Buscar

DIREITO COMERCIAL Prof. Leandro Panfilo

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

DIREITO COMERCIAL Prof. Leandro Panfilo 
 
1 
 
AULA 4 
 
4.1 Conceito 
O conceito clássico de Cesare Vivante adotado pelo Código Civil brasileiro é 
que Título de Crédito é o “documento necessário para o exercício do direito 
literal e autônomo nele mencionado”. 
 
4.2 Princípios essenciais dos títulos de crédito: 
 
Princípio da literalidade: Somente tem eficácia o que está escrito 
expressamente no título. 
 
Princípio da cartularidade: Só vale o título original, cópias, ainda que 
autenticadas, não têm valor algum. 
 
Princípio da autonomia ou abstração: O título de crédito não está vinculado 
ao negócio que lhe deu origem. 
 
4.3 Aceite, Aval, Endosso e Protesto 
 
Aceite – ato pelo qual o sacado reconhece a dívida, também é aposto no 
próprio título. Com o aceite o sacado obriga-se a pagar o título no vencimento. 
 
Aval – é uma garantia pessoal e unilateral em que o avalista garante o 
pagamento de um título de crédito em favor do avalizado. Também é 
formalizado com uma simples assinatura no verso ou anverso do título com a 
inscrição por aval. O aval pode ser total ou parcial para a letra de câmbio e a 
Nota Promissória (Lei Uniforme de Genebra) e somente total para os demais 
títulos (novo Código Civil). As obrigações assumidas pelo avalista são 
autônomas. 
 
Endosso – é o meio pelo qual se transfere o título de um credor para o outro. 
O endosso se dá com a assinatura do endossante no verso da letra, ou em 
outro lugar („por endosso‟) e pode ser lançado ainda, no alongue. Para cancelar 
o endosso basta risca-lo. O endosso deve ser puro e simples. É vedado o 
endosso parcial. 
 
Protesto – ato praticado pelo credor, que registra em cartório o não 
cumprimento das obrigações por parte do devedor (falta de pagamento, recusa 
de aceite ou devolução do título). 
 
 
4.4 Espécies de Título de Crédito: 
 
4.4.1 Letra de câmbio 
É uma ordem de pagamento à vista ou a prazo, por meio da qual o sacador 
dirige ao sacado com o objetivo de que este pague a importância nela 
consignada a um terceiro chamado tomador. 
Sujeitos da letra de câmbio: sacador (emitente); sacado (pessoa a quem a 
ordem de pagamento é dirigida); tomador (beneficiário). 
Além dos requisitos exigidos por qualquer título de crédito, são exigidos ainda: 
a denominação „letra de câmbio‟; a quantia que deve ser paga; o nome da 
pessoa que deve pagar; o nome da pessoa a quem se deve pagar; a data do 
saque; o lugar onde a letra foi sacada; a assinatura do sacador. 
DIREITO COMERCIAL Prof. Leandro Panfilo 
 
2 
 
Prescrição: todas as ações contra o aceitante prescrevem em 03 anos, 
contados do vencimento da letra. Aquelas movidas pelo portador contra os 
endossantes e contra o sacador prescrevem em 01 ano contado da data do 
protesto (em tempo útil ou da data do vencimento). As ações dos endossantes, 
uns contra os outros e contra o sacador, prescrevem em 06 meses contados da 
data em que o endossante pagou a letra. O prazo para o avalista é de 05 anos. 
 
4.4.2 Nota promissória 
É uma promessa de pagamento. Esse título de crédito constitui compromisso 
escrito e solene pelo qual alguém se obriga a pagar a outrem certa soma em 
dinheiro. 
Aplicam-se à nota promissória os dispositivos (com as modificações 
necessárias) relativos à letra de câmbio, com exceção daqueles que se referem 
ao aceite e a duplicidade. No mais, a nota promissória é título literal e 
abstrato. 
Requisitos: denominação de nota promissória ou termo correspondente; a 
soma em dinheiro a pagar; o nome da pessoa a quem se deve pagar; a 
assinatura do próprio punho do emitente ou do mandatário especial. 
Prescrição: em 06 meses prescreve a ação de um endossante contra o outro. 
Em 1 ano a ação do portador contra o endossante. E por fim, em 3 anos a 
ação do portador contra o emitente e contra o respectivo avalista. 
 
