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Filosofia ARISTÓTELES Virtude: Areté (grego) excelência Períodos: ARCAICO (SÉCULOS XII a.C. – V a.C.) = formação da civilização grega CLÁSSICO (SÉCULOS V a.C. – III a.C.) = Idade do Bronze na Europa e época de Aristóteles HELENÍSTICO (SÉCULO III a.C. – QUEDA DO IMPÉRIO ROMANO) Arcaico -> Clássico: ± fim do 1º quarto do Século V Guerras Médicas (contra os persas). Atenas emerge como grande potência militar, política, econômica e cultural Democracia direta (eu respondo por mim). ± fim do 3º quarto do Século V Guerra Civil do Peloponeso. Entre elas, é o período áureo da democracia Ateniense, que durou aproximadamente 50 anos. Democracia representativa: voto em um representante. Quem votava: homens adultos, filhos de pai e mãe atenienses, não escravos Formavam a “demos” (DEMOCRACIA). Sofistas: Sofisma = raciocínio falso, enganador. Eram pensadores nômades, cidadãos do mundo e dominavam todos os pontos do saber. Mestres da retórica, eles formulavam discursos que convenciam os demais de seus pontos de vista. A Ética surge como valor disciplinar. Há uma substituição do “mito” pelo “logos”. Detentores do saber: Como sujeitos autorizados, por tradição, eram especialistas em algum âmbito. O que eles anunciassem era tido como verdade. Por tradição, eles deviam anunciar essa verdade, e eram considerados autoridade apenas nos temas que lhes eram pertinentes. 1) Adivinho; 2) Oráculo verdade anunciada por meio de charadas; 3) Rei; Mudanças políticas: modificam o modo de fazer teoria Isegorias: a verdade agora pode estar na boca de todos. Isocrítica: toda e qualquer afirmação deve vir seguida de um sim ou de um não. É preciso haver uma crítica e uma aceitabilidade do destinatário. Passa da subjetividade (passiva de ser aceita) para objetividade (todos podem enunciar). A praça passa a ser um local de discussões, que possibilitam a troca de argumentos para decidir o que é a verdade. Sócrates dá voz a essa mudança e decide, como filósofo, tratar sobre outros assuntos como a alma. Alma: dimensão não material do homem. A contraparte não material do homem. É o que há de mais importante. “Conhece a ti mesmo e cuida de ti mesmo”: frase de exaltação ao cuidar da alma. Para tal, as pessoas deviam conversar com ele, limpar a alma e descobrir quem é. Esse fato terá, mais tarde, efeitos políticos. Foi a terceira abordagem do conceito de alma na história. Antes disso: 1ª abordagem (feita por Homero): o corpo morre, mas mantém-se vivo como um ser vagante e inconsciente (esse ser seria a alma). 2ª abordagem (feita por Demócrito e Bohr): algo material, pois tudo era composto por átomos e suas combinações, mesmo que invisíveis a olho nu. A formação do cidadão grego era feita de modo difuso ou por escravos especializados, sendo o último caso somente possível em famílias ricas. Areté, virtude e excelência: Uma vida dentro das virtudes leva o indivíduo a alcançar uma vida plena. Toda comunidade política é um sistema de distribuição de bens, ou seja, de tudo aquilo que realiza um desejo ou satisfaz o ser. Ex.: reconhecimento, festas, ser popular. Toda atividade pública distribui bens. Quem é maior merecedor apresenta mais virtude. Eudaimonia = máxima felicidade. A felicidade, portanto, se dá ao desenvolvimento de suas potencialidades. Ex.: satisfação, bem estar e segurança. Excelência: 1º conceito: abordado nas poesias homéricas, que traziam histórias de heróis gregos: reis e príncipes. Os reis como comandantes políticos em épocas de paz e guerreiros em épocas de conflito. CONCEITO: ser capaz de realizar algo com competência de modo satisfatório para a comunidade que depende dessa atividade. Ser virtuoso: bravo, viril, valente. Entretanto, era de forma aristocrática. A virtude era tida como hereditária, não era ensinada nem aprendida. Portanto, era algo característico da aristocracia. Virtude: 1º modo: Homérico Características definidoras são as que possibilitam o exercício adequado de funções de um “rei guerreiro”. Hereditário: não pode ser aprendido nem ensinado. 2º modo: Sofista Democracia ateniense não tem o rei guerreiro, portanto, o papel de destaque é o cidadão. Para tal, era necessário ter conhecimentos, dominar uma técnica. Características definidoras consistem em um conjunto de conhecimentos. A virtude não é mais hereditária, e sim política (virtude/excelência política). Ela pode ser ensinada por sofistas, por exemplo, mediante pagamento. 3º modo: Socrático Platônico É preciso saber as finalidades, para que serve alguma coisa, para saber fazer bem aquilo. Conteúdo substantivo: know that. Saber técnico: know how. Pode ser ensinada, induzida. Ninguém se torna virtuoso aprendendo, e sim praticando. 