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DISFUNÇÕES ORTOPÉDICAS DO PÉ E TORNOZELO Biomecânica do Pé Arco Transverso (A) Arco Longitudinal Medial (B) Arco Longitudinal Lateral (C) Biomecânica do Pé - Pronação e Supinação Pronação ou supinação excessiva ou prolongada pode contribuir para lesões por sobrecarga Articulação Subtalar permite ao pé fazer um contato estável com o chão durante a descarga de peso Deformidade Estrutural é compensada por movimento excessivo Deformidades Estruturais ◦ Antepé e retropé varo são usualmente associados com hiperpronação ◦ Antepé valgo causa excesso de supinação ◦ Pode interferir na absorção de choque Biomecânica do Pé - Pronação e Supinação Pronação/Supinação Clarke, 1987 FASCEÍTE PLANTAR Fáscia Plantar ◦ Origem: tuberosidade do calcâneo ◦ Inserção: cabeça dos metatarsos Fáscia Plantar •Função •Sustenta o arco longitudinal medial •Auxilia a propulsão na marcha, na corrida e nos saltos FASCEÍTE PLANTAR Sobrecarga mecânica leva a microtrauma e inflamação na fáscia Cronicamente esta sobrecarga pode levar a irritação e formação de tecido ósseo devido a tração da fáscia na tuberosidade do calcâneo FASCEÍTE PLANTAR Fatores Predisponentes ◦ Intrínsecos: Corredores Hiperpronação do pé Pé cavo rígido Tendão calcâneo tenso ADM na primeira articulação MTF1 ◦ Extrínsecos: Superfícies rígidas Calçados inadequados FASCEÍTE PLANTAR ◦Quadro Clínico Dor de início gradual e insidioso Dor à palpação na tuberosidade do calcâneo e no arco medial Dor matinal Dor a dorsiflexão ativa e passiva do tornozelo com extensão da primeira MTF. FASCEÍTE PLANTAR FASCEÍTE PLANTAR Tratamento ◦ Controle Inflamatório ◦ Redução da Tensão exercida na fáscia ◦ Suspensão das atividades que provocam dor ◦ Uso de órtese noturna ◦ Órteses corretivas: palmilhas ◦ Bandagem Funcional?? Esporão de Calcâneo Consequência da Tração Excessiva causada pela fáscia na tuberosidade do calcâneo; Esporão de Calcâneo Tratamento ◦ Analgesia ◦ Uso de Calcanheira ◦ Terapias por Ondas de Choque Síndrome do Túnel do Tarso Compressão do nervo tibial posterior no túnel osteofibroso entre o retináculo dos flexores e o maléolo medial A principal causa de lesão é a hiperpronação do pé Síndrome do Túnel do Tarso Quadro Clínico ◦ Queimação, dor, formigamento e dormência na região medial do pé que piora com carga ◦ Sinal de Tinel positivo ◦ Fraqueza na flexão dos dedos e do abdutor do hálux Síndrome do Túnel do Tarso Tratamento ◦ Controle Inflamatório: US pulsado e LASER ◦ Criomassagem ◦ Uso de órteses ◦ Cirurgia para a liberação do tecido que causa a compressão Neuroma de Morton ◦ Tumor benigno causado por forças de cisalhamento nas cabeças dos metatarsos ◦ Mais frequente entre as cabeças do 3º e 4º metatarsos ◦ Confundida muitas vezes com uma pedra no calçado Neuroma de Morton ◦ Quadro Clínico Sensação de queimação e choque no antepé com irradiação para os dedos do pé Alívio da dor pela remoção do calçado Aumento com a compressão manual da cabeça dos metatarsos (Teste para Neuroma de Morton positivo) Neuroma de Morton Tratamento ◦ Uso de coxim para afastamento dos metatarsos ◦ Calçados com parte anterior mais larga Bursite Retrocalcânea Etiologia: ◦ Dorsiflexão e Flexão Plantar excessiva do tornozelo com fricção da bursa pelo tendão calcâneo ◦ Atrito direto da bursa com o tendão (esporão postero-superior no calcâneo) ◦ Hiperpronação do pé causa acúmulo de traumas em região póstero-lateral do calcanhar Bursite Retrocalcânea Quadro Clínico ◦ Dor anterior ao tendão calcâneo e posterior ao tálus ◦ Edema localizado Bursite Retrocalcânea Tratamento ◦ Crioterapia ◦ LASER ◦ Alongamento do Tendão calcâneo ◦ Uso de calçado com contorno no calcanhar ◦ Uso de órteses para o controle de mobilidade do calcanhar ◦ Cirúrgico: quando o paciente apresentar esporão póstero- superior no calcâneo Tendinite de Calcâneo Etiologia ◦ Lesão frequente nos esportes ◦ 53% dos corredores ◦ Suporta até 4000N em algumas atividades ◦ Correlação com retropé varo ◦ Circundado por um paratendão →sangue ◦ 2 a 6cm da inserção vascularização ◦ Nomenclatura confusa??? Tendinite de Calcâneo Quadro Clínico ◦ Início gradual e insidioso ◦ Dor intensa e constante durante ou após atividade ◦ Edema ou ligeiro espessamento ◦ 2 a 3cm acima da inserção sensível ◦ Dorsiflexão passiva ou plantiflexão resistida pode a dor Pressão Plantar REABILITAÇÃO DAS LESÕES DO PÉ E TORNOZELO Objetivos Diminuir dor Controlar o processo inflamatório Auxiliar reparo tecidual Ganho e/ou manutenção de ADM Ganho de FM Reestabelecer controle neuromuscular Retorno às AVD´s Diminuir dor Controle Inflamatório/Auxílio ao Reparo Tecidual Ganho e/ou manutenção de ADM Ganho e/ou manutenção de ADM Ganho de FM Ganho de FM Treino proprioceptivo Treino proprioceptivo DISFUNÇÕES TRAUMÁTICAS DO TORNOZELO REVISÃO ANATÔMICA •Componentees Ósseos •Estabilizadores Estáticos •Músculos e Tendões •Inervação •Vascularização CONSIDERAÇÕES BIOMECÂNICAS Complexo Articular Pé/Tornozelo. Movimentos combinados entre articulações: ◦ Antepé ◦ Médiopé ◦ Retropé Marcha e corrida. Articulação subtalar LESÕES TRAUMÁTICAS Contusões Entorses Rupturas Tendíneas Fraturas Luxações CONTUSÕES Resultado de trauma ou impacto direto. Lesões da sinovial, cartilagem e osso subcondral. Dor, edema, hematoma e incapacidade funcional. RX: Fraturas? ENTORSES O tornozelo é a 2ª. região mais atingida no esporte. (18%) Os entorses de tornozelo são 15% das lesões esportivas. Até 10% dos atendimentos em PS de trauma. Geralmente são mal tratadas ◦ Exagero ◦ Subtratamento ENTORSE Apresentam danos cápsulo- ligamentares. 80 a 90% das lesões são no compartimento lateral. As lesões do ligamento deltóide são raras (2,5%). Pode haver lesão da sindesmose tibiofibular associada (até 10%) ENTORSE Os ligamentos laterais são afetados conforme sua capacidade de suportar a tensão provocada pelo trauma e seguem uma “ordem” de lesão. LTFA LCF LTFP 70% 20% Raro LESÕES LIGAMENTARES São definidas como estiramentos ou rupturas das suas fibras. Apesar de não possuir elasticidade, rompem-se em maior ou menor número conforme se ultrapassa este limite. Nas rupturas parciais ocorre uma lassidão sem solução de continuidade macroscópica Nas rupturas totais ocorre a ruptura com as bordas irregulares e geralmente franjadas. CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES LIGAMENTARES Classificam-se conforme a gravidade da lesão. Graus I, II e III. Considera-se ◦ a lesão estrutural; ◦ a intensidade do processo inflamatório; ◦ a incapacidade funcional; ◦ presença de hematoma ◦ estabilidade residual É A BASE PARA O INÍCIO DO TRATAMENTO!! CLASSIFICAÇÃO DA LESÃO: GRAU I Leve com ruptura de poucas fibras; Dor instantânea seguida de alívio; Pouco ou nenhum edema Permite continuar atividade; Testes de estabilidade negativos CLASSIFICAÇÃO DA LESÃO: GRAU II Lesão moderada com maior número de fibras rotas ou alongadas; Dor instantânea e ininterrupta; Dificulta ou impede atividade Edema moderado de instalaçãorápida Hematoma tardio Perda parcial da estabilidade com testes positivos CLASSIFICAÇÃO DA LESÃO:GRAU III Lesão grave com ruptura total de um ou mais ligamentos; Dor instantânea e contínua; Aumento de volume rápido pela hemartrose e edema; Hematoma extenso; Incapadidade de deambulação; Mais de um teste de estabilidade positivo; Radiografias em stress auxiliam no diagnóstico. LESÕES ASSOCIADAS LESÕES OSTEOCONDRAIS Mais comumente localizadas no domus talar e articulação subtalar. Os sinais são de sinovite crônica e limitação parcial. Tratamento conservador ineficiente Evolução para OA. Tratamento cirúrgico: ◦ Raspagem ◦ Mosaicoplastia ◦ Tranaplante de condrócitos LESÕES ASSOCIADAS LESÃO DA SINDESMOSE TIBIOFIBULAR Ocorre a lesão da membrana interóssea e LTF anterior (+ freq) e posterior A maior tensão na sindesmose é na dorsiflexão Forças muito violentas rompem toda sindesmose e fraturam a fíbula. Quando presentes trazem respostas muito lentas ao tratamento conservador TRATAMENTO GRAU