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CIRCUITO PAR DIFERENCIAL Laura Ferreira1 Caroline Obregon Pilz2 Disciplina de Circuitos Eletrônicos II - Prof. Cesar Augusto Prior Santa Maria/RS - Abril de 2018 Resumo: Este trabalho faz a análise do circuito par diferencial muito difundido e utilizado tendo em vista que qualquer amplificador operacional apresenta como o primeiro estágio um amplificador diferencial. Pretende-se visualizar as características que envolvem ganho comum e o procedimento de eliminação de ruídos. Palavras-chave: amplificador, diferencial, par, ganho, CMRR, modo comum. 1 Introdução A figura 1 é um diagrama esquemático básico de um par diferencial, um amplificador diferencial. Este amplificador diferencial consiste em um estágio inicial do amplificador operacional ou seja qualquer amplificador operacional apresenta como o primeiro estágio um amplificador diferencial, daí a importância de se estudar estes circuitos de forma separada. Figura 1: Diagrama Par Diferencial Essa configuração básica consiste em dois transistores casados que tem os emissores conectados entre si e apresentam uma fonte de corrente constante ligada a eles. O circuito pode apresentar duas entradas (v1 e v2), uma em cada base dos transistores e até três saídas: vc1, vc2 e vc1 - vc2. O que basicamente o circuito faz é amplificar e passar para a saída a diferença entre as duas entradas, sig- nifica que, por exemplo, ao aterrar a base de um dos transistores pode-se tratar apenas uma entrada de forma independente. 1Acadêmica do curso de Engenharia Elétrica da Universidade Federal De Santa Maria- UFSM, matrícula: 201312207, email: laurafer- reira.ufsm@gmail.com 2Acadêmica do curso de Engenharia Elétrica da Universidade Federal De Santa Maria- UFSM, matrícula: 201310948, email: caro- line.obregon1@gmail.com 1 Outra característica é o ganho de modo comum, quando ligam-se em curto-circuito as duas bases. Idealmente o ganho em modo comum deve ser igual a zero, mas na prática chega-se próximo disso para que o amplificador tenha uma qualidade boa, rejeitando portanto, ruídos excessivos. O símbolo de fonte de corrente constante é uma abstração para um circuito um pouco mais complexo, neste caso, para o espelho de corrente. O espelho de corrente cria uma corrente de referência a partir do resistor de referência, e o transistor Q1 que tem sua base conectada com o coletor vai apresentar uma tensão na sua base, essa tensão da base polariza o transistor Q1 e o gera a circulação de corrente em seu coletor, esta intensidade de corrente será igual a corrente de referência, daí o termo "espelho de corrente". O circuito da figura 2 reúne o par diferencial e o esquema de espelho de corrente, este circuito foi simulado e implementado em laboratório, mas também foi explorado teoricamente. O modelo de transistor adotado é BC574B. Q3vi1 Q4 vi2 Re3 : 1Ω Ie3 Re4 : 1Ω Ie4 Q2 Q1 Ib2 = Ib1 Ic1 Rre f : 4.7kΩ Vcc = +5 V Ire fRc3 : 4.7kΩ Ic3 Rc4 : 4.7kΩ Ic4 vo1 + - vo2 Vee = -5 V Figura 2: Circuito Amplificador Diferencial com Espelho de Corrente Considerado bastante versátil, este circuito permite diferentes tipos de arranjos: • Terminação Simples: quando um sinal é aplicado em uma entrada e a outra é conectada ao terra; • Terminação Dupla: quando dois sinais de polaridades opostas são aplicados nas entradas; • Modo Comum: quando um mesmo sinal, podendo ser também de mesmo potencial e de defasagem 0o entre si, é aplicado nas entradas. 