 
4.4.3 Cheque 
É uma ordem de pagamento à vista, sacada em favor do próprio emitente ou 
de terceiro. 
Sujeitos do cheque: sacador (emitente); sacado (banco); e o beneficiário 
(tomador). 
Requisitos: denominação cheque inscrita no contexto do título e expressa na 
língua em que este é redigido; a ordem incondicional de pagar quantia 
determinada (pague-se a); o nome do banco ou da instituição financeira que 
deve pagar; a indicação do lugar do pagamento; a indicação da data e do lugar 
de emissão; a assinatura do emitente (observação: assinado por representação 
– é aquele emitido por pessoas jurídicas). 
Espécies de cheque: cheque ao portador; cheque nominal; cheque cruzado 
(cruzamento geral e especial); cheque para creditar; cheque visado; cheque 
marcado; cheque turismo (viagem); cheque postal; cheque fiscal; cheque 
administrativo; cheque especial. 
O prazo de apresentação do cheque é de 30 dias caso a emissão do cheque 
tenha ocorrido na praça de pagamento. Se a emissão ocorreu em outra praça, 
o prazo é de 60 dias. 
Observação: Ordem de pagamento à vista – mas tem que possuir provisão de 
fundos. Exceções: cheque especial, cheque pós-datado (pré-datado) (promessa 
de pagamento). 
Prescrição: A ação de execução prescreve em 6 (seis) meses, contados da 
expiração do prazo de apresentação 
 
4.4.4 Duplicata 
Nas vendas mercantis a prazo, entre partes domiciliadas no Brasil, é 
obrigatória a emissão, pelo vendedor, de uma fatura para apresentação ao 
comprador. Por fatura entende-se a relação de mercadorias vendidas, 
discriminadas por sua natureza, quantidade e valor. Por venda a prazo se 
entende aquela cujo pagamento é parcelado em período não inferior a 30 dias 
DIREITO COMERCIAL Prof. Leandro Panfilo 
 
3 
 
ou cujo preço deva ser pago integralmente em 30 dias ou mais, sempre 
contados da data da entrega ou despacho da mercadoria. 
Da fatura – ou da NF-fatura – o vendedor poderá extrair um título de crédito 
denominado duplicata. Se a emissão da fatura é facultativa ou obrigatória de 
acordo com a natureza da venda e se a emissão da NF-fatura é sempre 
obrigatória, a emissão da duplicata mercantil, por sua vez, é sempre 
facultativa. O vendedor não está obrigado a sacar o título em nenhuma 
situação. 
São os seguintes os requisitos da duplicata mercantil: a expressão “duplicata”, 
a data de sua emissão e o número de ordem; o número da fatura – ou da NF-
fatura – da qual foi extraída; a data certa do vencimento ou a declaração de 
ser o título à vista; o nome e o domicílio do vendedor e do comprador, sendo o 
comprador identificado, também, pelo número de sua Cédula de Identidade, 
de sua inscrição no Cadastro de Pessoa Física, do Título Eleitoral ou da 
Carteira Profissional; a importância a pagar, em algarismos e por extenso; o 
local de pagamento; a cláusula “à ordem”, sendo que não se admite a emissão 
de duplicata mercantil com cláusula “não à ordem”, a qual somente poderá ser 
inserida no título por endosso; a declaração do reconhecimento de sua 
exatidão e da obrigação de pagá-la destinada ao aceite do comprador; a 
assinatura do emitente. 
Aceite: A duplicata mercantil deve ser remetida pelo vendedor ao comprador, 
num certo prazo da lei (30 dias da data de sua emissão se enviado diretamente 
pelo vendedor ou 10 dias do seu recebimento na praça se enviada por 
intermédio de instituição financeira ou procurador). 
Qualquer que seja o comportamento do comprador, isto em nada altera a sua 
responsabilidade cambial, já definida em lei. A duplicata mercantil é título de 
aceite obrigatório, ou seja, independe da vontade do sacado (comprador). Ao 
contrário do que ocorre com a letra de câmbio, em que o sacado não tem 
nenhuma obrigação de aceitar a ordem que lhe foi endereçada, na duplicata 
mercantil o sacado está, em regra, vinculado à aceitação da ordem, só 
podendo recusa-la em situações previamente definidas em lei. Quando se 
afirma que o aceite da duplicata é obrigatório não se pretende que ele não 
possa ser recusado, mas, sim,que a sua recusa somente poderá ocorrer em 
determinados casos legalmente previstos. A recusa de aceite de uma duplicata 
mercantil só é admissível por motivo de: a) avaria ou não-recebimento de 
mercadorias, quando não-expedidas ou não-entregues por conta e risco do 
comprador; b) vícios na qualidade ou quantidade das mercadorias; c) 
divergência nos prazos ou nos preços ajustados.

Outros materiais