I GRAU II GRAU III TRATAMENTO CONSERVADOR TRATAMENTO CIRÚRGICO TRATAMENTO CIRÚRGICO SUTURA DOS LIGAMENTOS LIGAMENTOPLASTIA COM O TENDÃO FIBULAR CURTO TRATAMENTO CONSERVADOR FASE INICIAL Protocolo PRICE Restrição de carga e apoio. Controle da dor, edema e espasmo. Garantir integridade articular Isométricos no limite da dor FASE INTERMEDIÁRIA (pós restrição/imobilização) Estimulação da regeneração tecidual Descarga de peso progressiva Uso de estabilizadores Propriocepção inicial Ganho de ADM ◦ Mobilização ◦ Alongamento Fortalecimento muscular progressivo ◦ Cadeia cinética aberta ◦ Cadeia cinética fechada ◦ Hidroterapia FASE TERMINAL Descarga total de peso. Fortalecimento avançado ◦ Cargas altas ◦ Pliometria Reeducação sensório motora avançada ◦ Solos instáveis ◦ Corrida Criocinética ◦ Gelo-exercício-sobrecarga-gelo Alongamento global FASE DE RETORNO ÀS ATIVIDADES FUNCIONAL/DESPORTIVA Readaptação ao esporte ◦ Exercícios funcionais Corrida em várias direções ◦ Aceleração e desaceleração Alongamentos Fortalecimento de manutenção ◦ Prevenção de recidiva Treino do gesto esportivo ◦ Específico do esporte ◦ Treinar situações limite do trauma RUPTURA DE TENDÃO CALCÂNEO Secundário à Tendinose. ◦ Alterações vasculares ◦ Degeneração ◦ corticosteróides Contração excêntrica forte provoca ruptura. Sensação de estalo audível e golpe na perna Força diminuída, edema, dor forte e defeito palpável presentes Até 12 semanas Tempo de imobilização Ao menos 21 dias Flexão plantar máxima inicial com normalização gradativa Posicionamento Articular Depende do cirurgião: vai da imobilização total ou limitada à mobilização precoce Após imobilização Mobilização Articular e Alongamento Pode iniciar nos primeiros dias PO. 12 a 16 semanas Marcha com carga total 6 a 8 semanas 12 a 16 semanas Atividades Funcionais 6 a 12 semanas 7 a 9 meses Retorno ao esporte 5 a 6 meses RUPTURA DE TENDÃO CALCÂNEO PRINCÍPIOS GERAIS DO TRATAMENTO FASE INICIAL Repouso (imobilização) e controle da inflamação Estimular cicatriz “flexível”. Prevenção de aderência cicatricial Exercícios isométricos com ADM protegida (nos tto cirúrgicos esperar 6 semanas) PRINCÍPIOS GERAIS DO TRATAMENTO FASE INTERMEDIÁRIA Aumento da ADM indolor Restauras capacidade contrátil Mobilização miofascial Técnicas de Alongamento Descarga parcial do peso Exercícios isotônicos de moderada intensidade em fase concêntrica e rápidos. Propriocepção com descarga parcial com aumento progressivo de ADM PRINCÍPIOS GERAIS DO TRATAMENTO FASE TERMINAL Aumento da força tênsil músculotendínea Corrigir alterações biomecânicas Crioterapia final Alongamento em plano horizontal e inclinado Exercícios concêntricos e excêntricos com peso corporal Treino proprioceptivo com peso corporal e planos instáveis Fraturas de Tornozelo e perna Fraturas de tornozelo Fraturas-luxações são frequentes e resultados a longo prazo são considerados um desafio A lesão depende da intensidade do mecanismo de trauma, portanto, o resultado depende da reconstrução do esqueleto e na eventual e imponderável lesão condral Investigue minuciosamente a história! Causas mais comuns : • Quedas em terrenos irregulares e escorregadios • Quedas de altura • Entorses graves • Acidentes automobilísticos • Acidentes esportivos • As mais frequentes são as fraturas maleolares. Normalmente podem produzir : 1. Instabilidade articular 2. Limitação grave de movimentos 3. Incongruência articular 4. Artrose secundária Entorses são as causas mais frequentes de fraturas no tornozelo Mecanismos de lesão Mecanismos de lesão Mecanismos de lesão Mecanismos de lesão Exame radiológico é necessário Fraturas de tornozelo Expostas Fechadas Síntese Mínima Antibióticos Síntese ideal InstáveisEstáveis Conservador Cirúrgico Redução sob anestesia Controle RX •Imediato •3 dias •10 dias •6 semanas Perda da redução Boa redução Consolidação óssea Reabilitação Boas condições Gerais •Locais •Centro cirúrgico •Urgência •Infecção Fraturas maleolares Classificação das fraturas