1º hábito é por repetição. O 2º hábito é pela capacidade de entender porque isso é bom (pré-disposição a sempre fazer essas coisas = viver na vida das virtudes). Divisões da alma para Aristóteles: APETITIVA força que nos move. Compartilhamos com as plantas. SUBSTANTIVA desejo, capacidade de nos mover a agir por expectativa de prazer e desejo (corpo). Compartilhamos com os animais. RACIONAL NOUS (intelecto), conhecer. Calcular, planejar, deliberar sobre meios (prudência, “phrônesis”, racional) Sempre associada às virtudes éticas. Aquisição de virtude = aquisição de bons hábitos. Prudência “phrônesis” = sabedoria prática. “Sophia” sabedoria teórica Condições de existência da responsabilidade pelos atos: Todos os acontecimentos no mundo devem ser contingentes (não inevitáveis e não necessários). A ação precisa depender integralmente do sujeito que age; o sujeito que age deve ser o princípio originador da ação. Proairesis (escolha): Escolha de meios Escolha de fins: Qual é o fim visado/intencionado? Qual é a disposição interna com a qual se visa o fim? Desejo: nos move à ação pela operação do silogismo prático: PM: desejável (faculdade de desejar estabelece); pm: inteligência prática (função de calcular, deliberar meios); C (conclusão): ação que concretiza o bem expresso pelo desejável sensível; Tipos de desejo: Racional (Boulesis): desejo de fazer aquilo que a razão indica como sendo bom. Depende de um desenvolvimento mínimo do intelecto. O sujeito é movido a agir sob a lógica de uma causa final. Irracional: Cobiça: desejo de obter prazer por meio do corpo: descansar, comer, sexo, etc.. Também move o sujeito a agir sob a lógica de uma causa final. Arrebatamento: mover-se por emoções fortes (raiva, ira, sentimento de injustiça, etc.). Move o sujeito a agir sob uma causa eficiente. A causa eficiente é a força suficiente para causar um efeito e não leva nada a lugar nenhum, só impulsiona a ação. Conceitos de justiça: Aristóteles: dar a cada um aquilo que lhe é devido; Platão: distribuição de funções de acordo com qual área da alma predomina. Cada um deve fazer aquilo que faz melhor. Mutabilidade do caráter: O sujeito precisa querer mudar, querer passar a agir de forma correta, e precisa realizar um esforço muito grande para mudar o curso de suas ações; Influência da evolução fisiológica do temperamento sobre o caráter: existem alguns defeitos, típicos da juventude, relacionados ao pouco amadurecimento, tais como a impulsividade e a prodigalidade (privar-se dos bens pelo esgotamento dos mesmos), na passagem para a idade adulta, passam a ser mais controladas; Suscetibilidade à persuasão: o homem não é apenas um ser de hábitos, mas pode fazer escolha contrária à sua natureza, se persuadido de que essa escolha é preferível; A diferença temporal que se estabelece entre ato e caráter: nunca é possível deduzir o ato a partir do caráter, e o caráter não pode ser definido partindo de um único ato. Tipos de caráter: Temperante O sujeito temperante é aquele que faz o que a razão indica como sendo bom, sentindo prazer, facilidade e naturalidade em realizar tais atos, sempre visando o bom fim de forma concreta. Continente O sujeito continente é aquele que se encontra em uma espécie de dilema moral, mas sempre resolve por fazer aquiloque a razão indica como sendo bom, mesmo que realize essas ações com sofrimento, esforço, dificuldade e desprazer. Ele também sempre visa o bom fim de forma concreta. Incontinente O sujeito incontinente também visa um bom fim, mas de forma abstrata, hipotética e ineficaz, e também quer realizar ações que a razão indica como sendo boas, mas na hora de agir algo acontece que o impede de realizar a ação, causando sentimento de remorso e arrependimento. Intemperante O sujeito intemperante é o único que nunca visa o bom fim. Ele sempre age movido pela cobiça ou pelo arrebatamento, ou seja, para ele, o que é bom é tudo aquilo que proporcionará prazer imediato ou evitará o desprazer, mesmo que isso contrarie a razão e as leis. O desejo do intemperante é desregrado, bestializado. O sujeito intemperante é a prova de que a pólis falhou enquanto estrutura educacional e formativa. O sujeito intemperante pode agir de acordo com a lei se o desprazer gerado pela contravenção for maior que o prazer gerado pela mesma. O intemperante não sente culpa e remorso porque ele não tem a capacidade de olhar para si mesmo, analisar seu comportamento, através do olhar crítico dos outros, reconhecendo que aquilo que ele fez não é considerado certo ou bom pelos outros. Capacidade de julgar (emitir juízos): Operada pela percepção sensível (desejo sensível) revela o que é agradável ou penoso bem sensível (desejável sensível); Operada pelo pensamento