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AULA Violência contra a mulher 2018

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Profª Carina Bulcão Pinto
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
ESCOLA DE ENFERMAGEM ANNA NERY
DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM MATERNO INFANTIL
NÚCLEO DE PESQUISA EM ENFERMAGEM E SAÚDE DA MULHER
DISCIPLINA GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER
Profª Ms. Carina Bulcão Pinto (doutoranda EEAN/UFRJ – Especialista em Saúde da Mulher)
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Algumas ideias iniciais para pensar sobre violência
	A violência contra a mulher é sistemática e repetitiva. O profissional que não tem conhecimento sobre as formas de violência é incapaz de reconhecê-la.
A violência contra a mulher pode ser definida como “qualquer ato ou conduta baseada no gênero que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto na esfera pública como na esfera privada”.
A violência é um fenômeno que NÃO POSSUI classe social, religião, estado civil, escolaridade ou raça/etnia. Pode ocorrer desde a infância até a velhice, seja no campo do trabalho, nas dimensões religiosas, culturais e/ou comunitárias...
No Brasil e no mundo, a violência que vitima as mulheres se constitui em sério problema
de saúde pública, por ser uma das principais causas de morbidade e mortalidade feminina.
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Introdução a categoria Social de Gênero
Diversas perspectivas teóricas e definições;
 Gênero: categoria analítica de compreensão do mundo social;
Sistema de práticas e valores que classificam e organizam o mundo social;
 Produção de diferenças entre pessoas, lugares, objetos no mundo social;
(Re)produção de desigualdades não só entre homens e mulheres, mas entre diferentes modos de exercício da feminilidade e masculinidade
Diferenças # desigualdade. Transformação das diferenças em desigualdade = fixação das diferenças e hierarquização em uma escala de valor.
Critica ao determinismo biológico – ideia de que as diferenças entre homens e mulheres – base biológica 
 Gênero – homens e mulheres são produtos da realidade social e não decorrem da anatomia de seus corpos
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Problemática da Violência Contra a Mulher
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Conseqüências para a saúde sexual e reprodutiva – obstáculos no acesso aos serviços de saúde (Faúndes, 2000) 9 a cada 10 mulheres não acessam;
Durante a gravidez, é relativamente comum a experiência da violência sexual, piorando em intensidade e frequência (0,9 a 20,1%), combinada ou não com outras formas de violência;
O índice de gestações decorrentes de violência sexual varia conforme os cenários, a faixa etária, o uso de contraceptivo, entre outras variáveis (estima-se que oscile entre 1 e 5%);
Experiência violenta é positivamente associado com o número de filhos – alta paridade e gravidez de repetição rápida (Estudo Multicêntrico – Maryland – com 9 países - Kishor & Johnson, 2002; WHO, 2002);
Mais da metade dos casos de violência sexual ocorre durante o período reprodutivo da vida da mulher (Drezett, 2003);
20% das mulheres em idade reprodutiva correm o risco de engravidar em decorrência da violência sexual (Garza-Aguiar & Días-Michel, 1997; Jewkes et al, 2001).
Violência sexual e saúde da mulher
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Violência sexual em número
– O Brasil registrou 1 estupro a cada 11 minutos em 2015. São os Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública;
– As estimativas variam, mas em geral calcula-se que estes sejam apenas 10% do total dos casos que realmente acontecem. Ou seja, o Brasil pode ter a medieval taxa de quase meio milhão de estupros a cada ano. 
– Cerca de 70% das vítimas de estupro são crianças e adolescentes. Quem mais comete o crime são homens próximos às vítimas. (Fonte: Ipea, com base em dados de 2011 do Sistema de Informações de Agravo de Notificação do Ministério da Saúde)
– Há, em média 10 estupros coletivos notificados todos os dias no sistema de saúde do país. (Dados do Ministério da Saúde de 2016, obtidos pela Folha de S. Paulo). 30% dos municípios não fornecem estes dados ao Ministério. Ou seja, esse número ainda não representa a totalidade.