2 2 Procedimento Teórico 2.1 Análise DC Primeiramente faz-se a análise DC do circuito, para a obter as características de polarização. Esta etapa consiste em aterrar os nós onde se encontrariam as fontes de sinais senoidais, no caso da figura 2, são as entradas vi1 e vi2. A corrente de referência Ire f pode ser obtida através da equação 1. Aplicando a Lei das Tensões de Kirchhoff (LTK): −Vcc +Rre f · Ire f +Vbe−Vee = 0 Ire f = Vcc−Vee−Vbe1 Rre f (1) Deve-se atentar ao fato de que Vee vale - 5 V, este sinal negativo implica em impacto no resultado e não pode ser ignorado, pois é justamente a utilização da fonte simétrica que permite a ocorrência dos fenômenos estudados. Ire f = 5− (−5)−0,7 4.7kΩ = 1,9787 mA (2) Do espelho de corrente, espera-se que Ic2 seja igual a Ic1, por sua vez Ic1 é a própria corrente de referência, logo: Ire f = Ic1 = Ic2 = 1,9787 mA A corrente que entra no nó onde estão unidos os dois resistores de emissor de Q3 e Q4 é a corrente Ic2, esta divide-se para cada ramo, dessa forma, por Lei das Correntes de Kirchhoff (LCK): Ic2 = Ie3 + Ie4 (3) Os resistores de emissor Re3 e Re4 são iguais, então as correntes Ie3 e Ie4 que se dividem também são: Ic2 = 2 · Ie3 (4) Ie3 = Ie4 = Ic2 2 = 1,9787mA 2 = 0,989 mA (5) As correntes de cada emissor são aproximadamente de mesmo módulo das correntes de cada coletor, logo presumimos: Ie3 = Ie4 = Ic3 = Ic4 = 0,989 mA Da relação entre ganho e corrente de coletor do transistor, pode-se obter as correntes de base através de: Ic = β · Ib (6) Assim sendo, da informação do datasheet do transistor, tem-se que o ganho padrão do modelo BC547B é 290 e das equações 2 e 5 já são conhecidas as correntes de coletor: Ib1 = Ib2 = Ic1 β = Ic2 β = 1,9787mA 290 = 6,8223 µA (7) Ib3 = Ib4 = Ic3 β = Ic4 β = 0,989mA 290 = 3,4103 µA (8) A tensão de coletor do transistor Q3 pode ser obtida a partir do desconto da queda de tensão em Rc3, assim: Vc3 =Vcc−Rc3 · Ic3 (9) Vc3 = 5−4.7k ·0,989 mA Vc3 = 351,70 mV 3 A tensão no coletor de Q4 deve ser a mesma de Q3, pois os resistores, assim como os transistores são idênticos para a teoria, porém deve-se atentar ao fato de que na prática isso não é totalmente verídico. Conclui-se então: Vc3 =Vc4 = 351,70 mV Para a tensão nos emissores de Q3 e Q4, utiliza-se o fato de Vbe consistir de aproximadamente 0,7 V e já que a base está aterrada, a tensão de emissor assume este valor em módulo. Vbe =Vb−Ve (10) 0,7 = 0−Ve V e3 =Ve4 =−0,7V 2.2 Análise AC 2.2.1 Configuração Terminação Simples Para a obtenção das características de ganhos e impedâncias de entrada e saída, parte-se para a análise AC. Neste momento a fonte de sinal com configurações 10mVpp e 2kHz na entrada é inserida no nó vi1 enquanto vi2 foi mantida junto ao terra, isto qualifica um arranjo tipo Terminação Simples. O modelo de pequenos sinais (baixas frequências) está apresentado na figura 3. Na análise AC as fontes de corrente são circuitos abertos, sendo assim o espelho de corrente desaparece. βIb E3 βre3 B3 vi1 C3 RC3 Vo1 Vo2 RC4 C4 βIb E4 βre4 B4 Re3 Re4 Figura 3: Circuito de Pequenos Sinais para o Amplificador Diferencial A resistência interna de cada transistor pode ser obtida da já conhecida equação : re = VT Ie (11) O parâmetro VT para condições normais vale 26 mV, assim: re1 = re2 = 26m 0,989m Os valores de re1 e re2 são os mesmos, pois como já foi mencionado, teoricamente os transistores são idênticos. re1 = re2 = 26,289Ω Para o cálculo do ganho de tensão observam-se alguns atributos: 1. O espelho de corrente foi omitido, pois a impedância infinita de uma fonte de corrente ideal corresponde a um circuito aberto. 2. As resistências Re3 e Re4 por valerem apenas 1Ω são desprezadas em relação às outras. 