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Sociedade, Comunicação e Cultura (a4)

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Prévia do material em texto

Sociedade, Comunicação e Cultura 
Aula 04 
Os direitos desta obra foram cedidos à Universidade Nove de Julho 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Este material é parte integrante da disciplina oferecida pela UNINOVE. 
O acesso às atividades, conteúdos multimídia e interativo, encontros virtuais, fóruns de 
discussão e a comunicação com o professor devem ser feitos diretamente no ambiente 
virtual de aprendizagem UNINOVE. 
 
 
Uso consciente do papel. 
Cause boa impressão, imprima menos. 
 
Aula 04: Cultura popular e cultura erudita 
 
Objetivo: Apresentar o tema e os focos de tensão e mostrar o quanto essa 
diversidade pode nos enriquecer. 
 
 
Contexto cultural 
 
A maioria das sociedades contemporâneas, se não todas, são marcadas por 
uma enorme diversidade cultural, inclusive interna, a começar pela nossa própria. 
Como vimos anteriormente, o Brasil, com seus 27 estados, apresenta formas de 
organização social, econômica e política, bem como de lazer extremamente 
diferentes e diversas que demonstram a complexidade do nosso sistema cultural. 
Além dessas diferenças, encontramos também a distinção entre classes 
sociais, seja pelas diferenças entre o campo e a cidade, com a grande concentração 
de pessoas vindas de todos os lugares para os centros urbanos, seja pela tradição 
perpetuada nas zonas rurais. As relações de trabalho, de moradia, de condições 
socioeconômicas dessas populações lhes darão características variadas e as 
rotularão na classificação social como classes pobres, médias ou abastadas. 
Ser pobre, de classe média ou rica é sinônimo de poder cultural também. 
Designa além do poder econômico o seu lugar na sociedade como de bom gosto ou 
de gosto duvidoso. Isso se chama juízo de valor, como abordaremos logo mais. 
No entanto, se a cultura expressa o modo de ser e estar do ser humano na 
sociedade, se compõe aquilo que lhe é transmito ao longo da vida, como alguém 
pode ser desprovido de cultura ou ter gosto duvidoso? 
Pois bem, vejamos então o que chamamos de cultura popular e de cultura 
erudita. 
 
 
 
 
 
 
 
Cultura erudita 
 
Nos estados nacionais que surgiram no fim da Idade Média, surgiu a ideia de 
refinamento pessoal. Era uma nova sociedade se formando e todos queriam, a 
exemplo das classes dominantes, ter acesso ao conhecimento erudito e, de alguma 
forma, demonstrar poder, conhecimento, se destacar na sociedade. 
Ao acessar esse tipo de conhecimento se por um lado possibilitava a essa 
nova elite se destacar da maioria da população considerada atrasada, de outro a 
forçava a negar suas raízes, sua origem popular. O popular era totalmente 
incompatível com o novo status social, era necessário um refinamento dos hábitos, 
da rudeza. Assim, surge a concepção do que é de mau e bom gosto, de bons e 
maus modos. Os hábitos à mesa, a arte de servir, frequentar teatros e os concertos, 
reconhecer uma obra de arte e, mais, possuí-la era credencial para eventos sociais 
e tinha principalmente implicações políticas. 
Embora essa história pertença a um passado extremamente distante, não nos 
iludamos, ela ainda continua a influenciar nossa concepção de cultura. O popular é 
sempre pensado em contraposição ao erudito, como algo inferior, uma cultura 
menor, adquirida de formar arbitrária, sem o esforço e apoio das academias, dos 
saberes institucionalizados. 
Por causa do longo processo de empoderamento, as elites foram se 
apropriando e controlando os aparelhos do estado, as universidades e as 
academias, onde estão em massa nos melhores e mais disputados cursos; 
conseguindo, assim, legitimidade na construção do pensamento nacional e uma 
hegemonia de poder sem igual. Sua preocupação com o popular passa a ser uma 
forma de controle ideológico. Ela determina o que é aceitável, o que é considerado 
cultura ou não. Tudo passa por seu crivo. Isso não impede que o popular, a seu 
modo, forje sua resistência e coexista com ela, criando uma espécie de ringue para 
sobreviver. 
As principais formas de expressão da cultura erudita são: a música clássica, 
em que são necessários anos de estudos para se ler e interpretar partituras; as 
obras de arte, como pinturas e esculturas que representam os movimentos artísticos, 
como o Expressionismo, Cubismo, Dadaísmo, Modernismo; as árias, concertos e 
peças de teatro dentre outras. 
 
 
Cultura popular 
 
Essa dualidade da cultura assim exposta extrapola o campo do lazer e do 
saber para um campo mais político, pois se a cultura erudita se encontra num campo 
de disputa socioeconômico e político, de sobreposição de uma minoria – que tem 
acesso à educação, aos bens material e imaterial de uma sociedade, em detrimento 
da maioria – que não tem acesso e é subjugada, a cultura popular se apresenta 
como um campo de luta e resistência à dominação. Ela é sempre oposição, campo 
de interesse. Portanto, a música, a dança, a poesia, a religiosidade popular, surgem 
como grito de protesto, como manifestação de repúdio contra a opressão a que 
esses populares estão sujeitos. 
Conforme Santos (2003): 
 
(...) poder transformador da luta dos oprimidos contra os opressores 
é um fundamento das ciências sociais contemporâneas, e como 
estamos entendendo a cultura como uma dimensão do processo 
social é para nós, óbvio que a luta política tem manifestações 
culturais. (SANTOS, 2003) 
 
