidades que ela abre nas sociedades modernas, além de como a organização da sociedade em rede modifica as relações sociais na contemporaneidade, principalmente a partir da web 2.0. Redes interativas de comunicação Conforme vimos nas aulas anteriores, a internet vem modificando a sociedade em todos os ambitos, desde o modo como fazemos compras, buscamos alternativas de lazer e educação através dos diversos cursos online, até a forma como estabelecemos nossos relacionamentos. As redes interativas de comunicação possibilitam essas novas e diversas outras formas de comunicação e estruturam uma nova geografia de conexões e sistemas no chamado espaço virtual, hoje chamado de cibercultura. Fruto das cidades pós-modernas, essas redes de comunicação são o espelho da sociedade capitalista, pois é através delas que correm fluxos de informação, além de interpessoais, financeiras, políticas, econômicas e socioculturais, mexendo sensivelmente com os espaços e conceitos tradicionais. Na era da sociedade em rede, o sentido de comunidade, família, relacionamentos, e, sobretudo, de espaço e de tempo é totalmente fluido e o que impera é a individualidade. Conforme Castells (2000), “quem seremos no futuro dependerá de nós mesmo”, pois a ordem do dia é estar na rede: quem não está na rede, não existe. Resolução que descortina um mundo com novas formas de exclusão e de violência. Essa nova dinâmica global tem modificado sensivelmente as identidades, que agora sofrem as influências de novos códigos e devem corresponder a aceitação e diagnóstico de uma ampla gama de pessoas e instituições, forçando as pessoas a construir ou, até mesmo, reconstruírem uma identidade virtual que nem sempre traduz quem ela realmente é, mas que servem de parâmetro analítico para a rede de amigos e, até mesmo, para empresas, instituições financeiras e educacionais. Segundo Duarte (1998): Seria ingênuo dizer que apenas a partir da internet, onde podemos nos colocar em contato com inúmeros grupos sem nos encontrarmos fisicamente, é que adquirimos a capacidade de desenvolver diferentes personas, adequando-as a cada situação. Sempre desempenhamos vários papéis sociais distintos, em diferentes contextos. Poderíamos até dizer que as nossas personas por vezes nem se (nos) reconhecem. Mas o ambiente global da Internet apresenta outros valores que nos farão reinterpretar o Eu. Podemos escolher com quem conversar, o que fazer e quando, sem as limitações do tempo cronológico ou do espaço concreto. As afinidades no universo contemporâneo digital não são mais pautadas por princípios geográficos, de fuso horário (...), ou sociais; são traçadas por interesses informacionais. (p. 44-45) Para o autor, as pessoas se encontram no universo virtual, criam formas de se identificar e se associar, ligam-se a outras pelas mais diversas afinidades, porém, quando desligam a conexão, voltam a ser a pessoa que jamais saiu do seu lugar fixo e que continua comendo o básico e trivial de sempre, nunca viajou de avião e não conhece pessoalmente quase nada do que vivencia no espaço virtual. Portanto, a cibercultura é uma forma de cultura contemporânea fortemente pautada pelas tecnologias digitais que, apesar de todas as críticas e desafios, facilita as nossas relações através dos homebankings, pagamento com cartões eletrônicos, declaração de imposto de renda via internet, cursos de graduação e, até mesmo, pós-graduação em qualquer lugar do Brasil e do mundo, bem como ocorre com curso de línguas, consultar tempo, trânsito e uma série de outros serviços. As possibilidades de produzir e veicular informação são inúmeras; pode ser através de chats, e-mails, sites, blogs, comunidades, listas, fóruns e, com a revolução da internet móvel, além dos PCs, a comunicação pode ser via celular ou computadores portáteis, como notebook, netbook, tablet. A web 2.0 A internet é marcada pelo antes e depois da revolucionária web 2.0; termo criado em 2004 pela empresa norte-americana O’Reilly Media, para descrever a segunda geração da World Wide Web (WWW), que possibilita um grande fluxo de troca de informações e a interação dos internautas com sites e serviços virtuais. A ideia principal da web 2.0 é que o ambiente online seja cada vez mais dinâmico e que os usuários colaborem para a elaboração e organização de conteúdo. Alguns exemplos desse processo são a existência de enciclopédias abertas, como a Wikipédia, cujas informações são disponibilizadas e editadas pelos próprios internautas, ferramentas de busca, e-mails gratuitos, comunicadores instantâneos e programas de segurança, editores de texto, gravadores de sons e imagens, entre outros. Os internautas são considerados o coração dessa segunda geração da internet e é justamente para eles que se volta a atenção do mundo corporativo, pois a boa relação