4 O circuito resultante das observações feitas está apresentado na figura 4. vi1 βre3 Re3 : 1Ω Re4 : 1Ω βre4 vi1 βre3 Ib3 βre4 Ib4 Figura 4: Circuito Reduzido para Aálise de Ganho O ganho de tensão diferencial Ad será deduzido posteriormente, para isso começa-se por encontrar o ganho Av11, isto é, a relação entre vo1 e vi1. Av11 = vo1 vi1 (12) A amplitude da tensão de saída (em módulo) do coletor é a relação entre resistência e corrente dele: vo1 = Ic ·Rc (13) Da figura 4 demonstrou-se quedo nó de entrada vi1 até o terra, existe um caminho que une as resistências internas βre (que são iguais) dos dois transistores, este caminho é percorrido pela corrente de emissor Ie comum a ambos, portanto tem-se: vi1 = 2 ·β · re · Ie (14) Há de se observar que nesta situação as correntes de base e emissor são iguais em módulo, por conseguinte pode-se escrever: vi1 = 2 ·β · re · Ib (15) Retomando a equação 12 e substituindo 13 e 15 chega-se em: Av11 = Ic ·Rc 2 ·β · re · Ib (16) A corrente de coletor é obtida através do ganho multiplicado pela corrente de base, como segue: Ic = β · Ib (17) Reescrevendo 16 e fazendo as devidas simplificações: Av11 = β · Ib ·Rc 2 ·β · re · Ib = Rc 2 · re (18) Deve-se reparar que na equação 13 os valores foram considerados em módulo, todavia, como é sabido em uma configuração emissor comum, a saída encontra-se defasada da entrada por um fator de 180o, ou seja, existe um sinal negativo para o ganho, corrigindo tem-se, por fim: Av11 =− Rc2 · re (19) Utiliza-se o mesmo procedimento para obter o ganho Av12, que vincula vo2 e vi1, tendo em vista que trata-se de terminação simples, desta forma a entrada de sinal esta apenas em vi1. Isto posto, tem-se a relação 18, que, como bem se observa, não é defasada em relação a entrada. Av12 = Rc 2 · re (20) 5 O ganho diferencial Ad resultante da relação entre as saídas vo1 e vo2 e a entrada vi1 é demonstrado a seguir. As equações 19 e 20 podem ser reescritas respectivamente como: vo1 =− Rc2 · re · vi1 (21) e vo2 = Rc 2 · re · vi1 (22) A tensão vout de saída caracterizada pela diferença de potencial entre vo1 e vo2 é: vout = vo1− vo2 (23) vout =− Rc2 · re · vi1− Rc 2 · re · vi1 (24) vout =−2 · Rc2 · re · vi1 (25) Á vista da equação 25, a versão simplificada para a tensão de saída vout é: vout =−Rcre · vi1 (26) Da equação 26 tira-se facilmente o ganho diferencial Ad , desta maneira: Ad =−Rcre (27) Observação importante é que este sinal apresenta comportamento defasado em relação à entrada. Aplicam-se as equações dos ganhos no circuito que está sendo explorando (figura 2) para chegar-se aos valores absolutos. O ganho Av11 que a equação 19 fornece resulta em: Av11 =− 4.7k2 ·26,289 =−89,391 (28) Rememora-se que o valor de re = 26,289Ω foi encontrado em 11. O ganho Av12 que a equação 20 traz: Av12 = 4.7k 2 ·26,289 = 89,391 (29) Por fim, o ganho diferencial Ad toma o valor da diferença entre Av11 e Av12: Ad = Av11−Av12 (30) Ad = 89,391−89,391 =−178,78 (31) Este resultado pode ser confirmado da já deduzida equação 27: Ad =−Rcre =− 4.7k 26,289 =−178,78 (32) Na posse do ganho é possível prever as tensões de saída, conforme equação 12: vo1 = Av11 · vi1 (33) O valor esperado na saída vo1 é: vo1 =−89,39 ·10m =−893,91mV (34) Na saída vo2: 6 vo1 = 89,39 ·10m = 893,91mV (35) E, por fim, na saída vout : vo1 =−178,78 ·10m =−1,7878V (36) Todos os valores foram calculados para condição pico a pico. 2.2.2 Operação Modo-Comum Enquanto um amplificador diferencial produz uma grande amplificação da diferença entre os níveis aplicados em ambas as entradas, ele também deve fornecer uma pequena amplificação do sinal comum a ambas as entradas. No modo comum as entradas recebem o mesmo sinal, portanto as saídas são amplificadas de maneiras iguais, resultando em vout ≈ 0 V. Quando os sinais de entrada são iguais, o sinal comum às duas entradas pode ser definido como a média aritmética entre os dois sinais Vc = 1 2 · (vi1 + vi2) (37) A tensão de saída fica dada por: Vo = AdVd +AcVc (38) Onde: Vd = Tensão diferencial Vc = Tensão comum às entradas Ad = Ganho