discursivo (desejo racional) revela o que é bom (belo/útil) e o que é mau (feio/nocivo) bem racional (desejável racional). Silogismo teórico: é um modo de concatenar proposições descritivas (juízos) de modo a extrair delas uma conclusão. Esta conclusão decorre das afirmações anteriores e, quando válida, preserva a verdade das premissas por uma conexão formal, e não material (de conteúdo). Silogismo prático: se assemelha ao silogismo teórico, mas o resultado produzido é diferente. Enquanto o resultado do silogismo teórico é um saber, um conhecimento, o resultado do silogismo prático é um fazer, uma ação, baseada nas proposições anteriormente apresentadas e que concretiza as propostas dadas por elas. Subjetividade racional: núcleo temático organizador da filosofia moderna. É um conceito da Modernidade. É aquilo que de alguma forma constitui nossa dimensão interior. É uma metáfora para representar a interioridade do ser humano. DESCARTES Descartes chega à descoberta da subjetividade racional. Percebe que todo o conhecimento que aprendera não se baseava na razão. Ele queria que houvesse uma raiz sólida, como a Matemática. Por isso, defendia a ideia de extrair e identificar os procedimentos da Matemática e generalizar isso para os outros campos do saber. O método de Descartes é dividido em quatro regras: Evidência só devo tomar como verdadeiro aquilo que se apresenta tão clara e distintamente ao meu espírito que eu não posso duvidar; Análise; Ordem das ideias; Revisão. Dessa forma, Descartes cria o procedimento da DÚVIDA METÓDICA, através do qual ele passa a duvidar das crenças possuídas pela sociedade, buscando um novo fundamento para basear novas crenças. Descartes não era cético, pois utilizava a dúvida para chegar a uma verdade incontestável. Dúvida metódica: a dúvida metódica se dividia em três etapas: Dúvida natural não confiabilidade dos sentidos; Dúvida artificial duvidar da matemática, mas de maneira forçada; Dúvida hiperbólica argumento do sonho. Argumento do sonho: não existe nada capaz de certificar que você está sonhando ou que você não está. Existe a possibilidade de que eu esteja sonhando agora. DANIEL DENNETT Conciousness Explained: a consciência cartesiana, o cogito, o sujeito cartesiano, pode ser compreendido como um “teatro interno”. A “fauna” da consciência, os entes da consciência (crenças, desejos, emoções, prazeres/dores, imagens mentais, etc.) são chamados por Descartes de ideias e por Kant de representações. A crítica de Dannett é em cima da ideia cartesiana de que nossa faculdade de representar não é física, relacionada ao nosso corpo, e para Dennett essa capacidade é estritamente biológica, não metafísica. Características da consciência: Reflexividade não tem como eu saber de algo sem saber que eu sei desse algo autoconsciência. Toda consciência é autoconsciência; Privilégio epistêmico de 1ª pessoa quem sabe o que se passa na minha cabeça sou só eu; Incorrigibilidade (em relação à existência e não à verdade/correspondência) eu posso ser corrigido acerca da verdade das minhas crenças, mas não acerca de sua existência; Fenomenalismo do ponto de vista estritamente interno não existe diferença entre a realidade e a aparência, entre ser e aparecer. KANT Filosofia teórica: Fundamentação às ciências; Metafísica; “Crítica da razão pura” Teoria do conhecimento. Filosofia prática: Filosofia moral “Fundamentação da metafísica dos costumes”, “Crítica da razão prática” e a segunda parte de “A metafísica dos costumes”, chamada “Doutrina da virtude”; Filosofia do direito; Filosofia política “Da paz perpétua”; Sujeito transcendental: conjunto das estruturas a priori (tanto teóricas quanto práticas) da subjetividade racional; Investigação/Reflexão transcendental: Parte de um factum (ponto de partida considerado inconteste por contar com a aceitação intuitiva do auditório da explicação filosófica); Busca as condições de possibilidade do factum (no caso do Kant, ele as busca no sujeito transcendental). Busca desvendar como tem que já ser desde sempre as estruturas e processos da consciência de modo a gerar os produtos que já geram. Esses produtos são as ações e o conhecimento; Procede reconstrutivamente parte de um resultado para deduzir COMO as estruturas já existentes funcionam; Busca desvendar o que está já pressuposto naquilo que já fazemos; O que difere a reflexão transcendental de uma reflexão comum é a pergunta central: Reflexão comum: Se X é possível? Se X funciona? Se X tem valor? Se X é real? Reflexão transcendental: Como X é possível? Como X funciona? Como X tem valor? Como X é real? Empiristas Racionalistas Locke; Hume; Berkeley; Todo conhecimento decorre da experiência (vem dos sentidos). Descartes; Leibnil; Wolff; Algum