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Violência sexual em número
– Somente 15,7% dos acusados por estupro foram presos (Dados do estado de São Paulo obtidos pelo G1, referentes aos meses de janeiro a julho de 2017)
– O mesmo levantamento apontou que na cidade de São Paulo há 1 estupro em local público a cada 11 horas.
– No estado do Rio de Janeiro, há 1 caso de estupro em escola a cada cinco dias e 62% das vítimas tinham menos de 12 anos. (Dados do Instituto de Segurança Pública obtidos pelo EXTRA e referentes a Janeiro/2016 a Abril/2017. Nota-se aqui que não há distinção entre os níveis de ensino e que há meninos vítimas de violência sexual)
– No Metrô de São Paulo registra-se 4 casos de assédio sexual por semana. (Dados de 2016 obtidos pelo Estadão)
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Feminicídio ou Femicídio
É um termo usado para designar toda violência contra a mulher - que leva ou pode levar à morte. Vai desde o assédio verbal e outras formas de abuso emocional, até o abuso físico ou sexual. Segundo a Organização Mundial da Saúde, o feminicídio geralmente envolve o assassinato intencional de mulheres apenas por serem mulheres.
Nomear as mortes violentas de mulheres como femicídio ou feminicídio faz parte das estratégias para sensibilizar as instituições e a sociedade sobre sua ocorrência e permanência na sociedade, combater a impunidade penal nesses casos, promover os direitos das mulheres e estimular a adoção de políticas de prevenção à violência baseada no gênero
TIPOS: 
Feminicídio íntimo (aumento significativo em mulheres grávidas); de honra; relacionado a dote (Cont. Indiano principalmente); Não-íntimo ( estupro, assédio, assassinato, ...); Casamento forçado; Multilação genital (embora não legítimo, muitos países – África e Egito – ainda fazem) – ONU estima que até 2030 86 milhões de meninas ainda serão multiladas.
“A VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES É UMA CONSTRUÇÃO SOCIAL, RESULTADO DA DESIGUALDADE DE FORÇA NAS RELAÇÕES DE PODER ENTRE HOMENS E MULHERES. É CRIADA NAS RELAÇÕES SOCIAIS E REPRODUZIDA PELA SOCIEDADE”. 
Nadine Gasman, porta-voz da ONU.
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A cada 7.2 segundos uma mulher é vítima DE VIOLÊNCIA FÍSICA
 (Fonte: Relógios da Violência, do Instituto Maria da Penha)
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FEMINICÍDIO EM NÚMERO
Em 2013, 13 mulheres morreram todos os dias vítimas de feminicídio.
 Cerca de 30% foram mortas por parceiro ou ex. 
(Fonte: Mapa da Violência 2015)
Esse número representa um aumento de 21% em relação a década passada. Ou seja, temos indicadores de que as mortes de mulheres estão aumentando.
O assassinato de mulheres negras aumentou (54%) enquanto o de brancas diminuiu (9,8%). (Fonte: Mapa da Violência 2015)
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Somente em 2015, a Central de Atendimento a Mulher – Ligue 180, realizou 749.024 atendimentos, ou 1 atendimento a cada 42 segundos. 
Desde 2005, são quase 5 milhões de atendimentos. 
(Dados divulgados pelo Ligue 180)
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FEMINICÍDIO EM NÚMERO
No estado de Roraima, metade das acusações de violência doméstica prescrevem antes de alguém ser acusado. 
Não foi conduzida nenhuma investigação nos 8.400 boletins de ocorrência acumulados na capital Boa Vista. 
(Dados do levantamento realizado pela Human Rights Watch em 2017)
2 em cada 3 universitárias brasileiras disseram já ter sofrido algum tipo de violência (sexual, psicológica, moral ou física) no ambiente universitário. 
(Fonte: Pesquisa “Violência contra a mulher no ambiente universitário”, do Instituto Avon, de 2015).
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Quem são os principais agressores?