diferencial do amplificador Ac = Ganho de modo-comum do amplificador 2.2.3 Razão Rejeição de Modo-Comum (CMRR – Common-Mode Rejection Ratio) Uma das mais importantes características de um amplificador que amplifica a diferença de tensões, é a sua ca- pacidade de amplificar consideravelmente o sinal diferencial entre duas tensões de entrada, enquanto amplifica relativamente bem menos o sinal de modo comum. A esta característica dar-se o nome de Razão de rejeição de modo comum, e é expressa por • Uma importante característica de uma conexão diferencial é que os sinais que são opostos nas entradas são altamente amplificados. • Os sinais comuns às entradas são apenas pouco amplificados. • Como o ruído (qualquer sinal de entrada não desejado) geralmente é comum a ambas as entradas, a conexão diferencial tende a atenuar essa entrada indesejada. A equação que resume o que foi exposto é: CMRR = Ad Ac (39) Na análise teórica, Vout é 0 V, o que aplicado na equação 39 resulta em um CMRR infinito, que representa uma característica ideal. 7 2.3 Resultados Teóricos Os resultados obtidos na etapa teórica estão reunidos na tabela 1. Tabela 1: Resultados da Análise do Teórica Variável Valor Ire f 1,9787 mA Ic1 1,9787 mA Ic2 1,9787 mA Ie3 0,989 mA Ie4 0,989 mA Ib1 6,8223 µA Ib2 6,8223 µA Ib3 3,4103 µA Ib4 3,4103 µA Vc3 351,70 mV Vc4 351,70 mV Ve3 -0,7 mV Ve4 -0,7 mV Av11 - 89,39 Av12 89,39 Ad - 178-78 vo1 - 893,91 mV vo2 893,91 mV vout - 1,7878 V 3 Procedimento Teórico-Experimental Para as simulações utilizou-se o software LTSPice, o circuito desenhado encontra-se na figura 5. Figura 5: Circuito Par Diferencial Simulado 8 3.1 Análise DC Os resultados obtidos para a análise DC a nível de simulação estão organizados na figura 6 que o programa forne- ceu, nesta etapa aterram-se as entradas v1 e v2 para fazer as medições. Figura 6: Resultados da Simulação - Polarização DC 3.2 Análise AC 3.2.1 Configuração Terminação Simples Nesta etapa incluiu-se a fonte de sinal com configurações 10mVpp e 2kHz na entrada Vi1 enquanto a entrada Vi2 foi mantida aterrada. O resultado transiente para a entrada Vi1 e saída Vo1 está apresentado na figura 7. Figura 7: Comportamento Transiente da Entrada Vi1 e Saída Vo1 9 Imediatamente percebe-se o comportamento defasado de 180o que a saída apresenta em relação a entrada. Esta característica já era esperada, pois como se sabe o ganho de uma configuração Emissor Comum é negativo. A figura 8 traz o valor pico a pico apresentado pela saída. Figura 8: Tensão Pico a Pico da Saída Vo1 Com os dados de tensão de entrada e saída, calcula-se o ganho Av11: Av11 =−812,30m10m =−81,23 (40) O comportamento transiente para a entrada Vi1 e saída Vo2 está apresentado na figura 9. Figura 9: Comportamento Transiente da Entrada vi1 e Saída vo2 Satisfazendo às expectativas, o sinal não encontra-se defasado. Figura 10: Tensão Pico a Pico da Saída Vo1 10 Com os dados de tensão de entrada e saída, calcula-se o ganho Av12: Av12 = 810,64m 10m = 81,06 (41) A figura 11 traz o comportamento da simulação dos dois sinais de saída concomitantemente. Figura 11: Sinais vo1 e vo2 Para Terminação Simples Simulando a diferença de potencial entre os nós Vo1 e Vo2, isto é, o sinal de tensão Vout (Vo1 - Vo2), encontra-se o produto final do amplificador. Este aspecto está registrado na figura 12 na cor vermelha. Figura 12: Sinal vo12 Figura 13: Tensão Pico a Pico da Saída Vout Calcula-se, portanto o ganho diferencial Ad : Ad =−−1,623410m = 162,94 (42) Este valor pode ser confirmado através da diferença entre os ganhos Av11 e Av12, conforme mostrou a equação 30: Ad =−81,23−81,06 =−162,29 (43) 11 3.2.2 Configuração Modo Comum Nesta etapa a fonte de sinal com configurações 1Vpp e 2kHz foi simultaneamente