do maléolo lateral ( Fibular ) • Suprasindesmal • Transindesmal • Infrasindesmal Fraturas maleolares Fraturas maleolares Fraturas maleolares Fraturas maleolares Fratura bimaleolar Fratura-luxação bimaleolar Fratura-luxação bimaleolar Fratura-luxação bimaleolar O Processo cirúrgico O Processo cirúrgico O Processo cirúrgico Lesão da membrana interóssea Fratura Trimaleolar • Maléolo medial • Maléolo lateral • Tubérculo posterior da tíbia Fraturas do pé RETRO PÉ : • Talus e calcâneo MÉDIO PÉ : • Navicular, cubóide e cuneiformes ANTE PÉ : • Metatarsos e falanges Para estudo das lesões dividimos o pé em 3 regiões : Fraturas do tálus Fraturas do tálus Pouco frequentes (0,32% das fraturas) Geralmente associados à alto impacto Mecanismo de dorsiflexão forçada e rotação na articulação de tornozelo Potencialmente graves! Alta incidência de artrose pós-traumática Alta incidência de necrose avascular Mais frequente em jovens do sexo masculino e trabalhadores braçais Fratura de tálus Dependendo do autor, as fraturas de tálus são classificadas, de acordo com a localização da fratura (cabeça, corpo e colo do tálus) e subclassificações referentes às luxações e lesões condrais associadas. O principal é: detectar a fratura e relacionar o local e tipo de fratura com a anatomia e biomecânica. A função estará prejudicada, proporcionalmente à gravidade (local e tipo de fratura, tratamento médico efetuado e complicações existentes. PORTANTO, NÃO HÁ REGRAS FIXAS! AVALIE E ANALISE CADA CASO DETALHADAMENTE!!! Fratura de tálus Mecanismos de traumas: ◦ Cabeça do tálus: Compressão longitudinal em flexão plantar (5 a 10% das fraturas de tálus) ◦ Corpo do tálus: trauma compressivo axial após queda de altura (13 a 23% das fraturas de tálus) ◦ Colo do tálus: hiperdorsiflexão de tornozelo (50% das fraturas de tálus) Fraturas do tálusFraturas do tálus Fraturas do tálus Fraturas de calcâneo Relativamente comuns em jovens ativos Mecanismo de trauma: quedas de alturas Elevado número de complicações, levando a resultados, por muitas vezes, insatisfatório Fratura de calcâneo A fina cortical e predominância de osso esponjoso determinam o tipo de lesão A parede cortical lateral sofre fragmentação e abaulamento A parede cortical medial sofre inpactação, levando a uma deformidade em varo da fratura O comprometimento da face articular com o cubóide não é incomum em fraturas cominutivas 10 a 20% são bilaterais É comum o alargamento do calcâneo Carga total, somente após a oitava semana Fraturas de calcâneo Fratura-luxação de Lisfranc Fratura-luxação das articulações tarso-metatarsianas São raras Causadas por mecanismos de inversão ou eversão associados à forças torcionais em relação ao eixo central do pé (acidentes automobilísticos e motociclísticos, cavaleiros com o pé preso ao estribo durante a queda) O tratamento geralmente é cirúrgico devido à ineficiência da imobilização gessada. Utiliza-se geralmente, fios de Kirschner ou parafusos. Após, 1 mês de imobilização e descarga de peso somente após o terceiro mês. Fratura-luxação de Lisfranc Fraturas diafisárias de tíbia e fíbula São as mais comuns dos ossos longos! 6 vezes mais frequentes que fraturas do fêmur Muitas controvérsias e alternativas de tratamentos cirúrgicos e conservadores Comuns em adultos e crianças Causadas por trauma direto ou indireto (acidentes diversos, entorses, etc) Fraturas diafisárias de tíbia e fíbula Fraturas diafisárias de tíbia e fíbula Geralmente tratada pela imobilização gessada após a redução da fratura, por aproximadamente 8 semanas, mediante acompanhamento radiológico Cirurgicamente, a técnica dependerá do caso, especificamente, pois diversas são as opções! Fraturas diafisárias de tíbia e fíbula Fraturas diafisárias de tíbia e fíbula Fraturas diafisárias de tíbia e fíbula Fraturas diafisárias de tíbia e fíbula As principais complicações são: Infecção Pseudoartrose Rigidez articular Lesões nervosas Lesões vasculares
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