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15a aula PROVA PERICIAL

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CURSO DE DIREITO
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Prof. MARCÍLIO FLORÊNCIO MOTA
profmarciliomota@hotmail.com
Tema da aula: A prova pericial
1. Referências legais: arts. 826 e 827, 790-B e § 4º do 852-H todos da CLT. Lei n. 5584/1970 e arts. 420 a 439 do CPC.
2. Definição 
É a prova que se obtém pela informação de especialista ou expert sobre fato cuja confirmação é fundamental para o julgamento do litígio. 
3. Espécies: Exame, vistoria e avaliação
Exame é a perícia que tem como objeto pessoas ou coisas móveis. A vistoria, por sua vez, tem como objeto os imóveis. Por fim, a avaliação tem por objeto os móveis, os imóveis e direitos para a aferição do correspondente valor. 
4. A questão técnica e a ausência de prova pericial 
A questão técnica da insalubridade ou da periculosidade só pode ser resolvida no processo do trabalho através de perícia, conforme a interpretação que se extrai do § 2º do art. 195 da CLT. Na realidade, porém, os aspectos em torno da insalubridade e da periculosidade reclamam a prova pericial para o adequado da causa. Assim, ainda que o réu seja revel e incida na confissão dos fatos, teremos, necessariamente, que ter prova pericial para o julgamento do pedido de adicional de insalubridade ou de periculosidade. Essa prova pode ser trazida por empréstimo de outro processo, nos casos em que os fatos tenham sido devidamente investigados por perito.
	Situações excepcionais em torno da desnecessidade da perícia nessa matéria nós encontramos na Súmula 39 e OJ n. 4.
Nº 39    PERICULOSIDADE (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003. Os empregados que operam em bomba de gasolina têm direito ao adicional de periculosidade (Lei nº 2.573, de 15.08.1955). Histórico: Redação original - RA 41/1973, DJ 14.06.1973.
OJ N. 4. II - A limpeza em residências e escritórios e a respectiva coleta de lixo não podem ser consideradas atividades insalubres, ainda que constatadas por laudo pericial, porque não se encontram dentre as classificadas como lixo urbano na Portaria do Ministério do Trabalho. 
	Interpretamos que seja necessária, também para o adequado julgamento da causa, em muitas situações, a prova pericial em torno do dano moral decorrente de doença profissional, doença do trabalho ou acidente do trabalho. É que nesses casos a fixação da indenização considerará a intensidade da culpa patronal, o que, em muitos casos, só poderá ser devidamente aferida em havendo prova pericial.
5. A nomeação do perito 
A nomeação do perito recairá sobre pessoa graduada na área de conhecimento requerida pela perícia. É o juiz quem faz a nomeação. Alguns tribunais dispõem de corpo de peritos que integra a estrutura do tribunal. Outros tribunais, porém, não dispõem de servidores peritos. Nesse último caso, o que é mais comum, o juiz nomeia pessoa que se habilita perante a Vara ou o tribunal para o trabalho quando ele for necessário.
6. A impugnação ao perito 
O perito é pessoa da confiança do juízo e está sujeito à impugnação pelas partes em razão de eventualmente não possuir conhecimento técnico ou ser impedido ou suspeito, conforme o art. 423 do CPC. As causas de suspeição e impedimento do perito são as mesmas previstas para o juiz – inciso III do art. 138.
7. O tempo da perícia 
O juiz determina o tempo de realização da perícia, que poderá ser prorrogado por mais um período, segundo o livre critério do juiz. O juiz considerará a complexidade do trabalho a ser realizado e daí o tempo necessário a que o expert se desincumba do ônus da contribuir com a justiça. 
8. A destituição do perito 
Duas são as causas para a destituição do perito: não possuir ele habilitação técnica para a perícia ou descumprir o prazo que lhe foi assinado – art. 424 do CPC. No caso de descumprimento do prazo, o juiz comunicará à corporação a que pertença, pode impor multa ao expert e condená-lo a pagar indenização por prejuízo que o retardamento tenha causado.