Para as crianças( 01 a 11 anos): 
82% das agressões partiram dos pais, principalmente pela mãe (42,4%)
 Para as adolescentes (12 a 17 anos):
26,5% dos pais (26,5%) e os parceiros ou ex-parceiros (23,2%)
Para as jovens e as adultas (18 a 59 anos):
agressor principal é o parceiro ou ex-parceiro, asos registrados.
 
Para as Idosas:
o principal agressor foi um filho (34,9%). 
• No conjunto de todas as faixas, vemos que prepondera largamente a violênciadoméstica. Parentes imediatos ou parceiros e ex-parceiros são responsáveis por 67,2% do total de atendimentos 
Fonte: Mapa da Violência, 2015.
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Quais são os principais tipos de violência registrados?
1º LUGAR: A VIOLÊNCIA FÍSICA é, de longe, a mais frequente, presente em 48,7% dos atendimentos, com especial incidência nas etapas jovem e adulta da vida da mulher, quando chega a representar perto de 60% do total de atendimentos.
 
2º LUGAR: A VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA, presente em 23,0% dos atendimentos em todas as etapas, principalmente da jovem em diante. 
3º LUGAR: A VIOLÊNCIA SEXUAL, objeto de 11,9% dos atendimentos, com maior incidência entre as crianças até 11 anos de idade (29,0% dos atendimentos) e as adolescentes (24,3%).
 Destaque entre as crianças, a negligência/abandono por parte dos pais ou responsáveis é registrada em 28,3% dos atendimentos nessa faixa. Também entre idosos se observa elevados níveis de abandono.
PRINCIPAIS LOCAIS DA VIOLÊNCIA:
1º LUGAR: A residência é o local privilegiado de ocorrência da violência não letal, para ambos sexos; significativamente superior para o sexo feminino (71,9%), em relação ao masculino (50,4%). 
2º LUGAR: A rua, local de ocorrência de 15,9% das violências atendidas, no caso feminino, contra 30,6% dos atendimentos masculinos
Fonte: Mapa da Violência, 2015.
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O que dificulta o rompimento da relação violenta?
Esperança que o agressor mude de comportamento
Medo de represálias e de novas agressões
Ruptura dos laços familiares e sociais
Medo de perder a guarda e a responsabilidade dos filhos
Naturalização social da violência contra a mulher
Censura da família e/ ou da comunidade
Risco de vida
Dependência afetiva/ econômica
Ciclo da violência
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Reconhecimento no campo da saúde pública
1999 – Norma Técnica “Prevenção e Tratamento dos Agravos Resultantes da Violência Sexual contra Mulheres e Adolescentes
2003 – Plano Nacional de Prevenção, Assistência e Combate à Violência Contra a Mulher – SPM
2003/2004 – Lei nº 10.778/03 – estabelece a notificação compulsória em caso de violência contra a mulher nos serviços de saúde – Portaria nº 2.406 de 5/11/04
2005/ RJ – Lei nº 4.638 - Estabelece a notificação compulsória dos casos de violência contra a mulher atendida em serviços de saúde da rede pública ou privada, cria o comitê técnico intersetorial de acompanhamento de notificações de violência contra a mulher e dá outras providências.
2013 – Lei nº 12.845 - Prevê a obrigatoriedade do atendimento integral às vítimas de violência sexual em todos os serviços de urgência e emergência do Sistema Único de Saúde (SUS). 
LEIS!! MUITO IMPORTANTE!!
Lei nº 10.778/2003,6 que estabelece a notificação compulsória em território nacional dos casos de violência contra a mulher que for atendida em serviços de saúde, públicos ou privados; 
A Lei nº 11.340/2006, para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher – Lei Maria da Penha - é reconhecida pelas Nações Unidas como uma das legislações mais avançadas do mundo no tratamento dessa matéria (UNIFEM, 2009)
A partir de março de 2015, a Lei 13.104/2015 alterou o Código Penal Brasileiro e incluiu o feminicídio como uma das formas qualificadas do homicídio, assim compreendida quando a morte de uma mulher decorre de violência doméstica e familiar ou quando provocada por menosprezo ou discriminação da condição do sexo feminino.
