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1 Notas de aula prática de Mecânica dos Solos I (parte 2) Helio Marcos Fernandes Viana Tema: Identificação visual e táctil dos solos Conteúdo da aula prática 1 Importância dos testes de identificação visual e táctil dos solos 2 Elementos que são identificados nos testes de identificação visual e táctil dos solos 3 Testes de identificação visual e táctil dos solos 2 1 Importância dos testes de identificação visual e táctil dos solos Os testes de identificação visual e táctil dos solos são testes de grande simplicidade, e rápidos, os quais permitem a identificação dos solos. 2 Elementos que são identificados nos testes de identificação visual e táctil dos solos Na identificação visual e táctil dos solos, constuma-se identificar: a) O tipo de solo Î que recebe um nome de acordo com a quantidade de partícula predominante no solo (Por exemplo: Argila, silte ou areia); b) As partículas que ocorrem em minoria no solo Î as quais dão o nome ao primeiro adjetivo do solo (Por exemplo: Argila arenosa; Areia argilosa; etc.); e c) A cor do solo Î que dá nome ao segundo adjetivo do solo (Por exemplo: Argila arenosa marrom; Areia argilosa amarela; etc.). OBS(s). i) Quando se diz areia argilosa é porque o solo tem a maior quantidade de partículas tipo areia (que é o nome do solo), e depois porque o solo tem a menor quantidade das partículas tipo argila (que é o adjetivo do solo). ii) De acordo com a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) tem-se que: a) Areias são solos com partículas com: 0,05 mm ≤ φ (diâmetro) < 4,8 mm; b) Siltes são solos com partículas com: 0,005 mm ≤ φ (diâmetro) < 0,05 mm; e c) Argilas são solos com partículas com: φ (diâmetro) < 0,005 mm iii) Geralmente, as jazidas de solos usados na construção de materiais cerâmicos como: tijolos, telhas, vasos, etc., são jazidas de solos argilosos. 3 Testes de identificação visual e táctil dos solos Os principais testes de identificação visual e táctil do solo são os que se seguem: i) Teste de sensação ao tato; ii) Teste da plasticidade; iii) Teste resistência do solo seco; iv) Teste da desagregação do solo submerso; v) Teste da mobilidade da água intersticial (ou da água presente entre as partículas do solo); e vi) Etc. 3 Os testes de identificação visual e táctil dos solos são descritos como se segue. i) Teste de sensação ao tato Î Tem-se o seguinte procedimento no teste de sensação ao tato: Esfrega-se uma porção de solo na mão, buscando sentir sua aspereza. Î Podem ser obtidos, no teste, os seguintes resultados: a) As areias são bastantes ásperas ao tato; e b) As argilas dão à sensação de farina de trigo quando secas, e de sabão quando úmidas. ii) Teste da plasticidade Î No teste de plasticidade, têm-se os seguintes procedimentos: a) Tenta-se moldar pequenos cilindros de 3 mm com o solo úmido; e b) Depois dos rolinhos moldados, tenta-se deformá-los (Por exemplo: fazer um “U”). Î Podem ser obtidos, no teste, os seguintes resultados: a) As argilas são bastante moldáveis; b) Os siltes, normalmente, não são moldáveis; e c) As areias não são moldáveis. iii) Teste resistência do solo seco Î No teste, têm-se os seguintes procedimentos: a) Depositam-se alguns torrões de solo em uma estufa para secar por 24h; b) Retiram-se os torrões da estufa para resfriarem por alguns minutos; e c) Aperta-se 1(um) torrão de solo seco com dedos tentando desagregá-lo (ou destorroá-lo). Î Podem ser obtidos, no teste, os seguintes resultados: a) O torrão de argila apresenta elevada resistência à desagregação; b) O torrão de silte apresenta alguma resistência à desagregação; e c) O torrão de areia apresenta baixíssima resistência à desagregação, e quando as areias são puras nem formam torrão. OBS(s). a) Alguns torrões de solo argilosos já apresentam alta resistência à desagregação, mesmo quando estão secos no meio ambiente; e b) A estufa de secagem deve apresentar temperatura entre 105º C e 110º C. 4 A Figura 3.1 ilustra o teste de resistência à desagregação do solo seco, pode-se verificar que o solo B desagrega com mais facilidade do que o solo A. Figura 3.1 - Teste de resistência à desagregação do solo seco iv) Teste da desagregação do solo submerso Î No teste, têm-se os seguintes procedimentos: a) Depositam-se alguns torrões de solo em uma estufa para secar por 24h; b) Retiram-se os torrões da estufa para resfriarem por alguns minutos; e c) Coloca-se 1 (um) torrão de solo seco em uma vasilha contendo água, porém sem imergir o torrão totalmente na água. Î Podem ser obtidos, no teste, os seguintes resultados: a) Se o solo for areia fina, ou areia siltosa, ou areia argilosa, o torrão seco desagrega rapidamente; b) Se o solo for silte o torrão desagrega rapidamente; e c) Se o solo for argila, argila siltosa, ou argila arenosa, o torrão não desagrega. OBS. A estufa de secagem deve apresentar temperatura entre 105º C e 110º C. A Figura 3.2 ilustra o teste da desagregação do solo submerso; Pode-se verificar que o solo B desagrega com mais facilidade do que o solo A. 5 Figura 3.2 - Teste da desagregação do solo submerso v) Teste da mobilidade da água intersticial (ou da água presente entre as partículas do solo) Î No teste, têm-se os seguintes procedimentos: a) Faz-se uma mistura de solo e água, até a mistura formar uma pasta; b) Coloca-se a pasta em uma das mãos em forma de concha; c) Choca-se, algumas vezes, a mão, com solo, em forma de concha contra a outra mão, até aparecer uma superfície úmida brilhante na pasta de solo na mão em concha; e d) Finalmente, abre-se a mão em concha com a pasta de solo. Î Podem ser obtidos, no teste, os seguintes resultados: a) Se o solo for areia, a superfície brilhante desaparece e o solo trinca ao abrir a mão, que tinha forma de concha; e b) Se o solo for argila, a superfície brilhante permanece por bastante tempo e não ocorrem trincas no solo ao abrir a mão, que tinha forma de concha. A Figura 3.3 ilustra o teste da mobilidade da água intersticial; Onde, a mão em forma de concha com a pasta de solo, e chocada contra a outra mão para fazer surgir a superfície úmida brilhante sobre a pasta de solo. 6 Figura 3.3 - Teste da mobilidade da água intersticial Referências bibliográficas BUENO, B. S.; VILAR, O. M. Mecânica dos solos. Apostila 69. Viçosa - MG: Universidade Federal de Viçosa, 1980. 131p. CRAIG, R. F. Mecânica dos solos. 7. ed., Rio de Janeiro - RJ: LTC - Livros Técnicos e Científicos Editora S. A., 2007. 365p. NOGUEIRA, J. B. Mecânica dos solos - Ensaio de laboratório. São Carlos - SP: Escola de Engenharia de São Carlos - Universidade de São Paulo, 2001. 248p.
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