9. A indicação de assistentes e formulação de quesitos 
Os assistentes são pessoas que detém conhecimento técnico e que são indicados para oferecer informação ao juiz pelas partes. Eles são da confiança das partes e não estão sujeitos a impedimento ou suspeição. O assistente técnico oferece parecer, que no processo do trabalho deve ser trazido no mesmo prazo do laudo pericial. A prática, contudo, evidencia que o parecer só vem aos autos quando a parte é intimada para falar do laudo. É de se ressaltar, por fim, que a falsa perícia é crime capitulado no CCB.
10. A diligência com o acompanhamento das partes 
O art. 431-A do CPC prevê que as partes poderão acompanhar o exame, a vistoria ou a avaliação, conforme seja o caso.
11. A manifestação das partes sobre o laudo 
Não há previsão de tempo para a manifestação sobre a perícia no rito ordinário. No rito sumaríssimo o § 6º do art. 852-H diz que o prazo é de cinco dias e que ele é comum. O prazo de cinco dias também deve ser utilizado no rito ordinário, embora o princípio da utilidade que informa os prazos processuais possa ser considerado para efeito de fixação de prazo maior.
12. Os esclarecimentos do perito 
Os esclarecimentos do perito são pedidos pelas partes ou determinados de ofício pelo juiz. Os esclarecimentos pressupõem, por óbvio, que haja alguma lacuna, contradição ou obscuridade no laudo pericial. No processo civil, os esclarecimentos são previstos para serem apresentados na audiência. A prática do processo do trabalho é que os esclarecimentos sejam prestados por escrito. 
13. Os honorários periciais
Os honorários periciais são fixados pelo juiz a partir da complexidade do trabalho, de sua especificidade, do tempo necessário para a sua realização e das despesas que o perito teve de fazer para o trabalho. No processo do trabalho não há adiantamento de honorários. Eles são fixados na sentença e são pagos pelo perdedor do pedido em torno do qual a perícia foi feita – art. 790-B da CLT. Se a parte for beneficiária da Justiça gratuita, os honorários periciais serão pagos pelos cofres públicos até um limite fixado pelo Tribunal. 
14. A realização de nova perícia 
O art. 437 do CPC prevê a realização de nova perícia quando o laudo apresentado pelo perito inicialmente designado não esclarecer devidamente os fatos da causa.
15. A realização de mais de uma perícia concomitantemente
O CPC prevê que fatos complexos reclamem mais de uma prova concomitantemente, o que é situação rara no processo do trabalho. O mais comum no processo do trabalho é a necessidade de provas periciais que considerem fatos diferentes, ou seja, mais de uma prova pericial versando sobre fatos diversos.
16. A desvinculação do juiz em relação às conclusões do “expert”
O juiz não está vinculado ao laudo pericial, conforme o art. 436 do CPC. Ele pode julgar o caso desprezando as conclusões do perito por encontrar nos autos elementos que levem à conclusão diversa. O juiz, enfim, é quem julga o caso e não o perito. A adstrição do juiz ao laudo faria com que o julgamento fosse do perito e não do juiz. Por fim, ressalte-se que o juiz é o perito dos peritos. 
17. A prova pericial com objeto diverso do indicado na designação
Relativamente a este aspecto, podemos afirmar que encontramos aqui mais uma expressão do princípio da proteção em matéria processual. O juiz pode deferir adicional de insalubridade em virtude de achado diverso daquele apontado na petição inicial. O autor, por exemplo, disse que estava exposto a ruído, indicou o ruído como causa de pedir insalubridade e o perito encontrou exposição a agentes biológicos. O adicional de insalubridade pode ser deferido pelo juiz se outras provas não contrariem a conclusão do “expert” – Súmula 293 do c. TST.
Professor Marcílio Florêncio Mota

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