conectada à ambas as entradas vi1 e vi2, isto caracteriza vc = 1V , isto é a entrada comum. O comportamento transiente para a tensão de saída vo1 que se apresentou está exposta em 14 e pode-se perceber da medição de sua tensão pico a pico (figura 15) que se trata de um valor bastante pequeno. Figura 14: Sinal vo1 Para Operação Modo Comum Figura15: Tensão Pico a Pico da Saída vo1 O comportamento transiente para a tensão de saída vo2 mostra-se em 16 e novamente trata de um valor bastante pequeno conforme figura 17. Figura 16: Sinal vo2 Para Operação Modo Comum 12 Figura 17: Tensão Pico a Pico da Saída Vo2 Comparando as saídas vo1 e vo2 para modo comum, percebe-se que ambas possuem mesmo valor e estão defasadas em relação à entrada comum vc, este fato fica bem percebido através da figura 18. Figura 18: Sinais vc, vo1 e vo2 para Operação Modo Comum Por fim, a forma de onda resultante de vout , isto é vo1 - vo2 está na figura 19. Figura 19: Sinal vout comparado com Vc para Operação Modo Comum Como esperado teoricamente, o valor de vout é 0V. O que leva a uma CMRR infinita, pois o ganho em modo comum, Ac também será 0. CMRR = Ad Ac = −162,29 0 = ∞ (44) 13 3.3 Resultados Teórico-Experimentais A tabela 2 traz os valores apresentados na figura 6 com os nomes das variáveis adequadamente organizados para facilitar a comparação posterior com os resultados teóricos. Tabela 2: Resultados da Análise Teórico-Experimental Variável Magnitude Ire f 1.9878 mA Ic1 1.97374 mA Ic2 2.08812 mA Ic3 = Ie3 1.04038 mA Ic4 = Ie4 -1.04406 mA Ib3 3.68 µA Ib4 3.68 µA Ib1 7.03 µA Ib2 7.02 µA Vo1 =Vc3 110.204 mV Vo2 =Vc4 110.204 mV Ve3 -0.639978 V Ve4 -0.639978 V Vc2 -0.641022 V Vbe2 = Vbe1 0.6573615 V Av11 - 81,23 Av12 81,06 Ad - 162,29 vo1 - 812,30 mV vo2 810,64 mV vout - 1,6234 V 14 4 Procedimento Experimental 4.1 Análise DC Em laboratório reproduziu-se o circuito da figura 2 do par diferencial a fim de comprovar as expectativas teóricas e simuladas. Alguns dos valores medidos através do multímetro para a polarização do circuito estão mostrados na figura 20. A tabela 3 reúne todos os valores. Figura 20: Registro de Algumas Correntes Medidas Através do Multímetro Tabela 3: Valores Medidos na Análise DC do Circuito Correntes Tensões Ire f 2 mA Vcc 4.97 Ic1 2 mA Vc1 4.33 Ic2 2.4mA Vc2 0.62 Ic3 1.20mA Vc3 0.53 V Ic4 1.19mA Vc4 0.53 V Ib1 8.4 µA Ve1 -4.97 V Ib2 8.4 µA Ve2 -4.97 V Ib3 4.3 µA Ve3 0.62 V Ib4 4 µA Ve4 0.62 V Utilizando o multímetro adequado, mediram-se os ganhos de cada transistor. Antes da montagem procurou-se escolher os valores mais próximos o possível para que as aquisições fossem mais adequadas. A tabela 4 junta os valores dos ganhos medidos. Tabela 4: Ganhos de Corrente para os Transistores Ganhos β1 288 β2 288 β3 288 β4 288 4.2 Análise AC 4.2.1 Configuração Terminação Simples O gerador de sinais foi configurado em 10mVpp e 2kHz seu canal 1 foi conectado na entrada vi1, enquanto a entrada vi2 foi mantida junto ao terra intermediário da fonte simétrica (configuração terminação simples). Atra- vés do osciloscópio foi possível observar o comportamento transiente das variáveis. A figura 21 demonstra o comportamento transiente para a tensão de saída vo1 comparado com a entrada vi1. 15 Figura 21: Comportamento Transiente da Entrada vi1 e Saída vo1 A defasagem de 180o que a saída apresenta em relação a entrada se confirma outra vez. Com os dados de tensão de entrada e saída, calcula-se o ganho Av11: Av11 =− 400m8,40m =−47,61 (45) O comportamento transiente para a entrada Vi1 e saída Vo2 está apresentado na figura 22. Figura 22: Comportamento Transiente da Entrada vi1 e Saída vo2 Satisfazendo novamente às expectativas, o sinal não encontra-se defasado. Com os dados de tensão de entrada e saída, calcula-se o ganho Av12: Av12 = 524m 9,2m = 56,95 (46) A figura 23 traz o comportamento dos dois sinais de saída concomitantemente. 