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P r o f e s s o r : R i c a r d o F o n s e c a d e O l i v e i r a D i s c i p l i n a : E s t r u t u r a s d e C o n c r e t o C u r s o : E n g e n h a r i a C i v i l P a r a c a t u 2 0 1 6 AULA 6 – CÁLCULO DA ARMADURA LONGITUDINAL EM VIGAS SOB FLEXÃO NORMAL 1) DUTILIDADE EM VIGAS 23/09/2016ESTRUTURAS DE CONCRETO 2 Item 17.2.3 NBR 6118: Necessidade de garantir boas condições de dutilidade nas vigas; Respeitar os limites da Linha Neutra (L.N.); L.N. (x/d) ⇒ item 14.6.4.3, sendo adotada, se necessário, armadura de compressão; Finalidade: proporcionar o adequado comportamento dútil em vigas e lajes. 1.1) POSIÇÃO DA L.N. 23/09/2016ESTRUTURAS DE CONCRETO 3 a) 𝑥 𝑑 ≤ 0,45→ 𝑓𝑐𝑘 ≤ 50 𝑀𝑃𝑎 (Eq. 1) a) 𝑥 𝑑 ≤ 0,35→ 50 𝑀𝑃𝑎 < 𝑓𝑐𝑘 ≤ 90 𝑀𝑃𝑎 Quanto menor a relação x/d, maior é a dutilidade. 1.2) Nomenclatura 23/09/2016ESTRUTURAS DE CONCRETO 4 x = distância da L.N. até a borda comprimida; d = altura útil: distância do C.G. da armadura tracionada até a borda comprimida; L.N. : local em que as tensões são nulas, não tenho nem tração nem compressão. 2) EQUAÇÕES PARA CONCRETO ATÉ C50 23/09/2016ESTRUTURAS DE CONCRETO 5 • Na prática ⇒ seção retangular; • Viga com armadura simples ⇒ armadura longitudinal resistente tracionada; • Questões construtivas: barras longitudinais na região comprimida, para amarração dos estribos; • Armadura simples: tensões de compressão resistidas pelo concreto. 2.1) EQUAÇÕES DE EQUILÍBRIO 23/09/2016ESTRUTURAS DE CONCRETO 6 𝑁 = 0 𝑀 = 0 Figura 1 - Distribuição de tensões e deformações em viga de seção retangular com armadura simples. Válidos para os concretos do Grupo I de resistência (fck ≤50 MPa). Distribuição de tensões de compressão segundo os diagramas parábola-retângulo e retangular simplificado 23/09/2016ESTRUTURAS DE CONCRETO 7 Figura 2 - Distribuição de tensões de compressão segundo os diagramas parábola-retângulo e retangular simplificado a) Equilíbrio de forças normais 23/09/2016ESTRUTURAS DE CONCRETO 8 Considerando: Flexão simples não ocorrem forças normais solicitantes: 𝑅𝑐𝑐 = 𝑅𝑠𝑡 (Eq. 2) 𝑅𝑐𝑐 = Força resultante das tensões de compressão no concreto; 𝑅𝑠𝑡 = Força resultante das tensões de tração na armadura 𝐴𝑠. 23/09/2016ESTRUTURAS DE CONCRETO 9 Resistência dos Materiais: σ = 𝐹 𝐴 𝑅𝑐𝑐 = σ𝑐𝑑 . 𝐴′𝑐 Considerando área de concreto comprimido (𝐴′𝑐) ⇒ diagrama retangular simplificado com altura 0,8x: 𝑅𝑐𝑐 = 0,85. 𝑓𝑐𝑑 . 0,8. 𝑥. 𝑏𝑤 𝑅𝑐𝑐= 0,68. 𝑏𝑤. 𝑥.𝑓𝑐𝑑 (Eq. 3) 23/09/2016ESTRUTURAS DE CONCRETO 10 Força resultante das tensões de tração na armadura tracionada: 𝑅𝑠𝑡 = σ𝑠𝑑 . 𝐴𝑠 (Eq. 4) σ𝑠𝑑 = tensão de cálculo na armadura tracionada; 𝐴𝑠 = área de aço da armadura tracionada. b) Equilíbrio de Momentos Fletores 23/09/2016ESTRUTURAS DE CONCRETO 11 𝑀𝑠𝑜𝑙𝑖𝑐 = 𝑀𝑟𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡 = 𝑀𝑑 Forças resistentes: concreto comprimido e pela armadura tracionada → binário oposto ao momento fletor solicitante: 𝑀𝑑= 𝑅𝑐𝑐 . 