com esses internautas pode turbinar seus negócios, bem como a falta de investimento pode ter um efeito inverso, pois os usuários podem acessar e filtrar as informações que consideram relevantes, conforme seus próprios critérios, bem como tecer comentários, fazer avaliação e disseminar rapidamente campanhas contra ou a favor o que ou quem quer que seja. De acordo com Castells (2000), a internet se caracteriza como mais do que um simples instrumento de comunicação, pois é através dela que a sociedade se auto-organiza. A internet é o coração de um novo paradigma sociotécnico, que constitui na realidade a base material de nossas vidas e de nossas formas de relação, de trabalho e de comunicação. O que a Internet faz é processar a virtualidade e transformá-la em nossa realidade, constituindo a sociedade em rede, que é a sociedade em que vivemos. (Castells, 2000, p. 287) Impacto na publicidade e no jornalismo Se há algo que as empresas de comunicação aprenderam com a web 2.0, é que elas já não podem apenas comunicar o que quer que seja para o seu público, mas devem interagir com este. A publicidade deixou de ser uma via de mão única, na qual a empresa emite uma mensagem que o consumidor recebe, e passou a dialogar com esse consumidor. Incluiu em sua estratégia um novo conceito, o chamado marketing de performance, no qual se contrata o serviço de marketing e só se paga pelos resultados que recebe, o que tem demandado um grande esforço para quem produz a informação, pois ela deve ser incentivada, mensurada e monitorada. Outro exemplo que vai nessa mesma direção são os banners. Com eles, as empresas só pagam pelos cliques que recebe, bem como os links patrocinados em sites de busca e o marketing viral1. No entanto, o que mais faz sucesso na atualidade são as chamadas ações crossmedia, estratégia que une a internet a outras mídias. São ações que começam em um anúncio de jornal ou em um comercial na televisão e continuam na internet com a participação dos usuários. Elas têm uma versão para a mídia impressa e para a televisãoe outra, mais completa, para a internet. Outra ação nesse sentido, favorecida pela web 2.0, é que as empresas possam manter no ar as propagandas suspensas pelo Conselho de autorregulamentação publicitária (Conar), como foi o caso de comerciais da Devassa, as Havaianas e a Nissan, com seus “pôneis malditos”. No jornalismo, a situação não foi diferente. As empresas que antes só produziam jornal ou revistas impressos tiveram que se adequar à plataforma e abrir espaço para a participação do cidadão, antes considerado mero leitor. Esta tendência foi forçada até mesmo pelo grande número de blogs e páginas pessoais e institucionais, nos quais as pessoas, lideranças dos movimentos sociais, opositores, etc., comentam os principais acontecimentos e postura dos meios tradicionais. O que vemos hoje é uma tentativa das empresas de fazerem um jornal mais participativo e cidadão. Considerações finais Ao final de mais esta aula, percebemos que não são apenas as redes sociais como, Orkut, Facebook, Linkdein e Twitter, que abrem espaço e influenciam as relações entre a sociedade e os cidadãos, mas sim todos os elementos desse espaço virtual com suas inúmeras possibilidades de interação. Não se esqueça de mais uma vez passar pelo AVA e completar as atividades. Saiba mais Marketing viral1: refere-se a técnicas de marketing que tentam explorar redes sociais pré-existentes para produzir aumentos exponenciais em conhecimento de marca, com processos similares à extensão de uma epidemia através de vários serviços livres de e-mail de adicionar publicidade às mensagens que saem de seus usuários. * O QR Code é um código de barras que armazena links às páginas da web. Utilize o leitor de QR Code de sua preferência para acessar esses links de um celular, tablet ou outro dispositivo com o plugin Flash instalado. * O QR Code é um código de barras que armazena links às páginas da web. Utilize o leitor de QR Code de sua preferência para acessar esses links de um celular, tablet ou outro dispositivo com o plugin Flash instalado. Vale a pena conferir Entenda o que é a web 2.0. Folha de S. Paulo, 10 jun. 2006. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u20173.shtml>. Acesso em: 08 abr. 2013. REFERÊNCIAS BAUMAN, Zygmunt. Globalização: as consequências humanas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editores, 1999. CASTELLS, Manuel. A era da informação: economia, sociedade e cultura. In: _______. A Sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 2000. DUARTE, Fábio. Global e local no mundo contemporâneo: integração e conflito em escala global. São Paulo: Moderna, 1998. GIDDENS, Anthony. O mundo na era da globalização. 2. ed. Lisboa: Presença, 2000.
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