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Violência Contra a Mulher – Saúde – Enfermagem 
Entre os agravos à saúde consequentes da violência à mulher estão: hipertensão, cefaleia, alterações de tireoide, afecções ginecológicas, gravidez indesejada, parto prematuro e aborto, disfunção sexual, lesões, inapetência, DSTs, insônia, depressão, ansiedade, baixa autoestima, medo permanente, além de sentimentos de culpa, vergonha e humilhação (SOUZA & DINIZ, 2011). 
Surge daí a necessidade de a equipe de saúde, contando com a participação do enfermeiro, inserir-se cada vez mais na atenção a estas mulheres, com a finalidade de minimizar os efeitos da violência. 
As mulheres que vivenciam a violência pelo parceiro, por vezes, frequentam os serviços de saúde, um dos principais lugares em que procuram ajuda. Estes serviços, locais de demanda de assistência principalmente aos casos de violência sexual, devem estar preparados para lidar com o problema (VIEIRA et. al., 2011a, p.731).
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REDE DE ATENDIMENTO À MULHERES EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA
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PROFILAXIA:
DSTs;
HIV; 
CONTRACEPÇÃO DE EMERGÊNCIA; 
TESTES RÁPIDOS;
IMUNIZAÇÃO CONTRA HEPATITE .
PARA CASOS DE VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA A MULHER
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FLUXOGRAMA PARA ATENDIMENTO DOS CASOS DE VIOLÊNCIA SEXUAL – ATENÇÃO PRIMÁRIA
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Abortamento previsto em Lei no Brasil
No Brasil, o aborto é considerado como crime contra a vida humana pelo Código Penal Brasileiro, em vigor desde 1984, prevendo detenção de: 
1 a 3 anos para a gestante que o provocar ou consentir que outro o provoque; 
1 a 4 anos para quem provocá-lo em gestantes com seu consentimento; 
3 a 10 anos para quem o provocar em gestantes sem o seu consentimento. 
Não qualificado como crime quando praticado por médico capacitado em três situações: 
quando há risco de morte para a mulher causado pela gravidez;
quando a gravidez é resultante de um estupro;
se o feto for anencefálico (desde decisão do STF, votada em 2012, que descreve a prática como "parto antecipado" para fim terapêutico). 
Nesses casos, o governo Brasileiro fornece gratuitamente o aborto legal pelo Sistema Único de Saúde.
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Identificação dos casos de violência: o que fazer?
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PROFILAXIA PARA AS DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS
Para prevenção:
Sífilis;
Cancro mole;
Gonorréia;
Clamídia.
VIOLÊNCIA SEXUAL
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PROFILAXIA PARA O HIV
VIOLÊNCIA SEXUAL
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TESTES RÁPIDOS
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CONTRACEPÇÃO DE EMERGÊNCIA
ATÉ 5 DIAS APÓS A EXPOSIÇÃO
VIOLÊNCIA SEXUAL
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IMUNIZAÇÃO CONTRA HEPATITE B
NÃO IMUNIZADOS OU COM ESQUEMA INCOMPLETO
VIOLÊNCIA SEXUAL
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Lei de Notificação Compulsória (Lei nº 10.778/2003)
Art. 1o Constitui objeto de notificação compulsória, em todo o território nacional, a violência contra a mulher atendida em serviços de saúde.
Qualificação das informações que podem definir prioridades nas políticas públicas de prevenção da violência e promoção da saúde.
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Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006)
 
Criação dos Juizados de Violência 
	Doméstica e Familiar contra a Mulher, 
	com Juízes especializados.
Permite que o mesmo Juiz julgue criminalmente o agressor, e decida, ao mesmo tempo, questões de direito civil e de família. 
Proibição de condenar o agressor ao pagamento de cestas básicas. 
A pena para aquele que agride uma mulher é a prisão.
A prisão não pode ser substituída pelo pagamento de multa ou pela prestação de serviços.