𝑧𝑐𝑐 (Eq. 5) 𝑀𝑑= 𝑅𝑠𝑡 . 𝑧𝑐𝑐 (Eq. 6) 𝑅𝑐𝑐 . 𝑧𝑐𝑐 = momento interno resistente, proporcionado pelo concreto comprimido; 𝑅𝑠𝑡. 𝑧𝑐𝑐= o momento interno resistente, proporcionado pela armadura tracionada. 23/09/2016ESTRUTURAS DE CONCRETO 12 Como 𝑧𝑐𝑐 = 𝑑 − 𝑜, 4. 𝑥 e aplicando a Eq. 3 na Eq. 5: 𝑀𝑑= 0,68. 𝑏𝑤. 𝑥. 𝑓𝑐𝑑 . 𝑑 − 0,4. 𝑥 (Eq. 7) 𝑏𝑤 = largura da seção; 𝑥 = posição da L.N.; 𝑓𝑐𝑑 = resistência de cálculo do concreto à compressão; d = altura útil; 𝑀𝑑 =momento interno resistente proporcionado pelo concreto comprimido. 23/09/2016ESTRUTURAS DE CONCRETO 13 Resolvendo a Eq. 7 temos: 𝑀𝑑= 0,68. 𝑏𝑤 . 𝑥. 𝑓𝑐𝑑 . 𝑑 − 0,4. 𝑥 𝑀𝑑= (0,68. 𝑥. 𝑑 − 0,272. 𝑥²). 𝑏𝑤. 𝑓𝑐𝑑 𝑥 = 0,68. 𝑑 ± 0,68. 𝑑 2 − 4.0,272. 𝑀𝑑 𝑏𝑤 . 𝑓𝑐𝑑 0,544 23/09/2016ESTRUTURAS DE CONCRETO 14 Substituindo a Eq. 4 na Eq. 6 tem-se o momento interno resistente proporcionado pela armadura tracionada: 𝑀𝑑 = σ𝑠𝑑 . 𝐴𝑠. 𝑑 − 0,4. 𝑥 (𝐸𝑞. 8) Isolando a área da armadura tracionada: 𝐴𝑠 = 𝑀𝑑 σ𝑠𝑑.(𝑑−0,4.𝑥) (𝐸𝑞. 9) 23/09/2016ESTRUTURAS DE CONCRETO 15 Equações 7 e 9: dimensionamento das seções retangulares com armadura simples; Sete variáveis: fixam-se os materiais (concreto e aço) e a seção transversal, e o momento fletor solicitante geralmente é conhecido; Incógnitas: posição da linha neutra (x) e a área de armadura (As). 23/09/2016ESTRUTURAS DE CONCRETO 16 Eq. 7 → posição x para a linha neutra, e comparando x com os valores 𝑥2𝑙𝑖𝑚 𝑒 𝑥3𝑙𝑖𝑚 define-se qual o domínio em que a viga se encontra (2, 3 ou 4): ⇒ Domínios 2 ou 3: tensão na armadura tracionada (σ𝑠𝑑) = à máxima tensão possível (𝑓𝑦𝑑). Definidos x e σ𝑠𝑑 → calcula-se a área de armadura tracionada (𝐴𝑠) com a Eq. 9. 23/09/2016ESTRUTURAS DE CONCRETO 17 Domínio 4 → alguma alteração deve ser feita de modo a tornar 𝑥 ≤ 𝑥3𝑙𝑖𝑚 , e resultar, como consequência, o domínio 2 ou o 3. Conforme a Eq. 7 verifica-se que para diminuir x pode- se: ⇒ diminuir o valor do momento fletor solicitante (𝑀𝑑); ⇒ aumentar a largura ou a altura da viga (> d); ⇒ aumentar a resistência do concreto. Prática: aumento da altura da viga (h); Arquitetônico: dimensionar a seção com armadura dupla. c) Permanência da seção plana 23/09/2016ESTRUTURAS DE CONCRETO 18 Diagrama de deformações na Figura 1 ⇒ define-se a relação entre as deformações de cálculo na armadura (ε𝑠𝑑 ) e no concreto correspondente à fibra mais comprimida: ε𝑐𝑑 𝑥 = ε𝑠𝑑 𝑑 −𝑥 𝐸𝑞. 10 23/09/2016ESTRUTURAS DE CONCRETO 19 Considerando-se a variável β𝑥 , que relaciona a posição da linha neutra com a altura útil d, tem-se: β𝑥= 𝑥 𝑑 𝐸𝑞. 11 Substituindo x por β𝑥. 𝑑 na Eq. 10 tem-se: β𝑥= ε𝑐𝑑 ε𝑐𝑑+ε𝑠𝑑 𝐸𝑞. 12 3) CÁLCULO MEDIANTE EQUAÇÕES COM COEFICIENTE K 23/09/2016ESTRUTURAS DE CONCRETO 20 Facilitar o cálculo manual: dimensionamento utilizando tabelas com coeficiente k; Para diferentes posições da L.N. (β𝑥 = 𝑥/𝑑) ⇒ Tabelados coeficientes 𝑘𝑐 𝑒 𝑘𝑠, relativos à resistência do concreto e à tensão na armadura tracionada; Tabela A-1: Aço CA-50; Tabela A-2: Todos os aços aplicados ao concreto armado do Grupo I (fck ≤ 50 MPa). 