conhecimento pode ser obtido sem a participação dos sentidos, sem a experiência puro pensar razão pura. “Intuições sem conceitos são cegas; conceitos sem intuições são vazios.” “A metafísica não é possível como ciência (ganho parcial para os empiristas – objetos precisam da experiência para ser conhecidos), mas é possível como teoria transcendental da experiência (ganho parcial para os racionalistas – o conhecimento das estruturas internas e processos da subjetividade racional só é possível mediante o emprego da razão pura quando opera uma reflexão transcendental).” Não é possível conhecer o mundo tal qual ele é, pois toda impressão sensível depende, além do mundo (ou coisa em si), da sensibilidade. O mundo fenomênico que percebemos é o mesmo para todos, ou seja, é coletivamente constituído porque podemos coordenar ações uns com os outros. Crítica é a investigação acerca dos limites do alcance das possibilidades, do que dá conta de fazer determinada coisa. O factum, na filosofia prática, é a existência de deveres morais que são universais e incondicionais, ou seja, todo e qualquer sujeito DEVE (pode não agir, mas é um DEVER) agir de acordo com esses deveres independente da circunstância. O dever é a obrigatoriedade de agir de um modo determinado pela lei. Fundamentação da Metafísica dos Costumes A fundamentação quer buscar o princípio supremo da moralidade; Boa vontade agir de boa vontade é fazer algo apenas por reconhecer que esse algo é o racionalmente correto a se fazer; Tudo que está associado com a moral, com a boa vontade, possui valor moral. A boa vontade é o critério para definir a moral. Ex.: o sol seria a boa vontade e a Lua, que reflete o brilho do sol, são as ações que possuem motivação moral. A Lua correspondeàs ações morais e o sol é a boa vontade, que serve para definir tais ações como morais; Dons da fortuna coisas como poder, saúde, honra, beleza, que, associadas à boa vontade, são coisas boas, mas associadas à não boa vontade se tornam orgulho, soberba, etc.; A boa vontade não é boa em função dos resultados que ela gera e nem é boa por ser capaz de gerar qualquer resultado. Ela é boa por ela mesma; A moral para Kant é anticonsequencialista, porque o que define a moralidade ou não da ação não são os resultados, e sim a motivação, o processo que leva a essa ação. O argumento do propósito especial da natureza para a estrutura prático-racional dos agentes Não existe mais uma relação de necessidade entre felicidade e moralidade; Tudo na natureza está disposto de forma “inteligente” para o cumprimento de suas funções tese invalidada pela Teoria Darwinista as estruturas não estão perfeitamente adequadas à função, a função é que se desenvolve a partir da evolução e desenvolvimento das estruturas. A função emerge das estruturas; Para Kant, o conceito de felicidade é mais superficial: satisfação, bem estar e segurança será aprofundado depois; Vontade pode ser compreendida como a capacidade motriz da razão. A razão é o motor da ação; Vontade = razão prática; A natureza não nos fez para que sejamos felizes, e sim para que sejamos merecedores da felicidade; Toda ação contraria a uma máxima inerentemente contraditória é obrigatória para uma natureza racional. Teste de universalização : - Finalidade -> Identificar a máxima inerentemente contraditória. - A máxima inerentemente contraditória é aquela que não passa no teste de universalidade. - Pode todos seguirem a máxima de fazerem promessas incineras? O que é o Deves B = agir de modo oposto a máximas inerentemente contraditórias ou agir apenas de acordo com máximas universalizáveis ou ainda rejeitar a contradição pratica ou ainda devo proceder sempre de maneira que eu possa querer também que a máxima de minha ação se torne uma lei universal da natureza. Respeito é a representação da lei moral, como efetivamente determinante da lei moral é o reconhecimento do caráter vinculante da lei moral para minha vontade capaz de produzir, só por esse reconhecimento, uma ação moral. Dever é a necessidade de uma ação por respeito a lei moral. Fins são universais (dedutíveis apriori da razão) Imperativo categórico -> Comandos diretamente a forma racional a ação (Lei Moral) ↓ Indiretamente, comandam todos as ações apoiados em máximas que se encaixam na forma racional as da ação ↓ São os deveres em espécie ou, “Mandamentos da moralidade” ou “imperativo morais”. ↓ São absolutos (irreconhecíveis) ↓ São proposições práticos (imperativos princípios) sintéticos a priori Imperativo técnicos ou regras de destreza ↓ Habilidade da escolha dos meios ↓ Fim dado pela inclinado é particulado e por isto mesmo preciso claro, determinado.
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