A prisão pode ser decretada de imediato. É a chamada prisão preventiva.
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Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006)
Outras inovações da Lei: 
Afastamento do agressor do lar.
Proibição do agressor de aproximar-se da vítima.
Obrigação do agressor de pagar alimentos à mulher e aos filhos comuns.
Proteção do patrimônio da mulher agredida.
Proibição da entrega da intimação judicial ao agressor pela própria vítima.
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Cuidados e providências
De acordo com o Juizado da Violência 
Doméstica e Familiar Contra a Mulher
 
Ter sempre à mão uma lista com os telefones das instituições e pessoas que podem vir em socorro em caso de agressão doméstica e familiar. 
Manter guardada em casa de parentes ou amigos, uma bolsa com roupas suas e de seus filhos, bem como cópia dos documentos essenciais.
Evitar, no momento da agressão, locais da casa onde estejam guardadas armas de fogo ou onde se encontrem facas ou instrumentos contundentes, devendo sair o mais rápido possível do ambiente.
Havendo carro ou moto na residência, deve a vítimade agressão manter em seu poder cópia das chaves para fugir rápido do local da agressão.
Contar para o maior número possível de amigos, parentes e vizinhos a possibilidade de vir a sofrer agressão.
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Lei Maria da Penha
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O feminicídio é o homicídio da mulher por um conflito de gênero, ou seja, por ser mulher. 
Lei do Feminicídio
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Lei do Feminicídio (Lei 13104/2015):
Como crime hediondo.
Homicídio doloso praticado contra a mulher por razões de gênero, ou seja, quando o crime envolve:
I – violência doméstica e familiar;
II – menosprezo ou discriminação à 
condição de mulher.
Pena – reclusão de 12 a 30 anos.
A pena é aumentada de 1/3 até 1/2 se o crime for praticado:
I – durante a gestação ou nos 3 meses posteriores ao parto; 
II – contra menor de 14 anos, maior de 60 anos ou deficiente;
III – na presença de descendente ou de ascendente da vítima.
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CUSTOS COM A VIOLÊNCIA
Custos diretos incluem os gastos
Com a polícia
Com os tribunais
Com os serviços jurídicos
Com os programas de acompanhamento aos agressores
Com a atenção médica para tratar as conseqüências diretas do maltrato sexual
Com o acompanhamento de problemas psicológicos
Com os serviços sociais
Com os serviços de proteção aos menores
Custos indiretos incluem
R$ 84 bilhões anuais (mais de 10,5% do PIB) são gastos com os problemas da violência contra a mulher
Na América Latina e Caribe, a violência doméstica compromete 14,6% do PIB da Região (US$ 170 bilhões)
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REFERÊNCIAS
1 – ANDRADE, M. C.; SILVA, J. L. DST em trabalhadoras do sexo: Vulnerabilidade e exclusão. In: CONGRESSO PAULISTA DE SAÚDE PÚBLICA, 6., 17 a 20 out. 1999, Águas de Lindoia. Livro de resumos. São Paulo: APSP, 1999. p. 18.
2 – BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Linha de cuidado para atenção integral à saúde de crianças, adolescentes e suas famílias em situação de violências: orientação para gestores e profissionais de saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2010.
3 – BRASIL. Conselho Nacional de Combate à Discriminação SEDH. Brasil sem homofobia: Programa de Combate à Violência e à Discriminação contra GLTB e de Promoção da Cidadania Homossexual. Brasília, 2008. 
4 – BRASIL. Lei nº 10.778, de 24 de novembro de 2003. Estabelece a notificação compulsória, no território nacional, do caso de violência contra a mulher que for atendida em serviços de saúde públicos ou privados. Brasília, 2003. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.778.htm>.
5 – BRASIL. Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha). Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8o do art.226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres e da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; altera o Código de Processo Penal, o Código Penal e a Lei de Execução Penal; e dá outras providências. Brasília, 2006. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11340.htm>.