23/09/2016ESTRUTURAS DE CONCRETO 21 Considerando a eq. 7, e substituindo x por β𝑥 . 𝑑 tem- se: 𝑀𝑑= 0,68. 𝑏𝑤 . 𝑥. 𝑓𝑐𝑑 . 𝑑 − 0,4. 𝑥 𝑀𝑑= 0,68. 𝑏𝑤 . (β𝑥. 𝑑). 𝑓𝑐𝑑 . 𝑑 − 0,4. (β𝑥. 𝑑) 𝑀𝑑= 0,68. 𝑏𝑤 . β𝑥 . 𝑑². 𝑓𝑐𝑑 . 1 − 0,4. β𝑥 23/09/2016ESTRUTURAS DE CONCRETO 22 Introduzindo o coeficiente 𝑘𝑐: 𝑀𝑑 = 𝑏𝑤. 𝑑² 𝑘𝑐 1 𝑘𝑐 = 0,68. β𝑥 . 𝑓𝑐𝑑 . 1 − 0,4. β𝑥 (Eq. 13) 23/09/2016ESTRUTURAS DE CONCRETO 23 Isolando o coeficiente 𝑘𝑐 tem-se: 𝑘𝑐 = 𝑏𝑤.𝑑² 𝑀𝑑 (Eq. 14) 𝑘𝑐: tabelas A-1 e A-2; Eq. 9 ⇒ 𝑘𝑐 depende da resistência do concreto à compressão (𝑓𝑐𝑑 ) e da posição da linha neutra, expressa pela variável β𝑥 . 23/09/2016ESTRUTURAS DE CONCRETO 24 O coeficiente tabelado 𝑘𝑠 é definido substituindo-se x por β𝑥. 𝑑 na Eq. 9: 𝐴𝑠 = 𝑀𝑑 σ𝑠𝑑.(𝑑−0,4.𝑥) ⇒𝐴𝑠 = 𝑀𝑑 σ𝑠𝑑.(𝑑−0,4.(β𝑥.𝑑)) ⇒ 𝐴𝑠 = 𝑀𝑑 σ𝑠𝑑 . 1 − 0,4. β𝑥 . 𝑑 𝑘𝑠 = 1 σ𝑠𝑑 . 1 − 0,4. β𝑥 (Eq. 15) 23/09/2016ESTRUTURAS DE CONCRETO 25 A área de armadura tracionada 𝐴𝑠, em função do coeficiente 𝑘𝑠 é: 𝐴𝑠 = 𝑘𝑠. 𝑀𝑑 𝑑 (Eq. 16) 𝑘𝑠 → Tabela A-1 e na Tabela A-2. 𝑘𝑠 𝑑𝑒𝑝𝑒𝑛𝑑𝑒 → tensão na armadura tracionada (σ𝑠𝑑) e da posição da linha neutra, expressapor β𝑥 ; É muito importante observar que os coeficientes K foram calculados considerando as unidades de kN e cm, de modo que as variáveis mostradas na Eq. 14 e na Eq. 16 (𝑏𝑤 , d,𝑀𝑑 ) devem ter essas unidades. 23/09/2016ESTRUTURAS DE CONCRETO 26 23/09/2016ESTRUTURAS DE CONCRETO 27 Vigas: Problemas a serem resolvidos 23/09/2016ESTRUTURAS DE CONCRETO 28 Dimensionamento: consiste em se determinar qual a armadura necessária para uma viga, sendo previamente conhecidos: os materiais, a seção transversal e o momento fletor solicitante. Feito durante a fase de projeto das estruturas. Verificação: a incógnita principal é o máximo momento fletor que a seção pode resistir. Ocorrem quando a viga pertence a uma construção já executada e em utilização, e se deseja conhecer a capacidade de carga de uma viga. Para isso é necessário conhecer os materiais que compõem a viga, como a classe do concreto (fck), o tipo de aço, a quantidade de armadura e o seu posicionamento na seção transversal, as dimensões da seção transversal, etc. REFERÊNCIAS 23/09/2016ESTRUTURAS DE CONCRETO 29 Carvalho, Roberto Chust. Cálculo e detalhamento de estruturas usuais de concreto armado: segundo a NBR 6118: 2014 / Roberto Chust Carvalho, Jasson Rodrigues de Figueiredo Filho. 4ª edição. São Carlos: EDUFSCAR, 2014. Pinheiro, Libânio M. Apostila: Fundamentos do concreto e projeto de edifícios. Universidade de São Paulo. Escola de Engenharia de São Carlos. Bastos, Paulo Sérgio dos Santos. Estruturas de concreto armado. Universidade Estadual Paulista. UNESP. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Projeto de estruturas de concreto – Procedimento. NBR 6118, ABNT, 2014, 238p. Material de uso particular.
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