16 Figura 23: Sinais vo1 e vo2 Para Terminação Simples No osciloscópio, para obter a diferença de potencial entre os nós Vo1 e Vo2 utiliza-se do recurso matemático. Este aspecto está registrado na figura 24. Figura 24: Sinais, vo1, vo2 e vo12 Calcula-se, portanto o ganho diferencial Ad : Ad =−−1,2410m =−124 (47) Este valor pode ser confirmado aproximadamente através da diferença entre os ganhos Av11 e Av12, conforme mostrou a equação 30: Ad =−47,61−56,95 =−104,58 (48) Obviamente na prática os resultados não são exatos e nem idênticos aos teóricos/simulados, mas estão de acordo com a ordem de grandeza. 17 4.2.2 Configuração Modo Comum Nesta etapa a fonte de sinal com configurações 1Vpp e 2kHz foi simultaneamente conectada à ambas as entradas vi1 e vi2, isto caracteriza vc = 1V , isto é a entrada comum. O comportamento transiente para a tensão de saída vo1 que se apresentou está exposta em 25. Figura 25: Sinais vc e vo1 Para Operação Modo Comum O comportamento transiente para a tensão de saída vo2 mostra-se em 26. Figura 26: Sinais vc e vo2 Para Operação Modo Comum Comparando as saídas vo1 e vo2 para modo comum, percebe-se que ambas possuem aproximadamente mesmo valor e estão defasadas em relação à entrada comum vc. Através da figura 27, observa-se o comportamento do modo matemático do osciloscópio, isto é, vout que é a diferença entre vo1 e vo2. 18 Figura 27: Sinais vc, vo1 e vo2 para Operação Modo Comum Teoricamente, o valor de vout seria 0V, mas na prática obtém-se um resultado próximo disto (64mV). O que leva a uma CMRR não mais infinita. Ac = vout vc = 64m 1 = 0,064 (49) CMRR = Ad Ac = 124 0,064 = 1937,5 (50) Pode-se apresentar a CMRR na forma de decibel, como segue: CMRRdB = 20 · log10(1937,5) = 65,74dB (51) 4.3 Impedância de Entrada Colocou-se um potenciômetro na entrada (entre a fonte e a entrada v1) e ajustou-se sua escala até que o ganho caísse pela metade, (isso significa que Rpot=Zi), assim encontra-se Zi pela resistência medida no potenciômetro. O valor encontrado para Zi foi de 2.23 kΩ. 19 4.4 Resultados Experimentais A tabela 5 reúne todos os valores encontrados na análise experimental. Tabela 5: Resultados da Análise Experimental Variável Valor Ire f 2 mA Ic1 2 mA Ic2 2.4mA Ic3 1.20mA Ic4 1.19mA Ib1 8.4 µA Ib2 8.4 µA Ib3 4.3 µA Ib4 4 µA Vcc 4.97 Vc1 4.33 Vc2 0.62 Vc3 0.53 V Vc4 0.53 V Ve1 -4.97 V Ve2 -4.97 V Ve3 0.62 V Ve4 0.62 V Av11 - 47,61 Av12 56,95 Ad - 124 vo1 - 560 mV vo2 680 mV vout - 1,24 V 5 Resultados e Discussão Comparando as tabelas 1 dos resultados teóricos, 2 dos resultados de simulação e 5 dos resultados experimentais, confirma-se o estudo aplicado. Os valores não idênticos para cada tipo de análise não fazem descrer dos efeitos e características do circuito, pois estes respeitam a ordem de grandeza esperada já admitindo os fatores externos e as não idealidades. O experimento foi bem sucedido. 6 Conclusão Ao analisar o experimento realizado pode-se concluir que a utilização de um par diferencial elimina a tensão de Ripple, pois a tensão de saída será independente da tensão Vcc, tornando o circuito mais robusto e a amplificação de sinais de maior qualidade. E, para se obter do circuito o ganho máximo de uma configuração, pode-se utilizar transistores como fonte de corrente. Além disso, o par diferencial se destaca por amplificar o sinal de entrada de forma eficiente com o dobro da amplificação de um amplificador comum. 7 Referências 1. BOYLESTAD, R. L.; NASHELSKY, L. Dispositivos Eletrônicos e Teoria de Circuitos. 8a ed. São Paulo: Pearson. 696 p. 20
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