O autor afirma que ao pensar em cultura não podemos ser partidários é 
necessário considerar os processos sociais que a envolve e que dizem respeito à 
sociedade como um todo e não necessariamente a ricos e pobres. Ela é produto 
dessa sociedade, de todos os seus membros e, assim sendo, está ligada tanto a sua 
manutenção quanto a suas transformações. Portanto, as manifestações culturais 
não podem ser totalmente reduzidas às relações sociais de que é produto. Elas 
também têm sua dinâmica própria, a cultura é criativa e demonstra a capacidade 
criativa dos seres humanos. Seus limites se perdem na complexidade da vida social, 
ela dialoga com os opostos, os extremos e, apesar de bastante enraizadas, não são 
homogêneas nas classes oprimidas. 
Embora estejamos em pleno século XXI, o lobisomem, o Saci-Pererê, a mãe 
das águas, o boto, o curupira, ainda povoam o nosso imaginário e isso, associado a 
todos os elementos acima colocam a cultura popular na categoria folclore1, no seu 
sentido mais tradicional, enquanto que a cultura erudita continua ganhando status de 
cultura letrada, racional. Por menos que queiramos é muito difícil não vê-las como 
oposição. 
 
 
Considerações finais 
 
O estudo sobre a cultura é uma viagem extremamente prazerosa quando 
conseguimos nos ver dentro dele. Sempre é divertido lembrarem-se do quanto ainda 
temos de folclórico nos nossos usos e costumes, pois, apesar de numa termos visto 
num atestado de óbito escrito: “Causa da Morte: Chinelo Virado”, continuamos 
desvirando o chinelo para a mãe não morrer. Isso é o que faz a riqueza das nossas 
tradições e nos alegra nos momentos mais difíceis. E não se esqueçam de que, 
erudito ou popular, a cultura é um campo de saberes, de embate socioeconômico e 
político, sim, mas, principalmente, de criação, de manifestação de um povo na sua 
diversidade. 
 
Acesse o AVA e faça as atividades propostas. Boa viagem! 
 
 
 
 
 
 
 
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Saiba mais 
 
Folclore1: a palavra folclore é a forma aportuguesada da inglesa folklore, palavra, 
aliás, composta por duas de origem saxônica: folk (povo) + lore (tradição). Trata-se 
de uma palavra que foi usada pela primeira vez em 1846 pelo arqueólogo inglês 
William John Thoms, num artigo publicado na revista londrina Athenaeum e em 
substituição da expressão popular antiquities (antiguidades populares) usada até 
então. 
 
Vale a pena conferir 
 
1. Entre nos sites a seguir e veja o quanto há de riqueza em nossas tradições: 
Cooperifa: Cooperativa Cultural da Periferia. Disponível em: 
<http://cooperifa.blogspot.com.br/2013_01_01_archive.html>. Acesso em 26 de 
Março de 2013. 
Disponível em: <http://www.colecionadordepedras2.blogspot.com.br/>. Acesso em 
26 de Março de 2013. 
 
2. Revelando São Paulo: Festival de Cultura Paulista Tradicional promovido pela 
Prefeitura de São Paulo e pelo grupo Abaçaí. Disponível em: 
<http://revelandosaopaulo.org.br/>. Acesso em 26 de Março de 2013. 
3. Almanaque Brasil: O Almanaque Brasil é uma publicação mensal da Andreato 
Comunicação e Cultura. Seus principais temas são a cultura e a memória brasileiras, 
destrinchadas em perfis, biografias, curiosidades, jogos e brincadeiras. Disponível 
em: <http://www.almanaquebrasil.com.br/>. Acesso em 26 de Março de 2013. 
 
4. Lisbela e o Prisioneiro: Guel Arraes (Brasil, 2003). O enredo dessa comédia 
romântica – baseada em obra de Osman Lins, sobre as peripécias do malandro 
Leléu ao percorrer pequenas cidades do Nordeste e seu romance com Lisbela 
quase não tem importância. O importante é como a história é contada, entremeada 
por cenas e personagens de filmes norte-americanos, de histórias e tipos do cenário 
nordestino. É um filme divertido que demonstra o poder que a TV pode ter nos 
valores culturais locais; a linguagem cinematográfica; e a pluralidade cultural, nas 
inúmeras referências à cultura nordestina. 
 
5. O Auto da Compadecida: Guel Arraes (Brasil, 2000). As aventuras dos 
nordestinos João Grilo (Matheus Natchergaele), um sertanejo pobre e mentiroso, e 
Chicó (Selton Mello), o mais covarde dos homens. Ambos lutam pelo pão de cada 
dia e atravessam por vários episódios enganando a todos do pequeno vilarejo de 
Taperoá, no sertão da Paraíba. A salvação da dupla acontece com a aparição da 
Nossa Senhora (Fernanda Montenegro). Adaptação da obra de Ariano Suassuna. O 
elemento religioso, a fixação da cultura popular, a presença do anti-herói e a 
linguagem simples bem articulada nas falas das personagens, são elementos que 
merecem um olhar atento, pois sua combinação constitui a arquitetura e a lógica do 
"Auto da Compadecida". 
 
6. Os programas Viola, minha viola: apresentado por Inezita Barroso, e Sr. Brasil, 
apresentado por Rolando Boldrin, ambos aos domingos pela manhã na TV Cultura, 
trazem a diversidade da música sertaneja de raiz e da música regional com 
participação de uma plateia bastante animada. 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
CHAUÍ, Marilena. Unidade 8: O mundo da prática. Cap. 1: A cultura. In: Convite à 
Filosofia. São Paulo: Ática, 1995. 
LAPLANTINE, François. Aprender Antropologia. São Paulo: Brasiliense, 2003. 
SANTOS, José Luiz dos. A cultura em nossa sociedade. O que é cultura. São Paulo: 
Brasiliense, 2003.

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