6 – BRASIL. Lei nº 12.845, de 1º de agosto de 2013. Dispõe sobre o atendimento obrigatório e integral de pessoas em situação de violência sexual. Brasília: SPR, 2013. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/lei/l12845.htm>.
7 – BRASIL. Ministério da Saúde. Atenção humanizada ao abortamento: norma técnica. Brasília, 2011b. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/atencao_humanizada_abortamento_norma_tecnica_2ed.pdf>.
8 – BRASIL. Ministério da Saúde. Decreto nº 8.086, de 30 de agosto de 2013. Institui o Programa Mulher: Viver sem Violência e dá outras providências, integrando a Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres e as ações de implementação do Pacto Nacional pelo Enfrentamento à Violência contra as Mulheres. Brasília, 2013.
9 – BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria GM nº 1.271, de 6 de junho de 2014. Define a Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública nos serviços de saúde públicos e privados em todo o território nacional, nos termos do anexo, e dá outras providências. Brasília, 2014c.
10 – BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 485, de 1º de abril de 2014. Redefine o funcionamento do Serviço de Atenção às Pessoas em Situação de Violência Sexual no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Brasília, 2014a.
11 – BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 618, de 18 de julho de 2014. Altera a tabela de serviços especializados do Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (SCNES) para o serviço 165 Atenção Integral à Saúde de Pessoas em Situação de Violência Sexual e dispõe sobre regras para seu cadastramento. Brasília, 2014b.
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12- BRASIL. Ministério da Saúde. Prevenção e tratamento dos agravos resultantes da violência sexual contra mulheres e adolescentes: norma técnica. 3. ed. atual. ampl. Brasília, 2012. Disponível em: < http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/prevencao_agravo_violencia_sexual_mulheres_3ed.pdf >.
13 – BRASIL. Ministério da Saúde. Prevenção e tratamento dos agravos resultantes da violência sexual contra mulheres e adolescentes: norma técnica. Brasília; 2005.
14 – BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde sexual e saúde reprodutiva. Brasília; 2010. (Caderno de Atenção Básica, n. 26). Disponível em: <http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/cadernos_ab/abcad26.pdf>.
15 – BRASIL. Ministério da Saúde. Violência intrafamiliar: orientações para prática em serviço. Brasília, 2002. (Cadernos de Atenção Básica, n. 8). Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cd05_19.pdf>.
16 – BRASIL. Ministério da Saúde. Viva: instrutivo de notificação de violência doméstica, sexual e outras violências. Brasília, 2011. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/viva_instrutivo_notificacao_violencia_domestica.pdf>
17 – BRASIL. Secretaria de Políticas para as Mulheres. Rede de Enfrentamento à Violênciacontra as Mulheres. Brasília: 2011. (Coleção Enfrentamento à Violência contra as Mulheres). Disponível em: http://www.spm.gov.br/sobre/publicacoes/publicacoes/2011/redede-enfrentamento>.
18 – COSTA, M. C. Violência contra mulheres rurais, agendas públicas municipais e práticas profissionais de saúde: o visível e o invisível na inconsciência do óbvio. 2012. Tese (Doutorado em Ciências da Saúde) – Escola de Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2012.
19 – D’OLIVEIRA, A.F.P.L. et al. Atenção integral à saúde de mulheres em situação de violência de gênero: uma alternativa para a atenção primária à saúde. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 14, n. 4, p.1037-1050, 2009.
20 – DEBERT, G. G., GREGORI, M. F. Violência e gênero: novas propostas, velhos dilemas. Revista Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo, n. 23, n. 66, p. 165-185, 2008.
E-MAIL: CACABULCAO@GMAIL.COM
*
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Violência na prática assistencial
Ler o caso e debater como uma reunião de equipe;
Responder as questões apresentadas abaixo da descrição do caso;
Citar os aspectos relevantes identificados no caso discutidos na reunião; 
Listar possíveis abordagens ou condutas da equipe multiprofissional;
Esquematizar num quadro a proposta da equipe de saúde, como no esquema abaixo:

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